Boi
Volta e meia tentam saber se sou vegetariano. Sou. Como boi que come capim. Se fosse carnívoro comia jacaré, que come carne. Santa paciência para aguentar as escolhas alheias, como se não bastasse aguentar as minhas.
Eu sou do tempo que carro de boi era algo para ir à porta para ver passar, criança dava a benção a pai e mãe, tendo professor como mestre, respeitando e amando, eu sou do tempo que brincar era algo muito bom e prazeroso, eu sou do tempo que quaresma era algo fino símbolo de luto e dor, eu sou do tempo que criança era simplesmente criança. Hoje não tem mais tempo nem de recordar o tempo que passou. Mas a certeza é que ele um dia passa e tudo fica apenas nas lembranças e nada muda, ele continua cumprindo o seu papel, percorrendo o curso da vida, onde todos ficam nas lembranças e o tempo continua a sua caminhada.
Na poeira suspensa pelo carro de boi a passar
ainda existe
pergunto eu
no ferro de brasa a passar
a roupa engomada pergunto eu
ainda existe
no mimiografo que copia o texto
pergunto eu ainda existe
e vi que o tempo passou e eu acordei...ainda apouco
Conversa pra boi dormir
Historia mal contada
A tá, essa conversa de que esse mundo é grande
Que nada, esse mundo pertadim
É pequeno, é curtin
Uai se só cabe duas pessoas
Cumé grande, mai tá que é.
Num falei
para quem gosta
de arrumar desculpa
para boi dormir
aviso que empresto
um pijama e me disponho
a cantar uma canção de ninar!!!
Fernanda de Paula
Instagram: fernanda.depaula.56679
Novo Instagram: mentepoetica2020
Talvez se o boi não fosse tão submisso ao homem, ele não se tornaria uma carne tão consumida no mundo e hoje estaria sendo protegido como o insubmisso leão.
A vida é como a ponte que um boi atravessa, todos precisamos chegar ao final, e quem para se perde da boiada
Criei filhos, e engrandeci-os; mas eles se rebelaram contra mim. O boi conhece o seu possuidor, e o jumento a manjedoura do seu dono; mas Israel não tem conhecimento, o meu povo não entende.
Nos tempos de fortuna era boi gordo na invernada,leitoa no manje-irão de todo tipo,amigos nas festas saindo pela janela de tantos,hoje tempos de infortúnio só me resta a cachorra,e na minha choça nem ladrão entra pela janela.
Esperança.
A vida trava uma guerra
contra a fome e a solidão
é um cabrito que berra
é um boi caído no chão
é a planta seca na terra
mas nada disso encerra
o meu amor pelo sertão.
