Aves
Aves de penas raras II
Éramos um bando.
Parecíamos voar nas motos velozes, usávamos as mesmas calças jeans, camisetas regatas, botas, jaquetas de couro e óculos Ray Ban modelo aviador.
Capacete só para viajar, quase sempre com uma garota bonita e modernosa, daquelas que podiam dormir fora de casa, o que não era comum na época.
Praia do Itararé, Campos do Jordão e Rio de Janeiro eram os destinos preferidos.
Naquela época a gente ia e voltava com um pé nas costas, hoje, da minha parte, seria ida e volta com dor nas costas.
Nosso bando não tinha chefes, mas uns se destacavam mais do que os outros porque eram fortes e bonitões e esse era o caso do Vitinho. Por um tempo seu apelido foi James Dean. Rebelde, mas nem tanto, arrumadinho como poucos, novidadeiro, tinha um ótimo emprego no Banco do Brasil e era modelo fotográfico e de passarela nas horas vagas, pegava as melhores e mais lindas modeletes, as cobiçadas por todos e logo as tirava do mercado namorando quase sério.
Mas o forte do Vitinho era ser amigo de verdade e sei que continua igual pelas informações das aves remanescentes.
Quanto às garotas, tenho visto as fotos dele com mulheres lindas e mais velhas, deixou de lado as cocotas e continua adepto das famosas, mas casar que é bom nada, afinal, não é fácil colocar um astro e uma estrela no mesmo espaço.
Outro dia vi as fotos da casa nova do Vitinho e está um show, caprichada como seus carros, suas motos e suas namoradas.
Daqui para frente não vai ser fácil escapar do primeiro casamento, o que o torna um herói, pois a maioria das aves já está no segundo ou terceiro acasalamento.
Que boa lembrança eu tive hoje do Vitinho, grande amigo e companheiro
"A fé e a incredulidade trocam de lugar a todo momento no homem curioso”.
(em "O avesso das Coisas". São Paulo: Editora Record, 2007.)
Assim como os lobos de uma alcateia, as ilhas nos arquipélagos, as aves voando em bando, os peixes em seus cardumes e os cachorros de uma matilha, as pequenas alegrias de uma vida é que fazem a sua grande felicidade.
O Universo versa noite que tardia.
Alegres aves voam para adormecer.
Estrelas lua sempre trazem sua magia...
Minha paixão, louca paixão...
Por você!
Murmuram vozes que uniram gerações, há memórias germinando ao olhar estas imagens e vêm as aves e os ventos saudar-me trazendo-me o aroma da terra...
Solis ortus
Imperiali verticem collis
In quibus sunt aves in aere circa viam, et venabuntur
Aliquando spem experrecti
Excitare hominem, ex terra
Actum est natura crudae putri fluxerunt ending
Amissis liberis moriatur populus
Parum spei
Cum nox nublo
Arderemos lucernis
Non amplius expectare lucem ferebat
Fit frigus
Vos mos postulo pugnabit adversus nocte
Win altare in gloria.
Marcas indeléveis nas plumagens das aves mostram o belo da evolução da vida neste planeta multicolor denominado TERRA.
Algumas pessoas são como as aves, plantam imensas florestas com as sementes que deixam, mas nem percebem o bem que fazem.
29/05/18
Minha palavra cresce
como grito que chora
acima das aves e do vento
desde o alvorecer do dia
Minha palavra avança
de grito até as estrelas
de grito até as dores
Minha palavra anima
a pedra que se forma
na porta do invisível
Pensamentos voam tão rápidos quanto aves de rapina com sua presa; mas podem deixar marcas que nem a morte é capaz de apagar.
Fotografia inerte na parede da sala, um relógio sem ponteiros, roupas e cômodos, tudo virado do avesso.
Os amigos são como aves que migram: vem no tempo certo e vão-se repentinamente. Deixando para trás rastros de boas lembranças e muita saudade nos que ficam!
Rib. das Neves-MG,(24.09.17).
