Arcise Câmara

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Calos por todos os lados

O evento era público, para os íntimos e queridos, estava com um certificado de ter sido escolhida para sempre por alguém, no entanto, morria de vergonha da cerimônia, dos rituais e o principal de fazer promessas eternas.
Queria algo mais íntimo possível, estava muito fresca com cada detalhe, a linda noiva de vestido branco, com um sorriso reluzente e uma alma que saía do corpo. Eu tinha que trabalhar melhor minha relação com a vida a dois e tudo isso vinha à cabeça como flashes.
Nós mulheres especificamente, temos de trabalhar muito para manter as nossas fantasias separadas da realidade da maneira mais clara e limpa possível, os contos de fadas não existem, seu marido vai te magoar um milhão de vezes, anota isso!
Eu nem me conhecia suficiente e já achava que estava pronta para intimidades com outro alguém. Pelo menos nas famílias que vejo, a grande falta de paridade entre maridos e esposas sempre foi gerado pelo grau desproporcional de autossacrifício, onde um recebe tudo e o outro doa tudo.
Eu estava zero confiante, não era a desgraça social ser chamada de solteirona, acreditava na beleza do matrimônio, num lindo futuro a dois, na divisão de tarefas menos gratas, na paz que reinaria no lar.
O clima que eu pensava que seria bom à beça, era cheio de descontroles em público, percebi fácil que eu não escolhi amar um cara gentil e de bom coração, eu viajei! Como dizem por aí.
Nunca gostei de pedir permissão, nunca quis ter um pai ao invés de um marido, meu poder de convencimento, não era muito bom, eu estava presa e domesticada pela natureza “bela” do casamento.
Fomos um casal superdiscretinho, ele contestava meus desejos e eu desmoronava o meu sentimento, a energia boa ficou ruim rapidamente e todo mundo se metia na nossa vida de maneira assustadora e influenciadora. Os calos começaram a aparecer.
Independente da idade, casamento faz a gente herdar as coisa boas e chatas do parceiro, o outro fica mais decidido depois que você se mostra dessa forma, ou lamuriento se você é assim... Os calos também saram.

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Dez minutos não vão fazer diferença...

É uma marca que normalmente caracteriza o egoísta frio, (dou gargalhadas escandalosas) relações sexuais satisfatórias dependem de uma boa relação amorosa, ou seja, de uma refinada capacidade psicológica de amar, e não vice-versa.
Meio esganiçada com o amor que é verdadeiro, tem obrigação de ser eterno, porque se algum tempo deixou de ser, nunca foi amor. Se chegou ao fim, não teve princípio. Que simpatia! Discordo de tudo isso! O amor mudou, as pessoas mudaram e o encaixe se desencaixou. Aquela cerâmica que ficou velha e cedeu, aquele quebra-cabeça que perdeu uma peça.
Queremos conciliar o inconciliável. Queremos reabilitar o passado. Não queria dizer absolutamente nada sobre isso, quem não gosta de viver, não tolera a convivência.
Tenho pavor de gente que humilha gente, de manter as aparências permanentemente, uma solidez ridícula sem sentimentos. É comum ouvir que fulano e sicrano sofreram muito. Ora, e quem não sofreu? Alguns ganharam notoriedade com a sua dor, outros a deixaram trancada, mas ninguém passou ou passa por essa estrada imune à dor do amor.
Tem gente até que morre subitamente por causa do outro. Ame-se, confie em si mesmo, em sua família e ajude a criar um ambiente de amor e paz ao seu redor. Vamos ter tempo para organizar as coisas por dentro e por fora, vamos nos despedir todos os dias, a gente não sabe como será o último.
Minha vó sabia ser antipática, gentil, fofa, linda e a morte lançou sua rede. Eduque seu filho através da conversa, do carinho e do apoio e tome cuidado: quem bate para ensinar está ensinando a bater, a gente não convence ninguém a se modificar. Esse ensinamento eu nuca esquecerei.
Procure resolver os problemas com calma e aprenda com situações difíceis, buscando em tudo o lado positivo, não precisamos nem ser carrascos e nem ser tábua da salvação de ninguém.
Pouco a pouco os fatos vão perdendo forma e foco, por isso partilhe seus sentimentos com sinceridade, dizendo o que você pensa e ouvindo o que os outros têm para dizer. Dez minutos fazem diferença Sim!

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Entre amigos e familiares, os laços são muitas vezes mantidos pela dependência afetiva

Reclamo atenção, me faço necessária, busco os elementos que compõem o amor, tudo que falo remeto a união, evito comentar erros, tenho saudade, dói ser co-dependente, dói amar em demasia.
Dói ter saudade, eu vivo ensaiando viver sem neuras, eu vivo imaginando um relacionamento com vínculos e compromissos, eu queria muito não me sentir indiferente.
Sempre acho que o amanhã será melhor, sempre acho que nos próximos anos meu coração e minha mente vão se acalmar, sempre tive dificuldade em dar carinho, sempre me considerei fria e insensível.
Sempre me achei fraca demais para amar e ser amada, não sei usar saias até hoje, não coloco panos quentes nas coisas, tem dias, muitos dias que amenizo os acontecimentos.
Gosto de um pedestal, gosto de querer ao meu tempo, gosto de perguntar dos amigos o que eles acham e sentem por mim, gosto da força da generosidade, nós seres limitados, fracos nos transformamos em pessoas do bem.
Gosto do elogio sem bajulação, gosto da realidade crua, gosto de evitar decepções, evito a guerra interior, minha língua é bem afiada quando estou com raiva, depois fico pisando em ovos.
Às vezes é mais fácil ser generoso com os outros do que com a gente mesmo, às vezes é mais fácil mentir para nós mesmos, quantas vezes perdi a coragem para começar.
A gente não consegue reciclar o tempo perdido, nossa mente tem que estar bem aberta para perceber isso, perdoar quem nos ofende, pagar o ódio com o amor, não alimentar sentimentos ruins.
Ninguém disse que a vida seria fácil, vamos deixar ir quem não quer ficar, às vezes nos ocupamos com nossas próprias vidas muito baseado no certo e no errado, não mendigue sentimentos nem se apegue a quem tanto faz para você.

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Justiça entre os sexos

Tenho uma tradição, se eu lavo não enxugo, se cozinho não lavo louça, peço perdão por qualquer coisa que eu tenha feito e aceito pedidos de perdão também. Nada me assombra tanto quanto as palavras não ditas nos relacionamentos.
Vou lhe dar um novo conselho, sintonizem os corações e os espíritos, paz não é somente ausência de briga. Paz é ter tempo, paz é aprender, paz é se importar, paz é aproveitar os momentos bonitos da vida.
Acho que quando a gente fala demais, fala o que não deve. Eu vivo essa experiência quase diariamente, sei que há dizeres necessários e secundários. Os necessários precisam ser ditos, e o que eu digo não precisava ser dito.
É preciso limpar a sujeira todo dia, refletir que há palavras que são muito fortes para serem ditas, acho que os casais não se separam por falta de amor, acho que a maioria dos casais tem alguém que se sente sufocado, cansado, infeliz. É dessa injustiça que eu estou falando.
Tem gente que procura ajuda tarde demais ou se esforça pouco, isso não salva um relacionamento. Caso você tenha perdido um super-relacionamento fique longe e parta para outra, tudo que um dia acaba tinha uma razão de ser.
Relacionamentos quando acabam, não tem conserto, seja como for, há um limite até onde se pode ir com essas ideias. Não devemos cair no jogo eterno de “e se...” nem nos arrepender do fracasso. Fracassos nos fazem refletir.
Às vezes a gente só vê as coisas com clareza depois de acontecidas, daí a gente percebe que privatizou o casamento, deixou sem ar, isolado, solitário e vulnerável e não estou dizendo que a culpa é só nossa. Cada ação, uma reação.
O maior problema é quando falta dinheiro ou quando o “eterno provedor” ficou sem trabalho. Antes as mulheres se mantinham em casamentos horríveis porque não podiam se dar ao luxo de ir embora. Faltava grana para sobreviver.
Hoje, idealizamos as culturas em que as pessoas ficam casadas para sempre, mas não devemos supor automaticamente que a duração do matrimônio é sempre sinal de contentamento conjugal.

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Invasores da sua privacidade

Dê bons exemplos, pois a melhor palavra é o nosso jeito de ser, a gente batalha, pede desculpas quando ofende alguém e perdoa de coração quando se sente ofendido, pois o perdão é o maior gesto de amor que podemos demonstrar. Mas para os invasores estamos apenas abocanhando um espaço para conseguir o que almejamos.
A vida nos ensina. Viver dá trabalho. Ser feliz também e os invasores nos enchem de palpites que dão certo, muito certo. A maturidade nos ensina que a restrição é tão benéfica quanto a possibilidade e os invasores vem com seus jeitinhos, sua mãozinha aqui, seu favorzinho acolá.
O obediência cega não costuma fomentar valores consistentes. Limita-se a ser a reprodução de um comportamento que deixará de ser considerada no momento em que cessar a vigilância. A demanda por ser quem somos está aumentando a cada dia.
Darei um passo de cada vez e somos bombardeados como alunos rebeldes ou palhaços da turma. A paz só pode acontecer quando a mente estiver em paz. Se a mente está em paz, a faca é apenas uma faca. É a intenção do usuário que determina se algo é destrutivo ou não, não a coisa em si. Então o que a humanidade precisa é de paz de espírito. O que todos precisamos é de paz de espírito.
Algo que tinha que acontecer é uma desculpa às vezes esfarrapada para justificar quem manda e desmanda, muitas pessoas escolhem viver de um jeito torto, livre e espontâneo, isso é problema de cada um.
O caminho para o paraíso está dentro de nós, não fora. Uma licença médica por motivos de saúde não te faz ser falsificador de atestado. Embora nossos pensamentos possam estar preocupados com o passado ou o futuro, a respiração está sempre no presente, nunca no que os outros vão pensar.
Estrilei quando descobri que ele estava em tratamento para reabilitação pela enésima vez, cair e levantar faz parte do processo enquanto a decisão definitiva não chega, mas os invasores só acham que você está dando confiança para vagabundo.

Não gostei de nenhum homem que me bateu a porta ultimamente

Não sou de me empolgar fácil, já mudei radicalmente de vida, incluindo perdas, já tive oportunidade de ir embora e fiquei, já me separei de quem amava com menos de trinta anos. Já fiquei desmotivada para o amor.
Deixei de mencionar frequentemente os nomes dos ex, eles fazem parte da minha vida, de um momento feliz, de modo explícito posso dizer que deu certo, cedo ou tarde a rotina diária e o amor diminuído ia acabar.
Encaro a vida amorosa como encaro um novo emprego, não vou para a guerra, também não tenho muitas inspirações para deixar as coisas mágicas, sou do menos é mais, sou do que é pra ser, será.
Quando vejo as notícias sensacionalistas e o tanto de morte em nome do amor e do ciúmes fico angustiada, não dou corda para ciúmes bestas e nem acho fofinho, bonitinho ou prova de amor.
Sou de compromissos, de aprender sobre o dia a dia, de acordar de manhã sem pressa, de ter um cachorro de estimação, sou que o tipo de pessoa que não me estresso por atraso.
Gosto de ir sempre pelo mesmo caminho, gosto de colocar a foto do amado na carteira, gosto de abraçar a todos, amo coisas baratas e vivo a vida com muitas experiências e coisas boas para contar.
Quando falo abertamente do carinho que sinto pelas relações que já passaram, ninguém entende, mas eu acredito que eles são melhores depois de mim e eu sou melhor depois deles.
Com o tempo o melhor virá, a gente começa a se afastar de pessoas ilógicas, a gente perdoa com mais facilidade, a gente curte ser gentil e não olha para o problema de ninguém.

Com o tempo nos afastamos dos falsos amigos, vencemos nossas batalhas pessoais, somos mais honestos e francos conosco, com o tempo podemos ser mais bondosos ou mais intolerantes, com o tempo construímos muros de tudo que não queremos, talvez por isso essa exigência.

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No frigir dos ovos, eu sobrevivi

Estava doida que o domingo terminasse para que eu pudesse desmoronar. Eu nunca tive um pai e não era da turma dos privilegiados. Quando comecei a estudar aos 10 anos eu tinha muita dificuldade, me sentia burra e lenta.
A minha única aposta de um avida melhor seria meter a cara nos livros, assim como diziam rapadura é doce, mas não é mole, assim eu senti que era a vida. O mais estranho era eu não me sentir criança aos 10 anos. Eu não me sentia uma mulher, mas tinha tantas responsabilidades que me sentia adulta no meu mundo infantil.
Eu não tinha para quem chorar as pitangas, eu não tinha dinheiro e nem a minha família que consistia na minha mãe e vários irmãos. O meu estômago às vezes doía, a gente era acostumado com pouca comida.
A vida era simples, mas minha mãe era categórica: nada de roubar. Não tínhamos nada, mas não precisávamos de nada que não fosse verdadeiramente nosso. A vida era azeda, não é porque era pobre que eu não tinha aqueles sonhos “luxuosos” de ter a boneca do comercial.
Dinheiro só tinha sentido com honestidade mamãe repetia, acho que ela tinha medo da gente ter aquela personalidade de conseguir o que quer a qualquer custo. Nunca fomos com sede ao pote.
Por mais pobres que nós fôssemos ainda ajudávamos os necessitados, mais necessitados que nós. Sempre tínhamos uma xícara de açúcar para doar, ou compartilhar o peixe dado por aquele político em véspera de eleição.
Lembro da vida com muita alegria, era dureza, mas a gente se divertia com latas no chão, com o pé de jaca, com as buzinas e sons, a gente se divertia com a imaginação, com a ideia de viajar de avião...
A razão da minha existência nunca foi o dinheiro, a gente não era tudo farinha do mesmo saco, a gente comia mais com os olhos do que com a boca, a gente era feliz amando.
Por outro lado, tinha o lado triste e de humilhações. Mamãe sofreu para nos ter, os hospitais a recusavam. Mamãe já ficou em corredor de hospital, sem dinheiro para comprar remédios, mamãe já foi acusada de furto, coisas que deixavam a gente bem triste.
Eu amava refresco, nem consigo descrever a sensação que tive quando tomei suco delicioso pela primeira vez, era uma situação inusitada, parecia que eu nunca tinha tomado algo tão gostoso e de fato nunca mesmo.
Às vezes dava vontade de largar tudo e ir embora sem rumo, mas eu sempre conseguia me recompor e assim a alegria voltava, os sonhos ficavam mais atraentes, a vida parecia normal e eu internalizava que eu não podia desistir. Desistir não era uma opção. E foi assim que foquei nas conquistas que o estudo poderia me proporcionar e descobri o significado forte das palavras lutar e conseguir.

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Nós bebemos demais

Ficamos risonhos, reduzimos nossos bens, falamos demais, teríamos tudo para estar tristes, mas estamos na mesa de bar preenchendo vazios. Nem sempre aprendemos a viver, difícil examinar a própria vida.
Conquistar o espaço é trabalhoso, precisamos ser fortes, melhorar, evoluir, aprender a não ter pressa num mundo tão rápido e cheios de informações. A gente busca dois empregos, nem passa tanto tempo com as pessoas que amamos, a gente cura dor e o vazio na mesa de bar.
Valorize a si mesmo e quem está ao seu lado, não tenha medo de enfrentar o mundo de frente, não busque o inadequado, o excesso, o exagerado, quem é você que se afunda em vícios querendo chamar atenção. Deixe sua luz brilhar. Construa tudo que for capaz.
Não incida sobre si mesmo cobranças que não são suas, não se odeie, não se revolte, a carga de adrenalina é grande, mas não é salutar, não se exija ser o que os outros são, para que?
Se afaste de “amigos” que sustentam os seus vícios, não se sinta sortudo por isso, esse preço a pagar é muito alto, vamos lá batalhar para conseguir o pão de cada dia, somos seres humanos complexos, um quebra cabeça em construção.
A gente bebe para se recolocar no mercado de trabalho, a gente bebe porque reprova nossas próprias atitudes e se culpa, a gente bebe para eliminar tristeza, a gente bebe porque estamos com muita preocupação.
Quando o vício já faz parte de nós, a gente se sente solitários, extremamente ansiosos, com falsas expectativas de que será fácil e sem estresse. Cuidado! A gente aprende muito durante o processo, mas é preciso se policiar.
O divisor de águas é aquele momento em que você toma uma decisão que vai mudar sua vida dali pra frente, mas acontece que a maioria das pessoas tem medo do novo e prefere ficar na comodidade do que é familiar, lute contra isso, lute para ser você mesmo: FELIZ.

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Manaus, Um Viva pelos teu 348 Anos!
Absolutamente Manaus, controle da minha história, amor saudável, honestidade de seu povo, olhares festivos, conexão e mistérios, alegria do meu coração, terra de mulheres guerreiras.
Sabedoria, vida, sentimento atarracado, expressões próprias, direito de amar, Manaus de dias importantes, de notícias felizes, de doces pensamentos, aqui não se perde tempo, a cidade nos pertence.
Manaus de bagunças saudáveis, de praças arrumadas, de espaços limpos, de sentimento positivos, de trilhos históricos, de diários de civilizações. Manaus que amo conhecer alguém profundamente.
Manaus viva, sensação de bem-querer, desejo de conecta-se as águas do rio, justificativas felizes, desculpas de belas paisagens, estilhaçadora de almas humanas, cidade do emprego fácil.
Manaus de muitas emoções num dia só, do conforto do pôr do sol, dos mistérios do boto tucuxi, das diferenças climáticas, do sono ao meio dia, da certeza das amizades, das mulheres belas.
Sentimento que não cabe, minha análise positiva, vim te agradecer, assumo que sou louca de sentimento por ti, sucesso é tua sina, minha relação de orgulho por ti, dos momentos vividos, das histórias para contar.
Fico confusa ao te homenagear, parece que nada é suficiente, felicidade sempre experimento, sou criada, nascida e banhada nessa imensidão de rio. Minha infância não tinha muros.
Cresci na parceria de tuas conquistas, continuo orgulhosa de ti, encontro gratidão por ser da terra, as energias revigoram o meu ser, estando longe não sou a mesma, as escolhas são de retorno a ti.
Não tem explicação, 348 sem explicações, apenas o milagre de pertencer a essa terra magnífica, aprendendo as técnicas da natureza, vencendo a ansiedade com açaí ou buriti, vindo à tona alguns de meus anseios mais profundos de felicidades do teu povo.

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Se você tem paz e é feliz, as pessoas podem sentir inveja...

Ô sentimento chato esse da inveja, parece que você não merece ser feliz, ser do bem, ser você mesma, parece que o mundo melhor só foi feito pros outros e que felicidade não pode bater na sua porta.
Afinal das contas, por que não mereço ser plenamente feliz aos olhos dos outros? Queria conversar um pouco mais sobre isso, o poder do não poder. Não é nada poético ou literário achar que você tem o poder de mandar e julgar a felicidade alheia.
Não dá para compartilhar sonhos, não dá para receber elogios, não dá para sermos bem-tratadas, somos da geração que não merecemos ser felizes, isso é tão visível, os e-mails pipocam quando os que se julgam superiores descobrem.
Toda semana, eu recebo indiretas de que a vida foi boa demais para mim, que meu processo profissional foi rápido e bem sucedido, que eu deveria dar mais exemplo, ser mais agradecida, afinal eu me mantenho em pé nos tempos de crises.
Falam que para mim não existe rotina e que minha vida é cheia de excessos, falam que eu não valorizo o pouco que tenho, que eu sou altamente influenciável, que tive o casamento destruído e que eu vivo no mundo de coisas fáceis.
Passei a me entediar com quem fala demais da vida alheia, a saía cômoda e feliz é fugir da fofoca e evitar a cultura do instantâneo, das amizades velozes, da intimidade em poucos passos. As palavras sempre me afetaram, o subjugar de alguém que me acha irresistível me amedronta.
Não é fácil quebrar a artificialidade, as verdades contraditórias que você não acredita, as pessoas estão acostumadas a falar mal, rotular, criticar e pensar que as demais estão num nível bem inferior a elas, e por conta disso escondemos as nossas feridas e posamos de feliz “all the time”.
Por outro lado, vivemos lutando para salvar as aparências. Quantas vezes engolimos choro, camuflamos o coração ferido, enganamos o ego machucado, acreditamos nos falsos elogios. Acho que no fundo, no fundo ninguém sabe lidar com a inveja. Não sabemos se aparentamos o que somos e deixamos a inveja crescer ou se nos depreciamos e vemos no que dá.

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Louca para descontar em alguém

Ideias de controle, poder ou domínio, nada tem a ver com amor. Não se preocupe em não retribuir o sorriso, a melhor escolha nem sempre é a escolha que merece ser boa para outra pessoa.
Às vezes temos que nos colocar em primeiro lugar, desintegrar o passado, deixar de mencioná-lo. Se tudo que você faz é seguir as regras de outra pessoa, então não cresceu.
Meu maior orgulho foi conquistar o afeto do marido, necessitava de alguém, e esse é o modo mais rápido de acabar com um relacionamento, nunca fui essas Coca-Cola toda na cozinha e precisava de aprovação e isso ajudava o relacionamento a afundar mais rápido.
A maior dádiva que você pode conceder a alguém é a força e o poder para amar-te ou não. A separação gera indiferença, a falsa superioridade, a compaixão, é claro que tudo é relativo. Sabedoria é conhecimento aplicado. Qualquer um pode olhar para o passado e dizer: eu teria agido de modo diferente.
Fico meio sem jeito em viver sem harmonia, ser intolerante, magoar as pessoas e vê-las como desiguais, ser o sonho de consumo de alguém, preciso respeitar as outras pessoas e o caminho que elas estão seguindo.
A humanidade não evoluiu em seus instintos mais básicos, somos egoístas, percebemos que sorrimos como bobas quando nossos desejos são atendidos, compreendemos os conceitos básicos de uma sociedade civilizada, quando a aparência não tem a menor importância.
Os governos deveriam ser a consciência do povo. É através deles que o povo tenta mudança, mas ele vai me arrumar um emprego, emprego pro meu filho, ou me trazer algum benefício eu não estou nem aí para o coletivo. Fico arrasada com esse tipo de pensamento.
Algo terá que ser novo se vocês quiserem que o mundo mude. Encara tudo como se fosse uma questão pessoal, por favor, não pise nos meus calos, é melhor irmos logo com isso.
O mundo anda tão estranho, cada um pensando em si, cada um se preocupando mais consigo, em conservar os seus cargos do que nada ajuda a população, tudo que eu penso faz reflexo do que decido para mim mesma.

Madrinha de Crisma da Ex-Cunhada

Jamais será possível experimentar realmente aquilo que o outro sente, mas dá para experimentar aquilo que sentimos com as demonstrações de afeto do outro.
Desde quando ainda estava casada recebi o convite de ser Madrinha de Crisma, as exigências do “cargo” me faz refletir bastante como ser humano, como alguém que pode preencher áreas não preenchidas, como aconselhar no amor, no serviço à igreja, falar sobre o esqueleto da vida...
Quanto mais o tempo passava, mas a certeza de que eu seria a madrinha, o convite continuava de pé, mesmo a proximidade não sendo tão intensa. Confesso que tenho apego e sentimentos por muitas pessoas ligadas ao ex. Confesso que elas não se separaram de mim e nem eu delas.
A princípio achei o convite imaturo, sem necessidade, depois achei o convite inocente e puro, aquele vindo do fundo do coração. Eu aceito bem a minha realidade de divorciada, aceito bem a condição de que meu ex-maridex não quer me ver nem pintada de ouro. Não entendo a sua revolta, não fomos o casal mais civilizado do planeta, mas também não terminamos nos odiando. O ódio da parte dele veio depois, veio com o arrependimento que ele disse ter.
É por esse motivo que, quando a dimensão afetiva vem a faltar, a gente não sabe como agir. Por outro lado a minha proximidade com a ex-cunhada não me aproxima do ex. Ele não frequenta nenhum ambiente que eu esteja, não existe a experiência do contato. Por mim não teria problema porque no fundo o quero bem. Desejo felicidades, desejo até que ele seja tão feliz quanto eu.
O amor se espalhou como mágica, a relação é de tia e sobrinha, e eu me mantinha entre o amor e a mesquinhez porque de alguma forma me afetava o fato de que a minha presença o ausentasse.
Eu não apareço muito na galeria familiar, não sou tão próxima como gostaria, eu não sei se ao certo consigo lidar totalmente, mas percebi que falar que eu não podia ser Madrinha causaria uma grande mágoa e quase um crime. Foi sob esse prisma que eu aceitei.
Aprendi que precisamos valorizar, todos os dias, quem amamos e principalmente quem nos ama e tem admiração e respeito por nós.

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Quem eu sou? E quem escolho ser?

Não dava valor ao que tinha, vivia comendo doces, era difícil ver o doce como algo tão danoso, às vezes o melhor modo de amar e ajudar uma pessoa é deixá-la em paz ou dar-lhe a chance de tentar ser do jeito que ela é.
E o que o doce e o amor têm em comum?
Às vezes se acredita que uma pessoa está realmente tentando ajudar outra, mas na verdade ela está apenas alimentando a vontade de comer doce sem se sentir culpada.
A dificuldade é que bondade, justiça e questões morais não são políticas, pagar mais barato pelas coisas era algo que envolvia riscos, pensar só em si destruía a Moralidade. Era preciso impor e promulgar uma lei “amem uns aos outros”.
Sou do tipo que falo de maneira automática e casual, a legislação não é simplesmente uma concordância a respeito do que é certo e errado, tem umas infinitude de mãos abanando, tentando inutilmente ter suas necessidades mais básicas atendidas.
As leis que proíbem assassinatos, fraudes, danos é mesmo um avanço, fico trêmula só em pensar que é preciso proibir coisas tão óbvias. Que tipo de glória é obtida quando ela é atingida à custa dos outros? Cheguei ao limite do nojo, como posso viver na dúvida ou sem compaixão?
Não desejo coisa alguma, tenho preferências, mas não necessidades. De vez em quando meu humor dita o clima, às vezes acho que o mundo não evoluiu e ainda opera com uma mentalidade primata, outras vezes desfaço-me de desculpas acerca das diferenças, dos sinais sadios de individualidade.
A gratidão suplantada pelo medo, mesmo quando eu lhe apresento uma opção, uma ideia, uma opinião, você não tem toda a vida para concordar ou discordar, tudo é um processo de recriação, hoje pode, amanhã não.
Eu me sinto inconveniente e culpada, uma nova pessoa por dentro e por fora, detesto a ideia de enterrar alguém, eu me reconciliei não só com quem eu era, mas com quem sou e com quem quero ser, desanimo com facilidade e preciso acreditar na própria capacidade de hora se de um jeito e poder mudar a qualquer momento.

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Um público tão grande de eleitores em potenciais

Eu revesti esse desejo de uma forma cruel de aversão, minando cada vez mais a possibilidade de me misturar aos outros políticos, tinha gestos de gentileza, não comprava votos e não fazia alianças.
O meio era sujo, envolvia as pessoas que eu mais amava, minha família, tudo era especulação, mentira. Eu ficava cada dia mais pálida e magra, não parava notícias mentirosas e caluniosas que difamavam meus entes queridos.
Eu estava no extremo, cansada, com pressão familiar de um casamento quase desfeito, o marido insistia: “esse campo não é para as pessoas honestas”, um amor real no ápice da crise por ideologias de um mundo melhor e mais justo.
Só estou tentando ajudar o país, isso me parece importante. Não quero ser paparicada, incluir datas comemorativas, quero apenas dar dignidade as pessoas, construir uma imagem que o bem ainda é o melhor caminho.
Seria um consolo ter alguém ao meu lado lutando comigo, mas pelo visto tudo parece utopia, o amor pela causa social parece não ser de verdade, até os mais íntimos parecem não conhecer o que eu quero de verdade.
A minha vida não dava uma história bonita, nasci rica, sem competição, não fui órfã, minha infância não foi sórdida, desumana, tive todo cuidado e atenção, tive amor, não precisava “perder”. As influências do dinheiro sempre me ajudaram.
Eu não era um bom político, era generosa sem exigir nada em troca, tinha o homem dos meus sonhos, era limitada e cheia de virtudes trazidas da criação, por várias vezes externava o que sentia, sem me preocupar, ferindo os interesses partidários.
Sabia que apesar de todas as crises, sempre teríamos um ao outro, mesmo em um curto espaço de um ano tivemos brigas frequentes, nós jamais abandonaríamos o barco que nos comprometemos a navegar.
Cresci num contexto de muitas exigências, fui educada para entender as fragilidades do mundo, minha vida era uma gangorra entre alívio e desapontamentos como toda e qualquer vida.
Eu só queria mudar o mundo das pessoas, mas está tudo tão corrompido, tão desacreditado, não nojento que talvez a forma que eu possa mudar o mundo é mantendo relações justas, sinceras, incorruptíveis.

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A mulher divorciada precisa:

· Manter a mente aberta e estar disposta a conhecer pessoas novas
· Ser autoconfiantes para viver sem eles
· Ser feliz
· Renunciar ao seu apego ao passado
· Ter carisma e coração
· Fazer por merecer
· Deixar de ser infeliz por coisas imperdoáveis
· Nunca se meter numa roubada
· Reprimir amor que faz você sofrer
· “Ir longe demais”
· Desejar o mundo
· Amar cada pretendente
· Torcer pela insensatez
· Evitar incertezas, brigas, distâncias e falta de comprometimento
· Se importar com as pessoas que amamos e nos amam, nada mais importa
· Despedir-se da geração do “pra sempre”
· Entender que a união de fortes e fracos não sobrevive
· Saber que o relógio biológico para de repente
· Se refazer em minutos
· Saber que incertezas vão acontecer
· Economizar dinheiro, palavras, sentimentos
· Viver sem "formas"
· Encarar o mundo lá fora
· Sintonizara relação entre duas pessoas
· Razão de existir e compartilhar a vida
· Acreditar em cada palavra
· Ser imparcial
· Evidenciar que o preço para estar só é alto demais
· Comer feijão preto, azeitonas, cebola, alho e tudo que quiser
· Traduzir palavras melosas
· Agradar as pessoas amadas

Feliz Natal

Natal é nascimento e quantas coisas boas deve ser nascido em nós, quantos desafios teremos que enfrentar nesse novo ano que vai chegar, algumas perdas pelo caminho... Não podemos nos limitar a existir, temos que fazer diferença no mundo e renascer em cada Natal é essa a grande oportunidade.
A impressão que dá é que estamos envelhecendo rápido demais, que o tempo anda acelerado, voando... Então vamos basear a vida em boas intenções, em gratidão, em ajudar o próximo.
Amo Natal, curto estar ao lado de cada um que dividiu minha vida o ano todo, considero uma data muito especial, é o aniversário do menino Jesus, a nossa referência de Amor.
Agradecida pelos relacionamentos aprofundados com meu pai, minha mãe, meu namorado, meus tios, meus sobrinhos, meus irmãos, meus amigos e meus colegas de trabalho. Como essa convivência me enriqueceu e me aproximou do Amor.
Peço licença a qualquer outro sentimento de menor importância, hoje quero voltar as minhas atenções para o Salvador, para o menino que nasceu que transformou as nossas vidas, que nos enche de ensinamentos incríveis, que nos dá um norte.
Faz parte do pacote “amar a todos”, até aqueles que não simpatizo, os chatos, os injustos, os que te prejudicaram. Amar a todos é uma regra sem exceção e isso nos ajuda a limpar a alma, nos ajuda a entender que a gente erra com os outros assim como erram com a gente.
Sinto-me abraçada nessa data, assumo com excessividade a intimidade com o divino, boto para fora a reflexão sobre o respeito e a admiração, medito o que move a minha vida há muitos anos e revelo aqui: crescer como ser humano, melhorar a cada ano.
Percebo um apanhado de questões não resolvidas, minhas rabugices desnecessárias, as alterações de planos, as intolerâncias que afetaram o convívio.
Trata-se de você com você, hoje mais do que nunca, o ser humano deve ser capaz de pensar de novo, renovar-se, enxugar as lágrimas, anular as tensões e os ressentimentos, ser uma pessoa satisfeita com cada ciclo, com cada oportunidade de Ser Natal Todos os Dias.

Inserida por Arcise

Andei pensando alto e me vi em vários aspectos da minha vida com peças danificadas, e percebi claramente a importância de fazer manutenção do meu espírito, dos meus projetos, dos meus sonhos, da minha vida e das minhas amizades. Colocar para reciclagem alguns itens, jogar fora outros, reutilizar outros. Customizar e aperfeiçoar algumas amizades e porque não jogar no lixo tudo que não me serve como objetos, sonhos, projetos, pessoas. Não me serve alguém que só enxerga meu lado negativo, alguém de palavras venenosas e pessimistas, alguém que não é meu amigo, não é íntimo, mas faz questão de estar por perto para agourar o meu progresso. Já tive muito receio de excluir pessoas da minha vida, já tive receios de ser injusta, mas porque eu deveria insistir em estar próxima de pessoas que só me fazem mal, de pessoas que só abrem a boca para dizer que eu estou gorda, magra, com dentes amarelos, tortos, egoísta. Porque eu devo ficar junto de pessoas que nasceram para apagar a estrela dos outros? Porque eu devo ficar perto de gente que me torna fragilizada e infeliz?
Bem vinda ao mundo dos descartes, da intuição que contrabalança entre a utilidade, o vínculo, o afeto, a credibilidade e a inutilidade, crendices tortas de que devemos ser sempre boas e doces mesmo que o preço a pagar seja bombas de dinamites que minam seu ser.
- Arcise Câmara

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Desde que nos tornamos adultos, o Natal é o aconchego da presença, o jantar em família, o rezar unidos, o externar gratidão. Não ganhamos e nem damos presentes, não fazemos amigo oculto, não há nenhuma preocupação com compras de Natal, além da comida para nós e convidados especiais. Natal passou a ter um significado valioso e essencial, passou a ter a atmosfera do: te amo, gosto da sua companhia, sou grata a ti, obrigada por esse ano. Passou a ter o real significado do renascimento. Passou a ficar forte na consciência. A cada Natal um propósito, a cada Natal a certeza do pertencimento, da busca pela luz, pelo divino que nasce dentro de nós e deve ser levado ao mundo.
Feliz Natal!

Precisamos aprender a não julgar, ser imparcial, não se importar com o que dizem, o que vestem, como se comportam, mesmo que isso nos atinja de alguma forma, porque geralmente arranham a pele certos comportamentos, mas esses arranhões são projeção, é a exacerbada vontade de que o outro se comporte segundo as convenções, segundo a nossa maneira de viver. Sim! O outro tem que pisar em ovos por minha causa, tem que saber que com atitudes pares ele me desrespeita, tem que se colocar no meu lugar. Tem que estar disposto a se curvar diante do meu eu, do meu pensar, do meu retroceder.
Isso é parte da minha característica sonhadora, do sonho de que antes de tudo é preciso cautela, se estou usufruindo dois espaços, alguém fica no aperto, se estou com mais, alguém tem de menos, se erro, alguém se machuca ou é prejudicado.
O trem não pára, a vida segue, as estações mudam e se transformam, hoje é mais quente que no verão passado, amanhã menos frio que no inverno anterior.
Procurar entender o outro. Procurar olhar com os olhos do outro.
A gente também se julga, se acha gorda, incapaz, de sorriso amarelo, dentes tortos, baixa, falastrona, esquisita e egocêntrica. Tem muita gente que nem vê os nossos defeitos, a gente é que aponta, faz questão de alardear.
A gente se acha menor, ridícula e chata no comportamento, se acha incapaz de dar certos passos, às vezes até de caminhar com tranquilidade, mas o pior julgamento é sentir que mereceu a humilhação, o assédio de toda espécie, a porrada, as agressividades. Não se julgue merecedora de barbáries, de delinquência, de atos covardes de coronelismo, não permita que ninguém destrua sua autoestima.
O julgamento soberbo também não tá com nada, aquele que eu me julgo superior, melhor que outros mortais, caracterizando-os como seres de subespécie, discriminados por ser pobres, pretos, velhos, mulheres ao volante, aidéticos, homossexuais.
Não podemos tratar todos como iguais, o filho do meio não tem o mesmo temperamento do filho mais novo, ou do primogênito. São características diferenciadas, são como os dedos que pertencem à mão, casa um de um tamanho, com uma função. O seu amor não é igual ao seu primeiro namorado, naquela época despreocupada em que aparentemente não havia brigas.
A grama do vizinho não é tão verde quanto aparenta, é a pose do estamos-sempre-felizes. Pára tudo! A vida é cheia de recomeços. Felicidade 100% a todo o momento em todas as áreas non ecxiste! Pode até ser que você seja 99,9% feliz, mas vai ter sempre um calo, um arrependimento, um jeito torto de responder, uma preguiça, a avareza ou alguns dos outros 5 pecados capitais.
O julgamento não compensa, acho que é a raiz de muitos problemas, o engessamento das nossas capacidades, o foco nos defeitos alheios, os entraves dos relacionamentos afetivos.

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Enfrentando algumas decepções

A minha história é complexa, quer ouvir? Primeiro tenho que começar falando que mesmo com tudo que aconteceu estou disposta a conhecer homens que valham a pena quando a oportunidade se apresentar.
Sei que é uma meta muito ousada para quem sofreu horrores ou para quem amou sozinha, sei também que não havia nenhuma cura mágica, inteligente ou elegante. Quanto mais gostava dele, mas facilmente me magoava com suas atitudes.
Dei um passo atrás e me tornei observadora da própria vida, caramba que cansativo, que vida chata, como alguém consegue viver tão egoisticamente? O mais engraçado é que parecíamos estar emocionalmente próximos, mas éramos dois infelizes.
Puxa a cadeira que tem uma quantidade excessiva de informações para te contar, eu sei que todo relacionamento representa uma grande oportunidade de aprendizado, que tudo que acontece tem um motivo, mas tudo era tão comum.
Eu não quero mais ouvir que é da natureza dos homens trair, eu não quero ouvir que mulheres refinadas fingem que não sabem do caso amoroso do amado, eu não quero ouvir que bom gosto não se discute e que ele só está se divertindo.
Não vejo você feliz, não acho as conselheiras amorosas felizes no que dizem, muito menos no que vivem. A vida é difícil e nem tudo é como queremos, mas respeito não cabe em qualquer lugar? Ou estou errada?
Meu coração não é de pedra, não tenho habilidade em discutir, mesmo que eu tente explicar ele não quis ouvir, a culpa era minha. Vê se pode? A distancia aumentou e a intimidade chegou no grau zero, fui desapegando desse amor romântico.
O meu ex se chocou ao ver que eu sobrevivi e estou até mais bonita e mais feliz, o casamento simplesmente acabou por falta de manutenção, eu me sentia insegura e rejeitada e esse foi o motivo do fim. Posar de feliz sem ser fere todas as minhas expectativas novelísticas.
Eu aceitei que poderia não amá-lo mais e o meu coração foi generoso em olhar para outros campos emocionais não menos importantes. Em geral o narcisista e egocêntrico do meu ex não se preocupou nem um pouco com a maneira como o comportamento dele me afetava até que um dia deixou de afetar.

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O que mais leio no Whatsapp: demorou para responder. Ah amores, acostumem-se não levo celular para o almoço, nem para dormir, muito menos para o banheiro, ah e não vivo em função dele. Meu celular não é carente!

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Abre mão de toda a gama de possibilidades

Por mais que disséssemos: “gostamos de você”, a depressão não queria ouvir, até o ato de comprar ficou de escanteio, eu estava a par da situação, sabia que a depressão é prima-irmã da ansiedade e do suicídio.
A gente sempre acha que não pode fazer nada além do que já faz, parece incabível ninguém ter fome de viver, parece desnecessário deligar-se emocionalmente e fazer o sopro da vida ficar inexistente.
Briguei, precisava selar as pazes, estava me sentindo com um ar de superioridade, queria dar lições de moral, estava preocupada em processar que não devemos virar as costas e ir embora.
As mulheres valorizam a intimidade emocional, as mulheres tem mais depressão que homens, as mulheres cometem menos suicídios. Homens cometem por desesperos financeiros ou ciúmes, mulheres por doenças ou por qualquer coisa. Ambos doentes na alma.
Não é uma forma de vida ser infeliz, não é uma prática diária da arte de viver saber lidar com as emoções... A vida é sua, mas as consequências são de todos nós. A gente se trai quando afirma isso com todas as letras, fica um pouco insustentável quando percebemos que nenhum relacionamento nos dá o amparo emocional para continuar vivendo.
Não existe compromisso ou o comprometimento, a sensação não é a mesma, ninguém fala que é proibido se matar, ninguém consegue dar ordens ao nosso imaginário, somos individuais nas decisões.
Parecia que eu estava sob escolta policial, uma sensação de alerta intermitente, inquietações que me faziam mudar as táticas, eu deixei de amar, deixei de admirar, te reconheço doente, me importo, mas não posso ser sua muleta.
Quando o compromisso e a intimidade estavam presentes parecia tudo mais fácil de contornar, agora tudo parece pena, compaixão, não pareço superfofa ou mão-aberta, sou dependente, controladora e dominante. Sou a tua salvação e isso mexe demais com a minha cabeça.

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A bolsa senta

Faz tempo que queria falar sobre esse tema, ocupa-se a cadeira com a pessoa e outra cadeira com a bolsa e nunca perceber que tem pessoas em pé necessitando de cadeira, isso serve para sofás, bancos e afins.
Quando a gente vai para o cinema a gente pula uma cadeira depois de duas cadeiras ocupadas e fica de olho se tem cadeira sobrando para eu escorar a bolsa.
Eu não sei se a bolsa é um medo de gente, a bolsa me protege, a bolsa me isola, a bolsa me dá um certo espaço, ou se é falta de altruísmo mesmo, falta pensar no outro, falta gentileza, falta um olhar mais simples.
Guardar lugar também acho uma coisa tão desigual, o outro chega tarde e senta, já eu que cheguei primeiro tenho que ficar em pé porque tem bolsas guardando lugar. Tudo bem, é legal ter companhia ao lado, fazer gentileza para amigos, fazer favor, mas acho injusto.
A vida é injusta mesmo.

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Dá pra ver quem tem um grande coração

O mar devolve tudo que a gente joga nele, às vezes vivemos de expectativas irrealistas, a gente repete de certa forma o que aprende, o que lê, o que toma como exemplo.
De alguma forma bloqueio preconceitos, traumas, ansiedade, desconfortos. De outra forma sou intensa, apaixonada, chorona. Dou relevância a pessoas que não me valorizam.
De repente, nem julgo nem condeno, tentando entender o mundo. Era bocuda, contava tudo para todo mundo, só me reservava para as coisas mais amplas tipo: o casinho de alguém, a puladinha de cerca da sicrana, o relacionamento fracassado que tentava consertar.
Tornei-me a moça depressiva, a que não liga para os pais, que usa as pessoas que lhe querem bem, que expulsa o bom senso da vida, que atrapalha a própria felicidade.
A gente nunca conhece de fato o mundo, nem as pessoas, nem as coisas. É tudo sob nossa percepção, ligado a tudo que nos azucrina. Quem não conhece o homem que só percebe que ama depois que perde.
Viver é um obstáculo cativante, carismático, articulado, divertido, inteligente e irônico, viver traz a sensação de que falta alguma coisa, que gratidão não é dívida, que nosso patrimônio imensurável é o coração.
Por que estou tão descontente com a minha vida? Com a falta de atenção? Com o me sentir fanfarrona e divertida sem nada para dizer, tentando adaptar-me ao mundo dos desejos.
O verdadeiro amor não busca poder, sabe ser gentil, honesto, fiel, sabe se preparar para o natal todos os dias. Reza a lenda que não existem garantias, a lenda está certa, as origens dos relacionamentos apontam para esse fato e assim do nada, lembrei que somos apenas bons amigos.
Procurei atingir o melhor de mim mesma, dividi a vida em passado, presente e futuro, mantive o amor vivo com grande esforço, com talento singular e uma maneira única de expressá-lo. Eu sei que tenho um coração gigante, mas nem sempre esses detalhes são importantes.

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Trata-se de uma promessa vazia

Quantas vezes eu prometi algo que não cumpriria? Quantas vezes lutei por uma aparência mais jovem e 100% natural? Quantas vezes me desequilibrei nos meus limites?
Muitas vezes a gente pensa de uma maneira e age de outra. Eu não conseguia fazer nada sem me organizar minimamente, eu nunca atentei as consequências dos meus atos, nunca fui de agir de forma mais segura e espontânea.
Procurei amor nos lugares errados, procurei dentro do outro, fui desmistificando as fraudes, fui observando quem merecia estar comigo apesar de tudo, fui pensando no “tem que ser assim”, ou “vai ser assim”, ou no “sou dona de mim mesma”.
Muita gente me amou na época errada, na época em que eu não sabia dar valor aos instantes de felicidade. Muita gente eu amei sem filtros, fazendo vista grossa para certas covardias e transgressões.
Às vezes eu entrava na vida da pessoa, virava de cabeça para baixo e não pensava em ninguém, apenas em mim mesma, tínhamos brigas terríveis por motivos triviais, não pensava em casar, só usava o tempo ao meu favor e alguém sempre tinha que se adaptar.
Acho que a minha responsabilidade era garantir a experiência positiva de um relacionamento fugaz, aquele relacionamento que você não quer ter ao lado, um amor sem paciência, sem vontade de construção.
Parecia um estilo de vida ferrar os amores, a felicidade não era vivenciada em conjunto, ninguém tocava no assunto, parecia que estava tudo bem, mas só estava tudo bem para mim.
Depois eu me reinventava e desistia, era muita infelicidade namorar um bicho do mato, alguém sem conhecimento do verdadeiro amor, do equilíbrio, dos exercícios difíceis de manter relacionamentos duradouros.
É assim que a gente conhece as pessoas, a gente sabe até onde pode ir, a gente ignora porque sabe que vai dar certo, a gente não tolera a carência dele por muito tempo.

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