Antonio Montes

551 - 575 do total de 876 pensamentos de Antonio Montes

SAGACIDADE

A casa onde nasci...
Não tinha calçada
água encanada
não tinha escada...
Nem apito de nada.

Não tinha pinta, nem tinta
mas tinha um trilho
que levava a cacimba
e logo abaixo a bica fresca...
Tinha nascentes de água.

A casa onde nasci...
Tinha um terreiro, só p'ra mim
... Ali eu rodava pião!
Pulava corda e amarelinho
n'aquele tempo tão bom...
encanto sem televisão.

Um cantinho na saudade
da toalha colorida
Aquele cheiro de café!
aquela essência de vida...

O lugar onde nasci
é um canto na verdade...
lembranças, com encanto!
Verdade, com sagacidade.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

ILHAVO PARDO

N'aquela entrevista da revista...
Tudo, estava a vista!
O relapso da exposição
o fiasco do ponto tonto
aquele jeito todo feito
da vista d'aquele artista.

Nos moinhos do mundo...
Tinha pista do rascunho,
no ilhavo e desconchavo
na tinta sobre o branco,
o bravo com seu entravo...
E o brado, impondo punho.

O brando, todavia vencendo...
O desencanto talhou a vontade
em todo pranto, necessidade!
Um trisco cheio de rabisco,
tudo estava em seu canto!
O plano em pano branco
e o mastro expondo verdade.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

APOS ESCURO

Não interessa o quanto
a noite seja tenebrosa;
quando o dia amanhece...
O sol aparece,
e com sua luz majestosa...
Irradia poesia de alegria
e prosa.
Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

AFAGO DAS ASAS

Sempre existirá oceanos,
se saciando com os pássaros
... Isso, sem sair do lugar!
Enquanto longe de mim...
A felicidade, aterriza em suas
horas... Momentos de angustia,
permeiam o meu coração,
e meus sentimentos...
afogam-se em solidão.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

POR DO SOL

Essa luz, que brilha e me ilumina
de sedo, meio dia e ao por do sol
me assina essa sina é a mina rima
minha esperança, meu alvo farol.

Pinta as cores de todos meus dias
e as flores do meu verde jardim
espanta a minha sombra e agonia
e acalanta, essa tristeza em mim...

Meu por do sol, oh meu plainar!
Aconchego dos sonhos meus
amanhã, traga-me o meu amar.

Volte meu rei sol, com minha luz
me faça feliz, sorrir e cantar
não deixe, apendicular meu chorar.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

MUNDO OVO

Meu cavalo corredor
pelos trilhos, pelas tardes
vai marchando ao por do sol
para matar as saudades.

Todo dia voa aos ventos
galgando seu arrebol
entrega-se aos sentimentos
no tempo do por do sol.

Vai cavalo em sua chama...
Chamegando de paixão
pela poeira, pela lama
com fogo em seu coração.

Cal vague em seu por do sol
em cada noite um dia novo
disfarça do povo o anzol
nesse nosso mundo ovo.

Antonio Montes 2

Inserida por Amontesfnunes

CARREIRA E PONTO

Uma carreira na asneira e ponto,
ponto tonto, ponto a ponto...
Ponto, que me atonta tanto!
Na fila da feira, derradeira
com fieira e sal na moleira.

Como peixe... Não me deixe!
boiando n'essas águas...
Chorarei tanto, pelos cantos!
Aquebranto minhas lagrimas,
solidão me extravasa
e me vejo em pranto.

Há quem diga...
Que na briga, se cedilha
cê na ilha, de barriga p'ra cima
... Entre parentes inocentes
gente; reticência descontente
vento venta, você inventa
sua venta, seu auto-estima...

Vou de circo, circunferência
rabisco pausa e conjunção
posso exclamar interrogar, virgula!
Moldar o verbo, me pego cego
pontuar no travessão
quem sabe, ponto p'ra parar
essa tônica no tempo bom.

Eu aposto, apóstrofo filosófico
desemboco grave, esse trema til
no prefixo circunflexo desatina
vou de agudo, tônica e vocal
então me avexo, virgula!
Hífen e três pontos informal...
Tonto mastiga e ponto final.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

VAIDADE DE PEDRAS

Uma vaidade de pedras
em suas cidades... Saudades!
Futuro como concretos esvoaçados
fumaças, em suas janelas e varandas
calçadas, paredes e abobadas, pinchadas
deturpação dos silêncios corrompidos
almas na fila das reclamações...
Jazidos de cerâmicas combalidos.

Cidades, pedras duras feitas e naturais...
Seus retos, retângulos seus restos
banners e ângulos, ótica da caótica torta
seus triângulos losangos, orangotango
e suas estatuas esboçando tangos
loucos sem planos, bocas sem rango.
mundo de enganos,
tempo arrastando seus preciosos, anos.

Cidades... Suas verdades
veredas cheias de placas
suas celas de pedras
seus confortos de latas.

Cidades, pacas e opacas
enveredando-te...
sob os muros das desgraças

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

UMA PEÇA

Menino... Deixe de ser mofino
Pegue aquela sua bicicleta
saia por aquela rua e vá, vá lá,
no auto-peças, chegando lá...
Fique calmo, não se estressa!
Peça uma peça d'aquela terça
e uma cesta para colocar caneca.

Aproveite e compre um leite
leite alvo, natural da vaca....
Vá logo bichinho, não se queixe!
cuidado com a chuva, desvie das poças
pedale do jeito que você possa
esse caminho da roça, esta uma joça.

Vê se apreça em seu mandado
não pregue, nem uma peça...
É por essa estrada reta que passa
aquele trilho esta com, inhaca
e volte logo, para evitar uma taca.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

CAMINHO AO PASTO

Ao caminho para o pasto
achei marcas de pés de ratos;
Eu acho...
Estava sobre a terra molhada
na qual, aqui ali, poças d'água
... Uma vez e outra, por espanto
pulo de sapo, e sobre a lama...
Rasto de gado e de gato
entre, muitos outros rastos.

Não pude deixar de observar...
Rastos de botina, tamanco e sapato
E, em uma certa poça de lama
nadava com suas penas
um belo velho pato.

Ao caminho para o pasto
dei de cara com a saudade...
Tempo que pastos, eram mato
e homens, falavam a verdade.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

CAMINHO AO PASTO

Ao caminho para o pasto
achei marcas de pés de ratos;
Eu acho...
Estava sobre a terra molhada
na qual, aqui ali, poças d'água
... Uma vez e outra, por espanto
pulo de sapo, e sobre a lama...
Rasto de gado e de gato
entre, muitos outros rastos.

Não pude deixar de observar...
Rastos de botina, tamanco e sapato
E, em uma certa poça de lama
nadava com suas penas
um belo velho pato.

Ao caminho para o pasto
dei de cara com a saudade...
Tempo que pastos, eram mato
e homens, falavam a verdade.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

CARRANCA

Oh vida!!!
Porque escolhesse à mim,
se outrora antes d'eu existir...
Eu nunca soube nada de ti!
Agora que nasci...
Nunca sei por onde vais
nem atino o meu existir!

Vida, vida, vida...
Do que adianta esse pensar
no caminho, por onde ir
se na verdade eu não sei o certo
o meu estar, por aqui?!

Vida, oh vida...
São tantas penas mancas!
Que a minha pena,
é apenas, mais uma pena
articulando uma manta;
que amarra e alavanca...
Essa velha e frágil, carranca.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

FOLHAS SECAS

As folhas secas
despencam sobre a sua calçada
de concreto asfaltada.

Folhas que serão pisadas
afastadas com sua vassouras
ou varridas junto aos ventos.

Folhas que te deram. ar sombras e frutos
te deram saudades e flores
até brilharam seus olhos de amores.

Hoje ensacadas, sem alentos...
São colocadas em uma lata de lixo
levada pelas enxurradas
ou pela degradação do tempo.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

FOLHAS SECAS

As folhas secas
despencam sobre a sua calçada
de concreto asfaltada.

Folhas que serão pisadas
afastadas com sua vassouras
ou varridas junto aos ventos.

Folhas que te deram. ar sombras e frutos
te deram saudades e flores
até brilharam seus olhos de amores.

Hoje ensacadas, sem alentos...
São colocadas em uma lata de lixo
levada pelas enxurradas
ou pela degradação do tempo.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

RELÓGIO E SOL

Fora das sombras e da noite
o sol, em sua vil solidão...
Pendula-se em seu branco solidário
aquecendo seus dias, mantendo
vida e, sufixando seus amores.

Enquanto o relógio por ai...
Com seus braços e suas torres,
suas paredes, e seu tic, tác...
Não conta o tempo,
não mede momento, mas com
suas marcas, demarcam seus dias,
separam seus meses...
E ainda, arrasta seus planos,
empurrando a sua idade
contra as rugas dos seus anos.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

CERCA NO AR

O boi, não voa
a vaca... Não voa!
Mas tem cercas no ar,
quase, quase...
Aonde aviões podem voar.

Arames farpados...
Fios elétricos,
cachorro que ladram
para que, ninguém possa entrar.

Filho... Nada de bom dia!
Nada de boa tarde!
com estranho, nunca!
Nunca se pode falar.

Boi, não voa...
vaca não voa!
cachorro não fala
mas ladra em seu cercado
só para te acordar.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

SE PERDE

Se perde logo ao nascer
na vida que se dissipar
na criança de você
em palmadas que ínsita.

Se perdeu quando andou
com seus passos e passadas
pisou falso e escorregou
perdeu-se na encruzilhada.

Na vida jovem, nas jardas
perdeu-se para não morrer
e p'ra sanar a fome da casa
esqueceu-se de se perder.

Perdeu-se nas águas do norte
carregada da cacimba
caneca no fundo do pote
mata sede com a moringa.

Se perdeu querendo achar
o rumo leve da vida
na tarde que levou chorar
com a partida perdida.

Perdeu-se por um acaso
no causo alto dos planos
o mundo ficou em arraso
no juntamente dos anos.

Perdeu-se em sua subida
para o alto pico do estima
depois perdeu na descida
sem se encontrar com a rima.

E quando tentou voar
se perdeu em meio aos ventos
e embrenhou-se nas feridas
feitas pelos sentimentos.

Perdeu-se na serenata
com olhar pela janela
nem de perto não pensava
que seu reinado era d'ela.

No caminho para o trabalho
se perdeu na profissão
depois, disputou a fila
com toda fé dos cristãos.

Perdeu-se em sua junção
de amor pela promessa
e enterrou-se na solidão
distanciou-se da quermessa.

Um dia perdeu o voou
antes mesmo de voar
chorou pelo seu amor
sem ter tempo de amar.

E na estrada da vida
perdeu o jeito de viver
estava ela, tão colorida!
Quando perdeu p'ra morrer.

Saiu perdendo em tudo
até mesmo p'ra ganhar
nunca cismou que o mundo
se perdeu para chorar.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

POETISA COM PIOLHO

A poetisa... Lá da serra
joga palavras aos ventos
e juntos as suas entrega
as palavras lhe escorrega
e sem ter trava na língua
embola ai, os sentimentos.

Um dia os poemas deitaram-se
como se estivessem de molho
seus cabelos com seus charme
aos ventos pediram socorro!
e a poetisa em seu entrave
coçava os seus piolhos.

Meche molho, coça poema
coça o mundo na cabeça
nos dias de sexta a sexta
a poetisa ainda pequena
coça piolhos serena
e espera que vida cresça.

Vai coçando a sua ância
e enquanto o tempo inferniza...
Coça o tino do pensamento
e no coça a coça desatina
enquanto os piolhos d'ela...
Lhe traz poemas com rima.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

COÇA POEMAS

A poetisa coça rumos
coça a cabeça e piolho
coça, poemas da vida
poesias e desaforo.

Tilinta a chave do mundo
com suas frases projetadas
abrindo, fechaduras de tudo
como se não fosse nada.

Poetisa coçadeira
já coçou também o amor
e n'uma carta derradeira
se coçou com chororôs.

Um dia coçou a lua
para sorrir para o sol
e a lua caiu na rua
por cima do seu lençol.

Coça, coça poetisa
coça enquanto a vida coça
não esqueça de coçar
aquilo que tanto coça.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

NUNCA VIU ?

Quem foi que nunca viu um zaroio!
quem não teve piolho
ou nunca comeu um molho?

Piolho eu tive
zaroio eu vi de lado
e o molho, eu comi, disfarçado.

Eu vi o bem-te-vi que te viu
no trilho em que o vento sumiu
antes mesmo de partir.

Eu tive um molho de chaves, vivas
um olho molhando a ferida
antes da chuva cair.

Eu vi a saudade partida
sem tropicar sem dividir
laqueando o amor da vida
sob o tempo da despedida
sem direito de sair.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

FULGOR DA VIDA

Na madrugada escura,
de uma rua estreita...
Explode um pau-de-fogo
... E um grito, projeta-se, sobre...
O beco macabro, de um momento fúnebre,
marcando o ultimo tíc, tác de um peito
dilacerado.

Uma bala e duas lagrimas rolam...
E sobre o leito de uma dor finda,
o arrependimento tomba apagando
o ultimo fulgor, de uma triste vida.

Nesse ínterim...
Como se fosse lençol de uma branca
mortalha... Brada o silencio sufocado
sob, o ultimo sopro da estupidez...
E os olhos, se enchem de nevoa branca,
impregnado de frio e de tremor, de uma
alma, que nunca foi aquecida,
pelo fulgor da doce vida.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

TIC, TÁC, DO AMOR

Na ampulheta do amor
tic, tác, tic, tác
tic, tác vou subindo
pelo tempo...
tic, tác tic, tô,
o tempo passa
e eu vou...

Tic, tác, tic, tác
tic, tác, tic tô....
No tic, tác, tic, tác
tic, tác vou descendo...
Não me peça por favor!

Se eu vou no tic, tác...
Tic, tác, tic, tác
tic, tác estou vivendo
tic, tác, tic tác...
Tic, tác para o amor.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

BAY, BAY ARCO-ÍRES

Há centenas de dias, não garoa
a felicidade deu... Bay, bay ao querer,
não chove, e a densa cerração...
deixou de nos envolver,
partículas do ar, secaram e as nuvens
d'água... E essas, não cruzam mais céu,
nem as minas, das ires de você.

Dos rios o que sobrou, foi margens....
... Margens secas... Até as lagrimas dos olhos,
deixaram de existir.
Outro dia eu vi uma mãe, tentando chorar,
só para com as lagrimas do choro seu...
Sanar, a desidratação do seu filho.

A tempo, eu ouço que, a umidade do ar
se acabou, e tudo que nos restou foi seca,
eu vejo a poeira cobrindo as paredes das
casas e dos edifícios, vejo corpos secos,
cambaleando sob a sequidão do mundo
Vejo as crenças pegando racha,
disputando o pódio para galgar o paraíso.

O sol deixou de ser alvo...
Agora, ele se apresenta por de traz
de camadas: Vezes cinzas, vezes vermelhas,
nunca mais presenciamos a sua felicidade
através da sua alvura, o amanhecer perdeu-se
em meio a desilusão, e o entardecer, é apenas
um ponto demarcando a indecisão da
nossa esperança. O vento que um dia...
Abríamos as nossas narinas para que ele
nos soprasse vida, hoje usamos mascaras
para que ele não nos traga a morte.

O arco-íres desagregou do seu amor...
Nunca mais subiu aos céus para
demonstrar a sua cor,
a flora perdeu a sua vitalidade,
e as arvores sem seu verde,
deixaram de dar frutos e flores...
Para alimentar, o verdadeiro amor.

Hoje... Quantos sonhos para o futuro!
sendo que o futuro, outrora...
Fazia parte de uma pintura, que um
dia reinou no passado.

Todavia, tentamos fazer de tudo
para irmos morar no paraíso; fixo nas alturas
nunca paramos para observar que somos
os maiores parasitas planetário...
Nem nunca, demos o menor valor, muito
menos conta que vivíamos no próprio paraíso
terrestre.

Hoje pagamos pela estupidez da ganância
essa ambição insaciável, na qual...
Cobiçamos mais e mais, cada vez mais!
Agora tudo que podemos fazer é, olhar
e ver.
É uma pena que não podemos, retroceder.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

Como poderei dar,
uma flor,
ao meu amor!
Se o meu amor, é a
mais linda flor...

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

AMOR ROBÔ

Trocou o meu amor, por um robô...
Só porque ele canta, e te encanta!
Limpa a casa
lava louças e roupas
faz teu almoço, café
e prepara a sua janta?

Ouça-me...
Me ouça!
Ele tem calor sentimental?
Ele pode sorrir e chorar?
As vezes ele briga e se irrita
lhe dar adeus e vai embora?!

Ele, lhe tem amor...
Ele te ama como eu?
Ouça-me: Eu não sou maquina!
Tenho dores, tenho vontades...
Observo o sol a lua e a chuva
tenho opinião, ouço e choro
sinto alegria de viver,
não sou um ser obediente...
movido por teclado de comando.

Eu tenho vida e estou vivo
posso partir, mas se eu morrer...
eu morrerei te amando

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes