Antonio Montes

426 - 450 do total de 876 pensamentos de Antonio Montes

ESTRADA DAS FLORES

As flores da nossa estradas
já foram sorriso alegre,
felicidade cheia, maré cheia...
prata sobre telha, lua cheia
Toda cheia de integre.

... Visão de passos seguros
sem ter cercas, sem ter muros
Foram passadas com abraços
de braços, e as mãos dadas
carinho com pulsar de coração,
amanhã... Nunca! Não, não.

As flores da nossa estradas...
já inspiraram confiança
hoje são pétalas marcadas
pelos tempos das lembranças.

... Sorrisos atirados ao chão
como se fossem folhas caídas
um sonho do coração
hoje vagando sem vida.

São hastes murchas sem água
ressequirão do deserto
são como contos de fada
que um dia teve tão perto.

As flores da nossa estrada
sem nosso brilho se acabou
hoje não resta mais nada
d'aquele colorido amor.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

O DITO

No disse digo da vida
eu decide a partida
dizendo como dizer.

Foi editando o digo
que o dito disse aquilo
que não queria saber.

Esses ditos são dizeres
que ao dizer fica o dito
que disseram de você.

No dito por não dito
permeando meus gritos
tento eu compreender.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

OVO SEM COELHO

Se a Páscoa é pra pascoar
com patacoadas e bombons
se pode pascoar pascoa
se não pode... Coração
com toda essa patacoada
pascoar, pascoa acuada
pascoa simples da nação.

Se os coelhos de bombons
na Páscoa pascoarão doce
maioria do mundo pascoa
nesse dia de marrom
as portas em seus carnavais
todas portando sinais
do rascunho da paixão.

A pascoa já quase tosca
coelhos, ovos sem bombons
pelos montes e pela praça
há muitos sem aptidão
pra vários pirraça ou não
pra outros, água na boca
e lágrimas sem opção.

Pascoaria se pudesse
nesse meu mundo pequeno
pascoarei sim, com prece
pra escoar o meu veneno
um dia talvez pascoarei...
Coelhos no meu terreno.

Inserida por Amontesfnunes

UNHAS E DENTES

Quando eu arranco
as cutículas das minhas unhas...
Elas não me unham,
assim como não me unhava antes
... Com seus cotocos cortados
e seus cortados cutucados!

Mesmo assim...
Tão logo vem a anciã
e as dentadas desenfreadas
desencadeiam uma serie de tique
e com eles, as cutiladas nas unhas,
como se quisesse mantê-las na linha...
De uma, acabrunhada rua.

Para a ansiedade da anciã...
As unhas são como se fosses impunes
e como castigo da inquietação...
Cortam as unhas, já cortadas!
Pelos os tique das suas trivelas
e suas, incorrigíveis dentadas.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

ILUSÃO MOMENTÂNEA

A noite acabou....
Ressaca, ressaca de cachaça
foi o que ficou na lembrança
do nosso amor.

Agora, com a casa vazia...
e na sensação de liberdade,
a solidão abraçou o tempo
e ébrio... Eu me enterro
no sol dos meus sentimentos.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

UNHAS RUÍDAS

Unhas ruídas sem vida
foram ruídas, pela mordida
de uma vida, prensada, ruída.

Cutículas atiradas ao léu
por ansiedade contorcida
um voou, entre terra e céu
em tíc, tác de uma vida.

Unhas ruídas, sem vidas
por ato de compulsão
com desculpas das cutículas
mordem a paz do coração.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

FOI

Quem foi?
Quem não foi!
Se foi ele, se não foi
... Ele?! Porque foi?
Foi ou não foi...

Se foi, chegou
se não chegou, não foi...
Mas se foi, por onde foi?!
Foi por ai, por acolá...
Foi que não foi,
foi que foi...
Por lá, por aqui,
por todos os lugares
... Que se deve ir.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

NOVO E O VELHO

As novas, os novos,
não gostam...
Dos velhos, das velhas...
Mas as ruas, das cidades velhas...
Estão permeadas de:
Novos e de novas, felizes
e eles, riem de alegrias
de fazerem parte da cidade
e de verem, a velha
arquitetônica da cidade velha.

É com essa velha
é com esse velho passado
que se chegou ao novo
desse novo estado velho.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

AH PRIMEIRA TELA

Paixão ah primeira tela
se fosse ontem... Lá no passado
seria amor, ao primeiro olhar
... Olhar que desencadearia,
o infinito de amor dobrado.

Mas hoje...
Nessa hera da computação
a paixão vem pela tela
aquele primeiro olhar ao vídeo
um Crick um ampliar
é o amp's de um grande amar.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

MILONGA NOITE

Noite longa, de milonga trava
como bomba, recorda as ondas
... Cai as pálpebras e as palavras
de vida cingidas e difusas datas.

A voz, inebria no marrom do tempo
silabas voam sob tons dos sentimentos
a cada passo, uma passada dobradas
dúvidas voadas, sob o véu do pensamento
verdades em ventos, dissipadas sob nada.

Noite longa, em seus urros brada
e me ronda em suas, extensa onda
em sonho bons, sopapos me acorda
em tons carmins, pesadelos ansiava.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

SEI MAIS NÃO SEI

Eu não vou ficar aqui...
Protestando o seu trabalho
nas minhas horas de folga
tudo para que,
essas horas passem agora
pois elas se parecem mais
com o calvário das minhas horas.

Eu não vou ficar aqui...
Ouvindo palestra que não são, e sim...
O que são, são imposição de patrão
e cobranças a mim.

Eu já sei, eu já sei...
Eu já sei que com a minha
carteira assinada...
Eu nunca serei o que sei.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

EMARANHADO

Primeiros, rumores...
Depois estrondos dores e fumaças
e tudo que foi feito, se desfaz!

Nesse ínterim, a morte se apodera
dos escombros, e as lagrimas vivas...
Banha os seres que restou.

Tantos planos!
Tantos trabalhos por nada!
Tudo se dispersa através de algum tipo
de esquema político... A falta de esperanças,
os desesperos das goelas, e logo mais...
A avalanche de uma grande
e poderosa guerra.

A morte é pela paz...
Para o esquema... Morrer em a granel,
é apenas baixa ética, para um rumo
do caótico mundo, no qual, eles de
cima enriqueceram e agora, estão fora
de seus... Emaranhados imundos.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

BEIJO DO TEMPO

Beijo, beijo... Muitos beijos!
Quantos beijos com desejos...
Em tempo de muitos anseios,
os beijos nunca foi meio
e cobriam muitas palavras.

Hoje, à muito... Beijos poucos
com essa voz já quase rouca
nos lábios murchos da louca
nas bocas mudas das falas...
os beijos hoje embalam
a voz no tempo se cala
com a vida rumando ao nada.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

LIGA DA PONTE

Toda ponte...
Tem uma fonte d'água,
que por ela passa...
Toda molhada.

Toda ponte...
Tem uma liga, que me liga
que te liga, que ela liga...
com abraços e mãos dadas
... E suas passadas.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

ARESTA

Pelas ruas, passos, passadas apressadas
foram trocados por... aglomeração
e impedimento em hora do pique.

Que se piquem em sua pressa
que rasguem as suas promessas
de velho, de novo, disso dessa...
Sua testa, existe calombo, sem ovo
d'aquela para o mês que vem
derrubando-me em sua aresta.

Nem tudo esta mudado...
Ruas calçadas candelabros
feira ao tempo, de tempos passado
antes, clarão de lampião no fogo
grito no escuro, era rogo.

Hoje, LED, a energia elétrica
estampido nas sombras, zombam
balas perdidas que arrombam
tombam vida na avenida...
Olhos não viram, ninguém viu
para a família resta uma ferida.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

ONDA E MOLA

A onda ronda
por onde anda
a onda da moda
da moda que anda.

A moda manda
até de capanga
mesmo repetida
a moda da vida
um dia desanda.

A moda na moda
só anda na onda
na onda na moda
na ginga da mola
no tempo e na hora
na mola que amola.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

PRA VIDA INTEIRA

Meu pai... Nunca escreveu,
uma carta para minha mãe
analfabeto, não sabia escrever
também não era intérprete,
mas cantava linda canções de amor
todas direcionada p'ra mamãe.

Cantava meio fora de tom é claro
o forte dele não era cantar
mas cantava pelo amor cantava
pelo amar...
para minha mãe, ele sabia cantar.

Ele amava-a com fervor no coração
amava com amor e paixão,
eu me lembro, eu me lembro...
Meu pai interpretava, vários cantor,
entre eles, ele interpretava:
Vicente Celestino
Nelson Gonçalves,
Orlando Silva e outros.

Meu pai tinha pela minha mãe
aquele amor, bobo, abestalhado
aquele amor de uma vida inteira
aquele amor que, morrendo
morre... Amando, amando.

Antonio Montes

SONO E SONHO

O sonho dentro do sonho
despertou o sono.

O sonho dentro do sono
Despertou do sonho, que:
Sonabolisava em silencio
que sonhando sonhava
idôneo em seu navegar,
dentro do sono...
E acordava do sono
em pesadelo medonho.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

PRESTOS

Meus prestos...
Eu presto
e empresto,
sem protestos...
Para o empréstimo
reto...
E esse manifesto
eu detesto,
esse treco no esboço
que já vem posto
em bandéco...
Sou um pobre moço
todo insosso
não tenho troco
não tenho gosto
quando penso perto
me peteco.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

DISSE ME DISQUE

Disse me disse
disse não disse
pisque com sua esquisitice
e fique triste
ou não pisque.

Disque...
Me disque
trisque se arrisque
se estique, visse
deixe de tolice
não se espiche
no estrimilique.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

SE FOSSE, TALVEZ

Se fosse reinado, se fosse rei,
se fosse reinado... Talvez, talvez, talvez
talvez se fosse reinado, mesmo brega
mesmo piegas, talvez...
Não desviariam as nossas moedas
... Nossa moedas colhidas nas mãos
imposta sob impostos, posto com desgosto
... Nossas moedas tolhidas nas maquinas
colhidas nas rosas, em taipa ou palhoça...
Se fosse reinado, talvez, talvez...
Não roubariam as moedas nossas.

Se fosse reinado, talvez, talvez...
Nosso gostos, nossos impostos
estariam aqui, talvez, talvez não voavam
pelas mãos de poucos para pousar e serem
desfrutado, do lado de lá, e com isso...
Propagar a misera do lado de cá.

Se fosse reinado, talvez, talvez...
O nosso condado, teria ética e seria
respeitado, teria vergonha, princípios
e todos seriam bem vistos pelos...
Cristos do lado de lá.

Se fosse reinado, talvez, talvez...
não seriamos pobres atiçados no
calabouços da misera, talvez, talvez...
Estaríamos de pé no pódio inventado
pelos pensadores dos dividendos.

Se fosse reinado, se fosse reinado....
Talvez, talvez não existiria advogados
para advogar os desvios das mãos
de todos os coitados, e assim, o
parlamento não comemoraria o babel
de dono ou hospedado no grande hotel.

Se fosse reinado, se fosse reinado...
Talvez, talvez, não existisse tristeza
sem lagrimas tal como existe, nesse
mundo tão rico, e ao mesmo tempo
... Tão triste.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

FIASCO

Seis passos
seiscentas jardas
seis mil diabos...
Quiabos cutilados
cortados enviados
pelos correios
cavalos alados,
sem freios
acelerado a reios
... Com arreios.

Tantos estalos
pelos asfaltos...
Sacos amarados
miados de gato macho
capados
escapados como gado
comendo pelo prado
afiados
fiado...
fiasco.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

A GARGANTA

A garganta... que manta!
Mata ata e arrebata,
uma santa que canta
em segredo, silencia o medo
ou aponta o seu agudo
desembainhando
os seus enredos.

Garganta santa...
As vezes grita,
as vezes embala
as vezes cala sob sala
em aglomeração entre tantas
sai da vala
do casulo
cai no mundo
se embala.

Um dia entalou a fala
desencantou,
foi ao doutor
que adotou fervor,
e ao seu horror...
Desentalou.

E a garganta cheia de tema...
contem trema poesia
contem poema,
e diadema
de todos os dia.

Tem dia que se sente pequena
na reunião se abrevia
na feira...
Prega pragueja
e o povo aglomera
com sua frieira
e em sua frenesia.

Faz baderna na bodega
no palco...
Recita, narra
se solta, se amarra
... A garganta
tem lá as suas marras
seus agudos...
Grave, leve
seus encantos breve.

Todavia o mundo é movido
... Quando a garganta pia...
Ela amarra, desamarra
ela arrasta na marra
ameaça, faz fumaça
a garganta traça
como traça
e tece o amor
e a desgraça.

As vezes esta carinhosa
mansa, amansa
cai dos enredos
revela seus segredos
a garganta começa
logo cedo
cedo...
Muito cedo.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

OS DENTES

A boca com seus dentes, sente...
Sente os dentes, entre dentes
estridentes, pacientemente quentes
sob nevoa calados, calmo, contente
... Rindo esboçados a frente...
Como placa de lata no batente.

Os dentes comoventes sentem
medo frio, como se tivesse no rio
tremor ardente sob tempo quente.

Um dia, ainda darei um trato...
Com dentes de pente, nos meus dentes
afiarei com afinco e finco contente
quando meus dentes ficarem decentes
tal qual, pontiagudos como dentes
de serpentes.

Nesse dia, minha gente...
todos irão ver como o gato mia
e a mordida pode doer
quando e feita com os dentes
e aplicada em você.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

DEIXE O GATO

Vai embora... Deixe o gato
e leve o cachorro contigo
o gato cairá melhor,
na hora do meu desatino.

Pelo menos o gato, não vai ladrar
quando a saudade me bater
nem ecoará o seu grunhido
na hora do meu chorar.

Ele ficará calado
observando o meu coração
ali quieto do meu lado
curtindo minha solidão.

Não imitirá um rosnado
para quebrar o meu silencio
já o cachorro, coitado
ficará também propenso.

Vai embora... Leve o cachorro
ouça o que eu tenho p'ra falar
o cachorro, chorará seu choro
na hora em que você chorar.

Antonio montes

Inserida por Amontesfnunes