Antonio Montes

526 - 550 do total de 876 pensamentos de Antonio Montes

O GIGOLÔ

O gigolô do bangalô
vive a custa da sua flor,
suspira através d'ela...
Com olhar pela janela
e palavras de meu amor.

Piscou, pisca quando vela
ao beneficio da sua tutora
vez em quando arandela
trás uma flor p'ra donzela
e cachaça protetora.

Vai a farra e se esbalda
esbarra na sua amada
volta assim como fada
para casa da mandala
vai sonhar com a doutora

O gigolô de profissão
é peça na sua mão
manipula a paixão
que vive no coração.

Coitado é bem tratado
outros braços da caricia
trabalha como diabo
no intimo da sua malicia.

O gigolô do bangalô
é bambo em seu gingado
conta ponto com o pranto
e rir do seu rebolado.

Antonio Montes

COMO EU

João! João vive como eu...
Pobre assalariado,
fincado no emprego
comida, todavia simples
desagregado da liberdade
nunca tem tempo!
Para viver em total felicidade.

João, mora como eu...
Mora em casa simples...
As vezes desmorona,
as vezes seu bairro se alaga...
João paga... Paga, esgoto,
luz, paga água...
Comida, bebida
condução e aluguel
paga tudo, nunca tem nada!

O João passa como eu...
Sempre na falta do mundo
passa por emprego, pela fome
passa por ai com esperança
passa desempregado
passa até mesmo...
A vergonha de ser homem, homem
em um país que os mandantes
são lobisomens e esses animais
tem auxilio para tudo, tudo...
Até mesmo para desviar
todo o nosso tesouro, e depositar...
Nas terras de outros homens

João morre?
Sim! Sim, o João morre como eu...
Sem dinheiro para ser enterrado,
bramura silenciosa
poucas lagrimas... Morre em
uma casa desprovido de riqueza
sobre uma cama apertada,
duas tabuas como mesa
e bocas bocejando p'ra você...
Coitado, uma pessoas tão boa!
Homem integro
um nobre ser.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

MEU CASTIÇAL

No fundo do nosso castiçal
... Havia peixes, sereias,
havia jardins com pássaros e pétalas de flor
... Até céu havia...
Céu com estrelas e lua!
Havia lençol prateado
No qual para ti registrei
sentimentos de amor enluarado
que de saturno lhe dei.

No fundo do castiçal que eu te dei...
Havia até uma batalha
de corais no fundo do mar.

Corais cheio de cores
arco-íres e beija-flores...
Transbordando com meu amar.

Antonio montes

Inserida por Amontesfnunes

FLOR DO PECADO

A minha flor do pecado
são beijos doces molhados
com corpo todo tremendo
com fôlego todo afobado.

São buchichos ao ouvidos
sofreguidão com segredo
muitos afagos atrevidos
e chamegos sob enredos.

A minha flor do pecado
é a silhueta do corpo seu
frenesi, bobo abestalhado
zunindo no tino meu.

A minha flor do pecado
treme e geme o coração
me deixa assim estonteado
desembestando em paixão.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

JANELA DO EDIFÍCIO

Não sou pássaro...
Não tenho asas, nem sei voar
Mas aqui, no apartamento desse edifício
... Eu pairo sob alturas, e vivo sobre o ar.

Pela janela desse apartamento
meus olhos perambulam o horizonte
e se perdem, pelas ruas, prédios,
luminosos e placas de latas e voltam a vagar
sob o ar, onde o oxigênio do tempo se
mistura com a poluição de fumaça.

Aqui desse apartamento, no meu sedo...
Eu vejo o sol galopando sobre as paredes
dos prédios e o horizonte camuflando-se
sob as sombras do meu tédio...
Eu vejo pássaro vindo da sua mecânica
zumbindo em suas carenagens brancas,
transportando vidas e bombas para
estraçalhar, sua carrancas franca.

Da janela desse edifício...
Eu vejo o transito impedido
Permeando viadutos e pontes
e ao longe, um crepúsculo sob o tempo
de uma tarde sombria, aonde arranha
céus gigantes e casas se camuflam
sob horizonte.

Eu vejo a lua se esgueirando sobre os
telhados, aflorando em seu reinado,
e como se fosse espelho, ela faz
demonstração do São Jorge, dragão
espada e aquele seu cavalo branco.

Aqui de cima, eu fico observando os
mares da vida... Da para ver o semáforo
da encruzilhada assinalando os sonhos
e fazendo do pesadelo, uma parada...
Dá para sentir os pulmões da vida
embebidos pela poluição e stress...
Doentes de bronquites, pneumonia
e outras mazelas clinicas.

Da janela desse edifício...
Dá para ver... Rostos cansados disputando
lugar sob a fila do ônibus e metro, esses
rostos estão voltando do trabalho
da para ver também, rostos apressados e
enfadados correndo para seus empregos.
com medo de perder a hora e embaralhar
seus planos... Da para ver e sentir o mundo
os pergaminhos e os dogmas inventados
por esse ser humano.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

NOITE TOSCA

A noite é bicho macho...
Que permeia sombras
causa enredo e medo
faz festas de arromba.

É bicho espantador...
Onde, homem treme
esconde segredos
e a fêmea geme.

A noite é bicho mágico....
Gambelador de miragem
brinca com visão ótica
apresenta suas visagens.

Vento, sopra na porta
tick no pensamentos
jugular pula com horta
timpanos e sentimentos.

A noite quando loca...
Vidraça estilhaça raça
Bala perdida tiro na roupa
coração bate na boca.

Portão, portas aos chão
estouro de cadeado
disparo no coração
mensagens... Recados.

Vago pela noite tosca
é um ato lambrecado
uma secura pela boca
um medo escorregado.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

MEUS OLHOS

Meus olhos não tem garras...
Não faz trapézio, nem escala
mas, vaga solto pelo tempo
como se fosse potro no campo
Em seu tiro, atira-se ao longe
bisbilhotando seu encanto.

Meus olhos quando tromba,
sobre o caule d'aquela arvore...
Rapidamente, escala para copa
uma vez lá, verifica flores e frutos
rodeia as folhas, e passeis pelo verde
então ele se da conta, que a flora...
É o meio responsável pela sede.

Meus olhos, mira, de norte a sul
de leste ah oeste, sobre os montes...
Depois visita o arco-íres colorido
sobe o azul do céu, para em seguida....
Pousar sobre o horizonte e perceber
que o mundo sem verde, seria
um escarcel, um degredo para saúde
um grude tingindo o céu.

Ao olhar toda essa peripécias
meus olhos se da conta
de que não sabe pular
e sem voar, inicia a sua descida.

Como se tivesse, desfrutando a vida...
Tão logo se estica, galopa pelos prados
atira-se sobre o horizonte
e vai parar na cachoeira da serra
lá por detrás da cortina da neblina,
ele toma banho na cerração
do amanhecer, e jorra partícula de
alegria no totem do meu coração.

...Tem horas que meus olhos...
Vaga pelas cores e sai por ai
cantarolando de felicidade
e pulsando com os amores
da nossa verdade.

O olhar dos meus olhos...
Não tem peso nem medidas
não se esconde atrás do mundo
nem nunca deturpa a vida.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

O DESVIO

Cadê segurança...
Cadê saúde, estudo,
tudo que seria p'ra ser...

Cadê sociedade
massacrada pelo esquema
esquema desse mundo...
O que faz acontecer?

A baixa salarial
elevação de imposto
sobe tudo, todo tempo
pedágio de contra gosto.

Tudo tem que pagar
até portais de igrejas
salvação de alma falsa
periga ah que não seja.

Paga p'ra comprar o seu
depois paga p'ra manter
paga p'ra falar com Deus
antes paga p'ra morrer.

É tanto paga que paga
tudo p'ra ser desviado
isso que se paga aqui
para em outro reinado.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

DOIS CAROÇOS

Dois caroços nos seus olhos
colado no rosto meu
cisma de tempo passado
mascas no couro colado
que bisturi do medico roeu.

Hoje só resta saudade
sob a tela plana do espelho
explanação da verdade
a qual me tinha em cheio
em meio aos meus devaneios.

Dois caroços nos seus olhos
marcam a desconfiança sua
denegrindo a minha imagem
no foco da fuleragem
aos ventos soltos das ruas.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

BELA JANELA

Tantas janelas! Belas...
N'elas, um sonhos uma lagrima,
um mundo... Em cada uma d'elas,
um olhar p'ra fora, no qual, ao mesmo tempo...
Sentimentos no interior,
caminham pelo alento e desalento.
Tantas janelas...
Um sol em cada uma d'elas! Lá fora...
Buzinas, latas, barulhos ensurdecedor,
lá dentro... Sentimentos de: simples...
Especialista, juiz, pastor, padre e doutor,
Lá fora terror, lá dentro, dor...
Lagrimas e sonhos que afagam
e uma formação de duvidas sob amor.
Tantas janelas, n'elas, traidores...
de tempo
de sonhos frios e quentes
de esperanças e de gente inocentes.
Tantas janelas fortes...
Em suporte de barro, concreto
de: Lata, madeira, lona, esteira
Tantas janelas...
Janelas que nunca rascunhou
um ponto no horizonte
mas que todas elas projetam...
Três ponto e também virgula
projeta a próxima linha d'essa
riqueza, que vaga pela linha
d'essa vida que se chama vida.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

ALMA

Alma penada,
vaga sem vaga
como vaga avatar...

Sem pena, nada,
as vezes fada
no seu lance de voar.

Alma penada...
Por ai despenada
em desprezo, finda,
mas, até sabe chorar...

Vive com nada
no mundo despenada
anda passadas
mesmo sem saber andar.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

DURO MUNDO

Mundo duro
roubos sem rumo
político que só faz surrupiar.

Eu não me acostumo
e pago os prumos
do mundo, que só me faz levar.

Vida fita
se ajeita enrica
aqueles que não gosta de pagar.

Honesto acredita
que um dia sem roubo
na vida, ainda vai poder enricar.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

MEUS OLHOS

Com meus olhos,
eu sigo os pássaros
em passos...
E passo pelo caminho.

Por onde eu passo
eu acho...
O rumo d'aquilo,
que não me deixa taco...
Para que eu possa,
andar sozinho.

Com meus olhos...
Madorna me sonda
na sombra...
Onde meu rosto,
perde o vinco e o brilho.

E com meu sonho vago
eu vago, no tempo vasto
aonde a fé...
Me permeia sob os trilhos.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

O TROCO

O trocado...
que você me deu
... Como troco;
foi pouco,
foi muito pouco
o trocado seu...

Todo esse troco pouco
você me ofendeu...
E tornou-se ainda mais
pouco... Todo troco
que agora é meu.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

TELA DA JANELA

Da tela da minha janela...
eu vejo o tempo com suas ondas
como se fosse, cortejo de banda
tocando horas minutos e momentos,
ou... como se fosse um jogo de dama
com tabuleiro todo demarcado
onde nos somos as pedras prontas para
sermos manipuladas.
Todavia sendo roladas, p'ra lá e p'ra cá,
sem tomar tento da partida
nem o ponto onde chegar.

Da tela da minha janela...
Eu vejo o sol todo em pedacinhos
demarcado pelo arame do mundo
envolvido nas telhas dos sentimentos...
Eu vejo a tabuleiro sendo manipulado
pelas feras do poder, onde elas
é que fazem as cartas e as regras...
Elas é que coloca-as cartas sobre a mesa.
Vejo os pequenos tentando sobressair
das garras de um esquema posto
sobre eles mesmo no qual eles são
apenas a peça do tabuleiro e como tais...
são jogados para lá e para cá...
Feitos de bobos, por todo tempo,
pelo tempo todo.

Da tela da minha janela...
Eu vejo as ruas e as calçadas
os passos, passadas e passarinhos
eu vejo o tempo demarcado pela tela
e a minha saudade toda em pedacinho.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

PERFAZER

Do vinho eu trago um cheio trago...
Uma taça e meia telha outra cheia
saudades me permeia... E nesse
cabo, eu me afago... E me acabo.

Do milho um sopro, gosto verde...
Quando assado, cozido cural
pamonha, paixão em meu varal...
Uma vontade, me enche a sede.

Uma sede na cede que me cerca
em seu emaranhado arredondado
nos seus lados e bicos, eu me acabo.

Dou- me, com essa dança de lado
bailarino em notas, passos errado
eu me acabo, no passado desse fado.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

DANURAS DO MAR

A ilha era de areia...
E o mar... De ondas,
e com sua maré cheia...
Ele vinha se debatendo
com sua bravura...

Parava no cais, fazendo
espumas e danuras
todas... Duras...
Urrando como se fosse lobo
tremendo como se fosse medo
em um taco de sombra
na calçada de noite escura.

Ali havia o mar...
Fazendo paetês e brumas...
Se dissipando sob lua cheia,
bradando o choramingar do lobo
banhando os corpos
das mais belas sereias.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

A RESTA

Tudo que me resta
desse amor amigo...
É amar contigo, no castigo
desse amar bandido
que inebria os nossos corpos
no integro do abrigo escondido...
Com volúpia, com castigo,
provocando estampido...
Ao ouvido, em frenesi contigo.
Antigo perigo... Em libido
embebido com, paixão,
sacudidos de chama
disparado, pulsando coração.
Digo o que digo desse amor
feitos bandidos, e o que me resta
... É amor e amar contigo.
As vezes pela fresta, presta
vontade desembesta,
fogo na testa,
n'aquelas vezes escondidos...
Paridos alívios.

Antonio montes

Inserida por Amontesfnunes

COBRANÇA

Eu passo...
Por esse pasto vasto do mundo
vejo o estreito e efeitos profundos
provocados pelos feitos imundos...
Penhasco em pedaços
desmoronamentos de cachos,
unhadas em sufoco, por poucos,
cordas nos pescoços.
Sentimentos estão se tornando
cacos, pouco a pouco...
O mundo cobra o troco.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

OURO É TOLO

O ouro, já não reluz...
Como reluzia ah tempos atrás.
Nesses dias de hoje...
Até a luz, vai reluzir, e se desfaz.
Aquela alegria que escancarava
com a verdade de um sorriso
também, já não existe mais.

Tudo que era para ser preciso,
tornou-se indeciso, até para o céu,
para o infinito juízo, e planos,
a certeza da fé...
É uma flecha vagando ao tendeu.

Ouve um tempo...
Em que existia ouro
e o mal agouro, era de tolo
Hoje, todos os tolos, são bobos
e o ouro, é estouro de tolo.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

ABELHAS

Abelhas e suas aldeias
zoam pernas de centopéia
centenas de milhares cheias
abelhas novas, abelhas velhas.

Lá no sopé do morro
pelo campos e pirilampos
voam, abóiam em estouros
ferroada em couro, retrancos.

Abelha, colméia e mel...
Tanto encanto com flores!
Polens na áurea do anel
juntando assim, os amores.

Quanto cuidado ao quartel!
Sua rainha... Um magistral,
procria no dia de aranzel
ainda faz, geléia real.

Abelhas, canto e encanto
relíquia, milagre e segredo...
Guardados a quatro cantos
um manto vivendo, o sedo.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

BICICLETA

Qualquer hora d'essas...
Vou concertar, a minha bicicleta!
e sair por ai...
Pela descida, subida e divertir
E vou sonhar pela noite
e sorrir de alegria...
vou colocar em açoite
todos marasmos dos meus dia.

Com vento no rosto...
Descerei o mês de gosto
com gosto, bem disposto.

Farei ciúmes ao boto
peixe rosa... Que mal gosto!
uma cor no lado oposto.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

ATLETA

Não sou atleta, nem jogo bola!
Mas sou bom de bicicleta...
Com duas rodas;
atiro ao tempo, meu desalento
e vou me lendo, muito atento.

Rodar me roda e me incomoda!
Na descida todo dia
rodas, rola e enrola horas...
Protegendo, minha alegria.

Há quem diga, que fadiga!
Na subida, quem me diga...
Galgando metro em desalentos
sua corrente, é meu tento
e com esses... Ranger de dentes
Vou pelo meio, desse meu tempo.

Voou com asas, dos sentimentos
lá para cima, que nem peteca
pelas correntes, desses meus ventos
se perco o breque, ela não breca.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

FEITO INSATISFEITO

A ocultação da sua presencia
sobre a ires dos meus refletores...
É o manto, da minha solidão
... Que cobriu alegria do meu ser
e desde então...
Os sentimentos de amores...
Vaga pela arritmia do meu peito
aonde, esse meu triste coração...
bate forte insatisfeito
pelo feitos de você.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

SAGACIDADE

A casa onde nasci...
Não tinha calçada
água encanada
não tinha escada...
Nem apito de nada.

Não tinha pinta, nem tinta
mas tinha um trilho
que levava a cacimba
e logo abaixo a bica fresca...
Tinha nascentes de água.

A casa onde nasci...
Tinha um terreiro, só p'ra mim
... Ali eu rodava pião!
Pulava corda e amarelinho
n'aquele tempo tão bom...
encanto sem televisão.

Um cantinho na saudade
da toalha colorida
Aquele cheiro de café!
aquela essência de vida...

O lugar onde nasci
é um canto na verdade...
lembranças, com encanto!
Verdade, com sagacidade.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes