Arame
larápio de quinta categoria.
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Roupa rasgada, o cordão umbilical, o arame farpado e a cerca. Certo que isso já começou errado, mas, há quem diga que está perto de dar cabo. Assim escrevi, e, não me importa o que irá achar se eu tiver me perdido. "Logo estarei na rua juntando ritmo para esse desassossego interminável.".
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Ricardo Vitti
Parece que algo, como um arame farpado invisível, nos mantém amarrados todos juntos. Você acha que já passou, acha que está livre, mas, se correr muito na direção oposta… bem, ele corta você.
É como se os ossos ficassem cada vez mais estreitos.
É como se um arame passasse por entre meus pulmões.
O som do vazio que irradia a mente, vem de forma brusca como mil facas fincadas entre meu corpo.
Repleta de visões infernais, vazias e sempre o oposto de sentimentais.
Não há como se manter acordada no escuro.
Não se engane!
Não se engane, o livro orienta, a cerca é de arame.
Se você passar de frente, por cima ou de lado é inevitável é arame farpado.
Mais não existe opção para retornar, seguir em frente é o caminho, tu deve acreditar.
Quem te observa é ETERNO, só manda registrar, tá tudo escrito e gravado, tua hora vai chegar!
Te dei meu Filho e meu Espirito de nada resolveu, ti, dei melhores conselhos tu até ouviu, mais não creu.
Não praticou nada certo, só enganou, tratou tudo como lixo, tem testemunhas que leu sua ficha, mais não revogou.
Sabedoria e Amor, FOI O QUE ELE pediu, tu conheceste meus caminhos, respeito foi tu que decidiu.
Destruíste o projeto não nasceu para servir, esta chegando a hora apartai-vos daqui!
Desperdiçou tudo isso, desonrou seus irmãos, foi ruim e foi diabo, para tu não existe perdão.
Tu vives uma vida promiscua, tu não agradas ninguém, tu trai tua apropria família, defesa para ti hoje não tem.
Profetizei em teu nome o crente indagou, as testemunhas gritaram tua situação piorou.
Teu destino tá próximo pode se preparar, o que tu fez foi bem serio, você não fez? Vai pagar.
Os escolhidos, á gloria e a eternidade, reinar com o ETERNO essa sim, é a verdadeira prosperidade.
Reflexão pros que vivem, podem se consertar, os que já foram praticando a iniquidade só lamento, eu não estou aqui para julgar! Sigo minha vida, tranquilo buscando fazer, melhorar, mais quem observa é o ETERNO também com ELE um dia vou tratar! ELCFS
Palavra é laço de cetim
Nós de ceda
Corda
Arame farpado
Ferro
Candombá no fogo
Sisal
Perigosa
Corta
Remenda
Absolve
Condena
Ama
Odeia
Bendiz
Amaldiçoa
Diverte
Sentencia a morte
Celebra a vida
O tom muda - o significado é outro
A boca fala
O que está cheio o coração
(Minha vida dá um romance - inspirado em Raquel do Pati. Pág100)
O arame farpado
fere o vento
e a ferida arde
O sangue dolorido
espalha-se
e morre
na terra
A vida treme
Geme o fim
Adeus, eterno!
A morte ainda
é para sempre.
Eu trago o caminho
da agreste visão
das farpas de arame
cercando o meu chão,
do lado direito,
do esquerdo também
em margens de trilha
que deixo ao que vem
batendo a vereda,
meu canto a seguir,
deixando as pegadas
a um outro que vir...
AQUÉM DA LINGUÍSTICA, O UNIVERSO ACADÊMICO BLINDA-SE SOB CERCA DE ARAME FARPADO, SUA PRÓPRIA LINGUAGEM!...
A boa arte nada tem haver com o pano pintado e o arame contorcido. Mas os valores altos nada tem haver com a qualidade, são movimentos autônomos do mercado de arte, segue e acredita quem quer.
Cadeados fechados em pontes, muros revestidos com arame, até em cercas...
Sonhos guardados como tesouros... Esses sonhos que tenham se perpetuado e sejam sempre lembrados com fervor.
Sonhos enriquecem a nossa caminhada e tornam-na mais leve...
Um arame desentope tubulações e caixas de gordura; a Bíblia desentope a alma dos pecados no coração.
Um tiro feriu o silêncio
de pedra;
o homem caiu aos pés do capim
tingido agora de rubro
O sol no horizonte definhou…
de repente
encobriu-se sem nuvens no céu
O vento deixou de se ouvir…
nem sequer aquela brisa
breve
suave
que às vezes nos trazia de longe
o cheiro da catinga
denunciando-nos o inimigo
De repente tudo escureceu…
o sol morreu
e o homem deixou de o ver
para sempre
In “Há o Silêncio em Volta” (poética de guerra), edições Vieira da Silva do poeta Alvaro Giesta
Lá esta de sentidos em pé. em silêncio, escuta a morte, a parede, a feiura do estado novo. o folgo da ferrugem que morre nela mesma. De resto mantém em farrapo, susto e arame farpado.
Terra de medo
e de dor
e de sonho também…
Lá fora o vento que zumbe
e uiva
e fustiga ameaçador e célere passa…
o vento a quem tudo pergunto
e nada me diz
O vento que volve e revolve
e varre
as folhas secas das mangueiras
plantadas no terreiro
que serve ao quartel de parada
O vento que zumbe e uiva
tresloucado
no negrume da noite que dói e mata
O vento que fustiga e passa
as frágeis paredes da vida
dentro do arame farpado
In “Há o Silêncio em Volta” (poética de guerra), edições Vieira da Silva do poeta Alvaro Giesta
À volta de mim, o terror e a morte…
olhares de medo
fixos na imensidão do vácuo
interrogam-se mudos
inquietos…
dolorosamente pensam na razão
de tal sofrer
Mas não choram porque o pranto
se esgotou há muito
neste inquieto viver
Ah! Se eu soubesse ao menos rezar…
Rezava por ti
ó homem verme, tirano e sádico
que por prazer destróis;
Rezava por ti
ó governante ganancioso e brutal
que o mais fraco aniquilas;
Rezava por ti
ó deus, que já nem sei se existes,
pela geração que criaste
e abandonaste
In “Há o Silêncio em Volta” (poética de guerra), edições Vieira da Silva do poeta Alvaro Giesta
Desperto…
minhas mãos frias
crispam os dedos inertes
no gatilho da espingarda
Debaixo de mira
numa linha reta que dificilmente erro,
o alvo
Um corpo negro,
meio nu…
Apenas o cobrem os restos daquilo que foi
um camuflado zambiano
Veste no rosto,
encimado por um chapéu também camuflado,
a raiva
Para ele nós somos o invasor,
o inimigo a abater que importa liquidar
ainda que connosco tenha aprendido
rimas de civilização
Nós somos o invasor que (ele) quer
expulsar
destruir
aniquilar
E ele, para mim, o inimigo de ontem
será o amigo de amanhã
a quem hei-de abraçar
In “Há o Silêncio em Volta” (poética de guerra), edições Vieira da Silva do poeta Alvaro Giesta