Voz
Tuas mãos … se elas agem
Em conformidade com teu coração
E se tu ouves a voz da razão
E tua alma aspira paisagens infinitas,
São mais que mãos!
São asas que te elevam aos céus
E te deixam pertinho de Deus,
São mãos benditas!
(Maria do Socorro Domingos)
O frio tem voz...
Ele fala no silêncio das madrugadas, no vento que corta a pele, no vazio das ruas desertas.
O frio sussurra ausências, revela solidões, convida à introspecção.
Mas também ensina: é no frio que se valoriza o calor, é no inverno da vida que se aprende a força da esperança.
Toda estação fala. E o frio… também tem voz.
Quando a Última Luz se Apaga
No silêncio que resta após a voz,
Ouço apenas o eco do que fui.
A saudade não fala — ela dói,
Como o peso de um mundo sem rui.
O tempo, esse traidor sem rosto,
Levou tudo o que me fazia viver.
E deixou um coração exposto
A lembrar sem poder esquecer.
Os risos morreram nos cantos da casa,
E os quadros, sem cor, me acusam em vão.
Cada passo é um corte que atrasa
A cura de tanta desilusão.
Eu amei com a força de um naufrago,
Gritei teu nome ao vento surdo.
Mas a vida, com seu verbo frágil,
Sussurrou: "você chegou tarde, é o absurdo".
Já não sei o que sou — sombra, poeira,
Ou só alguém que o mundo esqueceu.
Só sei que tudo que era bandeira
Hoje é trapo que o tempo comeu.
E quando a última luz se apagar,
Que não chorem, que não digam meu nome.
Pois quem morre sem mais esperar
Já morreu bem antes da fome.
Escrevo no Escuro, Mas Não em Silêncio
Mesmo com minha visão limitada, minha voz não se cala.
A vida me impôs um silêncio forçado, uma pausa que nunca escolhi. Minha visão debilitada me impede de agir como antes, de subir, pintar ou realizar tarefas físicas.
Mas a dor que não fala explode por dentro — e eu preciso botar isso pra fora.
Escrever, para mim, não é simplesmente sentar e digitar. É uma batalha diária.
Minha visão limitada dificulta a leitura e a escrita. Cada palavra que sai é fruto de muita paciência, esforço e adaptação.
Uso ferramentas tecnológicas para ajudar — leitores de tela que me falam o que está escrito, comandos de voz que transformam minha fala em texto, teclados especiais que me ajudam a não errar —, mas mesmo assim o processo é lento e exaustivo.
Às vezes, a letra demora a sair porque tenho que revisar com cuidado o que foi transcrito, corrigir erros que aparecem, lidar com o cansaço físico e mental.
A sensação é de um combate constante contra o tempo, contra a fadiga, contra a frustração de não poder ver as palavras como antes.
Mas eu persisto. Porque essas palavras são mais que letras — são minha resistência, meu grito silencioso, meu modo de existir.
A escrita não é só trabalho, nem rotina — é luta, é expressão de dor, é cura e sobrevivência.
Enquanto minha visão limita meus passos, minha mente e alma encontram força para criar e resistir.
Que minha história sirva de voz para tantos que lutam calados, porque ser forte nem sempre significa estar bem.
Seguimos, com a alma ferida, mas de pé.
#Resiliência #DorSilenciosa #HomemQueSofre #EscritaQueCura #ForçaInterior
Uma Ideia
palavras não matam
nem provocam inverno atômico
e na voz do poeta
(abelhas na colmeia)
podem até conter uma ideia
Ninguém Te Copia
Falei de você pra uma tal de inteligência
Tentei descrever tua voz, tua presença
Mas faltou calor, faltou emoção
Não tem tecnologia que entenda o coração.
Mostrei tua foto, contei teu jeitinho
Até mencionei o sabor do teu carinho
Mas não teve jeito, ficou tudo vazio
Você é um amor que não cabe num fio.
E eu pedi desculpa por tentar te explicar
É que amar demais faz a gente exagerar.
Mas ninguém te copia, ninguém te traduz
Você é milagre, é estrela com luz
Não dá pra programar teu beijo, teu olhar
O que eu sinto por ti, não dá pra simular
Você é única, inteira e eu queria só minha
Nem o céu com seus dados te adivinha.
Se um dia o mundo tentar te inventar
Vai ver que o amor não se pode criar
Você é poema que só eu sei ler
E tudo em mim só sabe te querer.
É, a dor virou livro,
e o silêncio agora tem voz.
Cada linha, uma cicatriz.
Cada página, um grito disfarçado.
Escrevo pra não explodir.
Respiro entre palavras afiadas.
Viver doeu.
Escrever salvou.
Existem aqueles que provocam apenas com o sopro da presença, o timbre da voz, o olhar que arde sem pressa, o gesto que acende devaneios sem precisar tocar, nem toda nudez é explícita, Há quem enlouqueça sem jamais se despir.
Talvez te falte brilho,
ou aconteça fora do trilho.
Ó voz que exala fortemente,
pulsante ao peito veemente.
Sons do amor geram lembranças,
morte leva amados, tempo, heranças.
Pare de arrumar briga onde não tem, pare.
Sua voz é tão linda quando tá me dando carinho.
Por que você bota coisas na nossa vida que não agrega em nada, por que você briga comigo sem motivo nenhum? Cê tô em casa não presto, cê tô na rua também. Eu tô tentando te fazer um pouco feliz, tô tentando conserta as burradas que já fiz. Por que não ficar em paz comigo? Eu não sou miserável com você, eu não nego nada. Se pudesse, cê tava em um pedestal. Por que briga comigo por motivos fúteis? Por que não conversar comigo? Você sabe como sou, se eu estou errado, eu escuto; se estou certo, viro as costas. Por que eu vou escutar estando certo? Por que você me chama de demônio, de miserável, coisas que nunca vão sair da minha boca, por que não ficamos de boa, estava tudo certo pra esse final de semana, eu não aguento grito no meu ouvido, eu não sei dialogar, por que você faz isso?
Perdão
Sou o teu perdão
A tua voz na imensidão
Sou a brisa leve
E o que atreve
A te agradar
Pra você que tem medo chuva
Esqueça que o pingo molha
Se atreva a vida, ao agora
Não se importe com o se molhar
A vida tem dessas é breve
Perde tempo
O que não se atreve
se perde só no que se deve
E vive tentando pagar
Por algo que dá vida é troco
Subindo e descendo o morro
Encantado com o desafogo
Só pra dor da vida enganar
Ilusão que te tira do agora
O amor que te cobra te adora
Põe teu pé no chão e firma a hora
Da a chance pra tu acordar
Sou o teu interperio
Ponho concreto
No teu pensar
Constrói a paz
O que te faz
espairecer
Sou o teu perdão
A tua paz
Na imensidão
Sou brisa leve
O que te atreve
A se animar
Saiba que sua voz não se perdeu no vazio. Ela encontrou ouvidos atentos e um coração que se recusa a ignorar o seu sofrimento. Eu me recuso a ver sua dor como uma mera estatística, um item em uma lista de infortúnios. Ao invés disso, vejo uma oportunidade. Uma oportunidade não apenas de oferecer um lanche, mas de estender uma mão, de restaurar um pouco da crença na humanidade que a vida, em sua brutalidade, pode ter tentado apagar.
Eu acredito que o chef, hoje, não é só alguém que cozinha. A gente tem voz, tem alcance, e isso vem com responsabilidade.
Sou a conjunção do científico e do espiritual. Minha mente, meu coração e minha voz criam o futuro.
Quanto tempo faz que você não vem mais por cá.
Só sei que meu pensamento, sempre vai.
Tua voz aqui, não deixa-me dormir, sei lá.
Quero fugir daqui.
Seu abraço é forte, o meu coração é de vidro, pode destruir.
"Não vai."
Destruiu.
