Versos Sobre as Árvores
Esperamos o outono chegar,
ver as folhas saindo em disparada
voando loucas, pelo vento levadas
e querendo junto aos galhos ficar,
O vento chega ousado dando beijos,
para uma, a uma, logo conquistar...
e a nossa alma tem os lampejos
de outros outonos, lembrar !
Outonos de beijos amorosos,
abraços que pareciam sem fim,
em tempos que eram mais ditosos,
nas manhãs em toques de clarins
Outros outonos de frias brisas,
mas que aqueciam o coração ,
agora, tudo rapidamente desliza,
já sem a mesma emoção
Despedidas do tempo, que, ingrato,
vai passando com muita pressa,
e a tudo leva quase de arrasto,
e deixa a saudade, o ontem, a promessa...
Do telhado,
eu vi o rosto da eternidade
as pombas circulando
em meio ao vento,
o tempo, invisível
fluindo os sentidos,
no ar das inspirações.
o amor, as vezes é verde
semelhante a árvore
nela mora, muitos seres
deveres, históriase estações.
Não menospreze um inimigo
que está a baixo de você.
Uma cobra verde na grama
é mais mortal que um
leão em cima de uma árvore.
TODO VERDE
Num respiro de dia passando por ali
O verde se pôs a cantar
Todo vento vinha soprando ligeiro
Num azul de céu clarinho feito azul de mar
Deixa a vida escorrer
Toda nascente carrega um espírito que seguirá
O dia não abandona nenhum sentido
Na folha está o vislumbre de mais vida continuar
As árvores guardam o Tempo
Diante a realidades dos fragmentos que escrevo
Enquanto os pássaros cantam
Os sonhos dessa manhã que não esqueço
Sou um amontoado de pedaços, onde moram partes que não nasceram em mim e hoje florescem em um corpo que é, de algum modo, meu. Tenho um pouco de todos e todos têm um pouco de mim, vejo-me espalhado.
Esse eu sem nome, essa parte que nasceu em mim e agora habita em outro corpo, ainda sou eu. Desgasto-me com velocidade absurda, meus fragmentos se espalham por toda parte. Sinto-me completo somente quando estou disperso.
Como um galho arrancado da árvore e plantado em nova terra. Como a árvore que viaja através de suas sementes, eu vivo nas entranhas alheias.
Assim, quem busca a perfeição humana se perderá, pois não há encaixes perfeitos em pedaços distintos.
"Andes! Aonde quer que fores não estarás a sós. Haverá vida.
Pois todo e em qualquer lugar as árvores crescem"
o DNA viaja pelo mundo da Mesopotâmia a Jerusalém
Carrega identidade e traço profundo
De Meca se chegou ao Iêmen
Na região do levante se fez presente e chegou a Chipre
No norte da África na Tunísia e Egito
Transitou e viveu em batalhas
Viajando navegando chegou a Itália
Até aqui uma longa jornada
Absorveu culturas estonteantes
No reino das duas sicílias segue a caminhada
O Veneto acolheu para uma pausa emocionante
E assim segue o DNA ora no norte e outra no Sul
Passando entre montanhas reinos e diamantes e enfim chegou a América do Sul
Fotossíntese
Assim que a vida floresce, dissipa-se a névoa,
Sentimento de raiz, movimento de folha.
Aprofunda-se na terra, água e sais. Embriaga-se e se perde em si.
No tocar dos raios, folha e fruto,
A luz que amadurece o verde,
Alimenta a distância. Clorofila.
As folhas umedecem as margens.
Deixe-as,
Em silêncio, crescendo.
A luz não carrega limites. Transcende e vira sentido. Sacralidade.
Para a savana de herbívoros pastando,
Alimento. Para um rio sem correnteza, Continuidade.
Serve de abrigo nas copas,
Sombra em seus meios.
Em feixes e cores, no desabrigo de Imagens encontra-se o manto verde.
O vento leva a nuvem e a desmancha
e muitas vezes a chuva cai,
a vida leva a gente e deslancha,
mesmo sem querer a gente vai...
Pingos, pingos, pinguinhos,
chuva calma e persistente
que devagar, bem de mansinho
é para todos um grande presente
Meu pé de Odete
Lá em casa tinha uma galinha.
O nome dela era Odete
Odete colocava ovo todos os dias
Odete era a minha melhor amiga
Caminhava comigo para onde eu ia.
Barriga vazia Odete nunca tinha
Eu dava pra ela milho e ração pois ela mora no meu coração
Um dia acordei triste com a notícia que Odete havia partido
Pensei na saudade que eu sentiria dela
Então na terra eu enterrei ela.
E pra minha surpresa um pé de Odete nasceu deu ovo e flor e meu jardim Odete para sempre enfeitou.
E a ela continuei dando comida, água e muito amor
28 de dezembro de 2021
Sítio Jundiá
Em meio à natureza exuberante,
Encontra-se um lugar encantador,
O sítio Jundiá, tão vibrante,
É um refúgio de paz e amor.
As árvores frondosas que o rodeiam,
Criam uma atmosfera de tranquilidade,
E os pássaros que ali passeiam,
Alegram a alma com sua liberdade.
A brisa suave que sopra em seus campos,
Acena para os que buscam um descanso,
E os rios cristalinos que correm mansos,
Convidam a um mergulho, sem cansaço.
Jundiá, oh lugar de rara beleza,
És um convite ao amor e à harmonia,
Que abraça a todos com grandeza,
E nos faz esquecer da correria.
O sítio Jundiá é um paraíso,
Que abriga em si toda a felicidade,
E quem o conhece, jamais preciso,
De outro lugar para sua tranquilidade.
Desmataram o verde e cobriram de luto
com as cinzas das próprias folhas
a mesma folha que assina o contrato
é a mãe das que jazerão nos matos
consequência de nossos atos
em transformar que vive
em algo tão barato.
"O sol que todo dia desperta
Minha alma peregrina
surge de repente
entre as folhas graciosas
de árvores bailarinas
Um canhão de luz
me traz de volta do sonho
me aquece o corpo, me embala,
e com ternura me ensina:
Se as sombras da noite encobriram
O lume da estrela,
o clarão da lua,
perdoa, levanta e brilha
o escuro ficou no ONTEM,
HOJE a vida continua!...."
Lori Damm
#CRIANÇA
Ingrato sinal do tempo que se esvai...
Quando se tem alma de criança...
Essa estranha malícia adquirida...
E essa pressa para tudo causado-me fadiga...
E em um mundo imaginado...
Em que tudo era esperança...
A terra eu podia sentir mover...
Com um sopro criava o vento...
Fazia castelos...
E neles eu morava...
A ingenuidade era minha companhia...
E feliz sempre cantava...
À noite o céu bordado...
Me fazia querer ter...
Um belo par de asas...
Um anjo eu seria...
E ao firmamentos eu voaria...
As flores para mim sorriam...
Brincava de bem-me-quer...
O dia inteiro sobre as árvores...
Por que fui crescer?
Em todos os cantos...
Eu brincava com o mundo...
E o mundo brincava comigo...
Não lembro-me quando tudo acabou...
Diante, agora, do que pouco sinto...
Não sei o que me sobrou...
Se um dia fui criança...
Só a saudade restou...
Ah malvado senhor do tempo...
Por que a ele não parou?
Sandro Paschoal Nogueira
facebook.com/conservatoria.poemas
Recordou-se que ali já esteve, mesmo não sabendo o que era estar ali, e à princípio sendo guiado pelos seus dissimulados sensores epiteliais notou sua própria existência tênue, calorosa e agradável.
Com receio de que aquele ínfimo momento se extinguisse quebrando aquele devaneio, permaneceu de olhos fechados, apenas existindo no meio de tudo aquilo.
Ouvira sinos de outono na copa das árvores, ecos de aves canoras ao longe, movimentos de raízes tocando a terra ao balanço de brisas prolongadas como suspiros de moça.
Tudo era melodia naquele delicado momento em que aprender à se amar.
"A cada geração um fruto se realça e se torna frutífero de maneira diferente, isso ocorre pois,
ao se desprender da árvore e sofrer com os fatores diversos e climáticos ele tem duas opções,
ou se adapta ao ambiente e germina, ou morre ali mesmo."
Nesta noite, olho para o céu
e vejo que as nuvens
calmamente se afastam
para que fique à mostra um rico luar sobre árvores verdejantes e frondosas, assim, sou agraciado por poder contemplar uma visão composta
de belos traços,
um lindo quadro que está em movimento que deixa-me tão inspirado que transformo em versos este simples momento.
