Versos de Silêncio
ENFADA DANÇA
Oh, meu melancólico sofrimento
Por que no silêncio recomeças
Ritmando o árduo sentimento
Numa agitada dança, as pressas
Eu vago sozinho pelo lamento
Na solidão, que queres?... Peças!
No dia, na noite, és só firmamento
Assim, sem que nada te impeças
Tu danças ao amuo do vento
Ao relento, trazendo o medo
E o pranto. Oh doce fomento
Um enredo... sou desesperança
Vago só e errante neste lajedo
E tu me leva nesta enfada dança
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
13/12/2019, cerrado goiano
MEU BATUQUE
Escuta o meu batuque! Vai até a madrugada.
Meu batuque é silêncio que me põe a vida pensá...
Deixa ele batucá... té que eu dance a ultima música
e alguém me põe pra niná.
É batuque com repiques dos sinos lá da aldeia
e dos sons das ondas do mar,
de cheiro de campos floridos,
e da areia branca da estrada...
Da canção dos violeros!
Tem gosto de céu estrelado e dos causos
que meu pai contava, à noite, lá no terrero.
Das roupas que mamãe lavava e secava
no varal da minha infância...
De quando levava a gente na cidade pra comprá
os tecidos boladinhos para ela costurá,
vestidos dos contos de fadas mais lindos daquele lugá.
Por isso, deixa meu silencio batucá.
A cada vez que ele batuca
põe-se minha alma a pensá.
Deixa ele batucá...
Té que eu dance a ultima música
e alguém me põe pra niná.
Se teu silêncio for mantido, evitarás qualquer conflito e serás sempre senhor de suas opiniões.
Se tuas palavras forem pronunciadas, elas poderão te causar transtornos e te fazer refém daquilo que fora dito.
(Teorilang)
Dor dos meus Jejuns -
No branco silêncio de um depois
fica sempre um cheiro de vazio
porque esse alguém, p'ra onde foi,
não levou a saudade nem o frio.
E lá na rua onde morava
oiço ainda o eco dos seus passos
o cheiro a rosas que deixava
quando nos envolvia nos seus braços.
Às vezes, fechando os olhos, vejo ainda
aquele olhar que nos trespassava
e oiço aquela voz que nunca finda
dizendo o quanto nos amava.
Eram gestos, palavras incomuns
que ao fundo da infância davam paz
e fiquei livre da dor dos meus jejuns
minha alada e adorada Monsaraz!
SOFRÊNCIA
Nu, o meu lamento pranteia na solidão
Na minha dor o silêncio me comprime
E, em suspiro visceral que me oprime
A boca saudosa de teu beijo, só ilusão
Nessa tortura aflitiva do meu coração
O desejo de outrora não mais inanime
Uma realidade, o que já foi tão sublime
Faz-me arrepiar em amarga sensação
Em melancolias de dessabores infinitos
E minh’alma vozeando em frêmitos gritos
Rompe a exaustão do dia, em um frenesi
E o tempo alonga as horas, lentamente
Escreve a sofrência já no cerrado poente
Num soneto jeremiado, e chorado por ti...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
18/12/2019, 17’14” - Cerrado goiano
Olavobilaquiando
Quando eu for embora
Quando eu for embora
Ficarei
Primeiro nos segundos
Do minuto de silêncio
Das horas que se arrastam
Dos dias que não passam
Por anos estarei
Nas esquinas e olhares
Nos aromas e lugares
Nos conselhos que te dei
Povoarei sua lembrança
Cada olheira e cada trança
No vazio da madrugada
Nos sorrisos das crianças
Que rabiscam a calçada
Cada som e cada dança
Cada roupa amarrotada
Na ilusão da esperança
Naquela blusa emprestada
Até no brilho da lua
Na placa no nome da rua
Em cada historia sua
Eu viverei
Em cada momento
Nem que seja no esquecimento
Eu estarei...
Quando eu for embora eu não irei
Nem todo silêncio é sábio e estritamente necessário...
Há silêncios e silêncios... Muitas vezes "ele"o silêncio é a resposta que não queremos ouvir.O silêncio não fala grita, oras, se Deus nos deu o poder da língua para falar e o cérebro para fazê-la calar, por que não usá-los para o diálogo?Falando cá com meus botões, conversando é que os humanos entendem os fatos ou se desentendem de vez e faz barraco.
São as mesmas noites longas e frias
Habituada escuridão
Fecho os olhos, respiro fundo
O silencio traz à tona o passado
Não sentia saudade, nem dor
Bons momentos estavam distantes em sua memória
As nostalgias não mais o faziam sorrir,
Nem sequer chorar
Pela janela do apartamento, olhou
Olhou para a imensa escuridão
Tantas vidas que se foram
Tantas vidas que querem ir
Olhou...
Sua cidade vazia, rumo a destruição
Assim como a sua alma
Assim como o seu corpo
Se vai o que já não existia mais
MEU AMOR
Chocalha o meu silêncio
Nas palavras que devoram as lágrimas
Que saltam dos teus olhos
Salgadas como o mar
Nos sonhos a transbordar
Poesia.╰⊱♥⊱
Tua falta é presente
Há um lugar onde mora o teu nome
E ele ecoa quando se faz silêncio
Como frequências inaudíveis
Você está lá
Entre os decibéis das canções
Entre as notas melódicas
Entre os arranhos das cordas no arco
Há um espaço vazio onde mora você
Solitário.
No silêncio da noite
Eu sinto a dor
Desse pavor
A dor de amar
A dor de zelar
A dor da saudade
Saudade no peito
Eu tento matar
Mas aqui você não está
O corpo está
Mas você não está
O que devo falar?
Se eu falar
Eu sei que que vou me machucar
Melhor me calar
Sinto sua falta.
Intenso 01
Silêncio
Porque do seu silêncio, porque dos seus olhos a brilhar e a sua boca calar, que através de um brilho do seu olhar, viajo em letras tentando percorrer o universo de versos, tentando viajar em seu corpo em centímetro ainda não explorado por um prazer intenso... (rsm) 28/12/2019
Tentamos preencher o silêncio da boca assim como os vazios no corpo.
Buracos completos que cabem tantas coisas!
Muita angustia sai da boca, assim como, muita entra também.
Assim é.
Sinto uma tristeza grande no peito
Um silêncio paira no ar
Lágrimas escorrem dos meu olhos
No coração sinto um aperto
Junto comigo o mundo está a chorar
MALALA
Grita ao mundo, Malala
Que nenhuma bala te cala
Escuta, Malala
O som da guerra, o silêncio da Opressão
Vencer a batalha de mulheres que unem a fala
E lutam para defender a Educação.
Um dia a vitória virá...
Malala, as marcas em seu corpo
Não calaram seu coração
Sua história nos ensina e ecoa como lição:
Que ninguém cala, a menina Malala!
No mundo tem adeptos
Sementes em solo fértil
Malala, você inspira gerações!
Num tempo em que bons exemplos
Hoje, são raras exceções!
Sigo no silêncio pra não me entreter
Vai que um dia eu gosto e começo a ver
Além do que era pra ser
Eu sei que eu posso e às vezes recebo
Alguns outros chamegos
Mas é pela gente que eu prezo
No interesse por uma outra qualquer
