Versos de Amor Autor Desconhecido
Um poeta tem seus versos que emergem na agonia...São as palavras de felicidades que aranham o “quartel” da nostalgia?
O que temos ninguém tem, é tão nosso, quanto nosso próprio osso estribo, tão pequeno e escondido.
O que somos ninguém pode ser, singulares,as vezes pares, que se encontram em suas ilusões.
O que somos, traduzimos inteiros, armaduras, canduras, vulcões, trovões ou mera neblina passageira.
O que somos?As vezes falta lugar no espaço para o descompasso que tenta traduzir mente e coração.
Se a procura é louca por saber quem somos, não encontrará repouso, há um “frenesi” para todas as emoções.
É preciso abrigar o corpo, equilibrar a mente e sossegar o coração, pois nem uma procura em vida chegará ao destino, pois o homem é feito do material da inquietação...
Tua inspiração
Eu queria ser a inspiração dos teus versos
a cor dos teus sonhos, e o doce sabor do teu amor…
Em versos e poesias procuro me expressar
Fico presa em mim mesmo e não consigo falar
Eu escrevo tudo que guardo em meu coração A maneira que eu achei para me expressar está na beleza de toda vida
contida em versos e poesias
O meu coração tem um montão de diversos
Versos, libertos neste universo, pois entende
Como missão expressar sua genuína emoção!
Guria da Poesia Gaúcha
Escrevo-te alguns versos.
Versos que não podem ser ditos.
Mas podem ser lidos.
São letras como pássaros.
Contém asas da liberdade.
São livres por si só.
Percorrem o mundo.
Em busca de algo ou alguém.
Pianíssimo...
Mais uma vez
sentei-me ao piano
e dedilhei canções
como se escrevesse versos
de um poema!
Meu pensamento viaja
ao transcendental
como se todas as questões
da vida fossem divididas
em partes harmônicas nos
acordes das notas musicais.
Companheiro de longas jornadas
meu amigo fiel suavemente
- pianíssimo -
responde a meus lamentos e ais
e entre melodias divinais
recolhe minhas lágrimas
que teimosamente pingaram
em suas teclas de marfim....
INSPIRAÇÃO
Só o coração é poeta...
A arte só produz versos
Mas toda poesia e beleza vêm do coração
Fábrica de sonhos infinitos...infinitos...
Coração que faz canção...
Canção a declarar-se a existência
A ensinar o dom do amor...
Chama acesa de inspiração
Que ilumina o destino-destinatário
Dizendo que a palavra mais linda
É a que faz canção...
Declaração de um poeta
Os versos de um poeta
Quase sempre na hora certa
São flechas tão diretas
De um coração que não se aquieta
Desejo que ele chegue logo, correndo
E entenda o sonho ainda escondido
Tem sempre sentido as palavras que remendo
Revelando o amor tão puramente sentido
Defumando versos
Tirou do violão, talvez a derradeira nota.
A voz não respondeu.
Mudo, apoiou o rosto no próprio instrumento.
O fogo ainda o aquecia.
A parede da alma amarelada.
O tudo de mãos dadas com o nada.
A fumaça aumentava
Preenchendo cada vazio da poesia da sua vida,
Defumando os versos, provocando tosse na rima.
O pensamento mal cavalgava lembranças
De um alfabeto extinto.
De súbito soprou a vela
Percebendo a complexidade escura do labirinto.
Apenas vestígios de carvão.
Nas cinzas, o destruído eterno.
Nada mais das chamas galopantes
Vistas pouco tempo antes.
De costas deitou-se no chão.
Cobriu o rosto com o próprio chapéu.
De qualquer forma não viria o céu.
Nos olhos apenas nuvens formando véus.
Perversos conversos
Com versos inversos
Em versos travessos
Conversam avessos
Diversos universos
Universo de versos
De versos reversos.
OS MEUS VERSOS
Os meus versos não são meus!
São um fio delgadinho,
Mais fino que o fino linho,
Da inteligência de Deus!
Sou o espelho unicamente:
Colho a imagem fulgurante
de estrela, de sol ardente,
Milhões de léguas distante.
Como, no búzio, cantando
Vem o mar, seu cavo grito
Anda talvez silabando
Em mim a voz do Infinito.
A frágil haste do trigo
Vibrou ao passar o vento;
Sucede o mesmo comigo.
Sacode-me o pensamento.
Ando, às vezes, distraído
E a ideia sorrateira
Vem-me achar de que maneira!...
E quando os meus versos traço
E os assino, como autor,
Reconheço que não passo
De receptor-transmissor.
Surge na várzea rasteira
Seara em verde lençol;
E cresce e fica altaneira
E quem a ergueu foi o Sol.
Até ao fundo covil
Do coração mais lapuz
Chega o hálito de Abril,
Vai uma réstia de luz.
O que somos, nesta vida,
Nós o devemos a Alguém
E passamos, de corrida,
Do além para o Além.
Viseu, Março 1948
Pessoas e Poemas
Seres e seus versos airosos
Faz-nos querer enamorar
Os seus gestos de afago e palavras do jardim
São pessoas fulgentes
São poemas brandos
Seres e seus versos obscuros
Faz-nos querer desvendar
Os seus mistérios sem nobreza e palavras do esplim
São pessoas diligentes
São poemas entorpecidos
Pessoas com rimas, poemas com ações
Nas nossas vidas, eles serão inimigos
Ou fraternos
Nos nossos destinos, eles serão fantasmas
Ou eternos
Pessoas com estrofes, poemas com consequências
Seres e seus versos inauditos
Faz-nos querer impressionar
Os seus toques do portento e palavras sem anexim
São pessoas diferentes
São poemas apurados
Seres e seus versos atrozes
Faz-nos querer abominar
Os seus olhos de truculência e palavras do fim
São pessoas excruciantes
São poemas amaldiçoados
Seres almocreves de seres
Cada um opta como quer
Cada um opta como deve
Cada um opta como carecer
Seres e versos, Pessoas e poemas
A FALSA MORAL
Escrevo esses versos tristes
Sobre essas linhas tortas
E vejo reinar a tristeza
Num mundo de alegrias mortas
Pessoas vivendo entre vermes
Rastejando de porta em porta
Possuem um mal de nome esperança
Que diz que a felicidade se foi
Mas que ela algum dia volta
Mas você não conhece esse mundo
Por isso é que não se importa
Seu falso otimismo me assusta
Mas não se compara a sua caridade hipócrita
Pois se tu doas a um mendigo
Um sapato sujo e costurado
É só porque não mais te serve
De tão velho e apertado
Porém te sentes um ser bondoso
E se diz até "aliviado"
Pensa ter feito uma boa ação
Mas só tirou o lixo do próprio quarto
Ainda fala que sempre ajuda pois não sabe o dia de amanhã
Sempre esperando um retorno
Essa é a falsa moral
A conciência individual
Que transforma toda bondade em afã
Pintei meus dias com a poesia
E senti um novo sabor
Escrevo versos com sentimento
Por falta de um grande amor
A mim dedicastes teus mais belos versos
transformastes tua alma em melodia
arrancou a mágoa que dentro de ti havia
dedicou a mim seu ser em forma de poesia.
Em troca te dei meu desprezo
pisei nos teus sonhos, matei tuas fantasias
é que no fundo não cheguei a notar
que de amores por mim vivias, morrias.
Gestos implícitos, um olhar tão sereno
fizestes das tuas vísceras corações
me entregando até o que não possuías
perdão por não corresponder o que sentias
é que há muito vivo sem coração
acreditei que ao ver a tristeza em meu olhar
logo isso você compreenderias.
A cumprir os meus desejos
Devia dar-vos - Senhores -
Em vez destes versos - beijos
Em vez de palavras - flores...
Não quero muito.
Basta-me uma morada de dois versos.
Um mínimo de inspiração.
Uma corda no violão.
Um reservatório de fé e otimismo.
Uma vertente de amor no coração.
O barulho da natureza pra me tirar o sono.
O ruído da poesia tinindo em meus ouvidos.
Alguns abraços de gratidão.
E a certeza que vivi o que podia ter vivido.
Catorze versos me recebem com festa, numa alegria que poucas vezes vi.
Como é maravilhoso chegar ao poema e ser recebido assim.
Descobri que o soneto e dócil e que seus versos, apesar de carrancudos são muito amáveis.
Não gosto de páginas frontais
Prefiro os versos
Pulo, inverto,
Salto do avesso,
Viro, reviro
Me viro inverso
Declamo. É o começo!
São versos que guardei
Em noites estreladas
A lua estava serena
As estrelas encantadas
Guardei em sonhos meus
Guardei pra te falar
Que quando eu vim ao mundo
Eu vim para te amar.
Oh amado tão querido
Que não sabes desse querer
Venha afagar meus cabelos
Venha me ouvir te dizer
Que quando a noite chega
E as estrelas começam a brilhar
Teu nome é soletrado
E em sonho vou te encontrar.
___ Lene Dantas
