Bartolomeu Assis Souza

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Do livro "METAMORFOSE" BY BARTOLOMEU ASSIS SOUZA

ARGILA (B.A.S)

Faço, d'argila de que sou feito
Boneco tão parecido comigo
O ar quente que exalo
Endurece o que antes era maleável

Se o barro faz alguém
Sou essa argila da terra moldada
Produto criado, cozido e temperado
E esse boneco sou eu, ou argila?

(Bartolomeu Assis Souza, especialista em linguagens, poeta)

A FELICIDADE E A SALVAÇÃO
É SÓ DEUS QUEM SO-LE-TRA...

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TRANSITÓRIO (do livro: Licença Poética, Editora 24horas

Na vida tudo é transitório
Como num trivial velório
Calcado nas regras, preceitos, falatórios
Tornaram-se registros, num simples relatório...

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ASAS

Sonhos sem asas foi o meu
Busquei o infinito
Senti um despertar
Um sonho de Ícaro...

Nuances belas avistei
Num multicolorido indescritível
Voei alto demais, busquei o pináculo...
Enveredei pelo desconhecido...

Sem estruturas minhas asas cansaram-se
Lutando e sonhando compreendi...
Sou mero sonhador, um tolo, um bobo...
Um pobre pecador, que suplica piedade...
Amém!

INSPIRAÇÃO

Só o coração é poeta...
A arte só produz versos
Mas toda poesia e beleza vêm do coração
Fábrica de sonhos infinitos...infinitos...

Coração que faz canção...
Canção a declarar-se a existência
A ensinar o dom do amor...

Chama acesa de inspiração
Que ilumina o destino-destinatário
Dizendo que a palavra mais linda
É a que faz canção...

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TRANSFORMAÇÃO

Todo caminho tem um mesmo fim
É para se transformar
Transformação para existir
Mesmo que seja para morrer...

Nada é eterno
Mesmo que seja bom
Mesmo que seja mau
Nada é eterno...

Alumia os caminhos...
Alumia os caminhos...
Amlumia os caminhos...

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JÁ NÃO SINTO MAIS NADA...

Já não sinto mais medo
Já não choro mais
Sei que poeta bom
É poeta morto...

Qual então é a parte
Desta minha estrada
Se a felicidade mora longe
Se encontra em alta velocidade...

Sobrou-me o remorso das palavras
Feito os teus olhos
Um cenário de um poema
Uma viela, uma ruela...

Tudo nesse mundo é FRÁGIL...
Tudo PASSA...
Já não sinto mais medo...
Já não choro mais...

Sou poeta...
Sou poeta de água doce
Sou poeta...
POETA MORTO...

"gloria,gloria,perpetua"

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VIDE BULA

A vida é isto ou aquilo
Arrisque-se muito mais
Na vida não há meio termo
MAS A FORÇA DA Fé...

Somos nós que fazemos a vida
Como der...
Como puder...
Como quiser...
Inferno é sofrer...

A vida não é bula de remédio
Onde se consulta a solução, a dose,
a medida, comprimido da salvação
Não é tábua de salvação...

É raso ou abismo
É atraso ou urgência
É tumulto ou silêncio
É doença ou cura...

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PLANOS

Não faça planos...
Não se preocupe...
Apenas exista...
De planos mirabolantes
Os sanatórios estão cheios
Os cemitérios estão cheios
Os hospitais estão cheios
O congresso nacional está cheio
As igrejas estão cheios
Enganos de desejos alheios
Sonhadores...Sonhadores...
Sonhadores...
Nos campos do receio.
Amém!

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AGORA

A partir de amanhã...
Eu juro...
que a vida...

vai...ser...AGORA...

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NADA EU SEI DO AMANHÃ...

O tempo fala de eternidade, idade...
O tempo não perdoa jamais...
Se buscas a felicidade...
É o que disseres é que vai valer...

Nada eu sei do amanhã...
Sei que não sei continuar...
Na minha fome de andar...
Não quis saber onde a estrada levava...

E vou...
E vou percorrendo...
E vou percorrendo...
E vou percorrendo CAMINHOS...

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FELICIDADE NÃO EXISTE...

A felicidade é uma palavra
Não é um verbo e não sendo um verbo
Não pode ser conjugada, declinada
Muito menos no futuro...
FELICIDADE NÃO EXISTE É FICÇÃO...

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VERDADES MANCAS

Nada é para sempre
E sempre não serve para nada
Não faz sentido
Procurar o sentido da existência

Há um deus vazio e ilógico
Na lógica da ciência
Que me leva a demência
Que me leva a minha incompetência

Como crer na primeira verdade
Se as mentiras são tantas?
Se a paz é sagrada
Mas se as guerras são tantas

Como acreditar, crer
Na premissa divina
Se todas as verdades
São mancas, coxas...?

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NUNCA FUI ALÉM...

Sei que um dia
Nem serei mais lembrado, recordado
Um dia será meu fim...
Nenhum passo a mais será dado
Nunca fui além , aquém de mim...

Extensa é a caminhada
Se fui parte do caminho
Não deixo trilhas, mapas, pegadas
Assim foi o meu destino...

Bem mais simples e pensado
Foi o primeiro passo
Pois na vida tudo é transitório
Como num trivial velório
Chorando por horas mortas...

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MESMO QUE SEJA ILUSÃO...

Tente, mesmo que seja ilusão...
Felicidade, se você quer ser feliz...
Tente, mesmo que seja impossível...
Felicidade, pode ser só ilusão...
Mas o coração não mente...

Vida eterna, Deus é o tempo...
Vida eterna, Deus é a salvação...
Vida eterna, Deus é os sonhos...
Não deixe os sonhos morrerem...
O meu não morreu...
Vida

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ESPERA...

Espera...
Aguarda...
Vigia...
Espera...
Em qualquer circunstância espera...
Se alguém te ofendeu...espera...
Se alguém te prejudicou...espera...
Se sofres, espera...
Se o obstáculo te impede...espera...
Se a dor te visita...espera...
Se não te amam...espera...
Se não te respeitam...espera
Se te caluniam...espera...
Sejam, então quais forem as dificuldades...espera...
O embaraço de hoje, é benefício amanhã...
Fazes sempre o melhor...
Da semente lançada pacientemente...vem os frutos...

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CRENÇAS VAZIAS

Num estranho fervor
Em crenças vazias
Fingindo coragem
Em estranhos enredos
Uma ruptura em meu existir

Compreendi que não preciso de conselhos
Para ensinar-me como pensar
A vida não é olhar espelhos
Gosto do meu jeito de errar

Também não existem erros nem acertos
Só existe o caminhar
O que parece não ter conserto
É o concerto que quero tocar

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VERSOS DE OBITUÁRIO

Nos versos de um poema
Que não nasceu
Um obituário se faz
Pra morrer outras vezes

Se viver a morte
Num verso controverso
Num pensar disperso
Nos versos feito a corte

Já morri muitas vezes
Parece até controverso
Que não sei dizer
Foi a morte o derradeiro verso
Foi a morte o primeiro verso...

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O TEMPO TODO PLUGADO (B.A.S)

O tempo todo plugado
Muita gente hoje vive
Com um chip programado
Já se vive de antemão

Nos primórdios dessa era
Engenhocas se fazem
Ao nascer serão chipadas
Formatados na quimera do existir

Ouçam a voz do profeta
Que declara, que decreta
O ser humano um dia
Ao nascer será chipado

Declara a ciência
Com sua voz destoada
Uma grande utopia sonhada
Livre do bem e do mal

O sistema não vai esperar
Vai deletar mais um dado
Se alguém conseguir pensar
É o destino que nos espera

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EXÍGUO TEMPO (B.A.S)

Nas páginas viradas do meu existir
Vejo folhas mal preenchidas,
rasgadas, borradas, rotas, rabiscadas,
inacabadas e que não fazem sentido...
aliás a vida não faz sentido algum...

No espelho vejo o avesso
Um ser refletido e falso reflexo
Uma imagem inacabada
Re-criada e carente de nexo

Na inutilidade das coisas
Uma vida mal resolvida
Tolamente vivida e insolúvel
Tentando encontrar algum sentido

Nos entulhos e lixos guardados
Guardei tantos entulhos, velhas lembranças
Tolos embrulhos e embrulhadas para dar a ninguém
Em tão exíguo, escasso tempo

Vou passar pela história na mediocridade
Buscando alguma coerência
Que nunca existiu...
Repleto de ontens sem sentido...
Numa fenda profundíssima...

Assusta-me o abismo dos meus dias
Vou partir e ver que nada valeu...
O que criei ou o que deixei...
O abismo dos meus dias, cada um a mais...
Gigantes, para mim, INEXPUGNÁVEL(*)...

(*)adj: INVENCÍVEL...

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MINHA FÉ (B.A.S)

Minha fé não tem deuses e nem santos
Minha fé é sem ritos e nem mantras
Minha fé não remove montanhas
Minha fé está na premissa do humano
Minha fé não revolve as entranhas
Minha fé não faz com que eu caminhe sobre as águas
Minha fé não faz com que eu possa voar
Minha fé não diz se devo rezar
Apenas desfraldado em meu caminhar
Busco encontrar, busco respirar
Não vi sentido em qualquer filosofia
Não vi nenhum deus a me mostrar o caminho
Apenas o pulsar do meu existir
Apenas o pulsar das minhas veias
Teimando encontrar uma luz
Que dê razão ao meu existir...

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PÁGINAS LIDAS E NÃO LIDAS (B.A.S)

Sou a minha catedral, meu templo
Dos meus deuses e meu Deus
Moldados ou não à revelia, à rebeldia...
São minhas dores, torturas...
Que busca a cura, a paz, a salvação...

Sou minha casa, minha rua, minha cidade...
Em todas moradas e lugares...
Memórias gravadas, computadas
Sou o relógio, a medida do meu tempo
São minhas horas contadas
São dias de labutas e de esperas
São meus dias de ócio e preguiça...

Sou mais do que tudo
O livro de minha vida
Dos meus encontros e desencontros
Minhas chegadas e partidas
Sonhos vividos e negados
Meu riso e meu choro
Páginas lidas e não lidas...

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SOU MEU PSICANALISTA (B.A.S)

No lixo da angústia
Vou transmutando
E assim vou aprendendo
A essência da vida, da poesia

Que loucura, sou meu psicanalista
E tropeço nas palavras
E escorrego nos meus sentimentos
Quem sabe em outras humanidades

A folha do papel vazio
Encontro-me e desencontro-me
A metáfora é o caminho
Para reencontrar meu nirvana

Papel não tem cordas vocais
E na alquimia do poema
Transformo o lixo do mistério
No ouro da sabedoria

by:Licença Poética, Editora Biblioteca 24 horas
Bartolomeu Assis Souza, 2011

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Depois de ouvir o barulho, o estardalhaço

do mundo, quero ouvir o barulho profundo

do meu coração.

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DA VIDA NÃO SE LEVA NADA!

Da vida não se leva nada!
Nada!
Não se leva nada!
Da vida
Não se leva nada
Vida
Vida
Vida
Não se leva
Da vida
Não
Se
Leva
Nada...
Vida...
Leva...
Nada...
Da vida...
Não se leva nada
Nada!
Se...
Se...
Leva...
Nada...

do livro "prece científica, editora 24 horas

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