Vermes
Se o homem pudesse imaginar que um dia alimentará os vermes ou saciará as chamas, aplicaria-se mais a enfeitar sua alma.
Quem se importa com os vermes? O inconveniente é que quando pisamos neles, sujamos os sapatos com sua gosma asquerosa
Ah, você é alguém muito importante? Não diga a mim. Diga aos vermes que forem comê-lo, quando chegar a (sua) hora!
No final tudo perece, cada qual com seus vermes, seu cupim, sua ferrugem, seu vapor, para em qualquer coisa se transformar, inclusive o nada da indiferença de quem olha.
Junte-se aos vermes...
Nada é mais frio que meu desapego sincero por suas tentativas desesperadas de me atingir...
Nada é mais frio do que meu desprezo pelo que sentes, sofre e por seus erros insistentes ao tentar provar que está certa...
Diante de seus problemas, me sinto morta que é para não sucumbir ao desejo egoísta e caprichoso de vê-la morrer.
Não nos perdemos. Morremos. Ambas, uma para a outra. Mas você ainda insiste em esmiuçar meus restos mortais, como quem fosse entorpecida pelo cheiro fétido dos meus tecidos em decomposição.
Cá entre nós, te tornastes tal qual os vermes, que se alimentam da podridão. Sendo assim, não tenho o que lamentar, finalmente você está em seu devido lugar.
A terra
Que por ora me serve
Se servirá de mim
E serei adubo
Se não de flores
Dos vermes que me aguardam
Pacientes e certeiros
Do banquete à ser servido
Déspota
Insignificante aglomeração de células
Tua desaprovação não me afeta
E os vermes que na l'ma te esperam
Querem tua carne podre de déspota.
Vista sua melhor roupa para o baile
Dance o treno da morte
Sua respiração me insulta
Seu egoísmo me ignora e não vê que sou forte.
Tanto tempo sem te ver e quando te vejo
Você ignora minha existência
Eu quero que você desapareça
Esqueça-me e tire de você minha essência.
Não tenho piedade. Quanto mais os vermes se contorcem, mais vontade tenho de esmagá-los. É uma compulsão moral e esmago-os cada vez com mais força à medida que a dor aumenta.
Vermes, sanguessugas, parasitas!
O que eles querem? Poder ilimitado
Eles querem cumprir o limite da podridão
Subverter a subvertida subversão
Ou seja, fazer o que o ego mandar
E ele só manda as maiores atrocidades
O cúmulo na negligência, da ignorância
Quem se importa? Eles não
O quanto mais escroto melhor
O quanto mais psicopata melhor
Nunca são os culpados
Nem quando já perderam tudo
Ta todo mundo envolvido
O dinheiro está ai, para manter seus privilégios
Mas a hora de vocês está chegando
A nossa hora também
Acham que ninguem viu
Mas a natureza não se engana
A foice já está sendo armada
Para os pequenos detalhes um aviso
Ela já está nos convocando em massa
Quem será? Quem serei?
As brechas estão se abrindo
Como buracos na pele onde feridas ficam expostas
Infeccionando, gangrenando, necrosando
O status quo está esfalecendo
É necessário nos trabalhar, quem acha que deve
Para que acha que não deve-se fazer nada, boa sorte
Eu já estou fazendo o meu, tomo o meu cuidado
Pois houve um dia em que eu beijei a morte
Tinha gosto de pus
Mas dessa vez eu não fui
Agora eu não irei
Mas quem sabe ainda
Mais tarde...
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