Um Estranho Impar Poesia
Da série:
"Li e a Estrada"
A inspiração é como um raio.
Vem e vai embora com a mesma rapidez.
Daí você tem que parar naquela hora, naquele minuto, exatamente naquele segundo, e em se tratando de inspiração para escrever, você tem que anotar o flash imediatamente.
No meu caso, eu paro.
Paro porque isso acontece, invariavelmente, em vários quilômetros da estrada.
Todos os outros passam por mim, e eu continuo à frente deles, mesmo assim.
É a estrada.
É aqui que eu paro, e continuo a voar.
Você está se atribuindo importância demais, quando, na verdade, é só um cisco diante dos problemas que tenho. E cisco, basta soprar pra sair do caminho.
É melhor se conformar com a sua insignificância.
O olhar procura a rede.
O beijo conecta.
Li Azevedo
Quer uma relação fácil, livre?
Tenha um(a) gato(a).
Se bem que se ele(a) estiver faminto(a), e você não o satisfizer, o animalzinho bontitinho, discreto e leve, é livre também, e procurará outros telhados.
Li Azevedo
Se eu te permiti ser o que quiser em minha vida, seja-o com competência.
Se eu achar que você já está muito no lucro, pode ser que eu tenha a necessidade de fazer o capital circular.
Li Azevedo
Não me ofenda com esses seus desejos de segunda, feira!
Li Azevedo
Éramos duas pérolas, e tínhamos consciência disso, mesmo cada um em sua respectiva concha. De vez em quando a abríamos para ver se o outro ainda continuava ali, pertinho, porque também tínhamos consciência disso.
Parecia confortável, seguro, embora o trato de se permanecer ali nunca tivesse precisado da anuência das ondas. Estávamos ali, e pronto.
Daí você se fechou, e como já era previsível, se abriu novamente algum tempo depois.
Claro, encontrou a minha concha vazia.
Agora pode abrir a sua quantas vezes quiser.
Jamais saberá se eu atravessei o oceano, ou se encontrei alguém disposto a ficar bem mais próximo à mim, mais do que os seus olhares por entre as coxas, ou melhor, entre conchas.
Se você pode fazer um último pedido?
Mas é claro que sim.
Peça a ele para continuar a me fazer feliz.
Ele é todo ouvidos.
A vida é um eterno "dá e toma".
Ou você aproveita enquanto ela realmente está disposta a lhe presentear, ou vai gastar todo o seu precioso tempo a "dar birra " feito criança mimada em supermercado.
Por que ela demora mais um pouco a perdoar?
Porque a porta de saída da mágoa tem que ser suficiente para ambos: a mágoa e você.
Ele me fez o único convite irrecusável:
viajar!
E no caminho talvez eu tenha encontrado um lugar no qual eu queira realmente ficar.
Não adianta você fazer o que qualquer um faria.
Não adianta tentar me impressionar com coisas que qualquer uma se impressionaria.
Não sou melhor que ninguém,
mas não sou nenhuma delas.
Eu não sou qualquer uma delas.
E se você não entender isso, eu sinto muito, mas não seremos qualquer, nenhum(a) ou mesmo algum(a) na vida um do outro.
O melhor formador de bons pais é o exemplo.
Seja um bom e verdadeiro pai para seu filho (a).
E permita que seu filho também o seja.
Eu tive um caso extraconjugal fora do Brasil durante muito tempo, muitos anos. Toda vez que meu casamento entrava na rotina, eu fugia para os braços do meu amante.
Por ele aprendi outras línguas, gastei oceanos de dinheiro e com ele construí sonhos, que sem qualquer trégua persegui-os incessantemente.
Estar com meu amante era também me reencontrar em minha melhor versão.
Meu amante me devolvia o sorriso, me fazia sonhar e acreditar de novo nas pessoas, em um mundo melhor, em mim mais uma vez, até que a vida, após anos de felicidade, cansou-se dessas minhas vindas e idas, e quis dar um basta nisso.
E deu, quando definitivamente me obrigou a escolher entre meu amante, a Europa, e meu casamento, o Brasil.
Eu esperneei, chorei, retruquei, questionei, recorri, e confesso que até desistir de mim passou-me pela cabeça, inclusive mais de uma vez...
Eu não conseguiria viver sem meu amante.
Eu não queria isso.
Também não queria abandonar meu casamento sólido, seguro...
Durante todo esse período difícil, meus verdadeiros amigos permaneceram sempre la, a me enviarem msgs de WhatsApp, gifs, piadas, enquanto eu me recolhia à amargura de ter que escolher entre os dois.
Até que o fatídico dia chegou.
Qual foi minha escolha?
Hoje amanheci com o mundo das ideias em mim,
darei a elas tal importância, a de um jardim.
Regarei até o seu brotar
não as deixarei em casa, são parte de mim, pois, me levarei comigo por onde quer que eu vá.
Eu já estou morto.
Ao escrever este poema, sou apenas um cadáver que teima em segurar a caneta.
Não sei o dia, nem a hora de quando eu morri —
talvez na juventude, talvez no primeiro verso, talvez no primeiro amor que não me amou.
E é isso.
Estou morto, e não há mais volta.
Ninguém chorou.
Não houve velório, nem lamentos, nem lápide com meu nome.
Morri e continuei vivo, preso ao corpo como se ele fosse meu.
Sem céu, nem inferno.
Após a morte, só há o hábito de existir,
onde meu cadáver se senta a escrever
como quem cava a própria cova
com uma colher de chá.
Continuei a fazer as coisas de quem vive:
amar sem saber o que é amor, crer sem fé, desejar sem saber por quê.
Morto, mas não suficientemente;
vivo, mas não inteiramente.
Sem saber se invento a vida ou se ela me inventa.
Morri sem testemunhas.
Nenhum mau cheiro, nenhum adeus, nenhum vestígio.
E o pior: nem eu mesmo percebi.
O FRACASSO DO PAÍS*
Corrupção no Brasil
É fracasso de um povo
E um político ruim
É fracasso de novo
O fracasso do país
- Politicagem povo!
Sextilha – estilo rítmico X A X A X A
PANDEGOMANIA*
Um voo noturno sem direção, porém, inquietante, é sempre sombrio e sofro o grave frio do pânico, coronavírus. Diante das considerações, colocações eu sinto que estou em um país acéfalo.
Não sei decodificar o que é informado e arriscar a imaginação como uma águia que aos quarenta anos, sem qualquer compromisso coerente com a razão se confina.
Diante do panorama mundial até esta manhã é cinza em nosso horizonte, em Palmeira dos Índios, Alagoas, 25 de março, como nosso destino.
Deixo a águia na sua renovação e me vem, como um insight, o alerta do especialista Jean-Claude Manuguerra, em 2012 que há seriíssimos riscos de pandemia.
Portanto, quem fala diferente da linguagem literária da ciência e dos fatos de outros países contradiz o que está na literatura, na ética, no compromisso e responsabilidade do profissional.
A nossa vida e saúde estão em risco.
- Socorro!
Diante dos especialistas, qual é o pândego que diverge da veracidade da ciência?
* Pandegomania – neologismo
CONFIANTE
Tenho pavor de todo país
De A a Z, o que escapar é por um triz
Tenho pavor do mundo
E também de todo mundo
Ouço muito fato fementido
Tenho pavor, pavor do desconhecido
Tenho pavor de abrir a janela
Ou de quem passa perto dela
Na rua até se escuta um oi
Entrei na sala e dela sai
Pensamento inquietante, coração acelerado.
Nenhum vizinho para dividir um segredo
Um monstro sem tamanho
Alvoroço estranho
Garatujo poema, conto, haicai...
O pavor até que se esvai
O vírus fez um tufão de revolução
Mas, a solidariedade invadiu nosso coração
Como uma grande explosão
Anjos labutam por mim, por nós. Momento de reflexão!
Aperto o botão: vírus da molesta
Eu tenho pavor de abrir a fresta
Que dá para o agreste da minha inquietação
Enxergo a placa certa indicando a contramão
Constato em Isaías: "Não temas, pois eu sou contigo;
Não te assombres, pois Eu sou o teu Deus.
Eu te fortalecerei, e te ajudarei,
Eu te sustentarei com a destra da minha justiça".
Um vírus incompreensível ao homem
Até compreensível ao cientista homem
As normas adotadas são essenciais
Vamos ficar em casa porque o nosso Deus é mais
PARCELA DE PLÁSTICO
Não fique estático
Do amanhecer
Ao anoitecer
Não é um ato teórico
Julho sem plástico
Diz Curupira
- Não a ziquizira
Cuide da terra
Árvore, ar, serra...
E aprecie lira.
Um arranjo:
"A dificuldade maior dentro das unidades escolares hoje é lidar com indivíduos provenientes de lugares que não têm regras - casa, sociedade - para um lugar onde ainda persiste a aplicação de regras: a escola."
QUEM SÃO?
Há muitos e muitos anos, um poeta revoltado
Escreveu Navio Negreiro, pois estava indignado
Com o povo que emprestava a bandeira para cobrir
A infâmia e a covardia que se viam por aqui!
E no palco da cidade, ao som do toque do tambor
Ouvia-se o poeta clamando ao Nosso Senhor:
“Senhor Deus dos desgraçados!
dizei-me vós, Senhor Deus!
Se é loucura...ou se é verdade,
tanto horror perante os céus?!”
Quem são estes miseráveis sem acesso a habitação?
Nas praças, sob as marquises
Buscam no lixo seu pão
Quem são? E de onde vieram?
Quem são? E por que miseram?
Quem são? E o que fizeram
Para tal condenação?
Quem são estes que, transportados, piores do que gados, vão?
Subempregados, suburbanos, exaustos na condução
Sem ter moradia digna, nem acesso à educação
Sem saneamento básico, com parca alimentação
Quem são estes cidadãos?
Quem são? Quem são? Quem são?
Tantos anos se passaram, mas tão pouca evolução
Ainda se usa a bandeira para encobrir a inação!
E no centro da cidade, ao som do toque do tambor
Ressoa a voz do poeta, clamando ao Nosso Senhor:
“Senhor Deus dos desgraçados!
Dizei-me vós, Senhor Deus!
Se eu deliro...ou se é verdade,
tanto horror perante os céus?!”
Um passaro com a asa machucada, não voa.
Uma rosa sem espinhos, fica sem defesa.
E o céu sem estrelas, não tem brilho.
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