Trilho
Eu tenho a pressa do coração jovem,
a ânsia de se realizar.
Por lutas e percalços trilho a caminhada,
minha jornada é feita a pés descalços.
Meus pés são calejados,
são de quem caminhou muito,
ainda tenho muito a trilhar.
Corri para longe, dos meus medos e dores.
Sigo ainda correndo para perto dos abraços que amo
e dos sonhos que persigo.
Caminhante não é nada, senão o coração que carrega,
com o coração da partida.
Pés que tremem sempre ao pisar em outro chão.
A única verdade que o caminhante nunca duvida
é que a esperança é a mãe da sua jornada,
seja qual for a razão da sua partida.
Se perde pelo caminho aquele homem que partiu,
este já não será possível mais encontrá-lo.
Trilha a jornada o caminhante que precisa sê-lo, torna-o.
Eu trilho as estradas da natureza até à hora em que me deitarei para
descansar, devolvendo o meu último sopro ao ar de que o aspirei diariamente, e
mergulhando na terra donde o meu pai tirou a semente, a minha mãe, o sangue,
e a minha ama, o leite do meu ser — terra que durante tantos anos me forneceu
diariamente comida e bebida, e, embora tão atrozmente maltratada, ainda
permite que eu pise a sua superfície.
Todos os dias trilho caminhos pra decifrar o Eu interior.
... e todos os dias tapo arestas do meu EU sempre, acreditando está em reconstrução.
E confesso que excessos de estrelismos ofusca esse tão inóspito eu interior!
Via Dolorosa
Sigo o trilho do meu ser,
Sem querer ser nem saber
O que me ha-de prover.
Munido de cobardia,
Arde em mim o adágio.
Propender que não agia,
Juiz pobre do ser,
Encostado à lombada
Julgava ter carácter
E menção para contender.
Certezas à chumbada,
Injustiças solver,
Casos vindos do nada,
Que o soldado na parada
Jurou não mais combater.
Sofrimento rio em que nado
Rumo à margem ansioso e crente.
Escapa-me da mão o tronco pendente,
De tanto nadar contra a corrente.
Rio que me lavas a vida,
Cada vez que engulo o vazio
E encharco meu pulmão doente.
Mas não desisto da braçada,
Escapa-me a margem à tangente,
Miro-a daqui enquanto trago água.
Miragem que é sinal de fumo,
Onde o apache escreveu resumo,
Da minha ofegante falta de coragem.
Padecem-me as forças,
Deste rio me inundo.
Sinto com a pontas dos dedos
Os seixo e lodo no fundo.
Dura pedra, vil mensagem,
Culminar esta viagem
No barranco da mesma margem.
Pois do profundo trouxe pedras.
Da peleja não mais miragens.
Das pedras o saber de aprendizagens.
Reconheço no vazio
Um sentir contra o sentido,
Pois não fora outrora um prodígio
E talvez nunca serei um ser bem entendido!
No luar eu desperto
Lua, Cheia...🌕
Trilho meu caminho na sua luz fulgaz
Nela eu me inspiro
Nela enlouqueço
Nela eu reconheço...
Minha luz...✨
Minha sombra...☠️
E na sua luminosidade
Reconheço quem sou
Lua que abre portais
Lua que desperta a sensualidade
Lua que aguça a intuição
Meu ciclo, eu chamo de lua
Que me recolhe na minha imperfeita perfeição
Quem não suporta seu brilho
lhe trata co' indiferença,
só pra lhe tirar do trilho,
ofuscar a sua presença!
De pé, encalço, segue o trilho
que à estação deve chegar.
Alegrava a meninice
olhar o trem que vem passar.
Aquele trem que era vida
foi-se embora, existe não.
A estação, desamparada,
de tão vazia é solidão.
E nos trilhos pedregosos
só resta agora
emoção.
Talvez te falte brilho,
ou aconteça fora do trilho.
Ó voz que exala fortemente,
pulsante ao peito veemente.
Sons do amor geram lembranças,
morte leva amados, tempo, heranças.
Estarei sempre por cima, Senhor,
Pois guardo com zelo Teu amor.
Na obediência, sigo Teu trilho,
És meu caminho, meu abrigo e brilho.
A Pele Entre Sombras
Em passos hesitantes, um novo caminho trilho,
Desvendando em mim desejos, rompendo o lençol.
Com garotas, a troca de um toque macio,
E no abraço trans, um novo arrepio.
A fé antiga, um laço que já não prende,
Em liberdade, a alma busca e se entende.
O dogma outrora forte, um nó desfeito, a verdade emerge em mim,
Um ser em descoberta, enfim.
Sombras da infância, memórias em recuo,
A sede de vida luta contra um fluxo escuro.
Em cada carícia, a lembrança a ferir,
Um corpo renascendo, aprendendo a sentir... a dor persistir.
A descoberta pulsa, um ritmo crescente,
Em cada toque, um saber que me presenteia.
Aceito quem sou, sem véu ou disfarce,
Na dança da vida, meu corpo é a minha arte.
(a.c) -> 30/04/2025
No trilho do Autismo, nossa força está na união e na certeza de que cada passo, por menor que pareça, nos leva adiante!
Um curso,
uma direção,
uma estrada,
um trilho.
A escolha para
seguir em frente,
deveria ser guiada
por um
propósito —
um destino.
A essência
da vida é que —
ela existe além
de toda aspereza
dos percursos
que ela mesma
oferece.
Apesar dos dias
cinzentos,
encontrar então
a sua própria
essência —
torna-se o propósito.
No Trilho da Traição
Da cidade das montanhas altas,
saiu um homem ao cair da tarde,
com olhos frios, promessas falsas,
e no peito, um coração covarde.
Levaram-no ao altar,
não para prece ou oração,
mas para o destino selar,
com disparos de traição.
As velas ardiam na sacristia,
testemunhas mudas de um crime vil,
um tiro rasgou a calmaria,
e o justo tombou sob o olhar febril.
O trilho do trem acolheu o mal,
a arma lançada ao esquecimento,
e de volta às ruas de Minas Gerais,
comemoraram o triste evento.
Mas a justiça, mesmo tardia,
nasce na voz que insiste e clama,
pois a verdade jamais esfria,
e o fogo do justo não se apaga.
A vida é como um trilho, e as marcas que deixamos se tornam memórias preciosas que habitam para sempre nos corações que tocamos.
A nossa existência é paradoxal, pois a vida é parceira da morte, pois ambas seguem no mesmo trilho.
TRILHA
Não quis ser estrada asfaltada
Desisti de ser trilho
Resolvi ser uma trilha
Sem saber aonde vai dar
Emaranhada
Sinuosa
Quero ser chão de terra
Barro seco
Que bebe cada gota de chuva
Se alarga
Se estreita
Se transforma
Desobriguei-me da obrigação de ser perfeita.
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