Textos sobre Medo
Medo de Ser Esquecido
por Marcos, escritor da literatura brasileira
No silêncio do peito bate um tambor,
eco de um medo antigo, disfarçado em amor.
O homem calado, o copo na mão,
esconde a insegurança em falsa razão.
Acha que vai ser trocado,
por alguém mais novo, mais ousado.
Mas não vê que o amor não se mede na idade,
e sim na alma, na cumplicidade.
Falta coragem de se mostrar frágil,
de dizer: "Eu tenho medo de não ser mais ágil."
Chora por dentro, mas ninguém vê,
vira tempestade pra não se perder.
A bebida embriaga, mas não apaga,
a dor da mente que sempre divaga.
Fica agressivo, grita, se fecha,
mas tudo isso é só a alma que se queixa.
Homem que ama, também sente frio,
mas prefere o orgulho ao desafio.
E no fundo, só quer ser amado,
sem o risco de ser trocado.
MORRENTES
Demétrio Sena, Magé - RJ.
A gente vive morrendo.
Se não de medo, é de raiva;
se não de raiva, cansaço.
Quase de verdade,
se morre até de saudade.
Gente morre de fome
(de fato e de nome),
às vezes morre de rir,
de frio e calor
e tanto esperar.
As mortes passam por nós,
como despejo;
também se morre de susto,
ciúme ou inveja;
paixão ou desejo.
De não saber extrair
o bom dos fatos;
o bem do mal.
Por ter preguiça de achar
bem lá na frente,
um pouco atrás,
melhor saída...
o mundo vive doente,
a gente morre demais
pra pouca vida.
A FUGA DAS PALAVRAS
Demétrio Sena, Magé – RJ.
Dizia tudo na lata. Não tinha medo e limite. Jamais temeu os efeitos insondáveis de suas palavras diretas; contundentes. Muitas vezes, profundamente ofensivas... e sempre assim. Na lata. Sem eufemismos, metáforas nem rodeios, doesse a quem doesse.
No entanto, apesar de sua forma intempestiva de falar, ele tinha sempre um discurso mágico. Verdadeiro e profundo. Daqueles de fazer qualquer pessoa refletir e até mudar de postura. Era consistente no que dizia, não titubeava e jamais permitia que, fosse o que fosse, passasse em branco. Quando tinha notícias de que alguém enganara o cônjuge, abria o verbo; falava poucas; digo; muitas e boas. Ao saber que um pai batera no filho, que uma pessoa fora desonesta ou injusta com outra, ia lá. Golfava tudo. Como sempre, na lata. Sem medo, medida, meias palavras, contornos ou disfarces.
Mesmo assim, sempre foi alguém querido. Muito querido e respeitado, pois era o que dizia; o que seus discursos mostravam. Vivia cada palavra que deixava fluir. Era um cidadão honesto, verdadeiro, fiel, bom pai, trabalhador, cumpridor de seus deveres. Não havia, naquele homem, qualquer indício de superficialidade ou hipocrisia.
Mas um dia o caldo entornou. Ou as palavras entornaram. Cheio de compromissos a cumprir, e com muita pressa, o homem saiu sem ter feito com o mesmo zelo, o que sempre fazia depois de abrir o verbo sobre alguma postura inadequada: tampar hermeticamente uma grande lata, sem qualquer conteúdo notório nem palpável, que ele mantinha no sótão de sua bela e grande casa. Uma lata secreta, como era o lugar no qual nem mesmo sua esposa e os filhos entravam, e de cuja existência os parentes e amigos, então, nem sabiam. Muito menos da lata única. Sem nenhuma igual.
Foi assim que o inusitado aconteceu. Com brechas expostas, a lata foi liberando, um a um, todos os discursos e desabafos do cidadão inconformado com as mazelas do mundo. Com as injustiças e os desmandos do ser humano. Suas palavras foram tomando as ruas, invadindo ouvidos, mentes e corações, e fazendo pensar... sentir... se arrepender. Foi um dia grandioso, em que as pessoas consultaram a consciência e, comovidas, tomaram a decisão de mudar para melhor. Deixar de fazer o mal, cometer qualquer ato que pudesse prejudicar o próximo, e, por conseguinte ou extensão, o distante.
Já sabedor do seu descuido que resultou a fuga das manifestações de muitos anos, e, apavorado com o volume repentino, agressivo e tamanho de franquezas que, por sua culpa, tomaram o espaço daquela cidade, o bom homem voltou em casa, muito às pressas, e fugiu com a família. Não quis esperar pelas consequências do ocorrido que logo se tornaria histórico, não só ali, mas em todo o planeta.
Desnecessária, sua fuga. As consequências não poderiam ser melhores. Caso ficasse, o seu único arrependimento seria o de não ter dito muito antes, não na lata, mas na cara de cada cidadão, todos aqueles discursos maravilhosos, capazes de mudar tantas vidas.
SENSATA ILUSÃO
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Tive medo e tomei a coragem propícia
pra vencer os avisos do vazio em vista;
cada pista e seu dedo apontado pro nada;
solidão atraente para quem recua...
Foi assim que cheguei a quem chegou a mim
com um fogo nos olhos, um ninho nos braços,
no quintal do seu corpo a liberdade plena
dos espaços expostos à nova paixão...
Sem amar me lancei numa história bonita,
infinita em seu tempo, imortal pra que a morte
fosse bela e causada por muito viver...
Fiz de conta que fiz o que não foi amor,
mas amei sua farsa numa troca insana
bem humana e sensata nas grandes carências...
TEMPOS DE SUPERPROTEÇÃO
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Se é por seu filho, tenha medo do mundo. Faça isso, para que o medo não tenha que ser dele, quando chegar a hora jamais prevista por seu medo insano, instituído e massificado, de superproteger. Para que a falta de medo e o desaviso não guardem sua ruína entre o silêncio da passividade que permite o voo com asas incompletas.
Mesmo a águia, quando solta no espaço o seu filhote para testar as condições de voo, tem os olhos atentos sobre ele. Não o deixa escapar de sua mira, e ao perceber a inércia desse filhote, quando o chão já está próximo, precipita-se no ar e o resgata bem antes da concretização do perigo. Não aposta na sorte, muito menos na necessidade pedagógica de um tombo que possivelmente apenas o machucaria. Machucaria bastante.
A considerar os tempos que atravessamos, meio termo é disfarce de abandono. É preciso, mais do que nunca, perdermos o próprio sono para que o nosso filho sonhe, confiante no alcance de nossos olhos e na força de nossas garras. Filhos eventualmente mimados terão sempre a chance de se recriar e seguir. Filhos gravemente marcados pelo abandono do meio termo que não prevê as desgraças inerentes às brechas da criação fria e desatrelada, nem sempre.
Refiro-me aos filhos em formação. E se não há formação, não haverá formados. Formar é apontar caminhos, ensinar a seguir, mostrar o mundo, corrigir, mas estar sempre lá. Só deixar que o filho voe sem a supervisão de nosso amor presente, ocular e de garras atentas, quando ele se sentir pronto e puder, ele mesmo, decidir no que pode ou em quem pode confiar. A partir daí, os tombos e sucessos, as dores e as alegrias serão de sua inteira responsabilidade.
Sobretudo, é protegendo com a força e os critérios da possibilidade máxima de nosso amor, que podemos ensinar nossos filhos a proteger nossos netos. Nossas futuras gerações.
MEDO E PREGUIÇA
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Um país perde a força quando acaba o brio;
perde o sonho, a coragem de sonhar de novo;
faz o povo calar seus anseios mais seus
e se torna sombrio para quem quer ver...
Uma pátria destoa da canção dos tempos,
quando perde o desejo de gritar bem forte,
crê na sombra e na sorte ou na mão permanente
que se doa e dá tudo pra quem obedece...
Não há céu pro futuro de uma terra vaga;
nem o céu ilusório que as greis disseminam;
doce praga nos olhos dopados de medos...
Ao tragar a preguiça que os poderes servem,
a nação mais potente se desbota e brocha
feito rocha que cede aos açoites do mar...
CRIAÇÃO À MODA ETERNA
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Os nossos filhos pequenos merecem todo o medo real do mundo que nos cerca. Não só merecem, como precisam desse olhar extremado que não abre a guarda e vai lá no fundo. Mesmo quando não há fundo. Mergulha intempestivamente no caos das verdades farpadas do tempo em que vivemos.
Tenhamos medo por eles, para eles não o terem depois do tempo nem nos contextos equivocados que de nada valerão. Apostemos o nosso couro, quantas vezes quisermos, mas nunca suas essências, no que não é de nosso alcance. Evitemos as ausências disfarçadas; as distâncias amenizadas por presentes; as terceirizações em nome da independência precoce. O sossego prático e frio de nossa confiança nos corações externos.
Eles tanto precisam do nosso exagero, quanto sentem profundamente a falta do excesso desse amor, quando nos rendemos ao descanso de respirar sem culpa e susto... à paz da consciência adquirida por conceitos modernos de criação menos vinculada. Só no passar dos anos, os filhos percebem todo o abandono que lhes demos com belas nominatas contemporâneas embrulhadas em bonitos discursos profissionais.
Sejamos os pais de que a inocência filial precisa. Logo a vida privará os nossos filhos dessas loucuras de amor, mas essa perda tem cura. Ela virá na saudade sempre terna e risonha do que não lhes faltou no tempo em que tiveram a proteção - ou superproteção - de tantas preocupações afetivas.
MEDO DO SEM FIM
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Vida cansa e começo a pressentir
a tristeza, o ranger do não chegar,
só seguir e saber que não há porto
nem um ponto em que pouse os olhos baços...
Uma vida sem fim seria o fim
rastejado; insistente; sem sentido;
um pedido inaudível por socorro,
de quem sabe que o tempo já parou...
Tudo cansa e se perde sob o nada,
minha estrada revela o que seria
caminhar à deriva para sempre...
Horizonte; horizonte; nada mais;
não há paz na ilusão da eternidade;
comecei a temer que jamais morra...
MEDO PATERNO DO MUNDO
Demétrio Sena, Magé – RJ.
Sempre me guardo em cuidados extremos e profundas incertezas nas questões relacionadas a filho. Tenho todas as seguranças do que digo, penso e faço em outras áreas, mas me desarmo nesse ponto. Deixo de ser vidente ou mago, e não encontro aquele velho estribilho de se cantar aos quatro ventos, que tudo que será o que for; que tiver mesmo que ser.
Nessas questões de filho, me dá um medo instintivo do mundo. Meu amor me faz inquieto; não se acomoda no coração que há muito não bate por mim. Meus conceitos paternos antiquados ferem a última moda. Não seguem esses padrões que ditam os afetos desapegados, ressequidos e práticos inerentes aos tempos que atravessamos.
Perdido no tempo, acredito na infância guardada pelos medos honestos de quem tem filhos. Na criança mantida em sua justa idade. No amadurecimento agregador de valores que ninguém aprende sem critérios essencialmente humanos. Aposto mais na qualidade afetiva e presencial do que nas técnicas frias e remotas da educação prática e desapegada.
Tenho a mente fechada para questões de filhos. Os filhos meus e os do mundo. Não consigo ver sem espanto a criação dispersa e a terceirização. A proteção vazada e a confiança extrema no caráter e na intenção do outro em relação às nossas crias. Meu coração aberto não consegue vencer minha mente fechada nessas questões relacionadas a filhos.
PÁTRIA NADA
Demétrio Sena, Magé - RJ.
A indústria do medo fabricou heróis
que não têm heroísmo; só conveniência;
foram muitas as iscas em belos anzóis
nestas águas eivadas de funda carência...
Patriotas doentes, beirando à demência
se deixaram levar como ciscos na foz,
pelas águas raivosas da falsa decência
que lhes deu a quimera de povo com voz...
Os heróis de festim rasgam toda fachada;
pátria amada Brasil se tornou pátria nada;
o poder é carrasco em todos escalões...
Brasileiros vendados ainda risonhos
perdem tino, sentido, remendam seus sonhos
e rejeitam saber que os heróis são vilões...
ERRADICANDO A RADICALIZAÇÃO
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Às vezes não é medo;
é apenas prudência.
Nem segredo, é discrição...
Pode não ser ódio,
mas irritação, talvez,
ou talvez um talvez,
não exatamente um não...
De repente a bobeira
é simplesmente alegria;
o truque finge a magia...
O simples desconforto
nos parece tédio...
Ou aquele carinho
que aos nossos olhos
parece assédio...
Soa como revés
o que é revisão;
achamos algo estranho
e pode ser estilo...
Ou a liberdade
pode ser compromisso...
O mundo, às vezes,
não é tudo aquilo...
é apenas isso.
MEDO DE ASSOMBRAÇÃO
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Tomarei meus atalhos escapistas,
minhas rotas opostas e distantes,
quando instantes mais densos de algum laço
derem pistas de nós indissolúveis...
Estou fraco pra pesos afetivos;
já não tenho saúde pra balanços;
para ranços que a vida só agrava
e mistérios que dá pra viver sem...
Amizades, amores, não importa,
não dou porta, janela pra conflitos
que transformem magia em pesadelo...
Solidão é melhor não sendo a dois;
meu olhar pra depois não quer presente
candidato a fantasma do passado...
NÃO ME CANSO
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Minha voz toma o vento e galopa sem medo,
muitas vezes ecoa em desertos infindos,
porque sabe o segredo, é jamais se calar
mesmo quando percebe que ninguém escuta...
Gritarei quantas vezes o momento exija;
cantarei, direi versos e serei palhaço,
por saber que a verdade continua turva
e que o aço do espelho precisa ser visto...
Não me canso apesar da canseira que sinto,
minha terra tem fome de vozes expostas
Procurando respostas para tanto caos...
Apesar de perder todo chão sob o pé,
tenho fé no futuro e nas mentes pensantes
entre todas as mentes que perderam massa...
POVO GADO
Demétrio Sena - Magé
Há um medo servil das diferenças;
um eterno esconder-se nos padrões;
umas crenças bizarras no engradado
de contextos; ideias; ideais...
Muita gente medida e carimbada,
muito sonho engessado por comando,
pela farda imbecil das tradições
que não valem pras rotas do futuro...
Não se tampa o país feito conserva;
gente serva não serve pra sonhar,
povo gado não tem a própria vida...
Quero ser expressão de resistência;
reticências, avanço e teimosia
numa terra vazia de horizonte...
... ... ...
#respeiteautorias. Isso é lei
ACHE COMO ME ACHAR
Demétrio Sena - Magé
Por favor, elimine o medo em mim
e me faça entender que não lhe perco;
ponha fim ao desfoque dos meus olhos
que percorrem abismos; miram caos...
Quero crer que restou alguma corda,
uma tábua, quem sabe algum farol,
qualquer borda na qual encontre cais,
um restinho de sol na escuridão...
Dê sinais ou sussurre umas palavras
com que possa chamar os meus botões,
irrigar meu sertões emocionais...
Ache como me achar neste conflito,
porque já me perdi; me dispersei;
já nem sei se consigo esperançar...
... ... ...
Respeite autorias. É lei
Tememos fracassar mais do que desejamos vencer
O medo da frustração nos paralisa. E esse medo vem de experiências anteriores mal curadas, onde erramos e nos cobraram demais , ou nos culpamos em excesso.
: “muitos desistem não porque são capazes, mas porque não suportam o peso da expectativa.”
Perfeccionismo e medo de reprovação
O homem quer acertar o tempo todo porque tem medo de errar, e por consequência, ser rejeitado. Isso gera ansiedade constante por validação externa.
Frase para refletir:
"Quem vive para ser aprovado pelos outros, vive escravo da insegurança."
Abra bem olhos, presta atenção
na mulher incrível que você é,
não tenha medo de amar,
mas comece por você mesma,
o mundo a nossa volta,
muitas vezes, chega a assustar
e faz parte ter fases de fraquezas,
mas há muito o que desfrutar,
a vida é e sempre será uma benção,
então, graças ao Senhor,
não é em vão a sua existência.
"O homem de uma ideia fixa, causa-me medo.
O homem de uma causa só, causa-me espanto. O homem sem nenhuma causa, causa-me vergonha. O homem sem nenhum propósito, causa-me repúdio. O homem sem valor nenhum, causa-me incredulidade. Mas homem que não é livre de pensamento, não me causa absolutamente nada."
Era um dia escuro quando ele chegou
A sua luz, os meus olhos, o medo
Eu corri
Mas aquilo não saía, não saiu da minha mente
Então eu conheci a GFB
E foi aí que entendi que o amor é tão nobre quanto às cores do arco-íris
Os sonhos nos trazem recordações de uma outra dimensão
Era da Luz, era assim que chamavam
Uma dimensão onde eu via além do aqui e agora,
Onde meu sonho de criança não era impossível...
A luz, aquela luz, brilhava tão forte quanto a luz que brilhava em meus olhos quando eu tinha a inocência de uma criança,...
A luz... não sei exatamente o que era. Mas vinha de mim... de dentro de mim...
Vou tocá-la.... vou segui-la.
Onde vai dar?