Textos Reflexivos sobre Crianças
O MUNDO FORA DE ESQUADRO
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Valor é uma impressão que eu tenho de agrado ou desagrado das coisas.
Por isso quanto mais valor eu der a uma coisa, mais essa coisa sobe de importância [preço].
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A hierarquia dos valores virou de ponta cabeça.
Hoje, no rádio: publicidade dia dos pais:
A criança dizia que gostava do pai por isso e por aquilo,
mas que gostava mesmo era do CARRO DELE!
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Há dois anos: por que fazer inveja a uma pessoa da sua rua, se você pode fazer inveja o bairro todo. Compre hoje mesmo...carro tal....
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<> Publicidade....quanta agressividade...falta de respeito com o ser humano.
<> O pior: nossa crença de que se não consumimos, não valemos nada!
<> Sejamos consumidores inteligentes.
<> Por que é tão difícil curtir a frugalidade?
<> Faça uma perguntinha mais fácil!
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02.05.2024
O que ouviu os meus versos disse-me:
-“Que tem isso de novo?”
Sim, talvez tenham razão...
Talvez em cada coisa uma coisa oculta more dentro do coração...
Divina esperança...
Eterno devaneio...
Sonho de criança...
Que vive no peito...
Luz que as trevas rompe...
Quando vejo o meu amado...
Permita o desabafo aqui, a sós contigo...
Deus quando abre ao poeta as portas...
Encontra toda a beleza da vida...
Num simples florescer...
A inocência é um dom de Deus...
Um dom só concedido
àqueles que mais amam...
Amar não é só prazer...
Amar também é sofrer...
Sábio é o que se contenta com o espetáculo do mundo...
Sandro Paschoal Nogueira
Era uma garota
Sapeca
Meio ruiva, meio sardenta
Riso fácil,
Cheia de esperança
Gauchinha braba
Olhar de onça
Que varou o tempo
Entre espinheiros
E llições rudes
Tempos de chuva
E mar sem bonança.
Até que um dia
Chegou ao porto
Do final da vida
Com tristeza
Viu-se tão fria
E se perguntou
Onde ficou minha criança?
Então ouviu uma voz
Num cantinho do peito
Entre risadinhas
Dizendo baixinho
Meio sufocada
Estou bem aqui!
Então ela riu
E soltou a criança
E o cais já não era
Fria insegurança
Pois na vida que segue
Na Terra e no Céu
Há de haver muitos risos
Há de nunca morrer
A tal da esperança!
Lori Damm, 25/05/2023
Olhar Inocente
Apenas num olhar,
Tanta pureza.
Um olhar inocente
Penetra no outro olhar
Um olhar que se perde
Saído do ventre,
Expressão que revela
Tantas emoções
Talvez tenha medo,
Vergonha...
Tímida criança,
Expressa pra gente
Um olhar diferente,
Que revela e indaga
Às nossas questões.
Roda pião
Olhinhos extasiados,
ele observa o pião
gira-girar acelerado.
Colorido,
o brinquedo se enrola no corpo listrado
e roda como bailarina
a esvoaçar o tule do vestido.
Aos poucos, se cansa,
arrefece,
perde a força,
cessa a dança.
No desencanto dos olhos da criança,
a ciranda do pião
reflete a própria vida:
ao girar em volta de si mesmo,
retorna sempre ao ponto de partida.
Ah, se eu pudesse voltar!
Cair e rolar no chão
sem medo de se sujar,
correr no meio da rua,
não ter conta pra pagar.
Como era bom ser criança.
Ah, se eu pudesse voltar!
Comer goiaba no pé,
soltar pipa, pedalar,
jogar bola no campinho,
ir pra escola estudar.
Como era bom ser criança.
Ah, se eu pudesse voltar!
Ir pra casa da vovó
pra comer e engordar.
Ser sincero e verdadeiro
falando o que quer falar.
Como era bom ser criança.
Ah, se eu pudesse voltar!
Ser o futuro do mundo
e nem se preocupar,
brigar com um amiguinho
e ligeiro perdoar.
Como era bom ser criança.
Ah, se eu pudesse voltar!
Ter amor em seu sorriso
e bondade em seu olhar,
sonhar e ter a certeza
de que vai realizar.
Como era bom ser criança.
Ah, se eu pudesse voltar!
Querer que o relógio corra
fazendo o tempo passar
pra ser grande, ser adulto
e, quando a hora chegar,
dizer repetidamente:
Ah, se eu pudesse voltar!
Não podemos mesmo perder nosso jeito infantil de ser,
pois é o que nos fará viver melhor esta vida tão complicada...
Bons pensamentos, para esquecer essa gente doida que só pensa em guerra...
A CRIANÇA DENTRO DE NÓS
Marcial Salaverry
Criança nascemos...
Crescendo, melhor viveremos,
se essa criança soubermos manter,
bem viva, bem desperta,
sempre alegre e esperta,
não deixando a alma envelhecer,
para não atrapalhar nosso bem viver...
É importante saber viver,
e sempre dentro de nós, saber manter
aquela criança que conosco nasceu...
Manter aquela alegria de viver,
aquela eterna jovialidade,
independendo da idade...
Muito triste será a vida adulta,
se essa criança ficar esquecida,
em algum canto escondida...
Essa criança interior,
está representada pelo nosso amor...
Se soubermos assumi-la,
ela permanecerá latente,
sempre contente...
Se contudo, a matarmos,
perderemos a verdadeira beleza
de nossa vida...
Perderemos a real alegria de viver,
assumiremos a tristeza,
conheceremos o real sofrer...
Para mantê-la viva,
basta mantermos o sorriso,
esquecendo o excesso de siso...
Não esquecer nossa responsabilidade,
mas sabendo extrair a felicidade...
Vamos crescer, adultos ficar...
Mas... sempre deveremos a vida amar,
e pela vida toda não deixar de amar...
Aquele toque de alegria manter,
não esquecendo o jeito criança de viver...
Se voce tem uma alma pura,
leia e sorria com ternura...
Marcial Salaverry
TRANSBORDAR
Porque nós somos pequenos demais;
Pequenos para a imensidão,
Imensidão que não conseguimos abrigar.
Sendo nescessário expandir, transbordar...
Expandir em versos,
Expandir com amor,
Expandir com atos e sorrisos e a leveza dos nossos sentimentos, sobre a brisa do vento que leva o pensamento,
Leva o pensamento aos velhos tempos,
Às memórias, doces momentos...
Viajo, navego, penso, em acontecimentos que nunca vivi,
Mas que estão por vir; na tragetória do destino intenso.
Com movimento, com movimento,
Com o movimento do vento...
Te vi na rua hoje
Ficou diferente
Mudou o corte de cabelo
E já tirouo aparelho do dente
O coração não tão de gelo,
Mudou e ficou surpreendente.
Mudou tudo,
Só não mudou seu efeito sobre mim
Meu coração continua acelerado
Me assusta que depois
de tudo eu ainda to afim
As pernas ainda estão bambas
Com esse amor desesperado
Até meio infantil
Tudo muda e tudo passa
Exceto nosso amor juvenil.
Natais de minha infância
Lembro-me com saudades dos natais de minha infância,
Das vésperas do grande Dia, a grande tolerância,
Devagar passavam os dias, quase parecendo que iriam parar,
Na cassa as preparações para a data mais linda do ano, o nascimento do Menino Jesus.
Naquela época, era por Ele que eu esperava,
Era Ele que, além de ser o maior dos Presentes, ainda nos trazia presentes,
Era Ele o Motivo dos preparativos da festança,
Quanta alegria e esperança no coração daquela criança!
A véspera chegou. Era noite do dia vinte e quatro de vários e longínquos dezembros,
Meus pais, felizes a cantar músicas natalinas, que até hoje me lembro,
“Natal, Natal da crianças, Natal da noite de luz, Natal da estrela guia, Natal do Menino Jesus...”
Quanta alegria havia em tão poucas palavras, no coração da criança que fui.
Hoje, boas lembranças invadem minha mente, mesmo que aquelas pessoas que tanto amei aqui não mais estejam.
Os presentes, que eram entregues somente no dia de Natal, não mais assim o serão.
Os preparativos, ainda, fazem parte da família, mas somente por tradição.
As crianças que hoje aguardam esse dia tão especial, não entendem o verdadeiro motivo dessa agitação.
Mas eu, que hoje sou, daquelas mágicas noites um saudoso ancião,
Não permito deixar morrer em mim tão lindas lembranças, de paz e esperança,
Tento, com muito esforço, fazer que minhas netinhas saibam, um pouquinho que seja,
Que o avô delas, um dia, também foi criança.
A. Cardoso
Se tatuo a minha infância na pele
toda e completa extensão
do meu corpo não é suficiente
ele tem ligação direta na
linha da pipa colorida
que permeia o céu das
lembranças inalcançáveis
a infância dura
uma vida inteira no adulto
que busca voltar atrás
do que passou e ainda fica
o pular incessante
da esfera em consciência de saber
que mais vale uma infância bem vivida
do que uma vida adulta inteira
sem saber o que significa ser criança.
Um pouco mais de natureza me faria feliz, quem sabe?
Um cavalo para afagar,
Um cachorro para rolar no chão,
Borboletas e passarinhos...
Um rio para colocar os pés,
E observar as pedras que brilham
Logo abaixo das águas cristalinas.
Um raio de sol sem pretensão,
Um tempo sem promessas,
O perfume da floresta,
Amar a quem merece,
Observar o que merece ser visto.
Não mais sonhar com o amanhã,
Só me distrair com os bichos
E ser um bicho, como eles são.
Que existe sereno no agora,
E não tem desejos,
A não ser de estar.
Um pouco mais de silêncio
E solitude me faria feliz, talvez?
Menos gente, menos gente...
Menos coisas e ideias...
Menos pressa para o abismo
Que o destino nos reserva.
Sono de melhor qualidade,
Mais céu e menos muro.
Mais natureza me faria feliz, quem sabe?
Acariciar um gato e sentir seu cheiro,
Abraçar um bezerro,
Adormecer sob uma árvore,
Sem nada para me preocupar.
Pensar menos na morte,
Sentir menos medo e saudades,
Brincar sem observar que estou sozinha.
Inocência que eu nunca tive,
Onde foste morar, antes que eu viesse ao mundo?
Coração sereno que nunca me pertenceu,
Sempre percebi tua falta.
Na minha imaginação ao menos,
Repouso sob um arco íris
Criança minha, que ficou no Céu.
DOR E AFETO
Me vem ligeiramente na mente,
uma nostálgica lembrança.
Tempo em que os pés viviam empoeirados.
Poucas atribuições, muita ciranda.
Avistava as andanças pela fresta do
portão .
As mesmas pessoas rotineiramente por ali passavam, enquanto eu, ansiosamente lhe esperava descer da condução.
Infância que dói, sentimento que constrói.
O semblante é nítido da pureza,
e com tantas pedras no caminho,
esqueceu-se da dor e voltou a brincar de vida.
Pobres meninos, pobres meninas palestinas
Sexta da Paixão, Momento de Compaixão
Pobres meninos, pobres meninas
Pobres crianças palestinas
Impiedosamente assassinadas
Descaradamente contrabandeadas e maltratadas
Desfiguradas...
Pobres meninos e pobres meninas
Pobres crianças palestinas
Sem noção de tempo, não terão semana santa
Não sabem o que é o santo...
Não sabem o que é paixão
Nunca souberam o que é compaixão
Não terão chocolates, não terão afagos
Não terão abraços...
Milhares perderam suas pernas
Perderam seus braços...
Há muito perderam seus pais
E nunca tiveram um país
Perderam seus brinquedos
Nunca tiveram infância
Perderam a noção do ser
Perderam a noção do que é ser criança
Perderam a dignidade e perderam a esperança
Pobres meninos e pobres meninas
Pobres crianças palestinas
Uma oração precisa ecoar, de todos os corações
Para os meninos e para as meninas
Pobres crianças palestinas.
Sabe sonhei ontemcom um lugar que sempre visito. E nunca vou neste lugar sozinho sempre algum me leva neste lugar, ontem quando cheguei lá se aproxima de mim uma criança e me disse ainda há tempo da humanidade se salvar, desde que o coração deles se transformem e orvalho
Aí perguntei porque orvalho
Qual o significado?
A criança me disse porque só o orvalho brota do improvável, no frio da noite, pelo amanhecer toca em todas as flores e mesmo sem chuva dar vida as plantas. Asim é o coração do homem no meio do improvável ainda há esperança.
Tudo está dentro de cada hum de nós!
Ela só queria ser vista.
Foi acolhedor o sorriso da vida
Quando em poesia mostrou me a paixão
Do simples sorriso do coração
De uma criança agradecida.
Pois ela não queria muito
Queria apenas um abraço acolhedor
Que só fosse carregado de amor
Para que seu coração fosse liberto.
Ela queria apenas sorrir
Não ser julgada pela sua pobreza
Para não se exaurir.
Pois a vida já tinha tirado a sua defesa
Quando não deu chances de sua vida florir.
Ela já sabia que sempre estaria indefesa.
Alexandre C.
Poeta de Libra
Menino das estrelas
Enquanto estive presente, me fizeram ausente.
Fui esquecido, me senti invisivel.
Por ser incompreendido, me tornei agressivo, porem inofensivo.
Percebi que aquilo não era pra mim.
Ja que não era bem quisto ali, resolvi fugir, arrumei minhas malas e sumi.
Foi quando parti, me tornei passado.
Ai sim fui lembrado, citado, bem ou mal falado meu nome foi compartilhado.
Então fui questionado.
- porque vc largou tudo?
- ora! Pq pensei no futuro!
Tive medo do lixo se tornar o meu luxo.
Ja tinha cavado tão fundo, que o céuestava escuro.
Lembrei do menino do espelho que sonhava em mudar o mundo.
Queria ser um astronauta e viver perto das estrelas.
-"você vai ver mamãe! Um dia vou ter um planeta!"
Hoje realizo meu sonho criando mundos imaginarios através de um papel e uma caneta.
(Thibor)
Quer lugar na “janelinha”? Pague!
Na era das redes sociais, tudo vira tribunal público. O caso da passageira Jennifer Castro, que se recusou a ceder seu lugar à janela para uma criança em um voo, é o mais recente exemplo de como a civilização às vezes tropeça em sua própria etiqueta.
De um lado, uma mãe indignada, filmando a cena e postando sua revolta. Do outro, Jennifer, acusada de egoísmo por se apegar ao que comprou com antecedência e planejamento. Entre as duas, uma criança que ainda está aprendendo a lidar com uma palavra aparentemente simples, mas cada vez mais ausente em sua formação: “não”.
Crianças não nascem sabendo que o mundo não gira ao redor delas. Isso é ensinado. Mas, quando se cria a ideia de que tudo pode ser conquistado por insistência, lágrimas ou exposição pública, o que será delas no futuro? Que tipo de adulto nasce de uma infância onde a frustração é tratada como ofensa?
No avião, o assento de Jennifer representava mais do que conforto; era um símbolo do esforço de alguém que escolheu, pagou, e estava, no direito absoluto, de ocupá-lo. Sua recusa não deveria ser enxergada como um gesto mesquinho, mas como um lembrete de que limites existem — e precisam ser respeitados.
A questão vai além do assento à janela. Está na cultura crescente de evitar dizer “não” para poupar os sentimentos das crianças. Um “não” dito hoje poupa adultos decepados pela realidade amanhã. E que realidade dura será esta, quando descobrirem que nem tudo se resolve com um pedido educado (ou uma gravação postada no Instagram).
Jennifer não deveria ser condenada por defender o que era seu. Afinal, como ensinamos às crianças o valor do esforço e da responsabilidade, se a lição implícita é que o choro ou a viralização sempre vencem? Quer um lugar na janelinha? Pague, planeje, mereça.
Assim, no futuro, essas crianças talvez entendam que o mundo é muito mais do que um assento de avião. É um lugar onde limites, direitos e responsabilidades coexistem. Respeitá-los não nos faz piores; pelo contrário, nos torna mais humanos.
✍🏼Sibéle Cristina Garcia
Cael Arcanus e o Sonho de um Voo Roubado
Na infância, aos cinco ou seis, recordo bem,
Travessura marcada em minha história.
Meu irmão, na beira, inocente, além,
Brincava de herói, tão cheio de glória.
Fralda no pescoço, um manto a brilhar,
Sentado na borda, tão cheio de fé.
Na mente de criança, ele iria voar,
Mas o gesto cruel desceu por meu pé.
Empurrei-o, e ao chão ele tombou,
Entulho e porcelana o receberam.
Na coxa, o corte fundo se cravou,
Trinta pontos, e lágrimas se verteram.
Por meses vi sua ferida sangrar,
E o peso da culpa jamais foi calar.
MEMÓRIAS DE MORADAS
Quanta alegria da minha infância,
Benditas memórias que me acompanham.
As tristezas são apenas maldições,
Na criança que em mim carrego todo dia.
Crio minha sinfonia de vida,
Harmonizando risos e lembranças.
Se o fardo for pesado demais,
Encontro toques surpreendentes no caminho.
Em cada compasso, a infância ressoa,
Inocência e alegria me inspiram.
Transformo maldições em forças,
E desvendo segredos de minha jornada.
Assim, na partitura da vida,
Equilibro notas de alegria e superação.
Canto a sinfonia da felicidade,
Com memórias e criança em meu coração.