Textos de Meninas
DOCE INFÂNCIA
Lembro-me de quando menina
Montava minhas casinhas com caixinhas
de fósforos em cima dos
restos de areia
e desenhava sobre papéis de pães machucados
céus repletos de pardais , borboletas e
estrelas .
Ah... Minha paz sempre foi no quintal
lá de casa e na inocência
da minh'alma por
onde sentia o cheirinho das palmeiras
em que minha mãe cuidava com o maior
zelo e calma .
Era onde ouvia o canto dos pássaros
e meu pai os alimentavam com
muito cuidado e leveza .
Gostava de brincar de esconde esconde
por entre as frestas dos meus silêncios .
Construía mares
Pontes
Sóis
imensidões
Horizontes
Céus azuis com os pincéis
das minhas sutilezas e
dos ventos .
Hoje trago comigo a grandeza
dos meus sonhos e a inocência em
ver a vida com encanto.
Acho que por isso ...
Deixo-me sempre levar pelo enredo
do que seja puro e no
cintilar de um dia poder ver
este mundo tão desumano se curar .
Acredito e tenho fé !
Acho que por isso
jamais desvio do meu rumo
e nem de Paz me regar.
"Era uma vez uma menina"...
Pés no chão, cabelo mal cortado com a tesoura sem fio;
roupas velhas e apertadas (a menina crescia).
Ela gostava de se esconder nos fundos da velha casa
onde podia dar asas à imaginação,
sonhar que era uma princesa
e imaginar que em breve seria resgatada
para morar no castelo...(então a menina chorava).
O tempo passou...
A menina ganhou corpo
e o pequeno espelho lhe dizia que era bela
(então a menina sorria)
Ah o tempo, sempre o tempo...
Com o tempo construiu os próprios caminhos,
sobreviveu, venceu...
Mas ainda hoje, vive dentro dela
a menina das unhas sujas de terra,
que nadava no rio e corria livre pelos campos
com o sol a lhe aquecer o rosto e o coração.
Cika Parolin
Volta menina
E a menina deitada em sua cama virou-se para a parede do seu quarto escuro e frio e chorou por amor.
Ela tão doce e gentil, acordou triste e desanimada, era só mais uma, era mais um dia, e a noite seria a mesma armadilha e desarmada lutava contra a dor.
Na terça-feira olhou- se no espelho e vi-o que não era mais a mesma, agora deixou de ser aquela doce menina, para se tornar uma amarga mulher.
Tentou colocar a mesma maquiagem, os mesmos jeitos e costumes, da menina que cantava o bem me quer.
Essa menina, que hoje é uma mulher que não se entrega mais ao amor como queria, ela não ama porque não quer, mas porque ela sofreu por aquele que nem sequer a amou.
OS EMITOCONS
Como posso expressar o que sinto
Você: Linda menina que todos cativa
Com seu sorriso lindo e sua leveza
Mas ao mesmo tempo mulher forte
De atitude, a leoa sedutora
Sonho em massagear o teu corpo
E com minhas mãos, como que num ritual
Percorrer-te todo seu corpo perfeito
E beijá-la voluptuosamente e com meus lábios
Sentir seu gosto
Quero teu fogo inesgotável!
Quero que alucina meus desejos
Com meu corpo quero... Deslizar sobre ti
Ofegante... suspiros acelerados
Te pegarei pela cintura e desfasarei de tuas vestes
Você linda, atrevida e insinuante...
Tentei ser forte mas você... Me fez sentir o que jamais pensei sentir
Fico arrepiado só em pensar em teu corpo nu
Dançarei ao som de teus gemidos e sussurros
Nossos corpos alucinantes de amor
Quero lhe beijar a boca
Morder seus lábios
Sentir sua língua na minha
Encostar meu peito no seu
até os corações se compassarem
As mãos entrelaçadas suarem
Quero um abraço eterno
Guardarei seu cheiro na minha pele
Quero me queimar no seu fogo quente
Como é que eu pude assim gostar de alguém
Que só vejo aqui no som e nunca beijei
Foi como uma luz, forte atração
Foi como ver o sol em plena escuridão
Deixa-me ver você, liga o computador
Diz-me onde te encontrar que eu vou
Vou parar de escrever pois nunca conseguirei
Expressar com palavras o que você e para mim..
A menina que se foi
É ela, que nunca sabe por onde anda,
Sempre caminhando só pela multidão,
Tentando encontrar o amor,
Ela se foi...
Quando voltou nada bom achou,
Ela sabe que algo faltou,
Faltou condição,
Faltou calor,
Faltou ser,
Faltou...
Tanto de lá quanto de cá,
Ela só não concluiu se quer amar,
Juntou-se uma multidão e condenaram seu coração,
Que apertou... Com isso ela nunca se achou,
Bom que nunca significa um advérbio que muda.
Pegou tantos desvios, tantos corpos,
Não cobrou presença em troca da sua ausência,
Ela só queria um motivo pra não sentir dor,
Ela só queria conhecer o que se foi.
Ela queria ter vontade, fuga, alguém,
Pra entrelaçar os dedos, misturar os pés,
Juntar a noite, pra ser o certo ou incerto,
Alguém pra contar, sobre seu jeito de gostar.
Sobre por onde andou,
O quanto tem valor o que você aproveita,
A receita do bem do seu jeito, que só ela tem de abraçar,
Que seu amor vem de graça, e isso só para começar,
Que ela é a primavera e vai mudar ou já mudou.
São tantas estações foi o que ela disse,
Que ela pode ser o que for pra ser,
Então será. E ela andarás para dizer,
Quando for será o que tem que ser.
Ignorando a indagação do seu coração,
Ela sabe que não quer ser abstraída nem encadeada,
Que é a hora de deixar o disco tocar e lhe olhar,
Sem furar seu coração e só o disparar.
A cola que a juntou é firme,
Já o depois é um pedaço do que ela acreditou,
E daqui é a espera, que a pena não sabe se vale existir,
O dia é incerto, e aos poucos talvez ela volte a ser ou a mudar,
Existe uma grande espera sobre ela amar.
menina de inocência perigosa,
que acalma e bagunça, aquece e esfria...
se aproxima com distância, vezes parece tão perto, mas não é tocada
que sente, confunde, esconde e demonstra, embaralha... se perde sem querer e querendo, encontra-se onde não se acha....
não se acha solução, sempre há indagação,
desejos, devaneios, divergências, divagações
propostas indecentes da mente
pecados imaginários
vives sempre se posicionando aos braços de amores fantasiados
sorrisos que convida
paixões ilusórias
atrações misteriosas
não aquieta, mas é quieta que ela caça os olhos alheios
não se prende, nem se possui
menina perigosamente inocente,
mal sabe do poder que tem quando joga o cabelo, ou sabe e por isso assim faz
suga as essências, provoca sentimentos
penetra no olhar, vira e vai embora
diz que não pode ficar
que a lua chama e ela tem que ir pra rua
Anjo diferente
Mulher, um anjo diferente.
Desde menina delicada doce, feita e preparada
para amar, saber com todos lidar, e tornar-se
o sonho de muita gente.
Mulher, quando moça, pronta está, para amar.
Desse amor outras vidas ao mundo dar.
Como mãe, o amor que protege, alguém que a vida
dá, por aquele que é seu, a sua razão única para
viver.
A esta altura, não é mais a menina delicada e linda,
agora algumas rugas, foram pela vida bordadas em
seu rosto, mas mesmo assim, o sorriso doce, os
olhos mansos, transmitem paz.
Mulher, realmente és um anjo , mas não tão desigual,
desses que nos céus há.
Penso eu, pode até ser que não, Deus talvez tenha em
alguma mulher pensado, para que o mundo fosse livre
de pecado, por um anjo, igual a ela, só carinho, só amor,
só perdão.
Roldão Aires
Membro Honorário da Academia Cabista de Letras Artes e Ciências
Membro Honorário da Academia de Letras do Brasil
Poema: Menina Mulher
Menina mulher ,com seu Jeito que fascina ,nasceu para vidas impactar
Desde a mais tenra idade, a minha cara metade, consegue sua marca deixar .
Família, amigos e o namorado, todos que fazem parte de sua historia
Levará o mais lindo sorriso impressos em suas memória
Meiga, sedutora , misteriosa e encantadora
Menina mulher na arte de amar se tornou doutora.
Ainda que muito jovem, a linda menina mulher
Não se rende aos desafios e luta pelo que quer
Complicada , chata e teimosa
Ela não perde sua pose, pois sabe que é charmosa.
Nossas muitas diferenças: idade , sonhos , crenças
E toda resistência se rendem pela insistência , contra este amor não existe concorrência.
Salvador , Piatã, Pelourinho ou mesmo em cada cantinho
Eita! encontro prazeroso fazendo amor gostoso
recheado de desejos, afetos e carinho tudo bem escondidinho
Pra se amar da um jeitinho.
Apesar da pouca idade, tem muita maturidade e para falar a verdade
Sabe Amar com cumplicidade ,me enche de saudade eu te amo minha beldade.
Querem demonizar ,nosso jeito de amar , não precisam aceitar , mas tem que respeitar
Esta historia é singular valeu a pena começar.
Ficar, namorar, depois subir no altar e ali concretizar nosso sonho de casar.
O dia que nasceu é um dia especial , nasceu a menina mulher .
Que presente divinal.
Agora vou encerrando, e esta mensagem deixando
que sua estrela continue brilhando e por onde passar continue vidas abençoando
É aniversario dela, vamos sair pra comemorar, a noite vai esquentar , intensamente vou amar
A menina mulher que nasceu pra nossas vida mudar.
Menina do campo
Menina do campo...
Brinca alegre no seu jardim
Corre descalsa, colhendo
azaleias, rosas e jasmins...
Sonhos, afins!
Menina do campo
com seu vestidinho rosa
corre solta pela vida
cantando cantigas, versos e prosas.
Menina do campo
Nascida para o amor e as flores
No céu um querubim grita seu nome
...Ternura, gentileza.Louvores!
Amém!
Menina do campo
Nada sabe das dores. Ainda.
...Deixe-a!_ Inocente, alheia,
de todos os horrores!
E quando a noite chegar
que a encontre com seu cestinho
repleto de margaridas e panapanás.
... De todo o resto. Ainda são restos
de um futuro incerto.
Vai menina
Anda
Tua paz logo mais amanhece
e seu dia já já floresce!
Esquece o que tanto te entristece
O que no tempo se perdeu
Quem tanto lhe magoou
e só mágoas em ti deixou ....
Vai !
Nos teus sonhos persiste
Porque a vida insiste
e de viver não se desiste
Vai lá
Descalça
descabelada
desarmada ...
Mas vai! ..
Carrega mais uma vez essa cruz
Há uma luz que sempre te conduz
Vai !
Vai com toda Fé!
Menina perfeita de minha vida
Você me fascina,
Eu o desejo muito além do que você imagina,
Você conhece realmente o que preciso.
Você é perfeição em forma de boneca,
E meu sonho para sempre ser a seu lado,
Você realmente me faz feliz,
Eu sinto atração,
Você conseguiu que eu fizesse novamente,
Você eu completo.
Eu quero seu amor no sentimento profundo,
Eu estou sendo sincero,
Eu preciso de Você,
Você faz meu coração bater mais forte.
Você é perfeita,
E eu dou a você a chave do meu coração,
Eu quero que você nunca perca a chave.
Com você meu mundo fica colorido,
Sem você é preto e branco.
Perfeição em forma de boneca,
Tudo em você me fascina.
Da cabeça para os pés.
Eu quero o ter por que você e só encanto,
Eu estou de braços abertos e eu quero estar em seus braços.
Minha poesia simples e ratifica para você.
Eu nuca pensei que pudesse achar alguém tão especial.
Você conseguiu que eu livrasse.
Eu estava dormindo é você virou minha luz brilhante.
Você é fascinante.
Você pertence a mim.
Eu pertenço a você.
Eternamente.
Eu te amo.
Levar-te para o altar
Seja você a menina do meu bem querer
Enquanto esse tempo nos vê crescer,
E se despertares o teu coração,
Que seja de amor por mim.
Buscarei o refúgio do silêncio dos campos
Para ouvir o teu coração,
E na beleza majestosa das flores de jasmim
Lembrarei o perfume do teu corpo.
Por esse tempo, não deixarei já mais de gostar de ti,
Entregarei a ti o meu coração.
Deixa-me no dia de hoje segurar as tuas mãos,
Já que tão menina, eu não posso levar-te para o altar.
Edney Valentim Araújo
Menina mulher, não me diga quem você é, esse teu sorriso te decifra.
Que sorriso é esse que você carrega menina? Olhar de quem sabe o quê quer, força de quem é sábia mulher, coragem de quem escreve seu próprio destino, de quem é dona do próprio sorriso. Beleza de quem é feliz, de quem é senhora do próprio nariz, de quem já teve que cair, pra permanecer de pé. De quem não deixou de ser menina, mas que sabe que é muito, muito mais do que mulher.
Menina de muita fé, de palavras cheias de amor, tem a alma feito brisa, tem no corpo ardente calor. Aprendeu sobre o perdão, perdoou, foi perdoada e já não se entrega à qualquer dor. Menina que espalha carinho, que deixa doce cheiro pelo caminho e que exala gratidão. Dos dias ruins ganhou sabedoria, transformou tristezas em alegrias e com tudo aprendeu lidar. E agora seja como for, seja na vida ou no amor, sabe onde deve ir, sabe onde nunca vai voltar.
Tem aquele riso lindo de quem deu a volta por cima, com carisma, gargalhadas, tem a aura perfumada, personalidade emponderada e sua expressão é sempre linda. Sabe que é mulherão, de salto alto ou pé no chão, de vestido chique ou bermudão e dela aquele jeito de quem não mais espera, corre atrás, se vira, pega e faz, já não se cala mais, sabe que a vez é dela.
Ela não tem mais tantas perguntas, encontrou todas as respostas que queria e, assim, conseguiu se encontrar. Menina que em seu passado, muitas vezes teve que parar e hoje compreendeu que pra ganhar, teve um dia que perder, que pra poder sorrir, também precisou sofrer e hoje colhe o que plantou e pelas decisões que tomou, tem a vida que sonhou ter.
Menina do bem e bem resolvida. De muitas outras é melhor amiga, sabe ouvir e abraçar. Plantou sua própria árvore, regou sua própria vida e não precisa mais viver na sombra de ninguém, é ela mesma seu próprio lar. Agradecida, diz amém, sabe que é vencedora, é realista e sonhadora. E se um dia pegou um caminho errado, conseguiu ir além do medo e derrubou seu próprio muro, desvendou o seus segredos e encontrou suas belezas daquele outro lado.
Agora ela toca a chuva, lhe aceita desembaraçar os cabelos e deixa o mar lhe encantar. Agora a vida é só tua, poderosa à luz do sol, magnífica à luz do luar. Fica tão bela em tudo, aprendeu a conquistar o mundo, sempre sabe o que fazer. Ela que nunca desistiu, pois se chorou, também sorriu e sem pressa, me confessa, conquistou tudo o que quis ter.
Moça de todas as flores, todos os brilhos, todas as cores, é ela a mulher maravilhosa, admirável, esplendorosa que todas esperam ser. Tem coragem pra se doar, em um mundo em que muitos somente falam em receber. A vez agora é dela. É hora dela brilhar, é a hora dela vencer. E esse sorriso doce menina, me diz tudo, te decifra, mostra o mulherão que é você!
O amor entre o segundo e o desabafo
Enganam – se quem acha que sofro por uma menina
Se o contente acaso lhes presenteasse com sua suntuosa presença
Não usariam tal pronome, o qual repudia tua esplendida e singular poesia
A verdade é que sofro pelo ermo que provém do exílio
E agora, ninguém mais serve.
Enganam – se quem acha que minha tortura provém de uma menina
Digo a vós que sofro por um monstro que amo, belo, de feitio perfeito
Em meu coração há terra seca, onde tal fera regra flores, e na mais fiel tortura, as impede de crescer.
Ela era uma menina. queria ser mais que uma menina sem saber que uma menina já era muita coisa pra ser. Bem, para ela nunca seria suficiente, não havia suficiente. Tinha sonhos tão altos quanto a música nos fones de ouvido. Sonhos materiais, emocionais e espirituais. Queria alcançar o nirvana, queria ir além dele!
Dentro de seus anseios moravam mais anseios que guardavam outros anseios. Era complexa, era desconexa, para, por fim, ser quase tão simples quanto um mais um. Era uma constante inconstante e a teimosia em suas veias não permitia que fosse diferente. Eventualmente, suas hipérboles eram curadas com alguns momentos de solidão. Era dessas pessoas que via beleza no escuro.
No inverno, se enclausurava numa prisão de cobertores e com as mãos frias e desprotegidas escrevia suas inquietações com qualquer lápis, em qualquer papel. Escreveu essas palavras numa madrugada de Julho, queria ser impessoal, então a terceira pessoa lhe pareceu uma boa opção.
Fracassou.
Terminou sem saber como começou e começou sem saber como terminaria. Algumas palavras ficaram presas em não sei onde, mas ela achou melhor deixar para o próximo inverno.
Doce Menina
Doce menina, alguém doce e tímida.
Com o olhar que intimida.
Sozinha no canto.
Com olhar atento
E jeito encantador
Que me fascinou.
Que tanto impregnou.
Sob olhares atentos.
Que gira como a rosa dos ventos.
Doce menina, não chore mais.
Pois agora está em paz.
De agora em diante procure seu melhor. Estou contigo e sempre estarei.
Para dar amor e sinceridade
Até a prosperidade.
Do meu ser, seria?
Ricardo Lima Brito
04/10/2015
O VIOLINISTA, O BANDONEON E A MENINA RUIVA -
O Sena insistia em passar indolente pontes abaixo levando consigo sonhos, beijos e amores.
Seguia curva após curva para se entregar ao seu destino na imensidão pacífica de L'Havre.
Sob cada ponte uma sinfonia e nas margens a ausência de orquídeas, mas a presença secular de tantas juras e confissões ali contidas e sublimadas, naquelas aguas lá de ouro nascidas.
Ia firme a tarde no seu diário ajuste da luz.
De longe vinha a alma de um violinista traduzida em notas de aventureiros ares e transbordando de intenções.
Era um som indecifrável, hora insinuando choro, hora excitação.
Tinha firme o compasso, mas perdia-se no arranjo, assim como certamente estava perdido o violinista na sua paixão.
Ventava.
Um assovio imitando laminas cortava o ar, e vagava, perdia-se entre aqueles velhos casarões, encontrava-se em tantas seculares esculturas, buscava outros tons, ensaiava e sonhava em ser um bandoneon.
Faltava na composição da cena a clareza a que se referem os sentimentos quando se perde a inocência.
O violinista absorto nos seus acordes de repente recebeu de chofre aquele assovio como um coice, assim atordoado voltou ao chão pensando estar ouvindo um bandoneon.
E era, mas não era apenas um bandoneon, era uma menina ruiva tocando um bandoneon. A música era linda, etérea como era a menina ruiva, assim como se tivesse se desprendido do céu.
Tinha um poema em cada acorde e o bandoneon sabia disso e se resfolegava para fazer jus à maestria da sua ruiva tocadora.
Inebriado o violinista solava, sonhava, voava, agora perdido sem saber se a seguia em pizzicato ou se mantinha o arco em seu Mi-Lá-Ré-Sol sonhando.
O bandoneon parecia não estar sendo tocado, ele jorrava as notas de tão sublimes, suaves e oníricos eram os gestos da menina ruiva, que vivaz dançava com a cabeça botando em alvoroço aquela cabeleira esvoaçante, levando às alturas a imaginação dos que conseguiam senti-la.
Lá no horizonte, ornado com uma cupúla, várias abóbadas e um plátano, a lua mostrava sua intenção prateada de banhar Paris em mais uma noite enluarada, ia subindo no céu de mansinho e parecia ansiosa por descobrir de onde vinha aquela musica, que mãos a estava tocando, quem a estaria inspirando.
A lua mostrou uma pontinha de inveja quando pareceu notar que tinha uma menina ruiva tocando bandoneon acompanhada por um violinista apaixonado beliscando em pizzicato as notas de uma paixão.
O Sena seguia seu curso, sem as orquídeas que poderiam enfeitar suas margens, com raios da lua ferindo seu vagar, com aquela musica inebriante, parecendo carícias de um amor que se quer guardar.
Era já outono, quando tudo parece querer ficar dourado, menos a lua prateada, e de contraste somente a colorida alegria da menina ruiva do violinista que apaixonado se anestesiava em vê-la tocando o bandoneon.
Folhas dos plátanos, as amarelas de timidez, as vermelhas de paixão, atiravam-se ao vento, umas sem saber para onde ir, outras buscando o Sena para chegarem no mar. As folhas de plátanos no outono são como todos os aventureiros, e como todos os apaixonados, entregam-se sem saber em que mãos, guiam-se apenas pelo coração.
Já alta a lua no céu dependurada, a menina ruiva insistia em tocar seu bandoneon acompanhada em bemol pelo violinista apaixonado ao seu redor.
Ele na busca de alcança-la e ela na ânsia de ser alcançada, caminhavam os dois com propósitos opostos, ele de correr, ela de parar, mas nem um nem outro firme no seu intento, ou por medo de não se reconhecerem, ou por timidez de se entregarem.
Assim seguiam como o Sena, com suas ondas de sons, suspiros de ilusões e um desejo enorme de se enroscarem na próxima curva antes de explodirem no mar.
Não tardou o encontro, foi mesmo ali no chafariz da Place de La Concorde, ele fez um gesto de beijá-la e ela desvaneceu entre a suave bruma que se espalhava pela imensidão.
A menina ruiva sumiu, o bandoneon ficou mudo e desapareceu também, o violinista apaixonado chorou, chorou até lentamente começar a tocar uma valsa de ressurreição, e girou, girou até cair bêbado de amor e se perder na alucinação.
Sem Titulo.
Menina eu te amo
E você não se ama como eu te amo
Esta sempre pensando nas doenças que não lhe afligem
Deixando lagrimas em meu rosto e palavras que me atingem
Queria que você estivesse em meu coração ascendente
Mas ao invés disso me diz as mentiras e o que não sente
Por isso deixei meu amor morrer em seu leito
E renascer como uma fênix mas isso em outro peito
Eu tinha que ser forte pra esquecer o que com você ganhei
Mesmo que com o passar não anos não entenderei
Por que não deu certo entre nos dois
E sempre pensando o que vai ser depois
Olhando nos teus olhos ainda vejo as cores da tua íris
E se tudo isso for nosso fim... Nós vamos acabar felizes
►Dependência Verde
Dois dias atrás eu recebi uma notícia
Sobre uma menina,
Que eu poderia apelidar de vizinha
Eu me entristeci bastante
Me disseram, grosseiramente,
Que ela se tornou um peso ambulante.
Eu até me segurei para não escrever
Mas, depois de quarenta e oito horas,
Eu não estava conseguindo esquecer
Comecei a pensar em como a vida é cheia de provas
E, se a pessoa acaba caindo na recuperação,
Ela acaba fechando algumas portas.
Hoje não penso muito nesta pessoa
Nossa relação, nosso contato, se evaporaram junto a garoa
Do jeito como a vida dela estava,
Muitos pensaram que ela acabaria em um velório,
Regado de velas e rosas
Me disseram que ela havia perdido sua graça
A vida dela era somente aquela erva, bem famosa
Claro que não duvidei do que escutei, prontamente acreditei
Pois me lembrei de nossa última conversa
A mente dela estava tão distante,
Tão deserta, que acredito que ela mesma não fazia ideia
Não tinha como pensar o melhor, mas eu bem que tentei
E, dentre a persistência e as mágoas,
Ela acabou me deixando pior, me decepcionei
Soube que ela já não pensa mais sozinha,
Que aquela planta se tornou sua senhoria.
Eu não sei por que ela fez isso consigo
Não sei como ela se aprofundou mais no vício
Fiquei sabendo ainda que, às vezes ela parece não estar ouvindo,
Que ela se distrai fácil, e que se afastou dos amigos
Claro que eu não fui um deles
Eu estava mais para um divertimento de terceiros
E me magoei muito por conta dela,
Mas prosseguir foi o único jeito.
Enquanto eu estava dirigindo com um amigo do lado,
Me foi dado uma ideia, então falei, despreocupado
Disse para convida-la para assistir um filme no meu quarto,
E, obviamente, este meu amigo também estaria convidado
Apenas tentei ajuda-la, mesmo com os erros do passado.
Não sei se ela irá aceitar este meu convite
Mas meu coração, e a minha razão, não querem que eu insista
Com ela eu acredito ter atingido o limite
Porém, se ela vier, pedirei para que ela me explique
Talvez não precise, creio que ela mesma contará sobre a sua vida
Eu desejei seu bem, e agora vejo que ela está ficando sem ninguém
O que posso fazer? Sou um qualquer
Sinto como se eu não pudesse fazer absolutamente nada
Diferente de antes, hoje quero passar bem a Páscoa
Talvez eu a convide,
Mas é provável que minha proposta seja rejeitada.
Já escrevi muito sobre essa garota
Preciso parar, eu estive tentando me afastar
Mas, lá no fundo, eu ainda guardo memórias daquela moça
Mas essas lembranças não poderão me machucar
Eu a chamei, se ela aparecer, talvez poderemos conversar.
O que separa os meninos dos Homens, as meninas das mulheres nos negócios e na vida, é a coragem de SE PLANEJAR rumo ao grande objetivo que quer atingir, e não só isso; EXECUTAR COM PACIÊNCIA tudo o que tem que ser feito pra atingir o objetivo, e ainda, aprender com os erros
da própria execução, para melhorias contínuas!
