Texto Chines de Amor

Cerca de 94200 frases e pensamentos: Texto Chines de Amor

ALTERAÇÃO (soneto)

Como se a sorte, tirar-me, assim quer
Como a névoa no cerrado embaça o ipê
Você, assim na sina tornou-se por quê?
E o destino passou outra trova escrever

Como se as promessas não mais a mercê
Não mais se lê na vã inspiração a sofrer
Você, agora figura numa dor para valer
E os sonhos se fazem de simples clichê

Um céu tão cinza matizou-se lá fora
Sem arco íris e um ar tão tenebroso
Na alma, é sofrência que sinto agora

Como se pudesse não ser malditoso
Nesta poesia, em que o verso chora
O que um dia no cantar foi mavioso...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
03 de março de 2020 – Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

AVINDO (soneto)

Pálido, o luzir do raiar, cerrado sombrio
Chave lá fora, cá dentro o peito chora
Embalsamado no tempo que implora
Por afago, neste dia de um céu bravio

Sobre o leito do meu olhar a aurora
Em lágrimas escoadas do verso vazio
Melancólicas, com suspirar e arrepio
Que consola com a lua, branca senhora

E nos olhos rasos d’água, palpitando
A saudade, que dá aflição se abrindo
Em lembranças, que ali vai resvalando

Não te rias de mim, ó agrado findo
Por ti, no rancor eu velei chorando
Mas, no amor, paz e renovo avindo...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
04/03/2020, 04’37” - Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

SONETO DO AMADO

É a encarnação do zelo. Pulsa-lhe a paixão
Cheio de afeto, repleto de afável piedade
Tem um olhar do desejo e a altiva emoção
De que todo tempo é tempo, à toda idade

A alma curva-se ao sacramento da união
Se abre em gozo de uma total felicidade
Quando, sempre, o querer, é mais coração
Mais respeito, razão, e fiel a simplicidade

E assim, com o peito ansioso, e ao dispor
Corado o pensando, o suspiro a lhe arfar
O lábio ao ríctus, crispa-se em tímido riso

Nada lhe falta, torna-se um real paraíso
Conciso. E sem o apuro de como se amar
Há quem, o privilégio tem, de ter o amor!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
13/03/2020, 04’55” - Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

SONETO PLENO

Amando, soando o coração, mão nervosa
Suspira. A emoção sai da poesia, excitada
E toma-lhe, a palpitar, a prosa apaixonada
Em uma inspiração com estrofe carinhosa

Tenta a ideia romântica: verseja com rosa
Inspira. E a rima, assim, do amor é retirada
Com afeto em que o desejo brota do nada
Seduzindo a trova numa louvação gloriosa

Pega o pensamento, doma a ode em cena
De satisfação, liberta as palavras apertadas
Na solidão, e as busca da sensação secreta

E, assim, tão profundo, no delírio do poeta
Em gritos de triunfo, e clausulas douradas
Ao pé do mundo, confessa a sua obra plena...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
15/03/2020, 06’36”- Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

APARTE (soneto)

Amo.... Vejo elevado o coração que ama
Todo o êxito, fé, que tem a relação boa
Alberga-o a glória, e a imaginação voa
Todo o afeto que na sensação chama

Amar.... É o princípio que não atraiçoa
Do ramalhete, a rosa, da rosa sua rama
Se tem os espinhos, suplante o drama
Pois no afeto, sabe bem quem perdoa

E o que fazer para ser como um amado?
Ame! assim feliz estará com o seu amor
Seu o senso! o outro somente agregado

Então, não se preocupe com seu dispor
Disponha! Terá sempre o tal apropriado
Que com os olhos do agrado, dará valor!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
18/03/2026, 14'53" - Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

ÔNUS

Tantas vezes, chorei, no infinito da emoção
Solto no silêncio áspero da pesada saudade
E em soluços os sonhos caíram na solidão
Tonto, vazio, e o pensamento pela metade

Sem ti, a alma voa num espaço de ilusão
A noite... atordoa sem a menor afinidade
E os dias me parecem não mais ter chão
A imensidão dobra para uma eternidade

Para cada verso da inspiração parda, dor
O meu universo cheio de pesar e de breu
E o coração já não mais trova com ardor

Tudo é rumor no ávido afeto que foi seu
Confesso... - que não mais está ao dispor!
Deste amor... - levo somente o que é meu...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
21 de março de 2020 - Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

NARRATIVA (soneto)

Ah! quem nos dera diferente ser, porvir
Inda nos perdoasse! Ah! quem nos dera
Que inda juntos pudéssemos mais sorrir
Ver o pôr do sol e o florir da primavera

Vivíamos com a leveza do simples sentir
E os dias eram longos e felizes cada era
Narrávamos as horas no prazer de existir:
- os beijos, os olhares, restam na quimera

E, no coração, a lembrança que implora
E em cada suspiro a saudade que palpita
E de visita o teu cheiro na difícil memória

Ah! tão sem glória ver tudo isso ir embora
O querer chora, e o amor não mais acredita
Outrora contíguo... e agora, nossa história!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
22/03/2020, 04’49” - Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

SEM JURA (soneto)

Nesse poetar sofrido e atado
Refúgio da minha desventura
Usando o trovar como mísula
Nada consola ou é consolado

A dor doída é sem o agrado
E o coração sem ter ternura
É um verso com amargura
E que no peito é mastigado

A voz da falta, nele falando
Reluz com sofrer em gritos
E que na saudade murmura

E, porque ficar blasfemando
Então, com os versos aflitos
Se já não mais existe, jura!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
22/03/2020, 12’23” - Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

BALADAS DE GRATIDÃO - LUZ...

Possas alegrar, nas venturas da vida
Vendo o tempo no agrado que se vai
Vê que inda, bela, és a valorosa lida
Dada por Deus, nossa fé, nosso pai...
Que a nossa direção, então relida
Da gratidão, venha o amor, assim
Que a leveza possa ser comovida
E no horizonte dádivas em mim!

Minh’alma ao bem seja tão querida
E que nunca na ingratidão blasfemai
Assim, então, não vaguei perdida
Na escuridão da rudeza, ai, ai...
Possam fazer-me na afável medida
Das belas flores de um jardim
E que ao mal eu tenha uma saída
Trazendo indulgência para mim!

Sano! e que festiva a descida
Para a glória, o que me atrai
E que o correto haja na torcida
E os anjos da clemência, cantai!
Que nesta balada seja concedida
Prenuncio de estima da cor marfim
E que minha crença, jamais vencida
Pela desilusão que houver em mim!

Alegro a gratidão já vivida
E as outras felicidades, afim
E que na esperança, acolhida
Senhor, possa inda lembrar-te de mim!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
23/03/2020, 10’47” - Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

O AMADOR (soneto)

Ser-se amante é ser-se abundante
(- ou mais do que generoso talvez)
É doar-se em lealdade tão gigante
E pôr-se ao total dispor na validez

É olhar com um afeto importante
Ciente de ser mais que uma vez
Ao qual cada beijo é sussurrante
E o amor, então, cheio de vividez

É saber que o ardor nos consome
A sede, do querer, saciada no bem
Rir, cantar, e ter o escolhido nome

É acertar no que não nos faz refém
Que nos detém! e ter do outro fome
Porque a gente ama, e quer ir além...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
24/03/2020, 14’01” - Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

CANÇÃO À AUSENTE (soneto)

Pra te esquecer ensaiei minha saudade
Deixei então de pronunciar o teu nome
Me escondi no silêncio que me consome
Pra te esquecer ensaiei a minha vaidade

Pra te omitir ensaiei diverso pronome
Busquei na poesia uma profundidade
E na maldade do verso tu me invade
Pra te omitir ensaiei não ter de ti fome

Pra te esquecer ensaiei a minha razão
E no vão árduo o pensamento chorou
Para te omitir ensaiei o meu coração

Pra te esquecer e te omitir só sobrou
Um prazer agridoce e amarga ilusão
Para te omitir, esqueci.... acabou!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
24/03/2020, 19’10” - Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

REALIDADE (soneto)

A dor foi longe demais, para voltar
Nos canteiros onde havia só flores
Hoje a erva daninha tomou o lugar
O que era voz prazerosa, há dores

Em nós, vazio ficou o falante olhar
Aos antigos sensos, outros amores
E na saudade do amor, um silenciar
Com os esboços com outras cores

Valores? Há um, a doce lembrança
Que ficou no outrora, ali a de estar
Uma vez já bailada, outra a seresta

Quebramos tudo, toda a esperança
O que era para ser, se perdeu no ar
E a poesia dedicada, não mais nesta!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
26/03/2020, 12’07” – Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

PEDI UM SONHO (soneto)

Fui pedir um sonho para a doce poesia
Quis pedi-lo, ao desdém, me disse não
Os desamores não sabem, lá onde estão
A inspiração que criam o carinho no dia

A poesia suspira... é cheia de ousadia
Quando o amor é rima com a emoção
E se tem a paixão, ah! é de total razão
Então, quis arrancar-lhe tudo que podia

Aí os afagos raros, vieram ao meu lado
Nos dedos escorreram o afeto intacto
Aonde pude me ver, assim, denodado

E o trovar apaixonado, surgiu em flor
Perfume dos cravos, rosas, num pacto
Que o sonho seria a firmeza do amor!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
29/03/2020, 10’36” – Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

BREU PROFUNDO (soneto)

Em cada estrela no céu a palpitar
Na imensidão do breu profundo
Me sinto agora em outro mundo
Quase sem ruído, tudo a silenciar

Noite. De um negror moribundo
O veto proceloso na greta a uivar
E o sonho sem ter como sonhar
As horas mais lentas no segundo

E a voz da solidão no abandono
Que nas sombras se escondem
Azoado, sinto o hálito do sono

Minha alma tal como um refém
Devaneia na saudade sem abono
Na escureza velando por alguém

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
01/04/2020, 19’29” - Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

SONETO OCULTO

Tua poesia veio a mim. Donde viera?
Que canto? Que harmonia? Encanto
Rima doce: - tão sossegada quimera
De leve compasso verso sacrossanto

Inspiração de furiosa paixão sincera
Magnetizando os meus olhos, tanto
Em cada estrofe, que o ledor espera
A todo a leitura, e a todo o recanto

Ai! eu nunca mais consegui esquecer
A fleuma das trovas que ali exalava
E em cada linha o sentimento eleito

E a emoção subiu ao peito sem conter
Os suspiros, que cada verso provocava
Ah! versar: terno, amoroso e perfeito!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
03/04/2020, 22’32” – Cerrado mineiro

Inserida por LucianoSpagnol

Versos livres:

Porque é que o estro me disseste
Agora e não noutro minuto
Se as trovas que, outrora, me deste
Deixaram o meu poetar de luto?

Se tudo era apenas uma miragem
E o tempo era apenas uma rima
Então, que me traga coragem
Na poesia, e não enigma...
Nem roupagem!

[...] só os afetos e a emoção
Hão de vir inspirar-me maior
A poemas, basta-lhes a ilusão
Aos poetas, basta o amor!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
14/04/2020 – Cerrado goiano
Paráfrase Pedro Homem de Mello

Inserida por LucianoSpagnol

Poema perfumado

O meu poetar anda na ilusão
Mesmo assim, ele vai além
Sofrência? Não. Por onde for
Nas rimas do seu amor
És poesia, senso, refém!

Não o tenho pra mais ninguém (só você)
Tentaram detê-lo na saudade
Mas abri-lhe a porta do bem
Na trova solitária, humildade
Porém, nas tuas linhas, sonhos
E aquela romântica vontade
Me fez ter temores medonhos
De um amor com felicidade....

Ai! a lembrança! - dor doída
Ai! Tu! - memória prazerosa

Que acalma a alma sofrida
E perfuma a vida com rosa! ...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
15/04/2020 – Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

AME PRIMEIRO (soneto)

Quem quiser ter poesia, que ame primeiro
O poetar onde, total, caiba na haste da flor
Ai dos que trovam, e dele não é por inteiro
Se apartam das quimeras e do afável amor

Os versos sorriem, enfim, ao ser certeiro
No peito do poeta que está um amador
No sonho passageiro, da ilusão é herdeiro
O bardo romântico, um eterno sonhador

Ai de quem, gerando-os, nada lhes trouxer
Ai dos que tem o dom e não tem o afeto
Hão de ali perder-te o que a emoção quer

Aí, no silêncio do senso um rimar inquieto
Coração sofredor e da ventura sem saber
Então, redigi solidão no corpo do soneto!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
19/04/2020, 06’37” – Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

abajur

mesmo estando escuro
havia aquele abajur
mesmo sem poesia
havia o lusco fusco da lua
iluminando o teu olhar que luzia
na inspiração, com rima nua
poetando o que não dizia
a paixão... e onde era sua
a minha vontade, o meu amor
hoje, solitário pela rua
os meus versos sem sabor
vai... chora... calado
por onde for
e o abajur apagado...
aí que dor!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
16/05/2020, Triângulo Mineiro

Inserida por LucianoSpagnol

⁠SEPARADO (soneto)

À saudade que sofre, em segredo
De ti, no exilio o peito a suspirar
Palavras sem sentido e enredo
Chora, e faz o poema lacrimejar

Com que estro e aperto azedo
Amargam os versos a lamentar
Causando nas rimas tal medo
Que fende com a dor a rasgar

Nem só desejo poetar o amor
Desejo, nem só canto de amar
Me basta, trovas do teu beijo

Assim, poder ter conto rimador
E as estrofes do seu doce olhar
Na esquina da poesia, almejo...

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
03/06/2020 – Triângulo Mineiro, MG
Sertão da Farinha Podre

Inserida por LucianoSpagnol

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