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Tenho o costume de achar que a vida vale a pena. Que o mundo, apesar das feiuras que tentam escurecer as paisagens, o sol sempre faz tudo em minha volta brilhar. Porque eu tenho o abençoado costume de acreditar que os minutos seguintes superarão as minhas expectativas em ter um mundo mais belo. Embora os fatos mostrem o negativo, prefiro confiar sempre no otimismo. A vida é brava para quem usa melhor a força do encantamento por viver.
Outono
Deus criaste o outono para aumentar minha melancolia.
As sombrias paisagens bucólicas, nos remete à pensamentos conflitantes.
Árvores despidas, tremulando entre a neblina fria, até que o incessante vento despoja a veste branca e os dias curtos com ares secos amargam até o céu da minha boca.
Preciso de cores, cheiros e o brilho das mágicas flores.
Quero revigorar a vida, dias longos e ensolarados para reabastecer-me de vibrações e energias positivas.
Que o equinócio da tristeza tenha um lindo e breve fim.
Quero a vida!
É terapia observar a natureza, ver os pequenos brotos que germinam, novas vidas vegetais desabrochando.
Clicando com os olhos as paisagens iremos revelando na alma os momentos de beleza que vemos.
Itaipu
Existem lugares assim...
que declamam a fisionomia poética
das paisagens que residem na minha alma.
INFINITY
Na antiguidade eram os elementos,
Terra, água, fogo e ar.
Hoje o que importa é o discernimento,
Pra onde poderei viajar!
Da terra em que piso nos continentes,
Da água que banha as margens,
Do fogo forte de chamas ardentes,
Do vento que traz lembranças e miragens!
Quero ver novos paisagens,
Quero novas experiências,
Quero sentir aragens,
Que só vem com a vivência!
Quero um sol esplendoroso,
Noites de luau ou jantares...
De manhã um café gostoso,
Na vida visitar novos lugares,
Um país, uma ilha ou uma city,
Afirmar que fiz isso por prazer infinity.
Para minha amiga Giovanna!
Autor: Agnaldo Borges
05/01/2018 - 11:50
Recordar as lembranças da estrada
seguindo viagem, são inesquecíveis...
Entre paisagens segue a vida,
e toda vez que vem a mente,
o coração da gente
ri e chora ao recordar,
afinal, estes momentos só tem replay na imaginação.
Nas paisagens noturnas
a lua deixa suas marcas,
de uma luminosidade esmaecida,
outonando por todas as plagas,
e continua a vida...
Viajando entre paisagens,
recolhendo flores
em forma de versos,
somente pra descrever os sonhos
que imagino viver ao teu lado!...
Outonando
Pássaros cantam em pleno outono
canções quase silenciosas
respeitando a época da dormência
da natureza, do jardim e suas rosas
Cantar como eles é o que precisamos
sem alardes, apenas canto d'alma,
aconchegando no coração o que amamos
germinando sempre em muita calma
NÃO SEI PORQUE GOSTO TANTO da vida do interior...
Às vezes penso que é por causa dos bailes que se realizam dentro das estufas nas entressafras, regados à simplicidade... Ou se é porque estar no meio da criação ou da plantação, não tem preço...
Às vezes penso que é pelas festas simples nos salões paroquiais, esparramados pelas localidades, com tanta gente boa e comida maravilhosa...
Às vezes penso que são os encontros com os amigos, no domingo depois da missa...
Às vezes penso que é devido à vastidão das paisagens, que me dão a certeza da existência de um Deus Supremo, ou talvez seja pela vida simples que se leva por aqui...
Gente do interior não pergunta... proseia, não corre desesperado para chegar... apenas vai, observa e age. A gente do interior sabe que para colher é preciso plantar, trabalhar duro. A gente do interior tem sabedoria e sabe que aquilo que não é cuidado... seca.
No interior, as pessoas tem outra relação com o tempo...
Costumo sempre dizer àqueles que me visitam: - "O povo do interior é bom. A pessoa entrar em uma estrada com fome, não sai do outro lado ainda com fome".
Gente simples, solidária,, trabalhadora e boa.
Na verdade eu sei sim os motivos pelos quais gosto tanto do interior, mas é que são tantos que o difícil mesmo é enumerá-los.
[DINAMISMO DAS PAISAGENS]
Metaforicamente falando, a passagem da discussão geográfica clássica sobre paisagens para as problematizações contemporâneas envolve a transição de uma perspectiva mais ‘fotográfica’ para uma perspectiva mais ‘cinematográfica’ de paisagem. No caso das paisagens urbanas, é bem evidente este jogo entre mutações e permanências.
[extraído de 'História, Espaço, Geografia'. Petrópolis: Editora Vozes, 2017, p.55]
[DIVERSIDADE NA PERCEPÇÃO DAS PAISAGENS]
Há uma paisagem da guerra, da miséria, da fome, do medo, das classes sociais em luta, da religiosidade, do lazer, da tecnologia, da moda, dos estilos arquitetônicos, do controle disciplinar, do poder midiático que se espraia sobre uma região e aí estabelece seu domínio e práticas manipuladoras sobre a população local. Estas diversas paisagens referentes a extratos específicos de problemas, ou a instâncias singulares da realidade, às vezes são perceptíveis espontaneamente, outras vezes não
[extraído de 'História, Espaço, Geografia'. Petrópolis: Editora Vozes, 2017, p.56].
[A PAISAGEM NO ESPAÇO-TEMPO]
Neste momento, contemplo uma paisagem. Há uma pedra no caminho (subitamente me lembro do poema). Ela é antiga como a Terra, mas isso no momento não importa. De qualquer maneira, é bruta, jamais trabalhada pelos homens de qualquer tribo ou civilização, Atraído pelo ruído suave das águas (ou terei imaginado isto?), meu olhar volta-se subitamente para o pequeno rio urbano, canalizado em meados do século XIX. O encanamento, contudo, já era naquele momento a substituição de um outro, construído vinte e oito anos antes (cheguei a ler o documento que registra o primeiro plano de captação, em um velho arquivo público). A atual calha que contém o traçado do rio, para evitar pequenas enchentes nos dias chuvosos, ali está desde meados do século XX, mas sofreu reparos recentes, por causa das olimpíadas de 2016.
O rio tinha seu nome tupi-guarani por causa dos papagaios que nele vinham se alimentar desde os séculos anteriores, mas a poluição das últimas décadas do século XX já os afastou há muito. Todavia, foram substituídos por aquelas garças, de dieta alimentar menos exigente, que vivem em um zoológico mais distante. Há uma árvore, duas, três, e mais, nas suas margens, sendo que cada uma tem uma idade diferente. Cada uma delas canta a sua própria imponência, na minha imaginação. Mas sou despertado deste devaneio por um outro ruído, este de verdade. É um rolar maquinal, que adentra a paisagem sonora como uma dissonância. A muitos e muitos passos do rio, há uma abertura para o chão. O metrô tem 25 anos, mas aquela estação foi agregada há apenas três anos, e agora oferece aos passantes a sua entrada. Entre ela e o rio enfileiram-se edifícios de diversas idades, de cada lado da rua asfaltada (com exceção de um curioso trecho de paralelepípedos, talvez esquecido pelas últimas administrações públicas).
Há também uma casa muito antiga, do início do século passado. Terá sido tombada? Sobrevive. Alguns automóveis, há muito eu não via um opala, movimentam-se discretamente na rua de mão única. Formam um pequeno fluxo. Seguem por ali, em meia velocidade, e logo vão desaparecer sem deixar vestígios. Por enquanto, todavia, fazem parte do acorde visual da paisagem. Registrei tudo, em minhas anotações. Mas agora me dirijo ao Metrô.
Ao entrar naquela estrutura moderna, que por sobre trilhos me conduzirá através de um conduto contemporâneo tão bem incrustado em uma pedra de milhões de anos, anterior ao surgimento da própria vida sobre a Terra, espero chegar em vinte minutos ao centro da cidade. Ali, naquela alternância de avenidas asfaltadas e ruas estreitas, por vezes talhadas em paralelepípedos, novos acordes de espaço-tempo me esperam. Sem ânsia maior de me mostrar a superposição de cidades que escondem e revelam, eles me indagarão, como se ressoassem do fundo de um verso: “Trouxeste a chave”? A todos perguntam a mesma coisa, indiferentes à resposta que lhe derem .
Já me demoro demais. Andar pelo espaço é viajar pelo o tempo. Retorno, será mais seguro, à reflexão histórico-geográfica
[extraído de 'História, Espaço, Geografia'. Petrópolis: Editora Vozes, 2017, p. 59-60]
No vento da tarde me perdi
Na sombra da figueira me sentei
Ouvindo o canto do sabiá
As folhas caindo como em um balé
Bastou fechar os olhos e lá fui eu
Para as paisagens distantes da minha mente
Para mim são tão reais quanto a grama
Onde minha cabeça descansa a admirar o céu
Num pequeno momento habitual,
Pequenas paisagens concretas,
São encontradiças no espaço,
Café fortíssimo abstrato,
O tempo passa muito rápido, já temos várias lembranças, várias paisagens e lugares por qual passamos juntos, tudo passa muito rápido, lembranças, fases, momentos e de tudo que já vivemos, enfrentamos, co-criamos, conquistando… o tempo, tem sido generoso conosco. Seguimos criando recordações para o futuro, boas lembranças para sempre lembrarmos juntos, de que o amor quando é de verdade, ele é profundo….
