Taça
Não enchi a taça
com a bebida que você provou...
o seu vinho era seco;
o meu, ameno, tinto suave,
levemente degustado
sem a pressa que acaba uma festa,
quando a ressaca se transforma em dor!
Aos meus inimigos ofereço em taça de fino cristal o que de melhor posso oferecer-lhes: Minha felicidade.
A taça pode ser dois corpos brindando o desejo,
de espumar sobre os lábios o desafogo em almas ardentes.
OBLITERAR
Escorregou a taça da feição
o chão forrou-se de cacos do nosso amor
agora, é lagrimas, choro... E solidão.
Meu olhar?! há! Meu olhar...
o prisma esta difuso a sua imagem
nada! Nada sobrou d'aquele amar.
A noite sonho, e choro ao amanhecer
Não! Não sei quando vou esquecer você.
DESPEDIDA
Papel não falta
Tem vinho na taça
Mas nada vem
O tédio mata
Não se resgata
Quem não se tem
Cessou a música
Ninguém mais dança
É o suicídio
Da esperança
É o fim da linha
Última instância
Cortaram as asas
Das borboletas
Que no estômago
Faziam festa
Aqueles sinos
Não tocam mais
O navio do amor
Deixou o cais
Secou o mar
Dos sentimentos
Encheu-se um rio
Com seus lamentos
Não há rancor
Mas há saudade
Não mais paixão
Só amizade
Tudo é mudança
Dizia Heráclito
As coisas mudam
Mas nada é fácil
Sejamos nosso
De mais ninguém
E ao final
Meu bem querer
Me queira bem!
Na ponta da lança
Da taça jogada ao chão com força,
o sangue que se esvai como em um serpenteante rio em curvas
em busca de direção na vida
desembocando em um mar de dúvidas.
Do vinho derramado por todo o caminho
a dor contida na lágrima que percorre sentidos
- de choro e de riso.
Fazendo transbordar oceanos inteiros
com uma só gota de inquietude e bruteza
entalada no canto esquerdo do olho direito,
estupefato por enxergar tanta maldade.
Olhos cansados do dia inteiro
e devido a fumaça opressora instalada no caos proposital,
agora muito vermelhos.
Do rio de sangue e de lágrima
que se forma no contorno de segundos intermináveis...
A malta de guerreiros mascarados que segue:
Com a mácula imposta a sua honra,
por uma gama de ações, antes impensáveis!
Desembestados na linha de frente da guerra,
Varrendo tudo pelo caminho
como uma manada desembestada de touros,
fazendo jus a armadura herdada
e defendendo bravamente seu tão cobiçado ouro.
De lá:
A espada covarde que aponta e assina a pele,
mirando alvos estáticos
e braços erguidos ao ar.
Do lado de cá do front:
Os punhos cerrados da malta
e a coragem que transborda no peito.
E o que se vê em meio a tudo isso
é apenas a sombra de um velho gigante,
que a propósito... Acaba de acordar!
Até que um dia tudo mude,
e os silenciados não tenham mais que se calar.
Eu previ nosso destino no fundo da taça de vinho tinto. Talvez naquele momento as ideias ainda não estivessem decantadas.
Se estamos na batalha deu falha sobe mais um,
Vamo taca fogo pra ela apaga
O fogo que nascerá em nosso corpo calibrar
Da sua alma, de fita errada, que o mundo via
Serial killer de pano, Papai Noel de mentira
Toma vacina que cura, loucura ?...? da rua
Na muchila fartura, com violao a luz da lua
Vamo taca fogo e acende a fogueira
E ?proclamar? pra ser feliz a vida inteira
Chorei a ultima taça da ultima vez que de tão romântico fincou raízes no meu coração;
Não irei voar a beira do meu precipício mesmo que seja do meu princípio, pois minhas asas ainda não estão secas;
Agora é sério
Acabou!!
Não chores...
Pois pode cair lágrimas na minha taça de chanpagne e fazer parte do cálice de minha comemoração.
Não reclames ...
Pois os teus sussurros podem incomodar o meu silêncio de alegria.
Não sinta ódio de mim...
Pois este ser que te abandona agora, pode ser o teu agora do amanhã.
Também não ria....
Pois o amanhã você nem sabe se existirá.
Apenas cale-se...
Pois o mais sábio de todos os seres, sofreu calado, foi mal tratado, derramou sangue por toda uma nação, sem reclamar e mesmo assim, continuou com amor no coração.
Mulher...
...de batom vermelho
Sorri
De taça com vinho
Brinda
De saias longas
Caminha
De flores nos cabelos
Se enfeita
De pandeiro na mão
Canta
Ainda, por enquanto com seu
Amor sonha!!?
La no fundo,
Nem Cinderela
Nem Gata Borralheira
Eis, que emerge a Bruxa...
Seu beijo é Vermelho
Seu Sorriso embriaga feito vinho
Seu caminhar pede dança de pé no chão..
Saias longas...seduz
Flores nos cabelos enfeita Sonhos...
E revela segredos...
Na contra mão toca pandeiro em ritmo
Que fala dos seus desejos...
Audaciosa
Faz no seu coração,agora
Feitiços
Remexe poções que pareciam
Ultrapassadas
Esquecidas
Adormecidas
Coisas que lembram Mel,Flores,Ervas,Sementes,Terra,Agua...
Finalmente, emerge a Alma que Ama...
Eu, Mulher bruxa audaciosa...
REDE NOTURNA
Chove.
Viro a taça degustando uma
saudade.
Não pergunte que eu lhe conto
até os silêncios que enterrei
na infância.
Deito na interrogação,
devaneio,
divãneio
e só calo reticente pra você
subentender.
Teço colcha em seu ouvido
ausente
com a linha que puxei
do carretel de meu
desejo.
Falarei de aprendizado,
de sorriso,
de esperança...
Não interessa.
Chove e é madrugada.
As palavras são somente
porque não há beijos.
Há que se viver com meus pés, beber da mesma taça de minha alma para saber, não apenas do que penso, mas para sentir o que "Sou".
NÃO HÁ AMOR QUE RESISTA...
Não há amor que resista uma boa dose de poesias em uma taça de vinho ou de champanhe. Esse é o método para nunca se esquecer das palavras vivas e floridas apresentadas nas campinas.
CACHAÇA NA TAÇA
Essa taça, na qual me perco
em doze que obedeço
ao me tocar, me traça e tacha
os olhos turvam, eu padeço
o fundo da taça, me tasca
e eu me perco do endereço
nesse fundo da garrafa.
Essa taça que me acha...
Com esse gole de cachaça
envolve-me e me embaça
me lança, ao meio fio da praça
atiça-me, o som d'arruaça
embebido por essa taça...
O mundo me esconde a graça.
Essa taça cheia, tacha...
Meu ego perante as raças
a ebriedade a pirraça
a perdição dos sonhos meus,
o paralelo do meu fiasco
no cambaleado dos meus passos,
e nas margens do meu adeus.
Antonio Montes
Se o vinho que derramas
à taça
É suficiente apenas pra matar
a própria sede
Entendes muito de vinho
mas pouco do amor
Amar é algo como
transbordar uma taça
Além do que é necessário
pra saciar a si mesmo
É despertar a beleza
com desdém aos próprios olhos
É poder amar
Através do desejo de amar
Há momentos que me sinto uma taça de vinho frágil e de vidro.
Que é fácil de se comprar em qualquer lugar e às vezes se encontra até mesmo na esquina.
Quem pega a taça tem a intenção de usar para beber um bom vinho e depois que toma até a última gota larga suja na pia.
No dia seguinte de ressaca pega na taça sem paciência e sem mais nenhum interesse deixa quebrar.
E a taça depois que se quebra não serve mais e é apenas no lixo onde vai parar.
É assim que me sinto quando sou procurada apenas para ser usada. Me machuca ser legal e receber em troca falsidade. Simplesmente me sinto suja como uma taça de vinho e quebrada em pequenos pedaços
