Sou como um Velho Escaravelho
Velho Carreiro...
A madrugada ia fria, deixava ali sua família, seus filhos a se sonhar, o carro de boi cantava, os cocões sua cantiga a entoar, a sua carga pesada forçando as rodas na estrada, caminhos a se marcar! Marcou fundo em minha alma, seus rastros pelas estradas, hoje não existem mais, mas minha alma é cortada, pelas marcas aqui deixadas pelo teu carro de boi, saía nas madrugadas, semanas eram passadas até o teu retorno ao nosso lar, felicidade ao extremo, pobres, desde bem pequenos, suas saudades a machucar. Hoje no meu carro de luxo, ao viajar, fico mudo, quando um resto morto de um carro de boi, chego a avistar, encostado em algum rancho, apodrecido pelo tempo, lembranças me fazem chorar. Te vejo por entre as lágrimas, sumindo naquela estrada, estrada do meu viver, assim se foi já faz tempo, mas as saudades ao relento, meu coração a doer...
(Zildo De Oliveira Barros) 20/05/15 Manhã
Apesar de ainda novo, já estou velho para algumas coisas. Não existe mais em mim paciência para joguinhos que que não me levam a lugar algum. Já não entro nessa de fingir desinteresse, de jogar com sentimentos e vontades. Não há nada sedutor em fingir desinteresse. O que me seduz é atenção, cuidado, respeito, sinceridade, clareza nas ideias. Me apaixono pela verdade, pelo olho nos olhos seguido por palavras que o coração está mandando. Me apaixono pela mensagem de bom dia, pelo "dormiu bem?", pelo " escuta essa música aqui, pelo " você está bem? me conta, desabafa". Me apaixono por tudo que é humano, gentil, solidário e interessado. O que me mantém interessado é o interesse mútuo, o desejo de puxar assunto, de arranjar motivo para estar perto, de afastar todas as desculpas esfarrapadas para estar longe. Quero quem se mostra, se desnuda, que abra os botões da minha blusa mas também o peito. Estou muito velho para ficar esperando minutos para responder para poder deixar a outra pessoa na vontade. Quer passar vontade vá morar no deserto. Eu quero matar todas as minha vontades e desejos, e matar todos os desejos e vontades do outro também. Não sou mais criança para esperar a sobremesa apenas depois do jantar, eu quero o jantar, o almoço, a sobremesa, o café da manhã, tudo, tudo, tudo. Quero transbordar e me lambuzar. Não tenho tempo pra joguinhos de conquista, se quer jogar comigo, eu tenho um Playstation, um baralho, um Uno, e uma bola de futebol, e muita vontade de me divertir ao seu lado. Para todo o resto...Game over.
Nem tudo que reluz é ouro diz o velho ditado mas o habilidoso vigarista induz qualquer coisa ao mais intenso dourado.
As lágrimas que derramas,
porque um velho amor te deixou
vão regar o chão do teu coração,
para nascer um novo!
Águas claras
Quando meus pés não sentem mais o chão
E aquele velho pensamento toma meu coração
Quando as lembranças enterradas
Num passado não esquecido
Voltam trazendo sentimentos perdidos
Alegrias, sofrimentos, pequenos momentos
Sonhos, desilusões e arrependimentos
Pior que lembrar ou sentir
É saber que realmente foi o fim
Que nunca voltará, que sempre será
Uma lembrança perdida no vão das palavras
Juras de amor nunca cumpridas
Perdas sofridas refletidas em águas claras
Silêncio e temor, tristeza e dor
Não é rancor, muito menos raiva
É apenas a perda marcada na alma
Dia, noite ou madrugada
Já não me importa,
Ando por aí bem longe de casa
Seguindo meu caminho
Andando sozinho e descalço
Nessa estrada de espinhos.
Eu moço de corpo,
Velho de alma,
Calejado de experiências,
Servo de Deus,
Apaixonado pela ciência,
Faria-me diferença;
Séculos, dias ou crenças,
Quando por brilhantismo,
Méritos e sacrifícios,
Faço-me rosas, dentre espinhos.
Rodrigo S Rosa
Novidades do velho mundo
Abro a janela, enxergo o que passou
No horizonte, prédios cortam a visão
Um poderoso calor ofusca o inverno
Aquecimento global não é invenção
Se o amor é para sempre, tudo bem
Nada terminou sem motivo aparente
Ainda encontrarei uma alma comum
Para ter esconderijo além da mente
As placas direcionam ao precipício
À direita ou à esquerda há sangue
Jovens intolerantes são engajados
Não comovem disparos de tanque
Se nada for para sempre, tudo bem
Estamos adaptados à efemeridade
Amigos cabem nos bolsos da calça
Fácil descartar quando der vontade
Fui condenado à chatice moderna
Cumprirei a pena enquanto puder
Que novidades animam o mundo
Se são velhas diante do que vier?
Família
Se você é jovem ou velho, trabalha muito, estuda muito, sempre está na correria ou já trabalhou o suficiente e está descansando.
Se você ainda está aprendendo com a vida ou já tem experiência de sobra.
Se você não tem dinheiro, se você ainda não ganhou seu milhão, ou já tem dinheiro suficiente para sobreviver.
Lembre-se de uma coisa, isso não é tudo, o que você passou ou vai passar pela sua vida, não teria sentido nenhum se você não tivesse uma família.
Você pode ter somente um pai, somente uma mãe, ou só um irmão ou uma irmã, até mesmo uma tia, um tio, um avô, uma avó, ou de repente um amigo ou amiga que você convive.
O que importa é que você tem uma família.
Por isso dedique mais o seu tempo às pessoas que você ama, para no futuro não se arrepender de não ter feito isso ou aquilo e ao invés disso dizer “ que bom que eu fiz isso”
Pertencer à uma família, fazer parte é maravilhoso, significa que você poderá amar e ser amado pelo resto de sua vida.
Família é como galhos de uma árvore, crescem em direções diferentes, mas as raízes continuam sendo uma só.
Se você tem uma família que te ama, alguns bons amigos, comida na mesa e um lar, você é mais rico do que imagina.
Seja grato sempre a cada dia que estiverem juntos, a vida é boa, mais se compartilhada é muito melhor, é maravilhosa.
"Faço poesia de graça
Faço por que me agrada
Faço pra aquela menina apaixonada
Pro velho sentado na praça
Pra mãe que n intende uma palavra
Pro filho que sai de casa
Pra turma que gosta de farra
Enfim faço para os que gostam do que faço
E faço por que amo o que faço
E pra finalizar no compasso
Alô alô Apoema
Aquele abraço..."
@Apoema
atraído pelos prazeres do mundo viajei
daqui pra lá e de volta novamente,
mas nos mesmos e velhos lugares
ainda vai me encontrar.
'VIR DA LAMA'
O velho destino abraçando o pesar. Um filme à céu aberto e o prato bestial do meio dia. Ainda tenho mãe à tiracolo, seu colo aquecendo o frio no ônibus matinal. Milhares de fúteis paisagens. Quatro da manhã o garoto fez-se homem de idade. Não decorou sobrenome, apenas ruas paralelas, banalidades...
A vida parece autêntica miragem, microfilmes. Turvos dias, apenas! O estômago a embrulhar ecos. O riso solto em projeções, sem foco principal, reflexos. Infância corroída nos aluviões, perdido como pedras nos rios mais profundos. Os dias não têm porquês. Longe de raciocínios, tudo vem, meio, sei lá pra quê...
Casa de palha. Entulhos e panos ao redor da vida baldia. Que chatice! Hoje tem escola. Mas a barriga ainda ronca. Vazia de pretérito. Uma, duas horas. Sou mais meus carrinhos de latas. fico a Imaginar outros meninos, fartos à vontade, fazendo trajetória, futuro promissor...
Histórias sem leitores. Quase nada mudou! Apenas retrocesso. Do processo circular estagnado, definhando pessoas. Sou da lama, quem se importa? Tenho sonhos. Faço lúdica minhas memórias. Sou leitor de um mundo melhor. Inventor correndo na chuva, íngreme em chamas. Utopizante em vitórias...
De fato, nós, filósofos e ‘espíritos livres’, ante a notícia de que ‘o Velho Deus morreu” nos sentimos como iluminados por uma nova aurora; nosso coração transborda de gratidão, espanto, pressentimento, expectativa – enfim o horizonte nos aparece novamente livre, embora não esteja limpo, enfim os nossos barcos podem novamente zarpar ao encontro de todo perigo, novamente é permitida toda a ousadia de quem busca o conhecimento, o mar, o nosso mar, está novamente aberto, e provavelmente nunca houve tanto ‘mar aberto’“ – Nietzsche, Gaia Ciência, §343
O tempo é o poder. Advém dele a transformação, do novo para o velho e do velho para o novo. Cabe ao tempo reger entre os espaços e dimensões uma linha que permite cada ser seguir no mesmo universo seus caminhos paralelos, embora tão distintos. Cabe ao tempo levar e trazer. Ele existe e ninguém percebe, ele rege todas as coisas até mesmo as que não podemos tocar. O tempo é o poder, pois é capaz de destrir e capaz de viver, é capaz de deixar marcar e refazer descontinuidades. Ele machuca quando te faz lembrar e te da esperança quando te faz esperar. O tempo estraga as coisas, mas também as amadurece e de todas as coisas que o tempo toca, a mais incrível é o amor, pois o tempo toca gentil e permite que o amor assuma a forma e o tamanho que ele mesmo quiser e é por isso que podemos sentir o amor em todas as coisas e tudo que tem amor e preservado pelo tempo.
A empregada doméstica carregava o bolo de aniversário do filho mais velho da patroa. Em um momento de desequilíbrio, no tropeço do descuido, leva um tombo e o bolo se espatifa no chão. Com as sapatilhas sujas de glacê, compra uma passagem para Córrego do Bom Jesus.
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Lhe ocorre um momento privilegiado de um descortinamento interior como se o céu se abrisse e a uma iluminação elevadora da consciência onde você se afasta de uma vida mecanizada como de quem é responsável por fazer todo o serviço da casa, abrir as toalhas de banho para secar, levar o lixo para fora, desinfetar o banheiro e outras coisinhas domésticas para, assim, irromper numa luminância de clara batida. Ao imaginar o rosto do menino de aniversário que não haverá bolo, ela sente que toda a fragmentariedade do sujeito e a problemática existencial é dissolvida. Toda tensão psicológica dos intervalos dissonantes e do sabor de xarope que a palavra próclise causa na boca dissipa.
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Pós dispifania, a vida do personagem nunca mais será a mesma. Ela não terá um final feliz. Não terá um processo completo. Um incômodo desejo de ser vividamente uma presença que não estará lá. E de não voltar para casa.
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