Soneto 18
SONETO SEM FIM
Não há ninguém no fundo de um poço,
Quem adivinha as voltas deste mundo?
E quem já sente “a corda no pescoço”
Descobre que o poço não tem fundo.
Quem sabe a vida seja só esboço,
De tão breve que é cada segundo?
Pois há no mundo ainda o alvoroço
De um fim - e eu ainda me confundo…
Eu escondi meus “nãos” ao dizer sim,
Descobri no que a vida aqui, consiste:
Só trago o que guardei dentro de mim!
Esboço riso e torno ao olhar triste,
Minha tristeza nunca chega ao fim,
Pois o fim realmente não existe!
Ouça o soneto , se olhe no espelho , sinta o vento do ventilador ,faça e desfaça não tenha medo nos somos glóbulos de amor.
A metamorfose e a hipótese se juntam em um só.
Descaradamente todo mundo mente para se satisfazer do El Amor , naturalmente buscam em gente o melhor sorriso reluzente .
Escute as paredes elas proclamam coisas que os humanos deixam de exaltar.
Paixão incógnita descrevo a proza do mar e deixo me levar .
Saia de casa perca a hora , não tenha pressa de voltar ,nada se apaga tudo se passa e só se esquece se marcado não ficar.
Eu só lamento e choro por dentro por deixar as coisas pra mais tardar
SONETO COM O MAR
Estatuei-me diante da imensidão do mar
Deixei as ondas marolarem sobre meus pés
Senti no clamor das águas sopro de colo
Meus olhos de maresia lacrimejaram
Nas águas salinas as lágrimas se misturaram.
Na limpidez meu olhar enxergou o horizonte
Pude sentir as promessas vindas de longe
Acreditei em meus sonhos já esquecidos
Minhas mãos levantei ao céu agradecida .
Senti o sol me aquecendo internamente
O mar inocente sorriu como criança
A mensagem me foi entregue divinamente.
Os segredos ficaram ondulando
Ao longo do infinito oceano
Meu coração em paz ficou pulsando.
melania
SONETO PARA O ANO NOVO
Flutuam no ar
Luz, fogos e cores!
Em meio aos fulgores
A vida a vibrar!
A música, a dança,
O riso na face...
O sonho renasce,
Renasce a esperança!
Que mágica é esta
Que em trajes de festa
Tange o desengano?!...
É fé que transcende,
É luz que se acende
Ao brotar novo ano!...
Soneto do último suspiro
Tem horas que vejo a faca
E a faca me vê
Morrer agora
De vez em quando é vencer
Tem horas que me vejo diante dela
E ela se vê vindo
Entregar-se a ela agora
De vez em quando é treguar
Mas do que adintou tudo então
Eu não irei vencer assim
Eu irei prevalecer, bem mais tarde
Mas do que adiantará lutar tanto então
Eu não irei apaziguar assim
Eu irei mostrar, bem mais tarde, que eu criei
A duplicidade da vida (Soneto)
Alegria e tristeza
Ganhos e perdas
Prazeres e dores
Perfeição e imperfeição
Alegria nas tristezas
Ganho nas perdas
Prazer nas dores
Perfeição nas imperfeições
A vida é feita de instantes
Instantes bons e instantes ruins
Instantes bons nos instantes ruins
A felicidade é feita de momentos
Momentos bons e momentos ruins
Momentos bons nos momentos ruins.
Um soneto preciso
Um soneto só, um soneto somente
Uma frase, um verso, uma vertente...
Delirante regozijo, um solene
sorriso!
Entres aspas, dois pontos e um improviso.
Porém, pobre soneto… ainda indeciso!
Mergulhado em sua métrica indiferente...
Sufocado pela fôrma em sua mente!
Mesmo assim fluindo! Se fazendo conciso!
Distribuí seus versos enfileiradamente!
Cataloga cada um, como uma forma de aviso...
Que a rima e o sentido, não são uma corrente!
Disfarça as palavras, faz-se incisivo..
Do disfarce, o último verso chega finalmente!
E com ele o fim do sentido! Um Soneto preciso...
Soneto dos Raros Olhos
Olhos predestinados daquela morena
Me desperta os olhos da morena
Olhos negros daquela morena
Cor de amêndoas são os olhos da pequena
São os olhos raros daquela morena
Penetram à minha alma como um poema
Distantes, ao longe vejo os olhos da morena
Pertos, ofuscam o meu dilema
Lembrança dos olhos da morena
Vívidos, se ajustam ao meu esquema
Companheiros, olhos meus até morrer
Sublimes como minha amada
Seus olhos, meu caminho para valer
No infinito dos seus olhos, minha morena, minha toada
SONETO DO REGRESSO
Exultante o espírito se revelou
Quando por fim encontrou
Aquele que agora ilumina
Um amor que nunca termina.
Aquele que seu destino cruzou,
Sorrindo, então, lhe falou:
“Vem agora, aqui estou!”
E o espírito a casa regressou.
Sabia que virias me buscar,
Sempre estive a te esperar.
Agora volto a caminhar!
Eterno amor e amigo,
Toma-me a mão, fica comigo,
Certo é, sigo contigo!
AMOR ERRADO
(soneto)
Na verdade não eras quem pensei,
Talvez um erro a mais na minha vida,
Um erro que não quis! Porque me dei?!
Mal chegaste já estavas de partida...
Hei-de lembrar que nem te despediste...
Que acabou o que não chegou a começar...
Porque vieste? E porque partiste?!
Deixaste-me só, a um canto, a penar!
Mas ouve amor fechado, vento agreste,
Mar bravo que não tolero mas desejo,
Do meu amor por ti, nada soubeste!
Adeus Amor Errado! Silêncio frio!
Corpo que não toco, olhos qu'inda vejo
Nas margens indiferentes do vazio!
P.S./ Dedicado a alguém que já não importa referir. Ficam os versos.
- PUNHADO DE CINZA -
soneto
Eu sou o punhado de cinza esparso ao vento
que a longitude da vida abandonou
na brancura terna, plácida do tempo,
quando o teu amor tristemente me deixou!
E quantas lágrimas em meus olhos por fim!
Ninguém mas viu brotar dentro do peito
e ninguém as viu cair dentro de mim,
afogado no silêncio do meu leito ...
Trago uma sombra profunda em meus olhos,
um vulto, uma noite, um triste entardecer,
vago e manso, que muito me põe a padecer!
Há gritos no meu corpo, tantos, tantos molhos ...
É quando a tua imagem vem poisar sobre mim
e tantas lágrimas em meus olhos por fim!
O que se deve expressar
-soneto-
O homem e a mulher são seres complexos
Trazem consigo bastante ansiedade
Suas atitudes acarretam reflexos
E castrado fica a sua liberdade.
Porque suas encadernações de outrora
Tornam-se nesta existência evidentes
Causando conflitos, transtornos no agora
Retardando a evolução dos aprendentes.
Afirma Chico Xavier sem querelas
Quando não se fala as palavras dominam
Mas quando se fala fica presa a elas
Portanto é muito importante ressaltar :
Tem momentos que as situações determinam,
Que tipos de falas deve-se expressar.
SONETO TUA AUSÊNCIA
Toco-te com o silêncio estremecido de tão ardente .
Sei que estás ai a me ouvir na liturgia desse desejo presente
Não me queiras distante e tão fria meu amor
Pois toda ausência aprisiona e chora sem asa de beija flor .
Inda estou vestida de azul e despida mar adentro
Não me roubes os sonhos que já desenhei tão intenso
O meu barco navega lento e no vento bravio das andanças
É dia e noite meu coração sozinho num rito com tuas lembranças.
Todo meu instante e silêncios inda são teus em romaria
Ando gritando teu nome nas minhas luas in fantasia
Estou perdida e afogada adentro d'um vaso sem semente .
Voltas ! Me encobre, me sonhas com tu'alma mansa indolor
Minha pétala anda seca e desfigurada sem teu amor
Sem ti sou bruma e no tear da vida a nascer dormente.
Soneto das canções
"O melhor presente Deus me deu
Sigo palavras e busco estrelas
Palavras, apenas palavras
Me sinto só, me sinto tão seu
Desculpe estou um pouco atrasado
A vida vem em ondas como o mar
Exista amor pra recomeçar
Exagerado, eu sou mesmo exagerado
Estar lá, ver e voltar
Minha honey baby
Eu cuidarei do seu jantar
Somos quem podemos ser
Tente outra vez
O acaso vai me proteger"
- Soneto de lua cheia (completo)
Ó lua linda, ó lua iluminada
Minguante, distante, a contemplar-te
Faço de ti, pranto dos meus
anseios, tudo fulge.
Visão lúcida da escuridão, de
brilho semblante, pálida alvejante;
Estás tu por testemunha, que nesta
madrugada, escrevo agora.
A natureza se manifesta, com ditos brandos;
Ouço uivos, sapos sussurrando
A lamparina ao lado da mesa.
Narciso, tu te faz ao mar, fitando a face
Aqui tudo serve de consolo
Faço jus à tua fala. Ó lua!
Piedosas Intenções
soneto
Na verdade há um grito na minha voz,
Um suspiro de saudade em mim a vaguear,
Nos meus olhos , uma vontade de estar só
Que me deixa em cada canto a chorar!
E choro por mim, por ti, por todos nós ...
Choro por tudo aquilo que não vivi,
Por aquilo que não tive de todos vós,
P'lo que tive, não guardei e até o que perdi!
Mas talvez não haja solução, meu amor,
Mãos que não dão o que podem receber?!
E no horizonte apenas vejo dor ...
Vejo espuma, névoa e loucura,
Um barco nos meus olhos a perder
A alegria e tantas ondas d'amargura!
SONETO PARA MINHA MÃE
Tu és
Toda a primavera em sentinela
Profecia de amor por Deus prescrita
Borboleta que eterniza paz in minha janela
Andorinha que entoa a canção mais bonita.
Tu és
O vento com gostinho manso de brisa
O sol mais lindo e puro que minh'alma aquece
A chuva lavando minha dor por onde pisa
A luz perene que in melodia me amanhece.
Tu és
O lado mais doce que brota em mim
A orquídea azul mais linda do meu jardim
A prece de candura que preciso in romaria.
Tu és
A poesia que me perfuma in ternura
A voz mansa que preciso com candura
Todos os sorrisos de alegria que me alumia na calmaria .
SONETO PARA UMA DESPEDIDA
Marcial Salaverry
Numa triste despedida,
ainda que tendo a alma ferida,
mostre sua dignidade,
lembrando só que houve felicidade...
Se algo ainda entristece,
sem duvida o melhor caminho,
evitando o que aborrece,
é lembrar apenas que houve carinho...
E se algo não deu certo,
apesar do amor que aconteceu,
não deve causar tristeza, decerto...
O que houve de bom, não morreu...
Permaneceu no coração,
deixando uma gostosa emoção...
Marcial Salaverry