VIGÍLIA (soneto) Não há graçola pelo... Poeta mineiro do cerrado -...

VIGÍLIA (soneto) Não há graçola pelo cerrado tristonho Distante é o olhar na sequidão erguida Tanta melancolia, a felicidade suponho Que contempla a relva tão a... Frase de Poeta mineiro do cerrado - Luciano Spagnol.

VIGÍLIA (soneto)

Não há graçola pelo cerrado tristonho
Distante é o olhar na sequidão erguida
Tanta melancolia, a felicidade suponho
Que contempla a relva tão adormecida

Corta o silêncio o vento na poeira trazida
Papoca secas folhas no sol enfadonho
Espalhadas no chão da irroração perdida
Ali, em craquelados plangeres enfronho

Então, vejo sozinho o deslizar das horas
Numa vigília as monocromáticas floras
Onde o tempo, lento, pousa no cansaço

E nesta vigília de quimeras fabuladoras
Tudo bordado a lantejoulas tataporas
Cravejam o céu de estrelas com lasso

Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Março de 2017
Cerrado goiano