Mensagens sobre solidão e silêncio que tocam a alma
O lobo solitário
Esquecido, encontre-me;
a mercê do vento;
ecoando no silêncio;
o sussurro ao pé do ouvido.
Um uivo de um lobo;
faminto de afeto;
na companhia da solidão;
vagando sob a luz do luar.
Deslocado do mundo;
excluído da alcatéia;
caminhando sozinho;
na estepe vazia da amargura.
Na caverna do seu quarto;
encontra o seu refugio;
na escuridão, seus pensamentos;
nas palavras, sentimento.
Uma nova era vai surgir;
um brilho de esperança;
de novo amanhecer;
para o coração deste lobo.
SONETO INDIGENTE
Na entranha dos poemas tenebrosos
O silêncio parece ter palpitante vida
E a solidão, sobre a poética refletida
Traz ocos e sentimentos impetuosos
Pela sofrência, em salmos lamuriosos
Sussurra a prosa em uma rima sentida
E a versificação senti tão enternecida
Os cânticos rumorejantes e vultuosos
Em odes sombrias, a privação, o pesar
Ah! soneto indigente, deixai-me livrar
Da situação importuna que tempestua
Priva-me do verso esfolado, crucificado
A aflição, as matinadas, de um passado
Que suspiram na poesia sibilante e nua!
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
Maio, 16/2022, 18’16” – Araguari, MG
Texto inspirado na música Sozinho de Caetano Veloso
"Às vezes no silêncio da noite", a gente chora, a gente ri, agradece, ora, pensa, repensa…
"Às vezes no silêncio da noite", a gente pensa em desistir. Mas depois de tanta luta, não dá pra largar tudo e dá adeus aos sonhos.
"Às vezes no silêncio da noite…", a gente se decepciona. Lembra das amizades antigas, das novas amizades, das que deram certo, das que nem chegaram a ser amizade… das que pensamos ser amizade.
"Às vezes no silêncio da noite", a gente reconhece os erros. Relembra os acertos e rir de si mesmo pelas mancadas, dos micos que pagou…
"Às vezes no silêncio da noite", conversamos sozinhos: "tá vendo? Eu te falei… Você já disse isso para si mesmo? Eu já.
Ah! Às vezes o silêncio da noite é solitário, frio, melancólico, triste.
Todos temos o nosso momento de silêncio. Basta parar um pouco.
Quer saber? Parece triste. Mas no decorrer de um dia cansado, entre o deitar e o momento em que o sono chega, fique em silêncio. Fale com você mesmo. Fale com Deus. Ore. Agradeça. Peça. Seja forte. Faça o simples, mas o faça com vontade. E quando acordar, bem, aí é com você. Seja feliz. Boa noite.
Cala-te... Teu silêncio é teu refúgio, teu abrigo e uma única esperança.
Não busque inquietações a mais do que já te assombram, não fale, apenas fique em seu silêncio e solidão.
A solidão é um momento de reflexão e auto conhecimento sem igual, aproveite. Ao se sentir só, veja o que há dentro de você, a luz ou escuridão, mas tenho certeza, que nunca estará completamente vazio.
O vazio é estéril... Logo nada se têm e nem se produz. Portanto, a solidão é sua porta mágica, onde você pode fugir de tudo e todos, até de se mesmo, para assim, analisar os fatos de fora pra dentro, até conseguir se reencontrar e salvasse de se mesmo.
A dores bateram sempre em sua porta, mas a escolha é unicamente sua de deixa ela entrar.
(reversos p.17)
hoje minha pele é só silêncio e deserto
nenhuma poesia dela
escapa ou brota
transpira ou chora
nenhuma poesia em mim é espontânea
nem as alegrias
nem as tristezas
Flávia Menegaz
Meu silêncio tem inúmeras palavras.
E acredite, elas não são boas para serem ditas, muito menos ouvidas.
#PLATÔNICO
Eu escolho amar-te em silêncio...
Lançar a ti meus beijos ao vento...
A ti entrego meu coração...
Sendo assim não encontro rejeição...
Eu escolho amar-te a distância...
Que me protege da dor...
Te abraço em meus sonhos...
Onde sei o que é o amor...
Eu escolho amar-te na solidão...
De outra forma não conseguiria...
Amando-te tanto assim...
Serei feliz em meus dias...
Eu escolho amar-te tanto e tanto...
Que este amor tanto tenho medo...
E esse medo que tanto tenho...
Tanto aperta o meu peito...
Minha prisão é minha liberdade...
De outra forma não sei ser...
Amando-te mais que a mim...
Vivendo por sofrer...
Entrego a ti...
E a tudo me abandono...
A tudo quanto espero...
E a tudo que me dedico...
Escolho amar-te assim...
É o que sinto...
Minha vida...
Meu destino...
Sandro Paschoal Nogueira
facebook.com/conservatoria.poemas
“Quem disse que a vida é fácil? Ninguém é de ferro. Você tem o direto de ficar um pouco em silêncio, triste, chorar. Mas não se entregue às dificuldades, à solidão, ao passado que lhe decepcionou. Seja o primeiro a se abraçar. A vida é cheia de páginas em branco para cada dia recomeçar a escrever um novo capítulo. Ninguém vai viver a vida por você.”
#bysissym
"No teu ventre meu corpo. . .
Silêncio – eu navego. . .
Entre calmarias e tempestades."
Rogério Pacheco
Poema: Conspiração de verão
Livro: Vermelho Navalha - 2023
Teófilo Otoni/MG
Havia um silêncio pesado no ar, um tipo de vazio que só o coração partido conhece. Sentado naquele banco, ele olhava para o espaço ao seu lado — vazio, frio, como se a ausência dele tivesse roubado a vida da própria paisagem. O vento soprava suavemente, carregando consigo as folhas secas que dançavam ao redor, cada uma como uma memória se afastando, lenta, mas inevitavelmente.
Nas mãos, uma única flor. Suas pétalas caíam uma a uma, marcando o tempo, assim como o amor que ele uma vez segurou tão firmemente, mas que agora deslizava entre seus dedos. A promessa de um "para sempre" que, como o pôr do sol naquele céu nublado, começava a se apagar.
Ele fechou os olhos, e por um momento, podia sentir o calor do riso dele ao seu lado, podia ouvir sua voz entre as árvores balançadas pelo vento. Mas, ao abrir os olhos, tudo o que restava era a saudade. O mundo, antes vibrante com a presença dele, agora parecia um quadro pintado em tons de cinza.
A chuva começou a cair. Pequenas gotas, como lágrimas que o céu chorava por ele. Ele não precisava chorar. O céu fazia isso por ele. Cada gota era uma lembrança, uma palavra não dita, um toque que nunca mais sentiria. E aí ele se tocou que: o amor, mesmo na dor, era belo...
O ranger da madeira das escadas ecoa na casa, e tudo fica silêncio. Adentro meu quarto, também silencioso, jogo a mochila no chão e me jogo na minha cama.
Um teto branco
Uma quatro paredes coloridas
E ainda assim, me sinto em um quarto de hospício.
E a solidão está bem ao meu lado, me fazendo companhia como todos os dias, sussurrando em meu ouvido. Só tenho eu, minha mente, e a solidão que permanece do meu lado diariamente. Parece que sempre fui solitária, que sempre estive no escuro, mesmo que a luz do sol estiver brilhando lá fora. Parece que sempre estive presa numa gaiola, sem companhia, sem amigos, sem ninguém para conversar, mesmo que esteja rodeada de pessoas todos os dias.
As vezes me pergunto como irá ser o dia seguinte, ou o próximo, os próximos três, uma semana, um mês, sete meses, quinze anos. Será que vou viver até lá?
Por que sinto essa angústia? Não há motivos. Eu tenho de tudo. Tenho amigos, tenho uma situação financeira boa, tenho tudo o que quero, tenho um pai para abraçar, uma madrasta para contar tudo, um irmão para conversar, uma melhor amiga para dizer sobre garotos, um melhor amigo para me maquiar junto, tenho notas excelentes e mesmo assim, sinto uma angústia enorme dentro de mim e não consigo distinguir de onde vem.
Tantas possibilidades, tantas dúvidas... Talvez nunca eu saia dessa angústia que sinto diariamente, talvez eu fique presa para sempre, talvez eu não consiga tirar essa angústia misteriosa. Talvez eu viva o suficiente para finalmente conseguir sair desse local....
Ou talvez eu não viva o suficiente, talvez eu não veja a luz do sol novamente.
Tenho a impressão que vou ficar aqui, que vou me desintegrar, ficar cada vez mais magra, meus cabelos caírem cada vez mais, me sinta mais desidratada, que meus órgãos comecem a se autocomerem, e por fim, morrer.
E se eu morrer, vou ter um funeral digno? Vou ter flores? Um caixão bonito? Ou vou ser cremada? Não quero ser cremada. Uma vez cremada, suas cinzas são jogadas em um lugar qualquer e não existe mais você. Não existe mais seu corpo, não existe mais a trajetória que seu corpo passou, a trajetória que você passou. Não existe suas marcas, não existe seus machucados, não existe seus cabelo e nem seus olhos. Sua história é simplesmente apagada, e ninguém vai lembrar do que passou, como se você fosse mais um qualquer no mundo.
Agora, ser enterrado deixa uma marca. Sua vida pode ter acabado, mas todos os momentos difíceis que você passou, vão estar ali, sete palmos abaixo da terra, mas ainda ali. As cicatrizes, os cabelos cortados, as estrias, os pulsos marcados, e o tiro ou facada que tomou ou se deu. Vai ter um lugar qual seu pai ou sua mãe podem ir para tirar a saudade, que seus amigos vão visitar, levar suas flores preferidas e relembrar dos melhores momentos em que passaram, seu namorado ou namorada vai poder desabafar e dizer o quão difícil os dias estão sendo e relembrar-se de todas as promessas e beijos. Óbvio, em algum momento vão deixar de existir, pois a natureza vai levar sua carne e seu sangue junto, mas foi um acontecimento natural, que vai se desfazendo lentamente, deixando o corpo se acostumar.
Às vezes, o silêncio carrega mais respostas do que mil palavras. É na ausência do som que ouvimos o que realmente importa. O silêncio fala, grita e, muitas vezes, responde tudo o que precisamos saber.
"Na Sombra do Silêncio"
Perdido no labirinto da memória,
Na sombra da tua ausência, sem glória,
Os tempos avançam, eu, um eco só,
O vazio, um abismo, na alma um nó.
O tempo enubla o que fomos um dia,
Histórias que se desvanecem com o vento,
Desperto à noite com os uivos da agonia,
Um trovão retumba, dilacerando o tempo.
Impotência e orgulho, parceiros nesta dança,
Desilusão ecoa, no campo da lembrança,
Lutei só e perdi a esperança,
O Graal já não se alcança.
Sangro em silêncio, cada gota uma memória,
Por um amor sem vitória,
Notas etéreas ao frio, ao relento,
Nossos nomes, um grito de desalento.
Enterrados estão os nossos segredos,
Não acredito que foi tudo em vão,
Acorrentado aos sonhos e medos,
Na minha nostalgia, na escuridão.
O horizonte ermo e noturno,
E eu aqui, desorientado, sem razão,
No eco do silêncio, um coração soturno,
Estou perdido, num tempo já perdido, na solidão.
O horizonte ermo e noturno,
E eu aqui, desorientado, sem razão, No eco do silêncio, um coração soturno,
Estou perdido, num tempo já perdido, na solidão.
Encontro no Silêncio
No refúgio sereno da tarde que finda,
Teus olhos buscaram o que o coração sente,
Entre murmúrios suaves, a paz nos brinda,
Um instante eterno, tão eloquente.
Os beijos furtivos, como brisa ao passar,
Escrevem histórias em lábios ardentes,
E o tempo se perde, se deixa levar,
Nos gestos que unem almas contentes.
Conversas tão doces, segredos trocados,
Palavras que dançam no ar, leves, puras,
O mundo lá fora parece calado,
Aqui só existe o que o amor conjura.
Carícias que embalam a noite a chegar,
Em toques sutis, promessas sublimes,
No calor dos abraços, me deixo ficar,
Buscando em teu peito, razões e rimes.
E agora me perco no doce desejo,
De um novo encontro, do mesmo embaraço,
De sentir novamente teu toque e teu beijo,
E de ter-te de novo, aqui, nos meus braços.
O silêncio de alguém que anseia pelo grito as vezes é mais torturante que a própria dor física que nós humanos podemos provocar. Por isso entenda de uma vez por toda: O que a boca não transmite. O que os olhos não transparecem. O que o ouvido ignora. O que o coração evita... Não significa que por dentro não estamos abalados.
Às vezes eu prefiro ficar sozinha, com meu doce silêncio, com meu pequeno caderno que serve de terapia e meus livros que me levam para outro universo, do que sair do meu lindo mundo criado para festas. Esse mundo é incrível, pois não tem ninguém para me julgar ou brigas desnecessárias que acabam com os meus sorrisos, esse lugar é para onde fujo quando tudo está desabando sobre minha cabeça, esse é o meu mundo.
