Mensagens sobre solidão e silêncio que tocam a alma
O silêncio já é um castigo.
Porém, pode ser avaliado como TORTURA quando se estabelece na boca de quem deveria dar ALENTO.
NO TEU SILÊNCIO
No teu silêncio
Sonho e divago
Entre delírios
E versos.
No teu vácuo
Me aquieto
Sentindo o gosto amargo
Da indiferença.
No teu nada
Me lanço, perdida
No ar pesado
Entre galáxias e estrelas.
No teu vazio
Permaneço com o que me resta
A solidão
Carente como sempre fui
Do amor essencial.
O amor também é uma tentativa.
Tentativa de superar os erros, visando os acertos. Tentativa de solidão preenchida, quando a ausência é inevitável. Tentativa de entender as palavras proferidas pelo silêncio retórico de um olhar. O amor se afasta das certezas e sem garantias do sempre estar, endossa o eternizar. Porque o amor está no vazio da razão e se alimenta de emoção, dando caos aos sentidos, provocando motivos, inspirando-se em brisa suave do amar.
🌷O CAMINHO DAS FLORES🌷
O amor é quem vai me guiar.
No caminho das flores a te encontrar.
No momento de escuridão, tu me trouxeste a luz.
Em dias nublados, tu me trouxeste as cores do arco-iris.
No momento em que tudo parecia deserto, tu me trouxeste flores.
No momento de silêncio, tu me trouxeste uma voz que acalma meu coração.
No momento de solidão, tu me trouxeste o teu abraço carinhoso.
O sofrimento causado pela dor é lesivo, em silêncio oculta o desespero, num choro calado de soluço dobrado.
Santa Sara,
Sara meu coração,
Cura minha alma triste...
Tua luz que não me desampara
Seja companheira na minha solidão
Onde o silêncio existe.
Meu Amor de ti não se separa
Contigo estou em comunhão
Abrande a dor da saudade que insiste.
- Tudo bem?
Silêncio.
- Estou bem.
Por um milésimo de segundos, penso em tudo o que sinto e quero gritar! Quero te responder que não está nada bem. Quero falar como tem sido dias difíceis e como parece que nada dá certo para mim. Por milésimos de segundos, sinto meus olhos encherem de lágrimas, mas me seguro. Por milésimos de segundos, penso em como queria um abraço e nele te contar meus mais profundos anseios, devaneios e desejos, mas...me controlo e só repondo que está tudo bem.
Silêncio.
Só me resta o silêncio, quando não há com quem dividir o que se sente.
Silêncio, o silêncio se faz companheiro.
Com ele não preciso usar máscaras. Não preciso esconder aqueles sentimentos que sinto, mas que me causam constrangimento por senti-lo.
Não preciso me preocupar em ser julgada. Posso desnudar minha alma. Ser completamente transparente, sem sofrer retaliações ou represálias.
Silêncio.
No entanto, no silêncio não tenho afago. Não tenho abraço, olhar e nem toque...
Silêncio.
Sou sentimento, preciso sentir e ser sentida por essência.
Silêncio
Nesse silêncio morro cada dia uma pouco mais. Me desfaleço até não sentir mais.
Silencio.
"Todas as noites são de silêncio quando tu não estás. Nas saudades que chegam há lembranças da tua ternura... Aquieto-me com a solidão, enquanto na quietude de algum lugar jaz um cofre esquecido onde guardas meu sonho e minha paz"
Silêncio perturbador...
(Nilo Ribeiro)
O silêncio é imenso,
gritante de tão calado,
eu não me convenço,
que de você estou separado
nada me vale,
nada eu suporto,
nada que equipare,
ao meu desmedido remorso
fui o dono da ação,
minha responsabilidade inteira,
hoje vivo com a solidão,
ela é minha companheira
vivo a minha mudez,
calo o meu amor,
até poesia se desfez,
diante do silêncio perturbador
o silêncio aninha em meu verso,
minha poesia emudece,
somente uma coisa eu peço,
“Deus, escute a minha prece”...!!!
se o silêncio insiste,
é porque vida já não existe...
No escuro, choro em silêncio.
Em silêncio também está o meu coração.
Meus sentidos estão inebriados pela dor e pela dúvida. O que será de nós?
Meus olhos turvos pelas lágrimas que correm e molham meu rosto.
No rádio toca uma canção que me faz lembrar você..
Você está aqui mas não está comigo.
Não sinto você. Não sinto seu amor. Não sinto seu calor.
É só um vazio e frio. Solidão.
O que aconteceu com a gente?
Onde foi que nos perdemos?
Um ano se passou e o que era amor agora é só vazio...
Qual a sua ruína?
Essa ruína que lhe rói.
Ruína que lhe rumina,
Que caos você guarda?
Essa ruína que silencia,
Qual [quem] é a sua ruína?
A música parou antes do fim da festa. Ela ficou estática no meio do salão vazio, perdida no compasso do silêncio, sem ponto de partida nem de chegada, sem armas no meio da guerra. Restava-lhe escutar os passos da solidão que avinagrava as lembranças boas com a acidez da separação. Sabia que só poderia ser daquele jeito e mergulhava num abismo irreversível de descrença naquilo que um dia acreditou. Não havia remédio; nada mais remendaria aquela taça quebrada, então precisava não ser, não sentir, até que a vida a tirasse pra dançar outra vez.
...o silêncio brinca comigo...me alucina...solta meus medos num grito vazio sem eco...sem nexo... na solidão dos meus dias sem você..
Existia uma casa — como muitas outras — que tinha uma cerca que de nada defendia, um portão que rangia, e árvores que davam frutos que ninguém comia.
Dentro, uma sala modesta; sob um tapete estilo persa antigo, a cozinha pouco usada, disfarçada por um cesto com frutas de plástico, e uma geladeira cheia de vidros vazios.
Adentrando o corredor; um modesto banheiro; bem limpo, com uma pia de louça, que só pingava a noite.
Logo no final; um amplo quarto, com uma cama de ferro bem estendida de lençóis brancos. Acima desta; um relógio que marcava 07:46 a algum tempo. Estava também uma janela alta, do lado direito. O aposento era tão tranquilo, que nem sequer uma brisa balançava as cortinas cor azul pálido. O cheiro de linho e óleo de peroba preenchiam o ambiente.
Era presente um homem sentado em frente a uma mesinha de mogno reluzente — era magro e alto, com ombros acentuados, pouco mais de 35 anos, cabelo recém cortado, usando uma camisa alinhada, talvez a melhor que possuía. — Seu olhar fixo no nada, seus braços derramados, em sua mão esquerda, entre os ásperos dedos, o que parecia ser uma carta escrita às pressas e manchada de suor. Havia a face turva e o corpo abandonado de qualquer vida. Um raio de sol timidamente ameaçava tocar-lhe a face, mas antes, uma nuvem encobri-o — deixando o ambiente mais sombrio.
Algum animal pisoteava sobre as folhas secas do jardim, e de repente, tudo ficou no mais sepulcral silencio, então, ouviu-se um grito — o qual inflamou inteiramente o homem — foi tão potente que rasgou o silêncio e ergueu-se aos céus. Tal exclamação se fez entender tão bem, que todos que próximo estavam provaram o gosto das lembranças, do calor de abraços que não viriam mais, e, a partir do vibrar das cordas vocais e da explosão daqueles pulmões, todos tiveram a impressão de ver um sorriso que espelhava mil raios de luz se apagando e desaparecendo enquanto o eco ia enfraquecendo entre os muros da casa. Casa esta — como qualquer outra — com seus muros brancos, suas fotos empoeiradas, seus jardins úmidos, e seus moradores de coração partido.
ALMA DESERTA (soneto)
A minha alma está deserta
Oca de silêncio, de barulho
Deserta de presença, oferta
O sonho tornou um engulho
Desabou em andarilha, referta
Esquecida em um embrulho
Num deserto e ali descoberta
O teu mapa virou um entulho
Minha alma tornou-se deserta
Lembranças vazias, um arrulho
Sem sombra e sem um alerta
Minh'alma está um pedregulho
De mim mesmo está deserta
Eu sem ela, estou um bagulho
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
01 de maio, 2017
Cerrado goiano
SONETO EM SILÊNCIO
Este é o azarado malfeito no amor
Que os sonhos afoga na garganta
E, solitariamente, vive no dissabor
Aos olhares outros nunca encanta
Deixado, no escuro e sem assessor
Vaga. E, ao cabo de solidão tanta
No desejo pouco coexistiu amador
E com o tempo o vazio só agiganta
Coração deserto, lágrimas e pranto
O silêncio no peito é um pesar tonto
E aos lábios frios a carência acaricia
Num beijo sem calor e sem manto
Onde está sensação é sem pesponto
E a emoção sem apaixonada poesia
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
23/03/2020, 06’45” - Cerrado goiano
Olavobilaquiando
