Relógio Parado
'Quisera eu ser os ponteiros de um velho relógio, os atrasaria e a vida aumentaria. Quisera ser algum perfume de aroma doce, ser dança, algo que nunca se cansa. Quisera não ser uma cópia mal feita do mundo, da vida. Quisera ser noite, ser dia, ser nuvem, e no céu ficaria. Quisera ser frio, ser calor, fazer-te sentir a mim, o meu amor."
Sei que tenho contados meus dias, mas meu relógio é sem números,não conto horas, meu luxo..tempo,esse senhor infinito!!
Já era exatamente meia noite em meu relógio, cheguei em casa muito cansada depois de um longo dia de trabalho e com muita dor de cabeça devido a várias bebidas que bebi em um bar logo próximo ao meu trabalho,me olhei em frente ao espelho e tirei meu vestidinho preto básico,tirei minhas jóias e logo depois tirei minhas peças íntimas.Fui caminhando até o banheiro para pegar meu roupão,o tempo estava frio, o vento batia em meu corpo me fazendo arrepiar logo tratei de colocar logo meu roupão. Coloquei meu roupão e me sentei na poltrona, observando a lua cheia e em volta as estrelas em uma harmonia perfeita, fiquei ali pensando um pouco em minha vida que resumia a trabalho, solidão e bebida. Uma vida monótona. Estiquei meu braço, peguei na mesinha um copo de Whisky coloquei um pouco da bebida no copo e comecei a beber calmamente,olhei pros lados e peguei meu celular pensei em ligar para ele mas a essa hora ele estaria dormindo e eu não iria incomodar ele mesmo sentindo uma falta imensa.Afastei meus pensamentos tristes, me levantei da cadeira porque já estava sentindo meu corpo cansado e tomei um longo banho quente logo após fiz minhas higienes, coloquei um roupa íntima e dormi. As vezes não falamos o que sentimos e acabamos perdendo as pessoas por falta de palavras que não foram ditas. Saudade não é motivo para trazer ninguém de volta, se lembre.
Restaram as fotos na parede, o relógio de pulso marcando dez minutos atrasado e o copinho de pinga. Sentada, pensando, não sei se fiz a escolha certa. Nem quero saber também: já foi, já foi.
E agora dá um arrependimento daquilo que nem ao menos fiz. Por mais que eu finja ser não-sentimental, sinto o coração se fechando quando ninguém sussura ao meu ouvido, na hora de dormir:
"Durma bem, meu amor
Quando eu pensei em te amar o relógio já havia dado a sua volta completa, o ponteiro já não queria parar, o relógio sabia que aquele era o verdadeiro amor, mas quando pude te conhecer eu percebi que o relógio só estava quebrado e que ele só queria me mostrar a realidade de que o amor não é para todos e sim para muitos...dai eu me dei conta de que para se amar não existe hora ou relógio que marque aquele tempo e sim o momento.
Não é o silêncio da noite que fás escutarmos e acompanharmos cada segundo do relógio. É porquê nesta hora que você está vivendo sem se preocupar com ele, o precioso tempo.
A medida que envelhecemos, é que percebemos que um relógio de R$ 300,00 ou um de R$ 30,00, marcam sempre a mesma hora de ir embora!
Quero viajar no tempo
Sobre céu que nos cobre
Mais rápida que o vento
Nos ponteiros do relógio
Sobre o quinto elemento
Como é bom tocar o céu
Quando se está dormindo
Na caneta ou pincel
Os sonhos vão surgindo.
- Israel Lima
Achados na Lembrança...
Num relógio apressado, ponteiros sem freio
Dependurado por sobre o umbral de acesso
Onde vivente, me havia generoso exemplo
Inda infrene, desde tenra juventude o visitava
A puerícia se perdeu entre uma conversa e outra
E nesse mundo nosso, nele, descortinei um amigo
Um mestre que bem conheci... e me apaixonei
Vezes, envesso à sua visão de perdão e aceitação
Admirava-me com a facilidade e simplicidade
De traduzir-se em suas palavras que fluíam
Fáceis, viajantes, disparadas amenas
Com imenso poder de entrega e sabedorias
Aprendi que perdoar é mais que um verbo
Que o amor é mutável, mas jamais se finda
Que quem fere, é quem mais necessita de cura
Que bom sentimento é dádiva, eternamente pura
Botões Filosóficos
O relógio do tempo anuncia que é hora de partir.
Adoravelmente nostálgica a noite se despede e, entre as brumas do amanhecer silenciosamente se afasta.
Um dia que nunca existiu surge nos braços da aurora, envolto num manto de cores quentes e reluzentes, como um bebê recém saído do ventre acolhedor da mãe sendo entregue aos cuidados do pai: o tempo.
O tempo o recebe em seus braços poderosos de pai sábio e dominador.
A natureza em euforia comemora o milagre do novo.
Humanos sonâmbulo perambulam em torno de si mesmos, como bichos adestrados. Orgulhosos exibem a taça do prazer que deve ser bebida até o fim do dia.
Eu, contrariada com a despedida da noite converso em tom nostálgico com meus botões filosóficos sobre essa tirania do tempo.
Inconformada por ter sido literalmente arrancada dos meus sonhos, finalmente acordo para entrar em um outro sonho.
Ainda bocejando, esfrego os dedos sobre os olhos, como criança mimada, assim que sinto os primeiros pensamentos pousarem sobre minha cabeça como pássaros insones. E ali eles fazem seus ninhos.
Um corvo atrevido infiltrado no bando murmura aborrecido uma frase que faz todos os outros pensamentos levantarem vôo de mim: nem sempre um novo dia traz consigo um dia novo!
E cá com meus botões filosóficos mais uma vez ponho-me a resmungar: odeio ter de admitir que esse corvo tem razão!
Olhos desnudos
A gente nem percebeu
Mas o relógio voou
Não tinha máscaras
Sentimentos invadiram
A noite serena
Sem a lua tornou-se pequena
Mãos entrelaçadas
Dois corações na mesma
badalada
Verdades do olhar
Diz mais que qualquer palavra
Quando o amor acontece
Um dia parece uma eternidade
E assim vamos indo
Se amando em meio
os conflitos
O amor que floresce
é o plantado no olhar
E teus olhos desnudos
me fez brotar
Poema de autoria #Andrea_Domingues ©
Todos os direitos autorais reservados 08/02/2020 às 10:50 horas
Manter créditos da autoria original #Andrea_Domingues
