Relevo
A saudade tem a peculiaridade de colocar em alto relevo texturas sentimentais que antes dela não eram vistas, nem percebidas pelo coração.
Minha imaginação está em alto relevo, é feito um imã de geladeira que vejo todo instante em que vou procurar algo lá dentro que no fundo eu sei que não estará lá.
Me vejo refugiado , em um tempo perdido
Onde eu relevo a derrota e me apego a mudança
Busco me libertar , mas libertação é se reimpor
Se reimpor à algo que você era antes de ter nascido
De ser uma energia livre.
Outrora quem sabe, você foi algo resplandecente que buscava ser alguém iluminado
Mas falhou e está aqui, talvez esteja mais que humilhado
Mas Ele não te fez perdedor, ao contrario, te recriou
E já és algo reinventado
Porém, belo.
Negro
A pele é um ébano polido, encerado, lustrado.
Sorriso emoldurado por lábios em alto relevo que enfeita e seduz.
Olhos de jabuticaba madura, agem como se não soubesse o poder que tem.
Se a vida é uma alvorada, quem sou eu, senão aquele insignificante relevo que teima, em vão, fazer com que seu espetáculo atrase uma fração de segundos.
Australianos acampados.
O que mais relevo em minhas viagens são os encontros que elas me proporcionam.
CASAMENTO
O casamento é um quadro pintado em
Alto relevo que poucos se habilitam a
Iniciar e bem finalizar a obra.
Relevo. Meus dedos. Segredos. Apreciam.
Retrato. Trecho. Passo. Beijo.
Imagino. Laço. Amasso. Bombom.
Curva. Hoje. Bem. Bom.
Nota. Uva. Bala. Terapia.
Carta. Moldura. Pescoço. Seu.
Ângulo. Meu. Foto. Sorriso!
Eu sem nada a dizer...
Pergunto-me se os meus passos alteram o relevo do caminho, ou se simplesmente se moldam às pedras que pisam!
Ainda sobre as mancadas da vida:
"A primeira eu perdoo, a segunda eu relevo, a terceira fico com um pé atrás , mas a quarta é sem chance."
Ainda to sendo bonzinho, tem gente que na primeira já é bonde.
Fikadika:
Ass: Cláudio Marcelo / Fotógrafo
Me encontrar
Ora todos os dias a manhã se repete,
Relevo como o vento a poeira soprar.
Leal vou seguindo o caminho a andar,
Andando sem ninguém a acompanhar
No frio ou no calor, vou a todo vapor.
Dia e noite sempre a recordar que
O mundo não posso dominar.
Juro muitas coisas
Uma delas é me encontrar
Numa noite sombria com alguém a
Intrigar, um refrexo no espelho
Orgulhoso a me deixar
Rumo a nova fronteira com alguém a me salvar desse mundo maligno que só quer me sulgar...
Nossos rótulos rudimentares, arcaicos,
Protegem-nos deste relevo futurista,
Onde as tendências fracassaram suntuosamente.
Sou último momento que surge ao relevo...
Emoções em lugares obtusos...
O retirante de Boa esperança morto de sede
Vivo por querer viver...
Come um pouquinho e vive para comer os detalhes deste mundo.
Nós semblantes de sereia... olhares profundos.
Esquecidos nós rio manso de Laranjeiras...
Desfrute desconhecido, cúmplices do amor bandido e forasteiro.
Destino foragido... Bem pouco se sabe soletrar...
Com muita força de vontade remexe alma num soneto.
Mesmo com lábios secos o cansado se ilude com grandeza da cidade e morre aos poucos...
Pois a fome desdenha o bem querer.
Desabrocha o sentido mas.
Quem esquece da sua terra e canto dos pássaros que retrucam o amanhecer...
Deflorar cada sentimento..
Na vasta sombra do querer estou perdido
Nas sombras o descanso de todavia nunca deixei de te amar.
Venha sido o fruto do teu amor minha vida fez florescer...
Ditos populares esquecido na minha mente...
Agora a vida corre num rio sem sentimentos.
Translúcido o leito do prazer te vejo fome no esquecimento.
Mais ainda me lembra o dia que te deixei.
Nas raras tardezinha seu olhar atravessou a madrugada toda me deixou marcado para sempre.
Pois quem ama nunca se esquece quem amou...
Sob olhares que viajam em momentos memoráveis lhe digo que o amar é pequeno diante do destino de nossas paixões.
Lhe devoro a cada sentido de lábios no amargo doce veneno...
Promessas e declarações são o vinho que embriaga a alma com tanta devoção...
Assim simplesmente esqueço que a vida é curta...
E sonho como muitas vezes fui feliz ao seu lado.
Entre relevo, vegetação;
E os "ismos"
Imperialismo,
Nacionalismo,
Feudalismo,
Internacionalismo,
Populismo,
É genial,
É interdisciplinar,
As rosas dos ventos perfeitas,
Que nunca consegui fazer,
E altitude,
Quando for maior menor a temperatura
Lembro dos seis continentes
O maior:
A Ásia.
A América colonizada e explorada
Formou a América Latina.
Assim aprendi a formação mundial
A África não é um país,
É um continente desigual.
Agora eu vejo tudo de um jeito diferente. Em outras cores e em relevo. Vejo cada erro meu como um possível acerto pro futuro. Vejo perfeitamente a imperfeição no rosto de cada um que erra, que chora, que se arrepende, como eu. Vejo que preciso de cada falha, e erro meu, pra grandes feitos e realizações futuras. Vejo que precisei de cada tombo pra levantar mais forte, mais feliz, mais sábia, mais esperta e até, mais mulher.
RELEVO SENTIMENTAL
Às vezes, sou um abismo tão profundo,
Que, ao olhar para dentro de mim,
Sinto vertigem – caindo-me nas entranhas do mundo.
Às vezes, sou uma planície tão extensa,
Que, ao olhar para dentro de mim,
Perco-me num horizonte vago – sem fim.
Às vezes, sou um deserto tão escaldante,
Que, ao olhar para dentro de mim,
Não sei se paro ou sigo adiante.
Às vezes, sou um planalto tão irregular,
Que, ao olhar para dentro de mim,
Embrenho-me em depressões cheias de espinhos e cipoal,
Cercadas de montanhas difíceis de escalar.
No mais das vezes, apraz-me ser este relevo,
Pois, ao olhar para dentro de mim,
Sou nova paisagem a cada dia,
Não conheço monotonia:
Se hoje sou depressão;
Amanhã, sou majestosa montanha,
Com meu olhar otimista,
Olhando o mundo a perder de vista;
Depois de amanhã, sou verdejante colina.
Com flores, pássaros e rios de água cristalina –,
Sou vida que não conhece rotina.
