Pensamentos Mais Recentes
"Não foi no rosto que senti o teu beijo, Senhor,
Mas no âmago da alma, onde a dor se faz luz.
Teu hálito de paz dissipou meu desejo,
E a sombra do mundo rendeu-se à tua cruz."
"A única coisa, que acolhe os homens sem indiferença, nessa terra, é o túmulo." - EDSON, Wikney - Reflexões
"Até o toque me causava receio.
Fecho os olhos e ainda vejo o castanho dos olhos, o negror do cabelo.
Sinto em todo canto o cheiro.
Estou ficando louco, pois ainda ouço o aveludar da voz quando me pego em devaneio.
Não, não deveria ter ido; não sei porquê, mas agradeço aos céus porque você veio.
O coração inflamava e a boca rogava por um beijo.
Mas de tão perfeita, até admirá-la me dava medo.
Medo de me perder e entregá-la meu eu por inteiro.
Como santa, até o toque me causava receio..."
"Estou péssimo, amor.
A ausência do que me fizera mais vivo, jamais me matou.
Azar o meu, roguei para que o fizesse ao criador.
Estou péssimo, amor.
Só fico bem sob a iluminescência do seu olhar, aquecido em seus braços, sentindo do beijo o calor.
Estou péssimo, amor.
Seu corpo, que era minha fonte mater de prazer, deixou um vazio; eu queria tanto, mas Deus, parece-me, levou-me até a dor.
É só indiferença, rancor.
Queria odiar, queria gritar, mas já não há mais choro; toda lágrima secou.
Quisera eu ir onde você for, ser para sempre o seu redentor.
Eu faria de tudo para lhe fazer bem, ser do seu coração o senhor.
Obrigado por perguntar; jurei não mentir-lhe, então não o farei, minha flor.
Sem você, eu estou péssimo, amor..."
"Não existem mais milhas para percorrer.
Não existe mais a quem recorrer.
Não existe mais para que correr.
Cansado, exausto de toda essa caminhada, descanso sobre seu seio, consegui, hoje somos eu e você.
Não existe mais indiferença, nem olhar blasé.
Não existe mais amor de um só, não existe solidão, venceu o meu querer.
Sob seus olhos, a infinidade do brilho, vencemos amor, viverei a seu lado, para ao seu lado morrer.
Os filhos na varanda, já ouço os risos, já sou capaz de ver.
Consegui, com versos e rosas, conquistá-la com meu amor clichê.
Acordei do meu doce sonho, ela não quer, fazer o quê?
Desistir de ti é desistir de nós, deverá ser assim, não tem o que fazer.
Não existe amor, não existe prece, não existe um bom Deus, sou incapaz de crer.
Darei descanso para minha pobre alma, sua indiferença mostrou-me: Não existem mais milhas para percorrer..."
"Relembro nós e amaldiçoo até o meu piscar.
Naquele micro instante, deixei de sua imagem admirar.
Relembro tudo, amaldiçoo o meu respirar.
Por que o fiz? Se estava você ali, o meu ar.
Relembro nós, amaldiçoo do meu peito o pulsar.
Eu deveria ter morrido ao lhe vislumbrar.
Jazer em seus braços, sob seus olhos, roguei para o meu coração parar.
Relembro nós, amaldiçoo o vento, os pássaros, até das folhas o farfalhar.
Todo som doce e belo que existe na natureza deveria Deus ter feito com o som de sua voz, do mais belo anjo o cantar.
Relembro nós e amaldiçoo o tempo, por quando em vislumbre de seus olhos não parar.
Quando o entrelace de nossas almas, com um único olhar.
Senti que a eternidade seria pouca para lhe adorar.
Relembro nós e amaldiçoo o meu amar.
Por não tê-la, por não vê-la e ausentar-me de minha felicidade e essa mesma felicidade, contigo, ser incapaz de compartilhar.
Lembro da última vez que estivera em meus braços, maldito fui, por quê, pra quê piscar?"
"Não sei se era o vestido vermelho que parava o lugar.
Talvez fosse o cabelo preto, ou a beleza no olhar.
Só sei que eu estava ali e ela estava lá.
A cada vislumbre, troca de olhares, era eu um mero mortal a admirar.
Pensei que a beleza fosse um veneno, pois senti meu coração acelerar.
Linda, dos pés à cabeça, cada detalhe digno de se pintar.
As palavras são pobres para descrever, a beleza narrar.
Sei de muitas coisas, mas o que não sei é se era o vestido vermelho ou a beleza dela que parava o lugar..."
"Até hoje, meu caro amigo, vivo por alguém que não se abalaria por minha morte.
Até hoje, tento ser, da rainha de minha vida, o consorte.
Certa vez, li que era possível morrer de amor, sem saber o nome do sujeito, o invejei, que sorte.
Viver amando, sem ter quem se ama, é maldição, é sobreviver na fraqueza tentando ser forte.
Venha, sente-se, leia-me, escute-me, me ame, me note.
Da sua ausência, indiferença, já noto cada recorte.
Se quiseres ou se tiveres que ir, vá; mas, por favor, rogo que não volte.
Não me implore, não chore.
Não peça perdão, viva na solidão, seja feliz na sua indiferença, seu esporte.
Encontre seu rumo, ache seu norte.
Me perdi, tentando viver por alguém que, de bom grado, desejara a minha morte..."
"Hoje não, estou sombrio.
Vi alguém com alguém que não deveria estar com esse alguém e sim comigo.
Alguém com alguém, daquele amor sou refém, dera o que era meu pra outrem, amar é sofrido.
Hoje não, estou sombrio.
Hoje não tem festa, nem riso.
Nem piada, nem grito.
Hoje é choro, lágrimas, delírio.
Viver por alguém, sem alguém, é só martírio.
A madrugada é a única que testemunhara de desespero meu grito.
Hoje me ofereceram um trago, uma bebida, um alívio.
Um escape, uma dose, um colírio.
Fiel ao meu sofrimento, ao que sou, ao meu eu lírico.
Declinei; hoje não, logo hoje não; estou sombrio..."
Deus é a própria morte.
Metaforicamente, Deus é, na verdade, a própria morte...
Por que Deus é a morte?
A morte é onipresente, onipotente, onisciente; ou seja, está em todo lugar, é invisível, imortal, presente, eterna, é o nada — e, por ser o nada, conhece tudo; é o fim — e, por ser o fim, conhece todo o início.
A morte é justiça e, por ser justa, não tem pobre nem rico, nem inferior nem superior; tanto humano como inseto, sem exceção, cedo ou tarde, todos são condenados, todos morrem.
A morte é a reflexão mais profunda; é o que nos faz pensar, agir, mudar; é o que nos incentiva a viver, a fazer, a compartilhar e a deixar.
A morte é encontro; é para onde todos caminham, independentemente dos infinitos caminhos — o destino é o mesmo para todos; é onde todas as almas se encontram, na morte.
A morte é amor; é onde nos sacrificamos pelo próximo; é onde deixamos o legado, a ideia, o propósito; é o que fazemos pela nossa família, amigos, sociedade, natureza; é o que servimos e deixamos para o mundo antes de morrer.
A morte é o pai, é a mãe de todas as coisas; é o que veio antes de tudo existir; é o que veio antes do “bem e do mal”, do “paraíso e do inferno”, da “luz e da escuridão”; é o que veio antes do “nascimento”, da “vida”, do “Big Bang”, do “universo”; é o que veio antes de tudo existir, porque já existia e estava lá; é o que chamam de “vácuo”, “nada”, “inexistência” — é a morte, o próprio Deus.
"O ranger do tablado, na madeira, cada passo.
A valsa, a dança, de rostos colados.
O pulsar do peito, o coração acelerado.
Eu amo tanto aquela mulher, que pensá-la, lembrá-la, faz-me enfermo, febril, débil, acamado.
Chega a doer o peito, maldição minha ter te olhado.
Eu a amo, só amo, não existe explicação, verso, religião, Deus, para um homem apaixonado.
Ah, amada minha, como que te amo, amo, amo tanto, que quando lhe sonho, me amaldiçoo por ter acordado.
Se morrer for eternamente sonhá-la, então, Pai, ceife minha vida, e não me acorde nem para o Juízo Final, meu pecado foi ter amado.
Fazei-me julgado.
Declarar-me-ia culpado.
Hoje a madrugada inundou o meu quarto.
A solidão, fria, veio deitar-se ao meu lado.
Acordei trêmulo, assustado.
A chuva lá fora parecia inundar a escuridão e o vento frio deixa-me arrepiado.
Ao longe, ouvi um trovão, senti a lágrima escorrer pelo meu rosto cansado.
O som ao longe lembrou-me de nós, de rostos colados.
O ranger do tablado, na madeira, cada passo...
"Eu sou só o palco em que desfilas.
Eu sou a escuridão, para que você seja a luz que brilha.
Serei palavras soltas, para que meus pedaços você os una e recite poesia.
Serei tristeza, para que sejas alegria.
Serei a carne, para que me sangre com sua lâmina fria.
De bom grado, serei a morte, para que sejas vida.
Serei a seca, para que você seja a chuva por sobre as pradarias.
Farei-me efêmero, para que tu se eternize em minhas escritas.
Entre modas, sonhos de bodas, palavras não ditas.
Alianças derretidas.
Palavras, promessas, juras vazias.
Sentimentos, olhares, mulheres malditas.
Percebi que sou nada, além do palco em que tu, amada minha, desfilas..."
"Eu sei, prezei pela verdade.
Mas sou mentiroso e ela sabe.
Ela descobriu, quando eu disse que já não sinto saudade.
Quando ela disse que ia e eu respondi 'já vai tarde'.
É mentira, é verdade.
E ela sabe.
Sabe pois, a boca pode mentir, mas o ardor da pele, o brilho no olhar, servem à verdade.
A boca que lhe desenhava o corpo, em cada curva de prazer, é a mesma que professa inverdades.
Um todo de nada, palavras de amor, puro fulgor, juras, leviandades.
Amar é vaidade.
É crer que se é possível querer e conquistar a da alma, metade.
E eu a amei, amei-a em cada esquina da cidade.
Em cada bar, em cada copo, em cada dose, em toda parte.
Vá, amor, vá; me odeie, esperneie, grite, fale.
Acho é bom, que mesmo em ódio, estarei novamente em sua boca, em cada frase.
Rogo para que o silêncio lhe encontre e minha boca, novamente, te cale.
Sem voz, sem sussurros, somente os gemidos, e o arrepiar, o choque da tez, como eletricidade.
Eu minto, amor, minto, pois fingir não te amar, fazer te odiar, é o único jeito de manter a minha sanidade.
Lhe amaldiçoo por me corromper, logo eu, que sempre prezei pela verdade..."
"Diz que já me esqueceu, mas, amor, quando foi que de mim lembrou?
Diz que já não me ama mais, mas, mesmo em meus braços, nunca me amou.
Diz que encontrou alguém para lhe curar as feridas, mas quais? As que você mesmo causou?
Todo aquele que diz lhe amar é só mais um peixe na rede de um vil pescador.
Falácias e mentiras, disfarçadas de carícias, falsas juras de amor.
Xinga, briga, se faz de vítima, me abandonara às risas, foi meu coração que sangrou.
És perfeita no prazer, mas é melhor ainda em causar dor.
Diz que morri pra você, mas é claro, nossa paixão, que era minha vida, foi você quem matou.
Agora vens e diz que já me esqueceu, mas, amor, quando foi que de mim lembrou?"
"O dia passa e me acompanha os de minha mente, os horrores.
Você está bem, cada dia aumenta mais seus seguidores.
Dia após outro, mais linda do que antes, aumentando os admiradores.
Diz me amar, eu acredito, mas duvido que não tenha outros amores.
Um lugar desconhecido, uma mesa com amigos, segredos não ditos, duvido que dormirá em casa essa noite.
Um batom vermelho, uma foto no espelho, uma mulher que nunca vi, mas amaria desfilá-la pelos corredores.
Sonhei demais, uma família, um beijo, nossa cozinha, uma viagem pra Açores.
Amar é isso, é amaldiçoar-se e buscar em veneno a cura para as nossas dores.
Dores causadas por outros amores.
Rogo para que o amor morra, seque e esfarele-se, como aquele buquê de flores.
Pensar em você já fora meu alento, hoje são só horrores..."
"Viver alguém, sem nunca mais vê-la.
Querer alguém, sem jamais tê-la.
É ópio, é álcool, é trago, dose, cerveja.
Sou grato ao álcool, por fazer-me esquecê-la.
E quando não, ainda sim o agradeço, por fazer-me escrevê-la.
Cada verso, cada estrofe, cada letra.
Um, dois, três poemas, à de alma rasa, de paixão obsoleta.
Tentar encontrá-la em outros corpos, é loucura, tolice, bobeira.
Mas meu eu, parvo, crê que é 'vendetta'.
Pelo abandono, pelas lágrimas, pela solidão, a sarjeta.
Eu não queria muito, só roguei pelo veu e a grinalda, o buquê voando e o nosso beijo, na da praça, a igreja.
Só queria um beijo molhado, o encontro dos lábios, os corpos suados, e a única veste, nossas alianças, reluzindo sob a chama da lareira.
Amá-la, deixou-me com a alma enferma.
Deus não me ouviu, rogo pela a morte, pois minha vida é vivê-la.
E não creio que seja possível, viver alguém, sem nunca mais vê-la..."
A FORMAÇÃO MORAL DO ESPÍRITO E A CONTINUIDADE DA REVELAÇÃO DOUTRINÁRIA.
Autor: Marcelo Caetano Monteiro .
A chamada Coleção Estudando a Codificação constitui um dos mais elevados esforços de continuidade doutrinária do Espiritismo após a obra fundadora de Allan Kardec. Não se trata de produção paralela nem de inovação conceitual, mas de aprofundamento formativo, moral e espiritual daquilo que a Codificação estabeleceu como fundamento racional, filosófico e ético da Revelação Espírita. Nela se manifesta o labor consciente de Espíritos comprometidos com a responsabilidade histórica de esclarecer, educar e elevar as consciências humanas, sempre à luz da razão e da experiência moral.
Essa coleção é composta por cinco obras essenciais, psicografadas por Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira, sob a orientação espiritual de Emmanuel e André Luiz. Cada livro corresponde a um eixo estruturante da vivência espírita e dialoga diretamente com as obras fundamentais organizadas por Allan Kardec, preservando com rigor o método, o conteúdo e o espírito da Doutrina.
Justiça Divina.
Nesta obra, os instrutores espirituais aprofundam o princípio da justiça moral presente em “O Livro dos Espíritos”, especialmente nas questões 875 a 918, que tratam da responsabilidade individual e da lei de causa e efeito. A Justiça Divina é apresentada não como punição, mas como expressão de uma ordem educativa superior. O sofrimento humano surge como instrumento de reajuste e aprendizado, jamais como castigo arbitrário. Emmanuel reafirma que “fora da caridade não há salvação”, compreendendo essa máxima como lei natural de progresso. A finalidade espiritual do livro é conduzir o ser humano ao reconhecimento de sua responsabilidade íntima e à necessária reforma interior.
Religião dos Espíritos.
Esta obra aprofunda a dimensão espiritual da fé raciocinada, conforme apresentada em “O Evangelho Segundo o Espiritismo”. Aqui se evidencia que o Espiritismo não se limita a um sistema de crenças, mas se expressa como vivência ética permanente. Emmanuel esclarece que a verdadeira religião não reside em formas exteriores, mas na vivência cotidiana do amor, da caridade e da compreensão do próximo. O texto reforça que a religiosidade autêntica é silenciosa, operante e coerente, traduzida na harmonia entre pensamento, sentimento e ação. Assim, retoma se o princípio segundo o qual o verdadeiro espírita reconhece se por sua transformação moral, aprofundando lhe o sentido psicológico e espiritual.
Seara dos Médiuns.
Nesta obra, a mediunidade é analisada sob o prisma da responsabilidade ética e da maturidade moral. Em consonância com “O Livro dos Médiuns”, especialmente nas questões 159 a 225, os autores alertam para os riscos do personalismo, da vaidade e do uso imprudente das faculdades mediúnicas. A mediunidade é apresentada como serviço, jamais como privilégio. Emmanuel ressalta que o médium é, antes de tudo, um servidor do bem, chamado à disciplina interior, ao estudo contínuo e à humildade. O objetivo do livro é formar consciências mediúnicas equilibradas, comprometidas com a verdade e com o aprimoramento moral.
Estude e Viva.
Este volume propõe uma síntese prática da Doutrina Espírita aplicada à vida cotidiana. Dialoga de modo profundo com os ensinamentos de “O Céu e o Inferno”, especialmente no que se refere às consequências morais dos atos humanos. Estudar, segundo os autores espirituais, não significa acumular informações, mas converter o conhecimento em vivência transformadora. A obra convida à educação do pensamento, ao cultivo dos sentimentos elevados e à ação responsável no bem. Cada capítulo constitui um chamado à coerência moral, demonstrando que a evolução espiritual se constrói por escolhas conscientes e permanentes.
Espírito da Verdade.
Esta obra assume caráter eminentemente consolador e orientador. Inspirada na promessa evangélica do Consolador, reafirma a presença ativa do Cristo na condução espiritual da humanidade. O Espírito da Verdade manifesta se como princípio orientador da consciência desperta, conduzindo o ser humano ao esforço sincero pelo bem e à fidelidade aos ensinamentos do Cristo. O livro conclama os leitores a tornarem se colaboradores conscientes da obra divina, compreendendo que a renovação do mundo começa pela renovação interior.
A Importância de José Herculano Pires.
José Herculano Pires ocupa lugar central na compreensão e defesa dessas obras. Filósofo rigoroso e profundo conhecedor da Codificação, afirmou que o Espiritismo é uma ciência de consequências morais. Para ele, os livros de Emmanuel e André Luiz representam a continuidade natural do pensamento kardeciano, jamais uma ruptura. Herculano reconhecia nessas obras a maturidade ética do Espiritismo, advertindo contra leituras místicas ou sentimentalistas que pudessem desfigurar seu caráter racional e educativo.
O Papel moral de Chico Xavier e Emmanuel.
Francisco Cândido Xavier surge como instrumento de absoluta renúncia pessoal e de rigorosa fidelidade doutrinária. Sua mediunidade, marcada pela disciplina interior, pela humildade constante e pela submissão consciente à Codificação Espírita, jamais se orientou pela exaltação da própria figura ou pela criação de correntes personalistas. Ao contrário, todo o seu labor mediúnico teve como fundamento preservar a pureza doutrinária do Espiritismo, impedindo que a revelação se desviasse para caminhos de exaltação individual ou misticismo improdutivo.
O trabalho desenvolvido por Chico Xavier, sob a orientação direta de Emmanuel, insere-se em um propósito claro de profilaxia doutrinária. Emmanuel, consciente dos riscos naturais que acompanham a mediunidade ostensiva, empenhou-se em reafirmar que a base segura da doutrina reside na Codificação elaborada por Allan Kardec. O objetivo era impedir o surgimento de personalismos, cultos à figura do médium ou sistemas paralelos que pudessem diluir a coerência do Espiritismo. Assim, o conjunto das obras psicografadas não nasce para criar um “chiquismo”, um “emmanuelismo” ou um “andreluisismo”, mas para reafirmar, esclarecer e aprofundar os princípios já estabelecidos pela Revelação Espírita.
Emmanuel demonstra, ao longo de toda a sua produção, que a Codificação é o eixo estruturante da Doutrina, o fio condutor inegociável ao qual toda manifestação espiritual legítima deve permanecer vinculada. Seu esforço constante foi o de conduzir o movimento espírita à maturidade, afastando-o de entusiasmos ingênuos, interpretações personalistas e desvios emocionais que comprometem a seriedade doutrinária. Nesse sentido, o trabalho desenvolvido por intermédio de Chico Xavier não constitui uma nova escola, mas um serviço de preservação, esclarecimento e aprofundamento da obra kardeciana.
Assim, a grandeza de Chico Xavier reside justamente em sua renúncia. Ele não buscou protagonismo, mas fidelidade. Não se colocou como referência doutrinária autônoma, mas como servidor consciente de uma tarefa maior. Sua vida tornou se testemunho vivo de que o verdadeiro médium não cria caminhos próprios, mas ilumina o caminho já traçado pela razão, pela ética e pela verdade espírita.
Conclusão.
A Coleção Estudando a Codificação ergue se como um monumento doutrinário sustentado pela razão, pela ética e pela fé esclarecida. Cada obra aprofunda um aspecto essencial da jornada espiritual, conduzindo o ser humano ao autoconhecimento, à responsabilidade moral e à esperança ativa. Ao dialogarem com a Codificação, esses livros não a substituem, mas a iluminam, revelando sua permanente atualidade. São páginas que educam a consciência, fortalecem o caráter e reafirmam que a verdadeira elevação nasce do esforço contínuo de tornar se melhor.
"Na noite, eu rogo para que toda estrela despenque do firmamento e, para cada uma, eu possa pedir você aqui comigo.
Eu choro, imploro para que Deus me livre desse amar, meu eterno castigo.
Demasiada punição, amar quem não me ama, eterno martírio.
Amá-la, amada minha, é demasiado sofrido.
Quando Deus, por sobre os céus, me impôs o amor a você, passei a invejar a cruz e o sofrimento do próprio Cristo.
O que fiz? Indaguei-me na madrugada, não merecia, não mereço isso.
Eu sou calor, amor, erupção; ela é indiferença, ódio, o frio.
Uma vez e outra, mais uma e numa, ama-lá mais que eu, de novo.
A morte, ante amá-la, seria livramento, mas de ti não me livro.
Leio uma, duas páginas, um trago, uma caneta, te registro em meus escritos.
Queria apagar-lhe do de minha vida, o livro.
Bem da verdade, eu minto, eu finjo.
Tento me livrar de você e não consigo.
Pois, na noite, eu rogo para que toda estrela despenque do firmamento e, para cada uma, eu possa pedir você aqui comigo..."
Passei boa parte da minha
adolescência chorando,
e não sei o porquê.
Eu queria ter aproveitado mais.
Queria que as coisas não tivessem
sido daquele jeito,
e isso parece refletir no presente.
Talvez eu ainda esteja chorando
embaixo do lençol.
O sono é apenas a morte sendo tímida e, ao dormirmos, nosso inconsciente está desprevenido. Como é bela a decepção que nos liberta dos apegos.
