Praça
O pombo traquino
Ao sentar no banco da praça vejo pessoas ao passar e a hora do rush.
Estressados urbanos algemados ao tempo começam a delirar.
Urbanos fardados, engravatados e sufocados
Passam com sua tirania e nem dão bom dia.
Escravos urbanos triste filosofar.
Até que vejo o pombo traquino...
E pressinto que vai aprontar...
De cima da Igreja o pombo traquino escolhe sua presa.
O premiado é?
O urbano estressado...
Eu bem humorado prestigio o show do espetáculo...
Do pombo traquino...
No melecado Urbano que ficou ainda mais estressado...
OS IPÊS DA PRAÇA...
O vento sopra forte provocando uma chuva de flores,
amarelas,brancas,cor de rosas.
No chão forma-se um tapete por onde você caminha,
linda e cheia de graça,pisando as flores distraida.
Talvez,sem perceber a homenagem dos ipês e do vento...
Muita gente pedindo paz, mas a paz não é de graça e nem está a venda na praça. É construída ao longo da vida, tijolo por tijolo numa construção erguida coma força do coração.
Dia dos pais
O dia ficou sem graça
Eu olho ao redor e só vejo folhas secas caindo na praça
Assim são as lembranças
Que minha memória perpassa
Parece que te vejo
Com o velho violão
Ou sanfona desafinada
Tentando fazer uma graça
Mãos calejadas, rosto queimado,
olhos azuis, trabalhador dedicado
Firme encaminhou seus 8 filhos
Com marcas de generosidade,
coragem, sem medo da realidade!
Pai,
rememora que nunca passa,
traço impresso na alma
Lembranças sagradas
Saudade danada
Sentado na praça
Os solitários sentam na praça sozinhos com seus pensamentos a deriva, naufragados no mar de problemas e amargurados pelas feridas do passado. Eu, sentado a praça observo cada um, há vários como eu, náufragos, procurando por salvação, mas sempre que eles escrevem S.O.S, estão sempre a afundar em sua solidão, porque a salvação de um solitário é sua própria reflexão.
Na calçada, na esquina, na ruela, na praça, na viela,
Seus elegantes meneios mais uma vez não me escapam,
Na praça Vinícius de Moraes,
O apostolo Paulo é testemunha escultural,
Na praça Vinícius de Moraes,
A paisagem é como um “Cântico”,
Na praça Vinícius de Moraes,
Tudo é “Cem por cento”
Na praça Vinícius de Moraes,
Não existe “Medo de amar”,
PÁSSAROS
"..os pássaros da praça cantaram
na tarde de sol. Levaram o seu canto
às folhas das árvores. E os galhos
abertos sorriram de amor.."
A estátua na praça, por si só, não é sinalizador de relevantes serviços prestados, podendo, não raras vezes, ser instrumento utilizado para induzir a fabricação de benfeitores.
O JATOBÁ DA PRAÇA
Rasgando o azul do cerrado
Copa densa, beleza colossal
Reina entre todas, encantado
O jatobá, é sombra, é casual
Afinal, o seu porte escultural
É vida, cor, sabor imaculado
Gosto exótico, fruto espiritual
Tem dinamismo, e é arrojado
Há mistério na sua ramagem
Juras de amantes, tatuagem
Entalhadas no tronco, ao léu
Ó jatobá! donairoso, de valia
Mergulha o sol por sua ramaria
Em pique esconde com o céu.
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
15/12/ 2020 – Triângulo Mineiro
VIDRAÇA
Tivemos que ceder
O banco da praça
Para o cortejo dos pombos
Resta-nos agora
Olhar o céu na vidraça.
Enquanto tudo acontece
Lá do outro lado
Daqui de dentro o muro
Não é de tijolo ou cimento
É de arame farpado.
Tivemos a faca e o queijo
O braço e o abraço
Tivemos tudo nas mãos
Mas ainda temos o chão
Para morrer de cansaço.
Mas não podemos nos entregar
Ao sótão dessa casa abandonada
Devemos continuar lutando
Contra a fúria de gafanhotos
Ainda podemos ser tudo
Antes de sermos nada.
Certa vez enquanto corria pela praça da cidade, na busca de desviar os pensamentos, acalmar os ânimos, fugir da rotina e cuidar do corpo; observando todas as pessoas pelas quais passei e as pessoas que por mim passaram. Vi casais de namorados, irmãos, grupos de amigos, senhoras conversando na calçada, um pensamento veio à tona: qual significado das pessoas que por nossa vida passam? E quando somos nós? O que de bom deixamos?
As respostas para essas perguntas talvez nunca sejam respondidas, não completamente, pelo menos, mas me faz refletir sobre a conexão de energias; são únicas. As pessoas que encontramos na balada, nas festas e bares, por exemplo, podemos até não lembrar de seus rostos no dia seguinte, podemos esquecer seus nomes depois de uns dias, e a sensação que essas companhias de uma noite deixam em nós é que nada tem a acrescentarem. A procura por alguém que se conecte conosco continua.
Nas noites que saímos em busca de diversão, saímos não só a procura de uma distração para o corpo, mas o coração em seus profundos sentimentos tem esperança de encontrar uma energia parecida com a que o faz pulsar, que estimule todas as suas reações químicas e biológicas e que faça seus impulsos elétricos disparar o nível de nossos batimentos, e os planos parecem falhos quando o que temos é apenas um sexo casual, essas pessoas que passam por nós, deixam o ensinamento de que nunca podemos esperar demais de quem nos enxerga como um produto que pode ser usado. Jamais voltamos a ser o que éramos, e a busca por se conectar com alguém que não use o nosso corpo, mas que desfrute do momento, continua.
Buscamos conexão nos interesses, nas perspectivas, nos pensamentos, quando nos conectamos com alguém, quando conhecemos alguém que se torna especial, que mesmo a distância deixa saudades, quando não dá notícias, sentimos falta daquele bom dia, da conversa até tarde, das músicas apaixonadas compartilhadas, as energias manifestam-se em nosso cérebro produzindo hormônios que caracterizam nossos sentimentos, entre eles o amor que toma conta do nosso corpo através da ocitocina.
Quando nos conectamos com alguém, aquele sorriso permanece gravado em nossa memória, podemos estar num mal humor danado, o dia pode não ter fluído bem, o momento pode não parecer oportuno e podemos pensar que tudo está contra nós, mas quando vemos aquele alguém, cuja nossa energia se conecta e faz nossa respiração ofegar, logo torna tudo tênue, o dia não parece mais tão terrível, a nossa memória afetiva daquele momento deixa tudo leve, como se todos os fatores que deram errado tivessem conspirado até aquele momento para dar certo, e aquele sorriso, aquele maldito sorriso nos leva a crer que nada foi tão ruim. Aquele abraço nos faz perder as horas e queremos continuar acariciados naqueles braços ouvindo aquelas palavras reconfortantes de como foi bom nos ver.,
A busca pela conexão exerce em nós o papel da auto aceitação, não negligenciarmos a nós mesmos recebendo menos do que merecemos com relações rasas que nos depreciam, não podemos ser a opção de final de festa, ou a segunda opção de alguém que está carente, a busca pela conexão é encontrar uma energia em que o nosso interior se sinta calmo quando abraçado, que nosso corpo entre em êxtase quando tocado e que tão somente os dois distantes, separados por umas centenas de quilômetros tenham respeito um pelo outro, conectados e leiais as suas convicções, ao que sentem um pelo outro, sinceros e puros com os sentimentos alheios, que devemos ter cuidado.
Quando as energias se encontram conectadas, é sinal de que ambos estão dispostos a seguir. Não se preocupar com as incertezas futuras é natural, pois sabe-se que um está em defesa do outro, que passarão pelo que vier juntos, pois as energias são compartilhadas, o que afeta um, acaba afetando a todos, pois no amor, as relações que ocorrem são intensas, emotivas e devem ser levadas em consideração sempre, a conexão é a certeza de que em meio as intempéries que acontecem os dois podem passar juntos por qualquer situação.
Kaspar Hauser
Quem é você e quem somos nós
Entre as dálias e os girassóis
Espera a praça com as nossas dores
Os chafarizes, as luzes e as flores
Um viajante nunca espera a noite chegar
Mas descansa o nobre descanso dos nômades
Ciganos
Vim te buscar, com sede e suor
Não chora Kaspar
Esse brilho frio de guilhotina suspensa em segredo no ar
Qual segredo estaria entre nós, cigano
E o que você esperava encontrar, campos verdes ao sol
Verdes mares ao sul,
Mas a paisagem mudou a paisagem, a paisagem mudou..
a paisagem
Aprendemos tecer nossas teias sem fim,
nossas celas escuras e os olhos assim, tão brilhantes
tão frios, vazios e ausentes
E o que eu vou enxergar e o que você vai ver
O que vou enxergar e o que você vai ver, lá fora
Arco-íris distante na tarde cinzenta e a sombra de um muro
Caindo bem devagar, cigano
Vim te buscar, com sede e suor
Não chora Kaspar
I´m lonesome boy
I´m lonesome boy in your city
Nos tempos dos impérios, pessoas eram mortas em praça pública, o povo presenciava e se divertia com o espetáculo.
Hoje a internet virou a praça pública, aonde quem presencia, se diverte com a morte.
A Praça.
A Praça,
Abraça,
Liberdade da Alma...
A arvore,
a bruxa,
Duende,
Maria...
E muitas alegrias.
Amor de menino,
e seu coração partido.
Abandonada,
mas sempre, lembrada.
Nostalgia
jamais, esquecida.
RECIFE CENTRO
O teatro e a ponte
A praça e o grande rio
Esquentam o coração
Não te deixam passar frio
Capital de frevo e cor
Um povo que esbanja amor
E no sangue tem seu brio
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