Poeta

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⁠O Sol
(Poeta e Filósofo Brasileiro Sidarta Martins)

Sempre a olhar
A chuva a molhar
A rua que encalha
A vida que malha
O homem que falha...
O homem que vive
No fio da navalha
Se molda e se talha
Ao pé da fornalha
Aquece e escurece
A calha, que falha
Co’a chuva que encalha
A vida sofrida
Dos homens!
Dos homens sem nome
Que buscam, rebuscam
Enganam e se enganam
Ofuscam-se ao sol
Ao sol que olha
A chuva
Que molha
A rua que encalha
Encalha e atrapalha
A vida dos homens
Dos homens sem nomes
Que buscam, rebuscam
Que sofrem e talham
Ao fio da navalha
A labuta diária
E a própria mortalha.

Acusarem um poeta de ser egoísta é acusá-lo de ser ele mesmo.

Mario Quintana
Depois de tudo. In: A vaca e o hipogrifo. Rio de Janeiro: Objetiva, 2012.

⁠ SER UM POETA - João Nunes Ventura-10/2023

Ser um poeta é dar amor e vida à poesia
Na estrela desenhar seus pensamentos,
E nas letras perpetuar todas suas rimas,
Irmanados com todos seus sentimentos.

Ser poeta é mandar a tristeza ir embora
Modular os seus versos no seu coração,
E seu mundo pregar o amor com a viola
Voltar ser criança cantando sua canção,

Ser um poeta é exaltar a beleza do luar
Lembrar sua terra seus dias de criança,
E recordar os amores numa rede sonhar
Na memória revelar toda sua esperança.

Com força que tem e a marca que ficou
Saudosas lembranças de um lindo amor
Tão jovem ainda nesse sonho lembrado,
Sonhando acordado e foi seu único bem
Sua história ele narra o amor de alguém
Hoje sem ninguém imortaliza o passado.

era uma vez
um sapo que - beijado -
poeta se fez

Poeta
Olhar perspicaz, cativante
Íntimo do silêncio, inspira de palavras
Tenta dar sinônimo a esperança,
Pois são extensas, intensas suas palavras
Essa maneira de questionar essencial
declama esta arte de interpretar.

⁠Poeta que ama,
poeta que escreve.
Poesias com amor,
que ninguém esquece!

⁠Eu deixo-me estar entre o poeta e o sábio.

Vinha a corrente de ar, que vence em eficácia o cálculo humano, e lá se ia tudo. Assim corre a sorte dos homens.

Durante algum tempo ficamos a olhar um para o outro, sem articular palavra. Quem diria? De dois grandes namorados, de duas paixões sem freio, nada mais havia ali, vinte anos depois; havia apenas dois corações murchos, devastados pela vida e saciados dela, não sei se em igual dose, mas enfim saciados.

Quem me pôs no coração esse amor de vida, senão tu?

A história do homem e da terra tinha assim uma intensidade que lhe não podiam dar nem a imaginação nem a ciência, porque a ciência é mais lenta e a imaginação mais vaga, enquanto que o que eu ali via era a condensação viva de todos os tempos.

Não há juventude sem meninice.

O marido era na Terra o seu deus.

Primeira comoção da minha juventude, que doce que me foste!

Vendera muita vez as aparências, mas a realidade, guardava-a para poucos.

Amei a outro; que importa, se acabou? Um dia, quando nos separarmos...

O capitão fingia não crer na morte próxima, talvez por enganar-se a si mesmo.

Preferi dormir, que é modo interino de morrer.

Confesso que foi uma diversão excelente à tempestade do meu coração.

Ninguém me negará sentimento, se não é que o próprio sentimento prejudicou a perfeição...

Explico-me: o diploma era uma carta de alforria; se me dava a liberdade, dava-me a responsabilidade.

Eu amava minha mãe; tinha ainda diante dos olhos as circunstâncias da última bênção que ela me dera, a bordo do navio.

A beleza passara, como um dia brilhante; restavam os ossos, que não emagrecem nunca.

O olhar da opinião, esse olhar agudo e judicial, perde a virtude, logo que pisamos o território da morte.

Cada estação da vida é uma edição, que corrige a anterior, e que será corrigida também, até a edição definitiva, que o editor dá de graça aos vermes.

Em verdade vos digo que toda a sabedoria humana não vale um par de botas curtas.

Eu, que levava ideias a respeito da pequena, fitei-a de certo modo; ela, que não sei se as tinha, não me fitou de modo diferente; e o nosso olhar primeiro foi pura e simplesmente conjugal.

Verdade é que tinha a alma decrépita.

Talvez cinco beijos; mas dez que fossem não queria dizer coisa nenhuma.

Eram tantos os castelos que engenhara, tantos e tantíssimos os sonhos, que não podia vê-los assim esboroados, sem padecer um forte abalo no organismo.

De amor? Era impossível; não se ama duas vezes a mesma mulher, e eu, que tinha de amar aquela, tempos depois, não lhe estava agora preso por nenhum outro vínculo, além de uma fantasia passageira, alguma obediência e muita fatuidade.

Morreu sem lhe poder valer a ciência dos médicos, nem o nosso amor, nem os cuidados, que foram muitos, nem coisa nenhuma; tinha de morrer, morreu.

Mas, se além do aroma, quiseres outra coisa, fica-te com o desejo, porque eu não guardei retratos, nem cartas, nem memórias, a mesma comoção esvaiu-se, e só me ficaram as letras iniciais.

Se os narizes se contemplassem exclusivamente uns aos outros, o gênero humano não chegaria a durar dois séculos: extinguia-se como as primeiras tribos.

A conclusão, portanto, é que há duas forças capitais: o amor, que multiplica a espécie, e o nariz, que a subordina ao indivíduo. Procriação, equilíbrio.

A valsa é uma deliciosa coisa.

Ventilai as consciências!

Há umas plantas que nascem e crescem depressa;outras são tardias e pecas. O nosso amor era daquelas; brotou com tal ímpeto e tanta seiva, que, dentro em pouco, era a mais vasta, folhuda e exuberante criatura dos bosques.

Uniu-nos esse beijo único - breve como a ocasião, ardente como o amor, prólogo de uma vida de delicias, de terrores, de remorsos, de prazeres que rematavam em dor, de aflições que desabrochavam em alegria - uma hipocrisia paciente e sistemática, único freio de uma paixão sem freio.

Correm anos, torno a vê-la, damos três ou quatro giros de valsa, e eis-nos a amar um ao outro com delírio.

Não há amor possível sem a oportunidade dos sujeitos.

Contou-me que a vida política era um tecido de invejas, despeitos, intrigas, perfídias, interesses, vaidades.

Recordei aquele companheiro de colégio, as correrias nos morros, as alegrias e travessuras, e comparei o menino com o homem, e perguntei a mim mesmo por que não seria eu como ele.

Só as grandes paixões são capazes de grandes ações.

Vi que era impossível separar duas coisas que no espírito dela estavam inteiramente ligadas: o nosso amor e a consideração pública.

Esta é a grande vantagem da morte, que, se não deixa boca para rir, também não deixa olhos para chorar...

A intensidade do amor era a mesma; a diferença e que a chama perdera o tresloucado dos primeiros dias para constituir-se um simples feixe de raios, tranquilo e constante, como nos casamentos.

- Repito, a minha felicidade está nas suas mãos - disse eu.

Continuei a pensar que, na verdade, era feliz.

A velhice ridícula é, porventura, a mais triste e derradeira surpresa da natureza humana.

O caso dos meus amores andava mais público do que eu podia supor.

Quem escapa a um perigo ama a vida com outra intensidade.

Esta era a minha preocupação exclusiva daquele tempo.

Verá que é deveras um monumento; e se alguma coisa há que possa fazer-me esquecer as amarguras da vida, é o gosto de haver enfim apanhado a verdade e a felicidade.

Não digo tanto; há coisas que se não podem reaver integralmente; mas enfim a regeneração não era impossível.

Você não merece os sacrifícios que lhe faço.

Eu não, eu abençoava interiormente essa tragédia, que me tirara uma pedrinha do sapato.

Saiu; eu fiquei a ruminar o sucesso e as consequências possíveis.

Meu coração tinha ainda que explorar; não me sentia incapaz de um amor casto, severo e puro.

Era medo e não era medo; era dó e não era dó; era vaidade e não era vaidade; enfim, era amor sem amor, isto é, sem delírio; e tudo isso dava uma combinação assaz complexa e vaga, uma coisa que não podereis entender, como eu não entendi.

Cuido que não nasci para situações complexas.

O tempo caleja a sensibilidade e oblitera a memória das coisas.

Não a vi partir; mas à hora marcada senti alguma coisa que não era dor nem prazer, uma coisa mista, alívio e saudade, tudo misturado, em iguais doses.

Era-me preciso enterrar magnificamente os meus amores.

Era tudo: saudades, ambições, um pouco de tédio, e muito devaneio solto.

Morriam uns, nasciam outros: eu continuava às moscas.

A evolução, porém, é tão profunda, que mal se lhe podem assinar alguns milhares de anos.

Crê em ti; mas nem sempre duvides dos outros.

A vida elegante e polida atraí-a, principalmente porque lhe parecia o meio mais seguro de ajustar as nossas pessoas.

Esse sentimento pareceu-me de grande elevação; era uma afinidade mais entre nós.

Em suma, poderia dever algumas atenções, mas não devia um real a ninguém.

O leitor, entretanto, não se refugia no livro senão para escapar à vida.

Concluí que talvez não a amasse deveras.

Grande coisa é haver recebido do céu uma partícula da sabedoria, o dom de achar as relações das coisas, a faculdade de as comparar e o talento de concluir!

Quero dizer, sim, que em cada fase da narração da minha vida experimento a sensação correspondente.

Nunca me há de esquecer o benefício desse passeio, que me restituiu o sossego e a força. A palavra daquele grande homem era o cordial da sabedoria.

Vida é luta. Vida sem luta é um mar morto no centro do organismo universal.

Não havendo nada que perdure, é natural que a memória se esvaeça, porque ela não é uma planta aérea, precisa de chão.

Por que é que uma mulher bonita olha muitas vezes para o espelho, senão porque se acha bonita, e porque isso lhe dá certa superioridade sobre uma multidão de outras mulheres menos bonitas ou absolutamente feias?

De modo que, se eu disser que a vida humana nutre de si mesma outras vidas, mais ou menos efêmeras, como o corpo alimenta os seus parasitas, creio não dizer uma coisa inteiramente absurda.

Com efeito, era impossível crer que um homem tão profundo chegasse à demência.

Afirmo somente que foi a fase mais brilhante da minha vida.

Não alcancei a celebridade do emplasto, não fui ministro, não fui califa, não conheci o casamento.

Machado de Assis
Memórias Póstumas de Brás Cubas. Rio de Janeiro: Typografia Nacional, 1881.

Nota: Trechos do livro.

...Mais

Quando a vi,
... li Maria Bethânia,
... uma graça um poeta uma deusa em flor.
E era tanta gratidão em atos,
onde jamais tive dúvida de de fato que ali era puro Amor...
Ela não mendigava,
Ela era a divindade exposta,
... e se por acaso houvesse quem
dela duvidava, com certeza nem notava, em suas belas palavras a Gratidão que expressava sem dizer o nome d’ela

"O Poeta é um fingidor", Fernando Pessoa sabia bem o que quer dizer isso, pois levou a vida a inventar outras mil pessoas, com o fim de esconder quem de fato era: Um gênio incompreendido, um débil fingidor da sua real essência mortal e decadente... é dessa matéria que se forjam os poetas geniais.

" Um boi com sede bebe lama, já dizia o poeta, um homem muito influenciável, come merda. "

Antes da lágrima escorrer dos olhos tristes do poeta, houve um pequeno deslumbre de felicidade ao relembrar o triunfo que ele em outrora já havia sido, e nesse pequeno deslumbre a lagrima chegou a seu destino, contemplando toda obra que o poeta por toda sua vida mostrou em suas letras, a tristeza não mais era somente uma fantasia, agora era sua própria realidade.

NÃO SOU POETA

Quem me dera se eu fosse poeta
E dos amores saber contar
Falaria dum amor verdadeiro
Porque da verdade o amor não sabe calar.

Quem me dera prosar em versos
Os sentidos de um coração
Falaria que não há mentiras
Quando se vive uma grande paixão.

Ah, quem me dera recitar poemas
Nos traços desse teu olhar
Pô-lo-ia em declame teu sorriso
E tuas formas de me encantar.

Mas infelizmente não sou poeta
E do amor não sei falar
Se soubesse viveria em teus dias
E nunca mais sairia de lá.

A INSPIRAÇÃO E O POETA

Sendo poeta
um sonhador),
não choro versos
sem conhecer
tristeza e dor...
Também decanto
em riso farto,
se for de parto
bem natural;
só se meu canto
não for postiço...
Para ter carro,
tenha-se casa;
quero ter asas,
mas antes vou
compor meu céu...
Sentir se a poça
é funda ou rasa
dirá, com calma,
se vale a pena
pescar a lua;
lançar minh´alma...

O fotógrafo é o poeta da lente.

⁠NASCI POETA

Provavelmente chorei antes de nascer, porque aquele espaço acolhedor que me abrigou nove meses teria que ser desocupado e nunca fui afeito às despedidas; devo ter chorado mais ainda depois, pela palmada; meu Deus, por que já entramos no mundo apanhando... depois chorei pelos sorrisos, pelas cores, pela brisa, pelos olhares, por tudo de maravilhoso que eu não sabia explicar; mamei, dormi ali no colo aconchegante da minha mãe imaginando: "algum dia vou descrever esse poema..."

O único trabalho do poeta é se manter vivo. Todo resto é sua vida.

⁠Seja um poeta sábio com uma vasta experiência de vida e uma mente crítica e audaz quando alguém discutir posições políticas, doutrinárias e esdrúxulas ao bom senso da sociedade.

Sou Caipira

Sou pé na terra
poeta na estrada
mineiro da serra
e sua esplanada...

Eu vim do cheiro do cerrado
fogão de lenha, teto esfumaçado
lamparina, sem forro o telhado
chão batido, manhãs com mugido do gado.

Cresci no curral, junto de peão
viola, causos, anedota e mentira
nutrindo a inocente imaginação
sem que o tempo a aluíra

Sou araguarino, menino, alma cuíra... Caipira!

Carta de um poeta ao Papai Noel

Papai Noel
como criança neste cordel
te peço!
um presente no sapatinho
com apreço
um pouquinho de tudo que é generoso
dos povos: o amor, o ato misericordioso
sabedoria, onde possamos dar graças
afeição, fé, saudando todas as raças
muita paz, oração, muita alegria
nos livrando de todo o mal
embalados pelo coro celestial
de Boas Festas e, um Feliz Natal!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
Cerrado goiano, dezembro

O papel vazio
Encheu-se de lágrimas
O poeta chorava.

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