Poesias sobre o Corpo
Beira a insanidade.
Contorce-se, movimenta o corpo de forma estranha e incontrolável, como se não detivesse domínio sobre si.Espasmos súbitos, ligeiros.
Fita o vazio, os olhos vagam e a mente se perde em um vão de nada.
Tem derradeiras lembranças confusas e alusões sobre o porvir, mas sem conclusões.
Parece uma overdose espontânea, cuja causa é desconhecida, indefinida.
Todo o conhecimento adquirido obscurece-se de repente, esvai-se, adormece nos recônditos cerebrais.
Frequentes são os sintomas descritos acima. Beira a insanidade.
Talvez seja um dom: desprover-se da lucidez.
Talvez, no fim, enlouquecer seja o único jeito de sobreviver.
DOIS
Uma ideia
Calma e doce
Alma e corpo
Lua ao fundo
Finda o outro
Sem relevo
Contorna o eterno
Amor profundo
Na varanda
Dois corações
Dos corações
Que pulsam o mundo
Corpo a Corpo
William Contraponto
Teu cheiro chegou primeiro.
Nem palavra, nem nome.
Apenas pele
em estado de intenção.
Tinhas o torso do erro
que eu nunca quis evitar,
e um olhar de quem conhece
a língua dos labirintos.
Não havia futuro em nós —
havia agora.
Esse agora denso,
que se despe com os dentes
e se escreve no escuro.
Minhas mãos em tua nuca,
teus quadris contra o mundo,
e tudo o que não sabíamos dizer
se dizia ali,
em cada investida.
Não fizemos amor —
fizemos ausência.
Do que disseram que era certo,
do que juramos reprimir.
Fizemos vício,
feito dois animais
com pensamento demais.
Depois, o silêncio.
Não o constrangido —
mas o pleno.
Como quem sabe
que o que aconteceu
não precisa de legenda.
E quando partiste,
deixaste um rastro de ti
no cheiro do lençol,
e um pouco de mim
nas tuas costas.
Teus lábios são o fogo que me incendeia,
Um toque, um sussurro, a noite inteira.
Teu corpo é o meu desejo, minha canção,
Em cada curva, encontro a minha paixão.
Teus olhos me hipnotizam, são pura sedução,
Cada olhar é um convite à nossa união.
No calor do teu abraço, perco a razão,
E no ritmo dos nossos corpos, dançamos em combinação.
Quero explorar cada canto do teu ser,
Desvendar segredos que só nós podemos conhecer.
Na penumbra da noite, deixemos a luz apagar,
E que o silêncio fale tudo que temos a contar.
Cinco meses de amor e desejo ardente,
A cada instante contigo, sinto-me mais presente.
Prometo te amar com toda a intensidade,
E fazer de cada momento uma deliciosa realidade.
Então vem, minha Sapekinha, vamos nos perder,
Na dança do amor que nos faz renascer.
A vida é breve e o desejo é voraz,
Que cada toque seja um grito de paz.
O Bolo de Coco e os Dias da Semana
Por Diane Leite
Ainda deitada, com o corpo entregue ao travesseiro e a mente girando devagar,
ouvi a cena como quem assiste a um filme sussurrado pela casa.
Era manhã de domingo.
E por coincidência — ou delicadeza do destino —,
também era dia primeiro.
O bolo era meu.
Mas deixei meu filho de sete anos pegar.
Ele queria dividir com o irmão de vinte e um.
Só que o mais velho já tinha comido outro doce,
e eu disse:
“Come sozinho, meu amor. Esse é todo seu.”
E foi aí que a vida virou roteiro.
“Eu acho que eu não gosto tanto assim de bolo de coco…”
disse ele, pensativo, como quem descobre que cresceu um centímetro por dentro.
O irmão, curioso, perguntou:
“Mas que nota você deu?”
“Sete.”
“Por quê?”
“Porque hoje eu não tô gostando muito de coco.”
E o mais velho, com aquela sabedoria prática que só os irmãos mais velhos têm:
“Ah… é que você gosta de bolo de coco de segunda a quarta.
De quinta a domingo, você já não gosta tanto.”
Era domingo.
E eu sorri.
Porque entre uma mordida e uma conversa,
eles me deram a melhor metáfora para começar o mês:
— Tudo que é nosso pode ser ofertado.
— Tudo que sentimos pode mudar.
— E tudo que muda pode ser recomeço.
Na simplicidade de um bolo dividido,
aprendi de novo que o amor mora nos detalhes.
Que a escuta silenciosa é presença.
E que ser mãe é isso:
testemunhar o mundo sendo redesenhado todos os dias pelas palavras dos nossos filhos.
Às vezes, o bolo de coco é só bolo.
Mas às vezes,
ele é tudo que precisamos para lembrar
que até o amor tem gosto diferente dependendo do dia —
e tá tudo bem.
Porque amar também é isso:
respeitar o paladar emocional do outro,
e ainda assim, continuar oferecendo o melhor pedaço.
O teu olhar, Criança
Criança de olhar tristonho
Vejo teu corpo franzinho
Tua pele fresca mas nua
Quisera ser eu teu sonho
E, transformar-te em menino
Menino, mas não de rua
Rua que te viu nascer
Teus passos encaminhou
Crescendo minha amargura
É dor esse teu viver
A tua infância ficou
Presa na minha tortura
Infância que passa breve
Nesta vida malfadada
Pela falta de carinho
Transforma tua pena leve
Tua alma desolada
E, sê apenas Menino
Quero teus olhos risonhos
Criança que tanto amo
Afugenta a solidão
Quero embalar os teus sonhos
Que oiças quando te chamo
E, sentir teu coração
Em cada toque, uma faísca,
Teu corpo é meu mapa, minha pista.
Teus sussurros, um canto sedutor,
Despertam em mim um voraz fervor.
Teus lábios, doces como mel,
Me levam a um mundo paralelo ao céu.
Cada beijo é um convite ao pecado,
Um jogo ardente que não tem fim marcado.
No calor da noite, sob a lua cheia,
Perdemos a razão na nossa ideia.
Teus gemidos são música para mim,
E no ritmo do amor, dançamos assim.
Quero explorar cada curva e recanto,
Fazer de cada instante um momento santo.
Na penumbra do desejo, somos só nós dois,
Entre risos e suspiros, perdemos a voz.
Cinco meses de paixão e entrega,
A cada dia contigo, meu amor se apega.
Vamos nos perder nesse fogo abrasador,
E juntos escreveremos nossa história de amor.
Transbordava sentimentos, estava exposta de corpo e alma,
Jamais foi tão real, intenso, puro e verdadeiro.
Quando o coração se enche de amor e paixão de verdade
É impossível superar, é a vida te presenteando
Tudo é exposto; o amor, a raiva, o ciúme, a paixão...
Descontrole e intensidade
Desespero e dor
Felicidade plena e abandono.
AMOR INFINITO
Quando agradecer e perdoar
É libertar-nos de corpo e alma.
Quando agradecer e perdoar
É a melhor forma de amar,
o melhor para ser amado.
Quando agradecer e perdoar
É viver como Cristo Jesus.
Quando agradecer e perdoar
É amar e aceitar;
Cada ponto, cada ruga, cada lagrima, e sorriso.
Quando agradecer e perdoar
É ensinar e aprender.
Assim que te agradeço, te perdoo
Assim que te amo!
Sem liberdade de expressão, o ser humano vira autômato: corpo sem alma, programado para obedecer.
Perde a identidade, a capacidade de pensar e viver com autenticidade; restando tão somente o ser antes do sopro que o tornou alma vivente.
No calor da noite, a cama nos espera,
Teus olhos me provocam, a paixão é sincera.
Teu corpo é um convite, uma obra-prima a explorar,
E eu sou o artista que quer te desenhar.
Teus lábios são doces, um néctar a saborear,
Cada beijo roubado faz meu coração disparar.
Entre risos e gemidos, perdemos a razão,
Na dança do desejo, somos pura tentação.
Minhas mãos deslizam pela sua pele macia,
Cada toque é um fogo que arde em sintonia.
Nossos corpos se encontram em um ritmo frenético,
E a cada movimento, um prazer quase épico.
Cinco meses de amor e de ardor sem fim,
Você é minha chama, meu desejo mais íntimo.
Vamos nos perder nessa noite de paixão,
Porque ao seu lado, não há limites para a excitação.
parasitologia III
corpo
febril
toque
sutil
fado
senil
riso
infantil
a noite cresce
como micélio
nos cantos...
(fungos na alma)
infecção
vai além:
raízes
infestadas
de pústulas
negras
espalham-se
em dermes,
roupas
retratos
amores
vermes
e o que
por elas
passam
encontram:
pus
nos cantos
pretos
e lágrimas
no espelho
(rindo de nervoso)
toxina
exótica,
instinto
apático
oxida
a carne
rasga
a pele
delira
a mente
sempre desce —
e o tempo escorre
como seiva grossa.
(devagar enquanto apodrece)
pulmão afogado,
berros encharcados,
sonhos errados
em corpos fechados.
células morrendo,
estradas cedendo,
horas tremendo,
tempo moendo
e nada.
(só o ponto final,
como tampa de caixão)
Depoimento do Abismo – Parte II
Às vezes penso se algum dia fui algo.
Um nome. Um corpo. Um gesto de humanidade.
Mas essas memórias, se existiram, apodreceram sob o peso das águas.
O tempo aqui não passa — ele apodrece.
É um tempo imóvel, estagnado, onde tudo que respira morre em silêncio.
O que resta são vestígios de pensamentos,
ecos de uma razão que tenta sobreviver ao esvaziamento de si mesma.
Pergunto-me: o que é a dor quando não há mais corpo?
E descubro que ela sobrevive mesmo assim,
porque a dor é anterior à carne —
ela é a lembrança do que fomos,
a cicatriz deixada pela ausência de sentido.
Aqui, a consciência não se extingue.
Ela se estilhaça,
se parte em fragmentos que flutuam sem direção,
como restos de naufrágio num mar sem horizonte.
Eu os observo, esses fragmentos.
E cada um carrega uma versão de mim que não reconheço.
O que sou agora é um silêncio que pensa.
Um vazio que filosofa sua própria forma.
Compreendo, enfim, que o verdadeiro castigo
não é o fogo, nem o tormento físico.
É o excesso de lucidez num lugar sem realidade.
É saber demais num espaço onde nada tem nome.
Aqui, a única certeza que tenho
é que nunca sairei.
Não por estar preso —
mas porque já não há um "eu" que possa partir.
O rio Aqueronte não aprisiona.
Ele dissolve.
Ele absorve o que resta da alma até que a alma se torne ele.
E eu… já não sei se sou aquele que caiu,
ou apenas mais uma corrente fria
a arrastar outros para o mesmo fim.
Ser trans é sad
E ser trans e gay (assexual) ainda mais
Cheio de disforia por causa do corpo
Ódio pelos sentimentos e pensamentos
Estar pensando que nunca irá ter alguém
E saber que maior parte das pessoas só irão gostar de nós pelo corpo e não pelo que nós somos...
e foi nasruas do antigo
onde eu nunca cheguei a te levar
que eu percebi que meu corpo anseia por ti
que teu cheiro mexe com meu cérebro, mesmo sem perfume
deixa-me em êxtase
naquele dia molhadas de água salgada
quando vejo, já estou a abrir minha caixa
tentando buscar meu lar
eu disse que ficaríamos juntas
mas me pego questionando
se algum dia
tu vais querer voltar.
- depois de todo esse tempo, eu ainda te amo
O verdadeiro encanto não está no corpo sarado, na rotina regrada ou na estética impecável — está na mente por trás disso tudo. Porque disciplina seduz, foco fascina, e a força de vontade, essa sim, é um afrodisíaco raro.
Não é só sobre levantar peso ou contar macros... é sobre levantar todos os dias com propósito, encarar os próprios limites e, mesmo exausta, continuar. Isso é sexy. Isso é poder.
E quando alguém treina o corpo com tanta entrega, é porque a mente já venceu batalhas que ninguém viu. O tesão começa aí — na admiração silenciosa, no respeito que nasce do esforço, na mente que brilha muito antes do suor.
Corpo atrai. Alma segura. Mas é a mente — essa mente forte, indomável, determinada — que vicia.
O que é o amor, afinal?
Uma resposta do corpo? Um impulso vital?
É paixão que aquece? É sentido profundo?
Ou é só o mistério que move o mundo?
Para mim, o amor é semente lançada,
Que não brota em qualquer jornada.
Precisa do solo certo, cuidado e intenção,
Água na medida, calor, conexão.
Se a terra não for bem preparada,
A colheita será limitada.
E mesmo com zelo na plantação,
Sem cultivo constante, se perde a estação.
Somos todos semente e chão,
Conteúdo e recepção.
Solo fértil para o outro florescer,
E esperança viva de também crescer.
"O que a cabeça absorve, o corpo revela.
A mente guarda, o corpo traduz.
Cada pensamento é semente —
e o corpo, o campo onde floresce ou adoece.
Se há angústia, os ombros pesam.
Se há medo, o coração acelera.
Mas se há calma, a respiração dança leve,
e a pele sorri sem saber por quê.
Cuida do que cultiva por dentro —
pois tudo o que vive na alma,
um dia, o corpo conta em silêncio."
IV. Quando o corpo tateia e a alma enxerga
Há momentos em que os olhos nada veem. O mundo parece apagado, a esperança, adormecida, e cada passo se torna um gesto de fé. É nesses instantes que o corpo tateia, mas é a alma quem enxerga. A luz que conhecíamos se apaga, e outra, mais tênue e interior, começa a brilhar no que parecia ruína.
A visão sensível não se faz pela retina, mas pela escuta do ser. Enquanto a claridade nos permite perceber o outro, é na escuridão que finalmente percebemos a nós mesmos. O silêncio se adensa. As certezas escorrem pelas frestas. E tudo aquilo que julgávamos possuir, controle, sentido, direção, revela-se areia entre os dedos.
Mas não é desespero. É transformação. Como o casulo escuro onde a lagarta, sem saber o que virá, dissolve o que era para que algo possa nascer. Como a noite do deserto, onde nenhuma estrela aparece, e ainda assim o viajante segue, guiado por uma memória que não é racional, mas ancestral.
A alma, ao atravessar o escuro, descobre que a luz não é destino, é consequência. Ela não é buscada, mas acesa, no ritmo do amadurecer invisível. E quanto mais o mundo apaga seus refletores, mais a centelha silenciosa ganha força dentro de nós.
Há momentos em que a alma pede silêncio, e o corpo clama por descanso. E é ai que o final de semana se revela não apenas como um intervalo na rotina, mas como um presente sagrado, para deixar de ser escravo do relógio, para agradecer a Deus pelo milagre da vida, é o momento de respirar fundo, saborear a vida, ouvir o canto dos pássaros, colocar a conversa em dia com quem se ama, abrir um bom livro, cozinhar sem pressa rir com, sem motivo, e simplesmente existir, sem
metas, sem cobrança, apenas sendo.
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