Poesia te Perdi
há sempre algo, para além do ver-se
o que para além do verde, é espanto
e tanto, que só sentindo pode ter-se.
como se cada cor custasse doer-se...
de que valeria a dor, sem sentirmos
se só sentindo faz do Ser, ser-se...?!
e no entanto, sentir-te é o espanto
o acalanto que de tumulto se veste
esta esperança... este supor-te...!
Sei bem tudo que já errei,
mas errei querendo acertar,
a vida ensina e agora sei,
com ela não posso brincar !
Eis uma vaga trova,
bem leve, e como vaga,
a minh'alma renova,
meu coração ela afaga!
Penso num vago amor,
vagando sempre sozinho,
do qual se pode supor,
vago amor, vago carinho...
O que me faz voar
são as asas da imaginação.
O que me faz pousar
é a força da criação.
O que me faz ficar
é o amor no coração.
Borboleta de asas um tanto quebradas,
sempre presa num mesmo lugar,
quando curar-se e tiver liberdade,
será que ainda saberá voar?
A sombra se encanta pelo sol todos os dias, segue-o pelo chão, rasteja na saudade a cada novo crepúsculo,
quando em alquimia transforma-se em noite cálida,
até o alvorecer,onde tudo recomeça
desde a eternidade do tempo que não sabemos,
sombra e luz,
sol e lua,
você e eu,
tão perto e tão separados...
Nos teus olhos verdes o verdor das hortaliças, realça o floral das melissas o sal da terra...
Ternura é verdes vaga-lumes sob o frescor da noite, sobre as verduras, veres dentes de leão sem flor.
Terrenos felizes
no sereno da noite ou no crepuscular
quando lá pela tardinha sabiás
se deleitam porque já ar de tarde
inunda a atmosfera terrestre
é que o celeste nos concede
o belo que nos embriaga
e logo mais nos traga
feito um dragão-de-komodo
o ocaso do dia que não tarda
um lindo pôr do sol num êxodo...
e vou aguardando por aqui
no céu do meu lugar
um motivo a mais pra sonhar
um dia para agradecer
amor e amar para amanhã ser...
Amor.
DIALÉTICA
Qual minha linha poética?
Linha poética?
Não a tenho...
tenho a alma poética.
Serve?
Em mim a poesia nunca se conclui
Estou sempre me transfigurando
Hoje crisálida
amanhã
perversão...
...Amor
revolta
ilusão
Sonho
Melancolia
Raiva
Utopia
Borboleta?
Quem poderá saber?
Sou tantas no poema, meu bem...
E o poema é tudo em mim!
Ele me liberta de todo
Pré( conceito)
Não o escrevo para agradar à ninguém
Não o escrevo nem mesmo para me agradar
É uma necessidade. Entende...?
Varro as madrugadas em busca constante do poema
Sou dependente do poema
Das suas leituras de mim
Perdoem-me por eu ser assim...
Intensa demais
Loucura demais
Dor demais
Afeto demais
Amor,
ah, se soubesses...
Quanto amor
Demais!
Mas não sabes
E nem poderás, jamais
saber...
Mas não importa
Não muda nada
A poesia em mim é tudo o que sou
O que fui um dia
e o que talvez nunca venha a ser!
Razão de ser...
No mais
nada mais a dizer...
Elisa Salles
UM POEMA CHEIO DE RAIVA
Só de raiva vou escrever
Vou escrever a raiva de não alcançar o poema
De não ter visto poesia alguma no meu dia
Por não me deslumbrar ante a vida, hoje
Por não enxergar o sol atrás das nuvens escuras
Por me deixar intimidar pela ausência do toque
Do beijo
Do abraço
Do carinho
Da afeto
Pela ausência da tua transparência
Pela ausência do teu desejo
Pela ausênsia do teu amor
Que imenso terror ser poeta de dor!
De melancolia
De nostalgia
De noite fria
De cama vazia
Até mesmo de boemia
Que Azia!
Dói-me o estômago até o âmago
... Ser poeta de saudade
Ser poeta que escreve o que sente sem fingir
o verso que sente em verdade.
Somente por raiva escrevi este poema horrível
E não vou termina-lo com leveza alguma
Hoje não houve levezas
Nem ventos nas roupas nos varais
Nem o cantar de pardais
Nem a panapaná à revoar sobre a margarida
Hoje não houve vida
... Juro,
não houve
Ou não vi ( se houve)
Ou não senti ( se houve)
Só esta raiva de não ter tido tua presença
E esta ausência é a ausência de tudo
Porque tu és tudo
Alheio à ti,
esta raiva,
este dia cinzento.
Nada mais.
Pronto,
só de raiva escrevi.
DESVELO...
Venha querido
Vem amar-me em meio às estrelas
Não peça permissão às horas,
nem à Deus
...nem à mim.
Ama-me mesmo quando eu não disser sim.
Tu entendes os meus silêncios
Ouves o meu olhar como ninguém mais
Entendes o dialecto do meu corpo
Decifras todos os meus enigmas
Tu, meu doce bem,
é todo o bem que há em mim!
E quando eu estiver quieta
faça festa nas minhas entrelinhas.
Estando eu séria, borda sorrisos na minha boca
com a boca tua...
Cheira meus cabelos
Beija a ponta do meu nariz.
Ternura que eu sempre
quis.
...E quando eu estiver pronta, me leva às nuvens,
tão alto, tão alta,
embriagada na tua saliva,
inocentemente lasciva,
eternamente cativa
do amor teu
nos versos e mundos meus.
Sim meu bem...
Ama-me até a lua se despedir do céu de breu
e o sol nascer nas curvas do meu corpo saciado,
devaneado,
pelo apego teu.
Elisa Salles
( Direitos autorais reservados)
Te amo tanto que dói
amo que arde
é amor sem fundo
amor sem fim
sem mundo
amor sem tamanhos e nem dimensões
amor sem comparações
DIGA QUE ME AMA
Meu amor...
Mesmo que seja mentira
ou.. Sei lá, desvio, curto pavio,
quem sabe, ato mesquinho...
Diga que me ama...
A razão... A razão não importa!
Seja para varrer, abaixo do tapete
ou para se esconder atrás da porta
mesmo que não seja de você essa trama
... Se você não se importa em dizer,
então diga... Diga que me ama.
Primeiro de abril, ou não...
Eu não me importo a razão
essa frase... Eu te amo
invoca-me, me toca como cartas de tarô
e eu fico assim... Como cores de primavera
feliz, como despertar de um pesadelo,
desabrochar de uma flor,
ou, sonhar com o mundo inteiro,
diga que me ama
... Esse dizer de amor...
É bacana, e espairece a minha dor.
Antonio montes
SAUDADES SECAS (soneto)
Saudades secas, no cerrado, banham
De lágrimas as lembranças já findas
E assim choram, tristonhas, e choram
Enxugando o soluço em sujas nerindas
Quando entardece as noites revindas
É hora de preces que os céus imploram
Oram de mãos postas, e ali tão pindas
Que tristuras secas, molhadas choram
Ao juntar estas secas dores na oração
Em vão as rezas murcham na emoção
E as saudades bebem fel na cacimba
São nostalgias que vivem de ilusão
Choram, oram, imploram recordação
Se quando no peito esquecer catimba
Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Março de 2017
Cerrado goiano
SEU SUMIÇO
Eu estava inteiro
quando você partiu...
Me partiu a sua ausência!
separando-me ao meio
me dividiu em pedaços
e acabou com meu inteiro.
Hoje...
Eu tento ajuntar meus cacos
Mas depois que você sumiu...
eu me caço, mas não me acho.
As vezes, te encontro no sonho
e n'aquele sonho de encanto
cai as lagrimas do meu pranto
só porque... Te amo tanto.
Antonio Montes
CALAR DE AMOR
Beija-me, como beija um beija-flor...
Esse néctar, esse aroma florido
esse doce, do doce amor.
E como uma flor de rosa
abrocharei, a prosa da alegria
nesse momento de esplendor.
E no aroma desse dia
flutuarei com meu sentimentos
sobre o céu da nostalgia.
Beija-me como beija um beija-flor
no calor desses lábios fartos
que por ti, cala de amor.
Antonio Montes
O ÁLBUM
No álbum da minha saudade
você estava lá...
Toda linda em sua foto
troce-me lembranças d'aquele amar.
Do tempo que registrou-se
... Fiel no meu coração
do sorriso que apagou-se
no dia que me disse, não.
Hoje, o álbum me leva
nas recordações do passado
flechando-me como se fosse fera
no amor inconformado.
Antonio Montes
VERDE ESMERALDA
Seus olhos são...
Duas esmeraldas de verde encanto
que com seu fitar me encanta,
és dona desse atirado fado
e desse meu escorrido pranto.
Me perdi no seu olhar
essas minas que me fascina
cintilando o meu amar
estonteando a minha rima.
Antonio Montes
BI-TREM DE POEMAS
Quantos poetas...
Quantos poemas?!
Poetas lendo poetas
poemas que ninguém vê
poesias estão sem tema
hoje, ninguém mais que ler.
E o peso de uma pena!
Ai, que pena, ai... Que pena...
Poema agora sem treinar
navega por alem mar
entre hiatos e novena.
O arco-íres, agora sem cor
o céu esta sem diadema
estrofes estão incolor
nesse bi-trem de poemas.
Antonio Montes
TÃO SILÊNCIO
De repente... Silenciou
mas um silencio, tão silêncio!
Que chegava ser intenso
o bradar d'aquele silêncio.
Um silêncio d'aqueles que...
O ar, deixou de fazer zoada
e nada, nem ninguém
ouvia nada.
Antonio Montes
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