Poesia te Perdi
A POESIA É UMA PROSA
Mas como não entreter se a poesia é prosa
Um momento singular, feito duma quimera
Da flutuação e uma imaginação em espera
Ora triste, ora contente... mas harmoniosa!
Assim, cada verso, naquela direção airosa
Cheio de cheiro, do colorido da primavera
Que o encanto de um bardo nos assevera
E, sempre duma existência, a rima jeitosa
Ah poeta! Da poesia um criado e senhor
Num só sonho de inspiração a compor:
Desencavando a sensação inteiramente
Palavras da entranha que alegram o triste
Ou que entristecem a alegria, mas insiste:
Naquela emoção que prosa à toda a gente.
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
05 julho, 2022, 16’14” – Araguari, MG
RELÍQUIAS
Nestas velhas páginas amareladas
Duma poesia de outrora, de amor
Retalhos das prosas tão choradas
Sussurro em verso, versos de dor
Relíquias... eram ilusões doiradas
Que cá versam nostalgia e clamor
Os restos de poéticas enamoradas
Num soneto sofrente, sem pudor
Ai! verso a verso, vai, e tudo parte
A ideia se apaga, e vem outra arte
Nas lembranças, que doridas são!
E, passo a passo, que se esquece!
Tudo envelhece! e assim, fenece...
Deixando o seu cunho no coração!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
03 agosto, 2022, 05’40’ – Araguari, MG
ENTRELINHAS
Se o ledor pudesse ler as entrelinhas da poesia
Minha, que cada surpresa do fado me reservou
Entenderia os suspiros, a dor e toda a antinomia
Dos versos agridoces, que no meu versar chorou
A desdita está em cada poética, tanta a agonia
Imbuídas naqueles perdidos sonhos que sonhou
Cada desejo, num gesto que não era de alegria
E sim, apertos no peito, que o causar idealizou
Poeto sentimento, o sentimento inteiramente
E nunca indiferente, e tão pouco eternamente
Devaneio, amo, idealizo, busco ir sempre além...
Porém, do calvário não se pode ficar sem nada
Cada qual com seu traçado e com a sua estrada
Tudo passa! E do destino aquele servo e refém!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
04 agosto, 2022, 20’22’ – Araguari, MG
SONETO INCOLOR
A poesia, que um dia me cobriu de amores
Hoje silente na sensação e tão cheia de não
Entoando transgressão pra versos pecadores
Tão perdidos e tão desamparados na solidão
Inquieta. Mas vai aonde o romantismo fores
Pra então sentir e auscultar a voz do coração
E assim carregar os poemas e as singelas flores
Do jardim da imaginação, sem morrer a paixão
Dores, rumores, temores, no versar presente
Que deixa a rima despovoada, nua e ausente
Quando se só queria a emoção dum amador...
Na sofrência que voa duma dura imaginação
A tristura, chama está, duma rude desafeição
Então, poetando o acaso num soneto incolor!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
11 agosto, 2022, 20’40” – Araguari, MG
PERDIDO AMOR
Na poesia, eu te chamava com teimosia
Saudando-te com um tal próprio jeitinho
Eram versos de sentimento e de alegria
Que nos quais eu te sussurrava baixinho
Era uma sensação que, muito, eu sentia
E já sabia da emoção que viria, carinho
Pois, em cada rima, de ti uma melodia
Urgia e, o tempo passava devagarinho
Por onde andara meus versos agora?
Sem ti, se só há lembrança de outrora...
Então, um aperto na alma, um ardor
E, aquela atenção que era companhia
Que trazia cheiro, agora, é prosa vazia
Tentando esquecer um perdido amor!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
16, agosto, 2022, 19’46” – Araguari, MG
UMA MANEIRA
A cada prosa de uma nova poesia
A doce poética se revigora vigente
Enche a profunda obra de quantia
Onde cada sensação nunca mente
É muito bom a gente ter cadência
Sussurros da imaginação, a sonhar
Naqueles versos cheios de essência
Pois, serão ao poeta o valioso lugar
Amar, e amar, o inevitável segredo
Da trova que quer a afeição suspirar
Versado com a variedade sem medo
Um enredo, um sentido, uma maneira
Pra acelerar a emoção e fazer delirar
Senão, estás a perder a prosa inteira...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
20 de agosto, 2022, 21’20” – Araguari, MG
VERSOS ETERNAMENTE
Hei de poetar os versos eternamente
Do amor, e cantá-los em doce poesia
Para que se possa ter no que se sente
Um sentimento de quantia, de alegria
Assim, em busca da essência secreta
Do afeto, e a tal atraente companhia
Vou com emoção do romântico poeta
Pra na prosa escrever o amor de valia
E, então, neste caminho de paz e bem
Não me esgote o talento e a inspiração
Que d’alma no versar eu tenha paixão
E não seja, nunca, uma falsa sensação
Que tenha mais cor, cheiro e plenitude
E não aquela trova indiferente e rude...
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
26 agosto, 2022, 13’03” – Araguari, MG
MALQUISTO FINAL
Vejo a minha poesia sem ousadia
Quando olho a poética no cinismo
Carregada de acaso, de ceticismo
Toda revestida de pouca quantia
Sem outra escolha e companhia
Sem um sussurro ou um lirismo
Enodoada de incolor simplismo
Que tanto põe minh’alma vazia...
Vou de uma sensação bucolista
Nos versos contendo a saudade
Onde chora a essência do artista
Então, tão cheio de árduo ritual
O soneto é bruto e pela metade
Assim, tendo um malquisto final.
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
29 agosto, 2022, 21’15” – Araguari, MG
porfia
cadenciado, um pingo e outro
porfia quantia
a chuva no cerrado
refrescante poesia...
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
30 agosto, 2022, 05’48” – Araguari, MG
À REVELIA
De um amor, o capital fragmento
Da traição, nada, nenhum pedaço
A apaixonada poesia, tento o passo
E, em um compasso, o sentimento
Os acasos, então, ficam ao relento
De caso a caso, sedução, o espaço
Na conquista, também, no fracasso
Criando suspiro, sonhos e lamento
Assim caminha a variegada emoção
Do fado, cheias de veloces olhares
Onde há causa de um sim e do não
Aí, inventa e reinventa o outro dia
Imaginando a tão mágicos lugares
Para aí traçar sensações à revelia...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
31 de agosto, 2022, 05’05” – Araguari, MG
DA COXIA DA POESIA
Só quando os olhos cerro, sinto a poesia
Suspirando em uma prosa cheia de ilusão
Os tons marcantes duma doce imaginação
Perdidos nos sonhos, em uma poética via
Só quando cerro os olhos, vejo a fantasia
A tudo esqueço e sussurro com emoção
Pra não acordar aquela singular sensação
Onde é sentido, e não apenas o que seria
Só quando os olhos cerro, vejo o alheio
Amor, por entre o agrado e a sabedoria
Nada ou pouco quero se for sem anseio
Só quando cerro os olhos, que há quantia
N’alma, nos poemas, sem nenhum custeio
Tudo pegado de dentro da coxia da poesia
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
07 setembro, 2022, 17’12” – Araguari, MG
NARRATIVA
Sobre a folha, aquela poesia plural
No verso, sentimentos empilhados
Nas saudades, os suspiros arfados
Na quimera, a ventura sem igual
E, tudo, numa poética sentimental
De especiais eventos, ali pintados
Em cadencias e tons apropriados
Dando a escrita um traço visceral
É dum sussurro com certo legado
Cochichado de um intimo secreto
De um momento, assim, inspirado
Então, a poesia, se faz num trajeto
E o poeta não mais se senti calado
Narrando as sensações no soneto!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
16/09/2022, 20’53” - Araguari, MG
DURA PARTICULARIDADE
Sinto um suspiro forte que percorre
Por toda entranha da minha poesia
Quando nos versos vejo a analogia
De amor e dor, se fé qualquer acorre
Sinto cada poética quando morre
E rouba do espírito a farta alegria
Se nem da esperança tem tutoria
Se de abandono se tem um porre
Sinto não ter a inspiração valorosa
E sim, a severa, rude e tola escrita
Quando só quer ter prosa amorosa
Sinto aperto, uma sensação ermita
Cá no peito, duma solidão teimosa
Ah! dura particularidade, sem dita!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
17 setembro, 2022, 12’10” – Araguari, MG
ARCA VELADA
Guardei na poesia os meus segredos
As saudades, lembranças. o que pude
Tranquei na cadência aqueles medos
Na rima, a tal dor, asperamente rude
E, fui buscar o que não tinha, amiúde
Aquilo que apraz, os olhares, os ledos
Ai, conservei nos versos a boa atitude
Mas, muitas me fugiram pelos dedos
O momento, passou breve, rude sina!
Assim, como a inspiração que ilumina
Mas, a esperança sempre apaixonada
Ah! quanta poética sensação arquivada
Nesta arca velada... ah! quanta rotina!
Versando paixão e a alma enamorada!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
19 setembro, 2022, 17’37” – Araguari, MG
EM CURSO
Nosso fado é uma poesia inacabada
Uma sedução de pluralidade na vida
Rimas indefinidas e epopeia velada
Arrematada de chegada e de partida
Nos inspiramos a cada uma alvorada
Em cada poética há palavra incontida
Cheia de sentimento, contos de fada
Ou não, talvez, uma cadência ferida
É a narrativa do tempo num existir
A estória num sentido inteiramente
Mesmo que não saibamos, sentir...
E tudo é breve, prosápia, vai tendo
Quanto caso tem em uma saudade
Quanto drama em cada odes sendo
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
20 setembro, 2022, 15’17” – Araguari, MG
COM SEQUÊNCIA
O verso nasce, assim, se tem a poesia
Tem magia, utopia, agrado, inspiração
Sem deixar a ilusão e aquela sensação
Num alfabeto do coração, em quantia!
O verso nasce, assim, se tem o encanto
Aquele canto em voo rumo a docilidade
O pranto sussurrando ao poeta saudade
E a cadência saciando o travador, tanto!
Que assim possa, quando o verso nascer
Ter em um sentido, ir além, e o pra valer
Completando cada estrofe com essência
Pois, o tudo se tem, e nada é terminante
Na bagagem apenas o que for importante
Numa poética de emoção com sequência...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
23 setembro, 2022, 13’42” – Araguari, MG
UM DIA VIRÁ
Um dia a poesia virá, tão poeticamente
Vibrante, luzidia, contente e fascinante
Ao ter um romance na prosa da gente
Ateando o coração, aquele de amante
Há de ser duma maneira tão diferente
Repente nos versos, inteiro no instante
Tendo na redação o tal afeto que sente
Sussurros, ao ledor, então, alucinante!
A poesia narrada com toda a emoção
Com cânticos de sensações a compor
Contendo rimas de prazer, tão assim!
E, nessa suave e tão afável inspiração
A flor do verso a saber o que é o amor
Na qual, a poesia, um dia, virá, enfim!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
25 setembro, 2022, 17’16” – Araguari, MG
TRISTURA (soneto)
Triste é redigir a poesia, com sofrência
Daquele amor que se conheceu um dia
O amor inteiro, de cortesia, de quantia
Vê-la desvaísse sem qualquer anuência
Triste é ter prosa na saudade, chateza
Daquela ausência que já fez suspirar
Do coração calado, outrora a palpitar
É ter o verso murmurante de tristeza
Triste é tanto silêncio, falta no versar
É o amor sem a poética para se amar
São os cânticos poetizados com ilusão
Triste é a recordação sem recapitular
A inspiração que não quer mais falar
É redigir a poesia, triste, sem paixão!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
24 setembro, 2022, 22’05” – Araguari, MG
SEM CULPA
Na poesia se alivia o estado de pecador
Com os versos molhados em um pranto
De uma paixão, do ciúme, dum amargor
Completando a alma com prazer, tanto!
Tivesse a poética o afago, o dado amor
E tudo mais de um olhar, o seu encanto
Se fosse a prosa perfumada, com ardor
A sensação seria e não mais entretanto
No alívio no cântico, a arte e a fantasia
Que transborda em uma rítmica magia
De sentimento sem qualquer desculpa
Então, pulsa na poesia um lírico sonho
Imaginado... Com aquele valer risonho...
Doando ao poeta, calmaria sem culpa!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
29 setembro, 2022, 11’46” – Araguari, MG
ENLEVO NA POESIA
Não quero por saudades na poesia
Quero é ter nos versos só sensações
Aquela alegria com ternas emoções
E um pouco de poética em quantia
Não quero por tristuras com clamor
Na prosa, eu quero a rosa, a paixão
Para, então, com a sorte ter razão
E, assim, narrar em versos, o amor
Preciso da poesia causando sentido
Não aquele sentimento tão dividido
Quero um olhar, os gestos, enfim,
Ter os cânticos sensíveis e o agrado
Sem temores, sim, o enlevo velado
Aí, tendo-a eu, e ela tendo a mim!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
29 setembro, 2022, 21’46” – Araguari, MG
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