Coleção pessoal de Eusoul

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a faísca que de ti,
há em mim
fez uma pequena balbúrdia esta noite
breve, distante e sem cor.
corroeu um pouquinho da minha alma,
mais uma vez.
reli teus versos pra ver se há alguma
faísca minha em ti,
mas:
lembrei que de ti
[é só dor].

É trágico
Quando o pensamento foge
Desnorteia
E agarra
A profunda solidão rodeada.
Rodeada de pessoas e seus vazios.
Rodeada de um mundo
Que por ventura
Esqueceu a mim.
É tão triste agarrar-se
A tantos futuros
E infundáveis
Acontecimentos.
É tão terrível comparar-se
Com mulheres otimistas
E fogosas.
É degradante
Olhar seu reflexo
E ver apenas um corpo
Ali.
É assustador
Perceber-se em meio a uma escuridão
De si.
É a partir daí
Que um sentimento
Silencioso
Se acumula em seu coração
Este, encrosta em seus cabelos
E desce em direção aos pés
Rouba o brilho
E virtude.
É definhar
Em meio a tanta vida.

Queria morrer de excesso
De ódio
Da pior doença
Da maior dor
Ou mesmo,
De amar
De amor.
Mas é o vazio quem me consome.

Sinto um vazio que esgoela
Uma ânsia de tanta coisa
Que nem se nomeia mais
Sinto
Que sentir é tão sufocante
É tão estressante
É tão degradante
É mórbido pensar assim
Mas, infelizmente,
É tudo que me resta
O vazio é o que me sobra
E da sobra,
Tem seu dedo.
Embora,
Busque vertentes
A maneiras diversas
É volátil que me torno amarga.

Ébria
E cheia de medos
E cheia do teu ser.

O olho rente a face
É a chama que evoca.
Permita que a chama
Torne o mar tranquilo
Em fogueira d'agua.
Permita que a chama
Evoque todos os espíritos
Da coragem.
Permita que a chama
Corrobore
Permita permitir-se ao incerto,
Ao erro tórrido.
A tempestade de sangue, de anjos.
Permita que haja o arrependimento possível
E só dessa maneira, Haverá
Haverá:
O pulsar
Violento
O excesso de vida.

Olho no Olho:
O tempo, outrora volúvel
De fato, nessa primavera
Te fez poesia.
E parou.
E não houve tempo maior que tu.
Quem dera, nosso
O tempo.

Paira:
Das complicações amorosas;
O infame persuasivo.
Dele, os pelos mais grossos,
A barba mais bonita.

Senhor,
Se afastar-se-á, que seja breve.
Embora, se não o pretende,
Sugiro: que cole em mim.

Enquanto a noite se transmuta,
Das horas:
Que escorrem nos dedos finos,
Vejo vultos que não condizem com teu semblante.
E sinto falta do badalar da noite mais madura
E a falta da voz que titubeia.
É como se todo o momento virasse um quebra-cabeça inacabado.
E depois de um tempo, tornasse mácula indeterminada.
Até fizesse perder o gosto das coisas.
A culpa é inteiramente dos anjos,
Mas prefiro deixar todo o peso em suas costas.
Agora,
Meus únicos momentos de reflexão:
Eu, você, nós dois.

A cá estou:
Sem nenhuma prontidão.
Quero arder e gritar tão alto.
Quero ver o fogo surgir do asfalto,
E do mais chorar de sorrir.
Quero apalpar teu olho,
Cheirar tua alma.
E do mais, pular lá de cima.
Só pra sentir a cara na brisa.
Quero ressucitar dessa morte desmorrida,
Dessa vida de escriba.
De viver uma vida alheia,
De sentir um sentimento extinto
E do mais, não explorá-lo.
Isso é tão perda de tempo.
E do mais, mas dezoito.
Tão nova e velha quanto as capitanias:
Tem-se vida e a deperdiça.

O Coração Risonho

A tua vida é a tua vida
Não a deixes ser dividida em submissão fria.
Está atento
Há outros caminhos,
Há uma luz algures.
Pode não ser muita luz mas
vence a escuridão.
Está atento.
Os deuses oferecer-te-ão hipóteses.
Conhece-las.
Agarra-las.
Não podes vencer a morte mas
podes vencer a morte em vida, às vezes.
E quanto mais o aprendes a fazê-lo,
mais luz haverá.
A tua vida é a tua vida.
Memoriza-o enquanto a tens.
És magnífico.
Os deuses esperam por se deliciarem
em ti.