Poesia Sufoco no Peito
A pressa...
Eu já tinha uma expectativa estruturada aqui
Guardada, plantada, bem lá no cantinho do meu ser
Mas veio a pressa...
E arrancou tudo de uma vez
A pressa de viver algo novo
A pressa de estar com quem tanto desejo
A pressa de me lançar na leveza depois de tanta escuridão e cansaço...
A pressa de escrever uma nova história, um final feliz...
A pressa de contagiar cada canto da memória
A pressa que veio da surpresa por perceber
Que eu poderia me abrir de novo, amar de novo...
Ela trouxe e levou tudo embora
Deixou vazio o que não era mais vazio
De novo...
Não me deixou ver o fim nem o início
Ela me deixou aqui, com a planta arrancada na mão
E a alma, sangrando
Ela te levou de mim, sem mal ter me deixado ver você...
Não era tudo isso...
Vivi o que já estava ali
Plantado pra eu viver
E assim como canal que sou, deixo ir
Me calo, me recupero e me guardo...
Grata por ser
Por querer, por ver
Por ter tido a coragem de viver
De ter dado a cara pra bater...
Entrego tudo com cuidado
Com o que a memória vai trazer
O que eu escolho lembrar
O que eu escolho esquecer...
E na banalidade
Do que não houve pra se dizer
Fico com a resposta
Que era evidente de se ver...
Que no início o fim foi visto
Que no nada o tudo foi vivido
Que no fim não era tudo isso...
Basta somente uma gota do teu olhar,
Na minha simples realidade,
Para que meus olhos possam enxergar,
A verdadeira felicidade!
Rodivaldo Brito em 20.10.18
"ANTÍDOTO"
Não me deixei só
Não aprenderei viver sem vós
A tristeza que existe em nós
Seja o bastante
Um olhar um abraço
A vida num instante
Tudo faz sentido
Melhor antídoto
Amar a pessoa
Que
Está
Do nosso lado
Sobre quem canta aqui
Hoje quem me socorre é Renato, por Cássia
Tem dia que é Lulu, Bono, The Edge
Até Bruno às vezes...
Na maioria dos dias Roger, Eddie e cia. me cobrem
Me acalentam
São meu alento...
Tiê também, com a sua linda história confessa
Me ajuda a entender que não há uma face escura na lua
Que a lua é, em si, toda escura
Porque quando ouço as sirenes
Ouvindo circos tão profundos
Vejo que o templo está em ruínas
Mas o amor é maior do que qualquer coisa em seu caminho...
Quando o sol está se pondo
Vejo que é de você que aprendi a sentir falta
E ainda que amanhã não seja nada disso
Cabendo só a mim esquecer...
Mesmo com motivos para não desistir nem tentar
Eu poderia ficar
Para que o dia tornasse tudo isso real
Nem que fosse por um minuto...
O amor metafísico, o maior devaneio
A certeza que existe nas incertezas
A dialética entre inteligência e beleza
O meio termo entre sanidade e loucura
Sendo a destruição e também a cura
A capacidade de ser intensa em todos instantes
Habita minha mente mesmo distante
Me mostra o mundo, os fatores resultantes
Em conseguir lhe compreender sem nada saber
É o amor em crescimento exponencial
É o fenômeno raro, a felicidade constante
Um número infinito de incógnitas no seu ser
Todas motivos para delírio, motivos sólidos
Nem o maior gênio consegue refutar
Em tudo o que você é, só resta o prazer de te amar.
Escrever , escrever , escrever
é acreditar cada vez mais no que não se vê
abastecer o tanque lírico do coração
estancar o vazio que mora no fundo
do fundo da alma sempre a gotejar
é inventar mentiras aladas e
dar voz ao silêncio que habita nosso ser
ser outros , ser muitos
ver ... crer ... escrever ...
Tombei distraidamente
no azul do dia
e me perdi em seu olhar de luz.
Das nuvens que fugiram sorrateiras do céu
ouço a cantiga do vento e em seus acordes me embalo
como a criança no balanço do parquinho da praça
sem pensar em nada.
Só o instante interessa:
o raio de sol que aquece o corpo
a palavra amiga que acaricia a alma
a sentimento infinito de ternura e mar.
O amor, jamais prescreve ...
E é o sonho que nos move
silenciosos ou estrondosos
será que chegaremos?
E é pelo sonho que vamos
esperançosos ou descrentes
será que um dia há de ser?
Há que se renovar a fé no inominável
acreditar no brilho do inexplicável
ter confiança na força do acaso
alimentar a alma , o coração
sorrir diante do imensurável .
Sonhar. Crer. Sonhar. Partir. Ser.
Até que não sejamos mais que
uma lembrança no azul do tempo.
Toda vida
observando lirismos:
tantos versos ...
Toda via
acalentando pensamentos:
tontos devaneios...
Todavia ,
sucessão de casualidades
passam
e a vida além espaça ...
Muito além daqui estrelas ecoam palavras
coração as digita no azul do infinito ...
" A vitória para alguns é apenas um detalhe, para outros o esforço de uma vida.
Fazer valer, essa é a maior conquista...
VANITAS
Só, em silêncio, a inspiração tímida e fria
Poeta... A prosa sai tremulante e inquieta
Rascunhando a estrofe em uma linha reta
De ilusão secreta, dor e suspiro em agonia
Febril, sua o devaneio, amotina a euforia
Bravia a alma grita, palpita, e então espeta
O nada, por fim, quer ser qual um profeta
Iluminado, falante e de alucinada idolatria
Poeto... cheio da minha imaginação cheia
Nascente do meu mais abismo profundo
E desagregada das paredes da teimosia...
Farto, agora posso descansar a cavalaria:
As mãos nervosas e o coração moribundo.
Arranquei-ti-ei pra vida, vivas tu ó poesia!
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Outubro de 2018
Cerrado goiano
Olavobilaquiando
DE UM TEMPO POÉTICO
(23.10.2018).
Acaba que meu interior
Vem contemplando a noite
Que se mistura ao seu verso,
E ao seu modo de viver a vida.
Abre-se então, a realidade da história,
No qual traz em si as filosofias ideais,
De um tempo poético das catedrais,
Em meio ao mundo mergulhado na paz.
ESSÊNCIAS DO AMOR
(24.10.2018).
Entro em mim, e tento compreender
As flores plantadas no meu jardim!
Entretanto, vejo bem mais do que isso.
Consigo perceber as essências do amor.
E não tenho medo de contar que,
Ainda necessito de transformação humana,
Para bem poder vivenciar toda as alegrias,
De não esquecer do lugar a qual nasci.
Assim como as ondas, sucedendo-se e borbulhando até junto às areias do mar...
eu louvarei a Deus nessa alegria,
por tudo que dele recebi,
pela visão que tenho da vida,
mesmo aquela que a minh'alma não compreenda
“SPLEEN”
O céu do cerrado, hoje, amanheceu plúmbeo
Sobre o espírito meditabundo, só e chuvoso
E, ungido toda a reta do horizonte, nebuloso
O dia virou noite, e o meu fausto olhar, ateu
Neste temporal escuro tal calabouço lodoso
Onde a vontade quer encontrar o êxito seu
Espavorido, o acaso coloca asas de fariseu
Em um voo infeliz, tão enfado e impetuoso
A chuva a escorrer as traças da melancolia
Imita as aranhas tecendo sua espessa teia
No beiral do vazio, numa angústia sombria
O trovão dobra, de repente, e furibundo
E a alma encarcerada em lúgubre cadeia
Chora o verso, suspirando e gemebundo
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Outubro, de 2018
Cerrado goiano
"Aproveite o meu verbo-salivo,
pois ainda há pulso
mesmo anêmico e frio
parece vivo
este meu discurso
sobre a pedra
sobre o rio...."
A NOITE
Oh! jornada negra! O silêncio debruçado
Lá fora... um raio rasgando o céu, espia
A minha alma, teimosa, cheia de porfia
Fria, chuva que cai, molhando o cerrado
No horizonte desfalece a luz do fim do dia
No céu tenebrosa, a lua, e o quarto calado
E só, trevoso e largo, o trovão estardalhado
Troando a solidão da chuvosa noite vazia
Devassa... oh! jornada escura de loucura
Que estardalhaça no peito suspiro fundo
E excarcera o medo sem qualquer ternura
Pobre umbroso de arrelia, e moribundo
O sono, pávido e prostrado de amargura
A noite, chuvosa, faz-se lento o segundo.
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2018, 25 de outubro
Cerrado goiano
Olavobilaquiando
O verso,
as vezes agoniza,
busca respostas
além do infinito,
faz do poeta
um desaguar inútil de sua essência,
marca nas palavras
até alguns momentos
de extrema unção
quando jaz a letra,
que nem verbos conjuga,
vira montículo de cinzas
dentro do coração.
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