Poesia sobre Cidade
A tristeza constante dessa cidade
Onde o silêncio é minha melódia
Suporto o vazio que tornou parte de meu ser
De minha rotina pacata
Tranquilo em andar no deserto
Deserto de lutas passadas
Sereno ando com a vivência
De poeiras da vida
Que são só passado.
A TERRA ONDE NASCI
Nós falamos da cidade
Do Estado, do país
Dizemos nossa raiz
Qual a nacionalidade?
E a naturalidade?
No futuro lá na frente
Num planeta diferente
A Terra, o meu farol
Engolida pelo Sol
Ficará na minha mente
Parabéns para Recife
Olinda também faz ano
Cidades que são irmãs
No Estado pernambucano
Do Nordeste são riquezas
Do Brasil são duas belezas
Nesse solo americano
O caririzeiro carrega consigo
Na sua simples singularidade
A honestidade e o ombro amigo
A pura e verdadeira sinceridade
Este é o Brasil que eu quero
Com orgulho e muito esmero
Estou de volta a minha cidade.
*Rosan Rangel - (15 de abril de 2018)
CIDADE GRANDE, GRANDE CORRERIA
A cidade tá cheia de carros, cheia de motos e bicicletas.
Mas não há ninguém aqui, mais ninguém quer me ouvir.
A cidade tá cheia de cinza e com um pouco de flores nas Janelas.
Mas não há ninguém para a flor regar, ninguém viu que a flor morreu.
A cidade tá cheia, está cheia de gente com pressa.
Pensamentos loucos
Falas de amor...
E eu a me perguntar: como falar o que sinto?
Sinto tua falta do amanhecer ao anoitecer.
Procuro-te pelas ruas da cidade.
Não te encontro.
Pergunto-me: onde estarás?
Estás em mim a pensar?
Lembras de nossos beijos?
De nossa troca de carinho.
Das milhares de vezes que dissemos te amo?
É amor?
Ou apenas um indicativo de amor.
Somos apenas uma falta que completa a falta do outro?
Eu sei...
Tenho pensamentos loucos...
Há quanto tempo você mora no "é difícil" da cidade das desculpas?
Talvez seja hora de mudar o endereço para o 'tudo posso naquele que me fortalece', na avenida da fé inabalável.
Forte Amor
Vou ver uma cidade, cidade de muita, luz,
caminho nesse sentido, até lá entrar!...
Sim eu vou lá estar, e lá vou sempre ficar.
Na cidade eterna, cidade do rei Jesus.
Já vem esse dia, dia de vitória total,
em que foi vencida a morte e o mal,
e para sempre estarei com o meu rei,
que dos céus vem e governará na sua lei.
Reina Deus meu, nesse teu poder santo,
Ora vem Senhor Jesus, rei da paz eterna,
Tempo é de reinares e de tirares todo o pranto.
A criação clama em adoração e em clamor,
por ti apela o sol, a lua e toda a estrela e a terra,
tu príncipe do verdadeiro e forte amor!...
Cidade
(Clovis Ribeiro)
A cidade parece filme de terror
A cidade é uma história de amor
Sem Romeu ou Julieta
Se amando no metrô.
Trânsito parado a cidade apagou
Mais um crime perfeito em nome do amor
Bang Bang em tua porta
Tiros de um sonhador.
Há o medo da guerra, há o medo do amor
A cidade espalha vírus do terror
Sem controle todos dormem
Esperando um salvador.
A cidade amanhece com a mesma dor
A cidade é uma história de amor
Sem Romeu ou Julieta
Se matando no metrô.
Dedicada á HB
Conceição, terra que me viu nascer,
no calor das tuas ruas aprendi a viver.
Te carrego no peito, no passo e no sonho,
cidade pequena de coração medonho.
Aqui plantei meus afetos, minha história,
na poeira dos dias, escrevo tua glória.
Do volante ao olhar, respiro teu chão,
sou filho do barro, da fé, da paixão.
Na luta dos bairros, na voz que ecoa,
sou grito que pulsa, justiça que doa.
Por ti, Macabu, já enfrentei correnteza,
enfrentei o silêncio, venci a incerteza.
Com o povo na alma, sigo a caminhar,
pois quem ama sua terra não pode parar.
Te amo, Conceição, com força e ternura,
na brisa da tarde, na infância mais pura.
Sou tua semente, sou tua esperança,
sou o menino que voltou com confiança.
E até que o sol baixe atrás da serra azul,
eu lutarei por ti, minha Conceição de Macabu.
Saudades do meu Açores
Atravessei o mar...
Nem sabia aonde ia dar.
Aqui cheguei.
Mas meu coração lá deixei.
Quanto tempo faz?
Nem lembro mais...
Da memória apaguei o que por aqui passei.
Diante de mim um mar de azul sem fim...
Passa um veleiro.
Um lenço branco a acenar.
Saudade como veneno em minhas veia a entrar.
Lembranças do meu Açores:
Vila do Corvo onde nasci.
Toda a minha infância lá vivi.
Vila pequenina.
Casas branquinhas baixinhas.
Sobem encostas ruas sinuosas.
Ruas de uma limpeza intensa onde respiro amplidão.
Açor – arquipélago que abriga todo o meu amor.
Há lá um brilho de névoa no ar trazido pelo mar...
que todas as Ilhas está a circundar.
Hoje cá estou – neste Brasil varonil.
Meu coração, porém, lá está onde o mar carrega meu Açores nas mãos.
Se eu pudesse mandar um recado pra minha terra,
diria com o coração apertado e cheio de lembrança:
Querida Rio Verde das abóboras,
Hoje me peguei lembrando do menino Júlio – o "Julin",
"fi" da dona Gilza, neto da "véia" Tieta.
Nasceu e cresceu onde tudo parecia possível,
mas quase nada se podia para o povo humilde daquele solo —
um velho retrato da botina suja de poder.
“Como, agora, olvidar-me de ti?” —
verso do hino que ainda ecoa no meu lamento.
Saudoso, jamais esquecerei do que vivi.
E é mesmo estranho sentir saudade
de um lugar marcado por dor e violência,
mas mesmo com tudo isso,
eu olho pra você hoje e digo com orgulho:
Que bom te ver melhor, Rio Verde!
CIDADE DE CIMENTO
Cidade de cimento cimentou meu coração!
O que me comovia, hoje me dá medo;
No que eu repudiava, me tornei então!
Cidade de cimento
Bagunçou o meu discernimento;
Dissipou os meus bons sentimentos;
E me tornou num bloco de cimento...
Cidade de cimento cimentou a minha esperança!
Vejo tudo com desconfiança...
Aprendi a viver com a violência cotidiana
E me acostumei com a insegurança...
Já não me assusta a corrupção,
Já me adaptei com a miséria da população,
Já não me comove, só vou dizendo não, não, hoje não...
Já me acostumei a dizer não!
Já me acostumei a negar o pão!
Vou seguindo a ordem de não dar esmolas
no trem, na estação...
Cidade de cimento cimentou o meu coração;
Cimentou a minha humanidade;
Cimentou a minha emoção!
Cidade de cimento transformou seus cidadãos
Em blocos de cimento, sem calor, sem paixão!
O que restou de sentimento foi a triste sensação
De estar em 1800, na Industrial Revolução,
Onde tudo era cimento, fome, dor e desalento...
E o operário que, sem tempo para o próprio pensamento,
Se tornou num bloco de cimento.
Cidade de cimento cimentou!
Fica tão triste a minha cidade !
Quando a criança que passa fome, tromba, rouba
se marginaliza e não vê perspectivas.
Quando quem pode não faz, quem faz quase nunca pode.
Fica tão triste a minha cidade !
Quando embriagado pelo poder,
o homem engana, trapaça e mente
Quando crescem os prédios e diminuem o verde.
Quando a desgraça bate à porta de uma família
e os vizinhos fecham as suas para não ouvirem os gritos.
Quando faz frio e não há manta ; faz calor e não há água.
Fica tão triste a minha cidade !
Quando quem deveria dar exemplo, peca.
Quem deveria dar segurança, oprime,
Quando há doces e brinquedos na vitrine,
A criança pedindo e o pai, no bar, bebendo,
Fica tão triste a minha cidade !
Quando a mentira é amiga do dia
e a vergonha se esconde na noite.
Quando a coragem termina e
a testemunha não comparece.
Quando o barulho ultrapassa a capacidade do sentido
e o ar quase impossível de se respirar , é vida.
Quando aos domingos e feriados suas ruas ficam desertas
Fica tão triste a minha cidade !
Quando há na segunda-feira, o choro, o cheiro da morte.
o carro batido, o cansaço, a estrada e a velocidade.
Quando o ônibus passa de manhã e a tarde,
com gente pendurada, com os pés dentro e o corpo fora.
Quando a alegria é a síntese de um momento bom,
e a desgraça é duradora, analítica e densa ..
Quando há o grito de gol e a alegria se agita,
a torcida se irrita, o pai de família e a criança,
antes de voltarem para casa passam no pronto-socorro.
Fica tão triste a minha cidade !
Quando o homem é triste,
pois a cidade triste é o homem triste.
Saio do serviço depois de um dia cansativo, me sentindo presa dentro de mim mesma, como se algo quisesse sair, mas, eu não sei o que.
Coloco meus fones e começo a caminhar sem destino enquanto aos meus ouvidos tocam Experience - Ludovico, uma bela trilha sonora para uma caminhada com o sol se pondo a minha direita, com um tom alaranjado que eu adoraria tocar, as nuvens se tornando como chamas, é incrível. As arvores se juntando ao longe, como se estivessem tocando o céu.
Nesse momento várias pessoas fazem caminhada, a maioria acompanhados de alguém, outros como eu, com a própria companhia e pensamentos. Os faróis começam a se tornar mais nítidos, e percebo que o sol já se foi e a lua vem me iluminando a esquerda. Os coqueiros se movendo com uma corrente de ar mínima, é quando eu me dou conta de que já faz uma hora que eu estou parada ali apenas admirando a vida, as pessoas apressadas com seus uniformes laranjas, vermelho, verde. Todos trabalhando e vivendo, uma cidade pequena, mas com suas belezas, pare e observe.
Na fresta da cidade, (infinidade),
Por um instante fico assustado, (amedrontado),
Entre parênteses nada mais acontece, (adormece),
TRIUNFO
Encravada no sertão
Numa serra elevada
A cidade de Triunfo
Parece refrigerada
E pra não levar revés
Com a mínima de dez
Só saia agasalhada
CIDADE DO FREVO
Recife é a cidade
Da cultura popular
Onde se dança o frevo
Que consiste em pular
Segurando a sombrinha
Ouvindo o Vassourinhas
No carnaval a tocar
brilha teu azul
Tão doce tão cru
Brilha, brilha, brilha
Em teu nome azul!
Mas teu brilho acaba na última frase
Desgraça que sonha, que pensa mais
A pura verdade do mundo é que!
Nada além do universo
Sem poema e sem verso...
Que graça tem ser um poeta?
Teu nome, tu escuta tua voz
Mas que graça tem se você?
Desgraça que a mente acaba
E o teu nome fica tão claro
Fica tão escuro sem a cura
E você pensa cadê o azul?
Cadê esse azul que brilha no céu?
Cadê o pôr do sol que não quer aparecer?
Cadê as crianças que não tem mais esperança de viver?
Cadê? cadê? Cadê?
As coisas que você nunca quer mais ter
Mas além de você eu penso
Cadê o universo?
Alagoas, que beleza,
o Caribe brasileiro!
Mar e sol, altos coqueiros,
onde toco a natureza,
onde só vejo riqueza.
Pra ti, faço esse repente,
e te digo, eloquente:
ó, Estado de Alagoas,
és lugar de coisas boas,
és terra de boa gente!
