Poemas sobre Ruas

Cerca de 1580 poemas sobre Ruas

- E o que você têm agora?
- Uma vida normal?
- Quando anda pelas ruas de uma cidade que tá morrendo de hidrofobia
e passa pelas baratas humanas discutindo sobre heroína e pornografia infatil acha isso normal?
- Pelo menos eu não me escondo atrás de uma máscara
- Não... você ta é se misturando com eles

(Watchmen)

Antes de amar-te, amor, nada era meu
Vacilei pelas ruas e as coisas:
Nada contava nem tinha nome:
O mundo era do ar que esperava.
E conheci salões cinzentos,
Túneis habitados pela lua,
Hangares cruéis que se despediam,
Perguntas que insistiam na areia.
Tudo estava vazio, morto e mudo,
Caído, abandonado e decaído,
Tudo era inalienavelmente alheio,
Tudo era dos outros e de ninguém,
Até que tua beleza e tua pobreza
De dádivas encheram o outono.

Pablo Neruda
Cem sonetos de amor

LIÇÕES

O Guerreiro da Luz se vê, de vez em quando, andando pelas ruas sem qualquer destino. Nestes momentos, ele pensa: "Nada do que planejei esta acontecendo. Dei o melhor de mim, segui os meus sonhos, fui fiel a DEUS. Entretanto, as coisas não parecem caminhar para frente, meus esforços não estão sendo recompensados. DEUS parece que esta surdo porque ele não escuta minha voz", diz o guerreiro, com uma certa amargura na voz. Neste momento, a melhor coisa que ele deve fazer é sentar-se num bar e pedir um café. Depois de alguns momentos, ele irá ele irá entender que o tempo de DEUS não é seu próprio tempo. Em algum lugar do Universo, milhares de anjos estão se movendo e caminhando para ajudar todos aqueles que seguem seu coração.

"O guerreiro irá entender que o tempo de Deus não é igual ao seu próprio tempo!"

Para onde fores, Pai, para onde fores,
Irei também, trilhando as mesmas ruas...
Tu, para amenizar as dores tuas,
Eu, para amenizar as minhas dores!

Augusto dos Anjos

Nota: Trecho de "Sonetos": Link

“O filósofo das ruas estava se tornando mestre de um jovem da elite social. O jovem admirou o mendigo e o mendigo se encantou com o jovem. Começaram a ser amigos. Ambos viviam em mundos distintos, mas foram aproximados pela linguagem universal da sensibilidade e da arte de pensar. Uma fascinante história seria desenhada.”

(O futuro da Humanidade. - Página: 29)

Eu sei que as ruas vão continuar com seus lixos, seus cinzas e suas possibilidades de destino. Eu sei que a poeira vai continuar dançando em volta do meu lustre enquanto eu tento me concentrar em duas ou três frases de um livro qualquer.
Eu sei que eu posso muitas coisas sem você, e eu sei que, se eu tomar um banho quente e comprar uma roupa nova, talvez eu possa querer uma coisa que seja, só uma, sem você.
Nada muda no mundo quando você não caminha ao meu lado, as pessoas quase não percebem que falta metade do meu corpo e que eu não posso ser muito simpática porque toda a minha energia está concentrada para eu não tombar.
(...) Ninguém deixa de espreguiçar só porque você não está aqui, ninguém deixa de molhar a torrada no café e de falar com voz idiota enquanto boceja.
E eu odeio o mundo por isso, eu acho o mundo muito medíocre, eu tenho pena de todas essas pessoas que não sabem o que é encaixar o rosto no vão das suas costas e querer ser embalsamado ali por mil anos.
Amor de verdade não acaba, é o que dizem, mas eu tenho medo.
(...) Eu tenho medo da força absurda que eu sinto sem você, de como eu tenho muito mais certeza de mim sem você, de como eu posso ser até mais feliz sem você.
Pra não pensar na falta, eu me encho de coisas por aí. Me encho de amigos, bares, charmes, possibilidades, livros, músicas, descobertas solitárias e momentos introspectivos andando ao Sol.
E todo esse resto de coisas deixa aos poucos de ser resto, e passa a ser minha vida, e passa a enterrar você de grão em grão, sujando seus dentes e olhos e nada eu posso com a pá que está na minha mão.

Ao meio-dia
a escuridão cobrirá sua face
e ele iniciará seus trabalhos
enquanto as ruas serão tomadas por medo
caos
e insegurança
Doze estrelas que cruzavam o céu em um ano
cruzarão em apenas um dia
quando à meia-noite direita se tornará esquerda
e a esquerda direita se tornará

Entre muitas outras coisas, tu eras para mim uma janela através da qual podia ver as ruas. Sozinho não o podia fazer.

Se alguém varre as ruas para viver, deve varrê-las como Michelângelo pintava, como Beethoven compunha, como Shakespeare escrevia.

Encontrei hoje em ruas, separadamente, dois amigos meus que se haviam zangado . Cada um me contou a narrativa de por que se haviam zangado. Cada um me disse a verdade. Cada um me contou as suas razões. Ambos tinham razão. Ambos tinham toda a razão. Não era que um via uma coisa e outro outra, ou um via um lado das coisas e outro um lado diferente. Não: cada um via as coisas exatamente como se haviam passado, cada um as via com um critério idêntico ao do outro. Mas cada um via uma coisa diferente, e cada um portanto, tinha razão.
Fiquei confuso desta dupla existência da verdade.

Fernando Pessoa
Obra Poética

“Quando dizemos de um homem que anda pelas ruas cheio de desejo que ele está “procurando mulher”, nossa linguagem é tremendamente infeliz. Na verdade, uma mulher é exatamente o que ele não está querendo. Ele está em busca dum prazer que, neste caso, precisa de um objeto chamado mulher para ser satisfeito”.

Trago em mim todas as cores,
cada uma retrata o que há de melhor em mim,
esboço um sorriso nos dissabores
e a vida se segue mais amena assim!

Dó e ré no aconchego,
Mi e Fá procurando o Sol...
Lá no alto...
Num Si lêncio só!

O verso e a canção,
em perfeita sintonia, se entregam
se beijam e se calam! Nunca dizem não...
Até mesmo os acordes rimam!

Imerso na solitude ao som das águas,
num mergulho onde os acordes ecoam...
O cenário aconchega e apraz a alma
é uma canção que nasce e em mim deságua!

A mente, o espelho dos olhos;
os olhos, espelhos dos fatos;
os fatos, espelhos da vida;
a vida, o reflexo da alma!

Não...
Depois de te amar,
Eu não podria amar mais ninguém.
De que me importa se as ruas esntão cheia de homens,
esbanjando beleza e promessas ao alcance das mão.
Se tu já não me queres,
é funda e sem remédio a minha solidão.
Era tão fácil ser feliz quando estavas comigo.
Quantas vezes ouvi teu riso, rindo feliz
Como um guizo em tua boca.
E a todo momento sem te beijar, eu estava te beijando;
Com as mãos, com os olhos, com o pensamento
numa ansiedade louca.

Dia da Criança

Luzes nas ruas, risos, cores,
brilho das vitrines em festa.
Um carro, vestido novo, um trem.
Gente que passa e não presta
atenção nos que ficam à margem
do encanto das luzes,
no espanto do menino
que erra sozinho,
perdido na cidade.
Que fere, maltrata
e destrói com maldade
os sonhos de criança.
Que rouba no berço
o carinho da mãe,
que cedo levanta
e tanto trabalha,
escrava submissa
do asfalto,
alheio e sem dó
de seu filho, tão triste
e tão só.
Com sua vozinha, fraca
e cansada,
fica nas ruas perdido
a pedir por presente
apenas um dia só seu;
pois não sabe, afinal, distinguir,
como alguém, que com fome
cresceu,
nos anúncios das lojas
que gritam e proclamam
que ele também é criança
e esse dia é o seu.

aqueles rostos que você vê todos os dias nas ruas
não foram criados
totalmente sem
esperança: seja gentil com eles
como você,
eles não têm
escapado "

Saia por ai! Grite pelas ruas como se não pudessem te ouvir para reprimir!
Sorria com os seus e vibre por fora um momento qualquer!
Deixe que uma bebida te faça feliz, ou só te faça sorrir!
Deixe que alguém infeliz no amor te ensine como amar!
Faça o que achar certo, e o que achar errado também!
Só não faça o que te envergonhe contar depois!
Faça o que a vontade e o desejo pedir!
Mais faça com cautela, de forma comedida, pois nem sempre a vontade é duradoura e nem sempre o que é desejado será motivo de se orgulhar amanhã!
Veja o dia nascer, logo após a luzes de spots e strobos se apagarem!
Faça o que tem que ser feito!
Só não faça o que possa mudar o rumo da historia, nem o que venha a causar o que não pode suportar!
Pois tudo tem um porque de ser como é, de estar como está, e o que será a partir de então, simplesmente será!