Poesia sobre a Seca
Terra forte.
Da terra que me sustenta
da flor da palma a flor de lis
da seca que me arrebenta
da chuva que me faz feliz
da raiz que me alimenta
o meu nordeste representa
a parte forte deste país.
Flor do sertão
Na terra seca
pouco profunda
No solo árido
sufocante
Onde tudo parece estar perdido
Acabado, destruído
Ela brota sua exuberância
Em tom de vermelho
Enfeita o chão sem cor
A flor do sertão
Brota pra gritar
com sua beleza singular
Que nós podemos
Assim como ela
Brotar
mesmo quando tudo
estiver morto
Nós podemos ser vida
Linda, ávida, colorida
Desprendida
linda vida.
RIO DO DESTINO
Pedaços de árvore seca
Tombada no sertão quente
No período da seca,
Arrastam-se, lentamente,
Nessas águas tão escuras
Do velho e cansado rio,
Que eu, repleto de amarguras,
Da sua margem espio!
Àquela árvore igual
Há muita gente, afinal,
À beira do desatino!
Pois se arrastam tantas vidas
Nessas águas poluídas
De um tal rio do destino!...
Infância pobre, mas... rica.
Não vivi em área nobre
mal tinha água na bica
mesmo que a seca dobre
a esperança multiplica
e na saudade se descobre
que aquela infância pobre
na verdade foi tão rica.
De onde eu vim.
Eu vim do Nordeste da peste,
da sêca, abandono do preconceito e solidão,
Terra de mulher rendeira, mulher guerreira.
mulher macho , sim senhor.
Terra que no mapa tem forma de coração,
e que seu lamento virou canção.
Terra de cabra da peste, cabra valente
e forte, que foi entregue a propria sorte
e sua arma é a enxada na mão.
Terra das noites enluaradas,
luar que não há outro igual , o luar
do meu lugar, da minha terra, o luar do
meu Sertão.
Sandra Lima
(Dedicado a Malu Alves)
De volta pra casa.
A seca doía na vista
não tinha nada pra plantar
coloquei meu pé na pista
fui viver em outro lugar
tentei a sorte como artista
e a minha maior conquista
foi a passagem pra voltar.
O Nordeste é castigado
pela seca está ferido
com o chão todo rachado
o nosso povo tem sofrido
é por muitos desprezado
mas por nós é protegido.
Bom Dia
Mais que uma mão seca
Refletindo sobre essa parábola, senti no meu interior que a mão ressecada era mais do que uma doença física, e sim, uma coisa sem vida entregue, viver na tristeza, como eu vivia no meu velho modo de vida. Não me alimentava mais das sábias palavras de Deus. Quando nos afastamos de Deus deixamos de nos alimentar da fonte que nos faz permanecer de pé, percebendo isso Jesus diz ao nosso coração fique de pé volte a vida, e ressuscite.
Esperança.
É assim a nossa vida
como viver numa balança
num dia a seca é contida
no outro a seca avança
mas o que falta de comida
está sobrando de esperança.
"A seca:
Distancia as pessoas de você,
Evapora a água de seu poço;
Trinca o seu solo,
E te deixa sem alimentos."
Seca
Entrei na toca enfeitiçada
de meus pesadelos ocultos
E sem nenhum zelo
Mandou-me partir
Meus olhos cheios de terra
Com água salgada lavou
Logo sumiu, tão seca estava
A água salgada logo parou
Segurei firme em meu anjo
mas a seca vingou
Meu anjo partiu
Nem seu rastro deixou
Ir e vir.
O nordestino vai embora
com medo da solidão
da seca que lhe devora
que maltrata a plantação
expulsa... bota pra fora
mas ele não vê a hora
de voltar para o sertão.
Destino!
A seca é um desatino
que não perdoa ninguém
um chuvisco repentino
por essas bandas não vem
não maltrate o nordestino
os maus-tratos do destino
já faz isso muito bem.
A tinta fresca só sujará
Quem não tocá-la quando ela estiver seca
Então amigo, tenhamos paciência para tomar decisões,
Pois a pressa é prejudicial para quem busca a perfeição.
Ter fé!
A seca é bicho danado
tangeu-me a outro lugar
disseram olha um coitado
xingaram até meu falar
mas Deus está do meu lado
pois eu sofri um bocado
mas eu voltei pro meu lar.
A SECA
Andando pelo meu roçado
Cabisbaixo e desanimado
Vejo a semente que não germinou
Porque a chuva não chegou.
Você aí que mora na cidade
Não sabe nem a metade
Do que é sofrer calado
Vendo este chão esturricado.
Sem a chuva não se planta
Dá secura na garganta
Até o bichinho do mato
Procura um novo regato.
Também não vem comida na mesa
Nem na minha ou da realeza
Pior ainda é que a água do quintal
Vai faltar mesmo sendo vital.
Senhor moço preste atenção
Nos clamores deste chão
A poeira é lágrima-seca-sentida
Desta terra que chora ressequida...
mel - ((*_*))02/09/14
A indústria da seca é um termo utilizado para designar a estratégia de alguns políticos, também conhecidos como "coronéis da água", que aproveitam a tragédia da seca na região nordeste do Brasil para ganho próprio. O termo começou a ser usado na década de 60 por Antônio Callado.
"Vidas Secas" de Graciliano Ramos demonstra a exploração do indivíduo nesse contexto.
NA SEQUIDÃO DO CAMINHO
No caminho tinha uma folha seca
desgarrada uma folha seca tinha
no caminho do cerrado
uma folha seca no caminho tinha
Nunca me esquecerei desse evento
na sequidão do cerrado ao vento
no caminho tinha uma folha seca
Nunca me esquecerei que no caminho
tinha uma folha seca
Na sequidão do caminho
uma folha seca tinha
no caminho tinha uma folha seca
Luciano Spagnol
Cerrado goiano
Parodiando Carlos Drummond de Andrade
(No caminho tinha uma pedra)
Valores.
Essa é a vida pacata
deste pobre brasileiro
de onde a seca maltrata
assola o sertão inteiro
no nordeste a fome mata
e os políticos na mamata
gastando nosso dinheiro.
Minha sorte!
Terra seca e rachada
não tem quase nada
que alimente o sertão
é a sorte que vaga
sem ter quem lhe traga
um pedaço de pão!
