Poesia ou Texto Amigo Professor

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"Me dói a cabeça. Sinto náuseas.
O que anda sobrando da minha vida é apenas o que não passa pelo ralo. Tudo está desmoronando.
Sinto raiva e quero chorar por continuar nessa inércia, por não tomar uma decisão. Me estresso comigo mesma por ser tão estúpida.
Por que não posso ser mais forte do que aparento ser?
Eu não caio, me levanto uma centena de vezes. Sou cabeça-dura (pra quem me conhece bem), mas não sei a hora de parar de dar corda para um brinquedo quebrado há muito tempo.
Se não funciona mais, por que continuar com a ideia de que um dia irá concertar?
Às vezes acho que o problema está em mim, afinal a vida é de quem?
Dessa vez não vou poetizar, não vou rimar, não vou fazer nada... é só um desabafo tremendo de quem cansou de ver a vida passar.
Eu não quero ter que cuidar dos problemas dos outros, não quero ser conselheira de ninguém - muito menos psicóloga - não estudo pra isso. Não sou obrigada a tentar salvar nada. É egoísta da minha parte, mas não quero o que não acrescenta. Não quero volume, entende?
Bagagens desnecessárias precisam ser dispensadas.
" - Senhores passageiros, última chamada. Embarque pela direita, e tenham uma boa viagem. Até logo"

Ei moça

Você é tão, tão linda,
quanto os girassóis de Van Gogh.
Tão, tão meiga,
quanto o brilho das estrelas.

Tão, tão doce,
quanto um pote de nuttela.
Tão, tão intensa, quanto o oceano pacífico.

Tão, tão bela, quanto um poema de Castro Alves.
Tão, mais tão forte,
quanto a alvorada do amanhecer.

Você só precisa acreditar!
Seja a própria paz, aconteça o que acontecer.
Nada precisa fazer sentido,
quando a luz vive em você.

Vai lá girassol iluminado, busque o melhor.
Porque a vida, ainda tem muito pra oferecer.
Autoria #Andrea_Domingues ©

Todos os direitos autorais reservados 13/05/2020 às 23:00 horas

Manter créditos de autoria original _Andrea Domingues

⁠Componho na noite

Nada mais faz sentido
Se não te trago comigo
Como noite sem luar
Meus olhos vivem para te amar
Como o dia sem sol
Os meus pés
Correm para te encontrar
Como o raiar do dia
Teus sorrisos
Me causam alegrias
Oh doce canção
Que componho sem cantar
Minhas mãos em punhos recitam
Sem parar
Como tortura sinto no corpo
A ausência do seu calor
Desejo que sinta também
O desespero desta minha dor
Grito e ninguém escuta
A solidão me atormenta
Só quero os seus abraços
Para me abraçar
Carinhos para completar
O doce mistério que é te amar

Deixa meu barco passar
(Victor Bhering Drummond)

Deixe meu barco passar
Não pra causar tumulto
Barulho, agitar a água não.

Deixa meu barco passar.
É só o que te peço.
Não pra fugir
Para me atracar em uma ilha distante
Ou navegar para um Porto Seguro.
Não. Não é isso que peço não.

Quero apenas avistar de longe a tempestade
Que acontece aqui no seu cais
Quero olhar confiante e paciente
Aguardando pela quimera
Ah, quem dera!
É só o que os navegantes querem
Para lançarem-se ao mar a despeito do medo
Que seu mar provoca
Isso é coragem

Por favor, apenas deixe meu barco passar
Até sua onda de acalmar.

(Puerto Madero, Buenos Aires)

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Pele preta
Quem é esse neguinho
Dos olhos escuros
Cabelo preto
Da pela preta?
Quem é esse neguinho
Que veste bonito
Sorriso branco
Da pele preta?
Que é esse neguinho
Que corre descalço
E sonha com a vida
Da pele preta?
Quem é esse neguinho
Que se sente sozinho
Rodeado de gente
Da pele preta?
Que é esse neguinho
Que parece comigo
Tem o mesmo sorriso
E da pele preta?
Quem é esse neguinho
Da pele preta
Acorda de manhã
Toma o seu café
Já sei, ele chama Tairan.

Uma noite. Uma única noite. Será que foi só isso? Talvez para você tenha sido, mas para mim não. Ah... pra mim significou muito mais. Aquela taça de vinho, aquela lua cheia (de vida), aquele olhar que sorria, as palavras que voavam... detalhes assim não saem da minha retina. Ficam cravados.
Eu ainda posso sentir o cheiro, a mão na nuca, sua boca na minha, o gosto de álcool e de desejo. Ainda posso sentir o coração pulsando acelerado, os pelos arrepiados e a cabeça perdida em pensamentos. Eu ainda posso sentir você aqui porque a intensidade de uma noite dura muito mais que doze horas. Foram toques que dançaram ao som de sussurros, beijos que gritaram em liberdade, sorrisos genuínos. Ainda que breve, foi real. E não posso acreditar que tenha sido unilateral. Seus olhos me contaram, seu corpo comprovou, as palavras não mentiram e um sorriso se abriu. Confessa, vai, você também sentiu.
Foi um espetáculo. Não, talvez só um ensaio, mas no palco da sorte. Não gosto de falar em sorte, mas não sou capaz de dizer o que aconteceu ali. Sorte, azar, acaso, destino, loucura... É foi uma loucura, mas não foi só uma noite. E ainda que não se repita, não foi só uma noite. Não foi.

⁠E quem diria que na era digital iria surgir uma pandemia.
No mundo onde tudo se compra enfrentando um invisível que afronta.
Na velocidade da comunicação a invasão da lentidão dos dias.
Dos que apreciavam o desapego hoje sentem falta de uma companhia.
Das tantas certezas tecnológicas e das tantas incertezas científicas.
E na busca por uma resposta enfrentamos os nossos dias.
Esquecendo que o momento é o agora e que a resposta ainda é a mais antiga: é somente através do amor que salvamos as nossas vidas.

Sei lá, é que agora é diferente... Mesmo cheia de incertezas e à frente de portas entreabertas, estou tão contente. Não me pergunte o porquê, eu não saberei lhe responder. Também não pergunte sobre o meu eu, você não compreenderá.

Eu simplesmente respiro profundamente olhando no espelho. E neste intervalo entre inspirar e expirar, tenho plena certeza que estou melhor assim. Vazia não da alma, mas sim de você, de sua insignificância.

Inserida por kermy

Advento

Como ato e consequência
Teu olhar e meu sorriso
Teu cheiro em meus pulmões
Ao sentir eu paraliso

Como à soar um aviso
Que o amor está por vir
Impetuoso, árduo, e viril
Doce, suave, febril à tinir

Consuma-se a esperança ardente
E o coração pulsa latente
Sua chegada à almejar
Sua constância à desejar

Vem amor
pode entrar
Espero que goste,
e queira ficar.

Ana Luiza Cirqueira

Inserida por analuizacirqueira

O DESPERTAR

Acordei sem muitas obrigações, sem muitas cobranças interiores, abandonando aquelas promessas que são dependentes de outras pessoas ou de acasos para serem efetuadas. Acordei deixando a poeira da casa subir, deixando o lençol solto tomando parte do chão, sem muitos pratos para lavar, apesar da louça cheia. Passei pela porta que tu deixaste entreaberta, e pela primeira vez dentre tanto tempo, não me arrisquei a olhar pela greta para tentar depreender se poderia empurrá-la um pouco mais. Despertei com outro objetivo, que não expecta palavras alheias para que em meu rosto haja sorriso, que não abrange as decisões ou padrões sociais, que não abandona, todavia que também não aguarda. Não estou caindo em um daqueles meus patéticos períodos de desligamento, não estou ignorando as presenças, o fato é outro: Hoje, acordei sem incomodar-me com as ausências. Meu objetivo é simples, e enceta com um chocolate quente e um edredom, com a abertura de uma janela esquecida neste espaço que ninguém mais pisou, com a permissão para que outros seres habitem o lado oposto ao meu escudo sinuoso. Estou abrindo as mãos e, sem avareza, permitindo que o vazio escape, consentindo outros toques. Sinto que já não inalo a fumaça que deixou ontem, que já não é tão dificultoso assim entregar-me a outros focos. Porque, observe: Como se pode dirigir, se ao carro a gasolina falta? Como se pode atender uma ligação, se não há ninguém a mais na linha? Hoje, só, abastecerei o caminhão que irei governar. Irei cortar os fios, porque meus contatos serão mais próximos. Quem sabe o que mudará após este meu conciliar? Amanhã é depois. E tu bem sabes, já que teus atos certos são sempre amanhã. E este hoje poderá ser o meu conseguinte também. Apenas acordei assim... E não vou chamar os bombeiros quando tudo pegar fogo, porque agora meu objetivo é apenas um: Eu. E não é egocentrismo, também não me jogarei ao clichê do amor-próprio, é mais que isso, é o relógio que não para, é o meu acordar. Hoje despertei para me religar!

Inserida por claramagalhaes

- Alô?

- É, eu tô diferente. Tô mudada, tô drasticamente alterada e, não...não há mal nenhum nisso. Não quero mais uma ficada, uma balada, uma acariciada. Não tenho mais paciência para ser quem eu era, àquela garota impulsiva que era tão garoto quanto, que fazia seu próprio manual de "como não parecer idiota e cadela abandonada". Claro, que agradeço muito por todas as coisas que vivi nessa época, foram experiências marcantes que me fizeram chegar a esse ponto. O ápice da certeza. Já perdi minha inocência (mental) há um bocadinho de tempo, mas isso não quer dizer que não quero fazer tudo nos conformes. Eu quero seguir a risca o guia, quero dar um passo de cada vez e, isso não incluí ficar com alguém de primeira e trocar apenas uma palavra ou outra, beijar vários, ser aquela que não pega no pé e se deixa levar, se der deu senão tchau. Pode me chamar de careta, de old, de puritana, de arcaica, foda-se! Não importa! Pela minha experiência própria, descobri que essas coisas não valem a pena, hoje levam em conta tudo que é trivial como um cálice da salvação! Eu quero troca de olhares, bom dia e obrigado, educação e modos, quero que me emprestem a blusa quando sinto frio e abram a porta do carro pra mim, quero conversar por horas e horas, quero construir alguma coisa. Quero o que é verdadeiro, o sentimento, a doçura e a delicadeza. Desejo ser o primeiro pensamento e o último, a mão dada antes do abraço, e o beijo tímido no final, afinal de que adianta ter tudo e não ter nada ainda assim? Desejo a amizade, o companheirismo, a irmandade, a cumplicidade e que possamos crescer e amadurecer juntos. Espero que leve o tempo necessário para não pular nenhum degrau, que o relacionamento sério se basei em nós refletidos um no outro, não nas manifestações das redes sociais e, que haja amor verdadeiro a ponto de planejarmos o futuro com a cabeça e os pés no chão, com o realismo de que nada que vem fácil é verdadeiro, com a noção de que teremos que trabalhar duro todos os dias de nossa vida para fazermos dar certo. Ah, era só isso.

- Até mais, então.

Inserida por caaamilici

O Robin Hood do seu coração

Foi no dia sete de setembro - o mesmo sete de setembro que se comemora a independência - que me vi dependente de algo, ou melhor, de alguém que nunca fora meu. No meio de toda àquela poeira que os pneus da minha motocicleta arrebataram, sua silhueta já era evidente. "Como crescera", eu pensava. E, não tinha crescido só o cabelo, os olhos, as coxas (agora, tatuada), as mãos, mas O SORRISO - com direito à letra maiúscula e tudo. Ah, ela sorriu quando me viu e, num pulo já estava de pé me abraçando, eu mal soube reagir. Tudo cheirava a morango e shampoo para cabelos tingidos, meu coração me sufocava e diminuía a cada batida, até ela me soltar. Você sabe...ela sabe que eu não sou muito bom com as palavras, mas como era bom revê-la. Ao total, se passara sete anos, o mesmo sete desse dia nostálgico, o mesmo sete que o universo fora criado. Para mim, era mais que um feriado, deveriam multiplicá-lo em dois, porque ela era a razão de todos os corações apaixonados dos dias quentes de verão. Ela fora minha paixão de verão, de férias, de mundos que - cientificamente - não podem se misturar. Eu não dou a mínima! Talvez, ela tenha sido minha primeira paixão, ou eram só borbulhões em meu estômago, enfim, só sei que a sensação era a de sapos nas tripas. Da parte dela era difícil esconder a animação de ter me visto. Da minha parte...àquilo era inesperado. Quem fica tão empolgado em me ver? Ela foi até o meu quarto e me encheu de perguntas aleatórias - na hora não percebi, mas estava tão nervosa quanto eu - e, acabei respondendo à todas monossilabicamente. Eu sentia seus olhos penetrarem minha carne, meu vulnerável corpo exposto à rainha que matara milhões com seu sorriso cheio e sua diversidade estampada. Ela não brincava em serviço, mas eu sempre fui um cara simples, e rainhas não se casam com plebeus. Se passara sete anos e, ao total não chegaram à dez visitas da parte dela, era uma pessoa muito ocupada, se é que me entende. Não quero entrar em mais detalhes, só quero dizer que o dia sete de setembro me fez ser - novamente - um bobo da corte com esperanças de - um dia - me tornar o Robin Hood do seu coração.

Inserida por caaamilici

Nostalgias de Cada Dia

Todo dia é assim, amanhece o dia e eu aqui pensando em ti.
Os pássaros cantam no telhado da casa, anunciando a liberdade de viver.
E eu canto a canção da saudade, por não está ao teu lado, te servir o café e fazer um cafuné.
É assim que acontece, cada vez que o dia amanhece.
Canto e choro, choro e canto a dor desse pranto.
Amar e não te ter, nem poder cuidar de você.
Dói tanto essa ferida que não cicatriza.
Para uns é sofrimento, para mim é meu alento,
Por saber que não posso ter a liberdade de te possuir e poder em cada amanhecer amar você.
A vida tem dessas coisas que machuca o coração, mas em um lugar eu carrego você, mesmo que em meus braços eu não possa te ter.
Até quando vou levando essa vida eu não sei, mas de uma coisa eu tenho certeza, sempre te amarei.

Texto: Silvia C. P. Lima

Inserida por silviacplima

Um poema que caiba em mim e eu, nele...
Uma canção que “de(cifra)” em mim e eu, nela...
Um vento que me leva daqui e eu, brisa!
O sol que brilha em mim e eu, girassol!
O inverno que esfria meus pés e eu, “hibernando outono”!
O verão queimando em mim e eu, “primaverando”, em você, no mundo, nos encontros e encaixes!

Inserida por SiResende

BUQUÊ DE ESTRELA
Em seu nome li estrela
Da sua boca provei constelações
Teu rosto desenhou beleza,
Na tua pele senti o infinito
Do teu corpo conheci o paraíso
No seus olhos vi flores.
Tua carne é vaso lindo
Tua alma é água pura
Delicada como uma pétala
Até em seus espinhos vi ternura
No teu perfume conheci o
Cheiro da paixão
E da cabeça não sai
Essa saudade de você coração.
Autor: Mateus Campos

Inserida por jmatcampos

Relações 'Its Match'
Foto bonita, entra no perfil, passa pra lá e pra cá vê fotos bacanas, uma descrição breve, da um coraçãozinho e pronto 'Its Match'. Pouco depois chega a primeira mensagem, ele manda o mesmo que manda pra todas as outras, pensando que ninguém desconfia, ela dá sempre as mesmas respostas vazias de si mesmo. Uma conversa mais ou menos e nos primeiros " kkkk " vem aquela de sempre "passa o Whats".
- Oiii, bem melhor por aqui. - E aí, vai fazer o que no Sábado?
- Sei lá, as meninas querem sair mas não sei se tô afim!
- O que acha de um barzinho só nós? a gnt se conhece melhor.
- Ah pode ser então. Nos encontramos lá!
Uns dias passam, já nem se falam tanto como na primeira vez, chega o dia fica aquela expectativa, uma ansiedade enorme. Será que ele vai? Com que roupa eu vou? Pede dica pra amiga, que batom eu vou? manda foto dele "Ah ele é bonito miga".
Chega no local marcado, - Oi, E aí; Tudo bem, Tudo e você?; Quer pedir o que?, Não sei vê aí. Beijos!!!
Amassos... Beijos mesmo com pouca conversa. Qual a necessidade de se pegar assim tão rápido? Rola uns toques sem carinho. Frases sem verdade. Olhares sem intensidade. Se bem que nada além disso pode se esperar de uma relação tão sem compromisso. Mas okay, melhor que ficar na seca não é? Será?
Acorda na manhã seguinte, 'nem um bom dia' será que mando um oi? melhor não, vou esperar ele mandar primeiro. Horas passam e ela manda um Oi e logo um Tchau. Um dia e ninguém diz nada outro a mesma coisa, daí se passa uma semana, um mês quando você se dá conta não tem mais nem o contato daquele cara lá, como é o nome dele mesmo? Tanto faz!
O ciclo continua, foto bonitinha dá coraçãozinho 'Its Match' e nada muda, lá vem as mensagens prontas - Oi, linda vc. Quanto aos outros ? O discurso está pronto também. Acho que não era pra ser, fala muito, só pensa em trabalho, só quer saber de games, não vale nada, vive nas baladas, usa uma regata horrível. Resumindo, coisas banais se tornam relevantes pra se terminar uma relação que na verdade nunca começou. A gente se mantém atrás das grades de relações descompromissadas. Acabou a jogada de cabelo indicando a condição, já não se tem o charme de uma poesia levada pelo garçom, o sorriso bobo da leitura e a comemoração de "Ela me passou o telefone dela" nunca mais existiu.
Será que ninguém mais tem vontade de caminhar de mãos dadas? Será que só eu to offline nessas relações conectadas por futilidade?
Numa era em que é tão valorizada à imagem, porque vivemos relações em preto e branco? Perdeu-se o valor em se entregar, o êxtase da conquista e a projeção em viver, criar, crescer e construir... Não sabemos mais ler levantadas de sobrancelhas, nem onde temos sinal de nascença, ou que quando me der a mão gosto que meu dedinho fique pra dentro, não valorizamos mais a riqueza que existe nos detalhes.
Nessa de gostei vou dar like, ganhar um 'Its Match', onde imperfeições são tampadas com filtros e milhares de efeitos, será que vão perceber o quanto é verdadeiro meu sorriso?
Autor: Mateus Campos

Inserida por jmatcampos

Eu consigo me arrastar para fora de Nárnia que são minhas cobertas e em dois pulos calço meus sapatos. Não falta amor, falta pessoas dispostas a se arriscarem mais. A maioria se esquece que não é todo dia que temos a chance de recomeçar mais de uma vez. Eu não escuto mais o telefone de casa tocar, a não ser é claro, se for cobrança. Ainda sinto falta dos meus amigos dizendo “Alô? É da pizzaria? Vem pra cá que o dia tá lindo!”
Já faz algum tempo…
Na verdade, as coisas não mudaram tanto assim, fomos nós que deixamos de lado esse tipo de coisa, que hoje é insignificante. Bebo um gole de coragem e sorrio, afinal existe melhor remédio do que esse? Às vezes, queria que alguém me compreendesse, mas mesmo assim não tivesse a necessidade de jogar cada coisa que faço na minha cara. Eu lembro dos VHS sendo rebobinados e as crianças indo lavar as mãos antes do almoço, porque o ratinho do “castelo” cantou: “Lava uma mão, lava a outra…”
Eu tenho uma vida maravilhosa, mas sinto saudade de quando as pessoas se olhavam nos olhos e mesmo tímidas se cumprimentavam. Você ouve um “Bom dia” vindo do seu vizinho? Ao, menos você conhece alguém da sua rua? Você mora ali há dez anos…
Eu ia nas festas da escola com àquela ansiedade porque, volta ou outra, eu encontrava aquela paixão e a gente ficava a festa inteira rindo. Não tinha impressora e sim fax, nunca entendi como aquele negócio funcionava. Nem o disquete, por sinal! Lembra quando acabava a luz? Ah, todo mundo corria pro mesmo cômodo e com a vela a gente inventava alguma coisa pra fazer, ali mesmo. Olha, eu não tô reclamando de tudo! Eu sou uma adepta a tecnologia, vivo nesse século, aproveito a facilidade e gosto como tudo dá um jeito de se unir. É, só que nós não nos unimos com a alma, entende?
Alto índice de mortalidade, famílias vivendo em apartamentos pequenos que nem jantam juntas, divórcios mais famosos do que casórios, crianças abandonadas, maus-tratos à todo tipo de ser.
Dói, porque eu só vejo gente arrependida, gente amargurada e sofrida, perdendo as chances de ter aproveitado os momentos. Só consigo ouvir lamentações, “Ah, mas se eu falasse com a minha mãe/ Se eu não tivesse brigado com meu avô/ Eu deveria ter dito que amava minha irmã antes e agora é tarde”.
Nunca é tão tarde se não se sabe que dia é hoje, mas há certas oportunidades na vida que não têm volta. Vivemos no ano 2000, mas (a maioria de nós) somos dos 1900 e bolinha, então somos a geração que pode salvar o resto do mundo.

Inserida por caaamilici

O que eu descobri sobre o amor é o que eu não descobri ainda…

Eu procurei tanto que acabei me perdendo, por aí. Queria tantas respostas que acabei com inúmeras perguntas vazias. Quanto mais eu corria mais eu ficava para trás, como uma criança que se perde dos pais. Não sei ao certo o que eu estava fazendo de errado, só sei que aquilo me fazia rodar em círculos. Acabava comigo. Eu leio por aí teses sobre o que é o amor, como acontece, quais seus sintomas, só que ele não é uma doença como a paixão que precisa de receitas médicas.
Ele é o que é!
Amor é amor, e ao longo do tempo percebi que isso é um amontoado de coisas, como uma bagagem prestes a estourar de tanto conteúdo. A ficha tinha atolado, uma em cima da outra, dando pane no sistema. Agora me perco nas palavras, meu pensamento já saiu do lugar e, outra vez eu perdi a linha do raciocínio, porque amar não é fácil, e não é pra qualquer um.
Me deixei levar pela quietude da incerteza e não me importei, sabe? Alguma coisa tinha mudado e eu senti uma plenitude gigantesca. Dizem que você tem que amar como se ama a Deus, era bem complicado tentar distinguir o que era - e até hoje não sei muito bem quando tentam me explicar, mas a diferença é que agora eu sinto. Pense assim, imagine que sua mãe tenha cometido um crime, certo? Ela está errada e você sabe, e mais do que isso você é justa e diz o que ela fez, mas mesmo assim a perdoa e fica do seu lado, porque mais do que tudo ela é sua mãe, e mais do que isso: você a ama incondicionalmente!
Acho que o amor é isso, sabe?
Ele é infinito (palavrinha clichê a minha, mas é a que se encaixa mais) porque ele não acaba, pelo contrário se divide em milhões de pedacinhos e compartilha com o mundo. Ele é você refletido, seu eu verdadeiro, àquele que você é na sua casa e que se espelha sem medo no outro. É justo porque seu coração deixa quem você ama partir e mesmo assim o continua amando; é isso que querem dizer quando falam: “Se você o ama, deixe-o”, isso não é da boca pra fora - é o sentimento que faz com que você ame e fique feliz pela pessoa mesmo assim, que você vá ao seu casamento, que você escute com atenção seus problemas no relacionamento, que você sempre deixe um espacinho no seu coração para quando essa pessoa voltar. O amor perdoa e não é cego! Aliás, acho que o amor é bastante observador, ele conhece todos os defeitos e não finge que não vê, não tapa o sol com a peneira, fica furioso com os erros e com as mancadas, não deixa barato, mas no final ele fica, como eu disse é como amar seus pais, você deixa de amá-los porque gritam ou te magoaram uma vez?
Ele não se ilude, não se corrói, não se desespera, não enjoa, não sofre, não é….fútil. Essa parte é complicada, bem pior do que o resto, porque não acho que muitas pessoas sabem diferenciar o amor da paixão, e até então eu não sabia. Só sei que sei, não sei explicar bem isso, mas sabe quando seu coração dói, começa a enxergar coisas que você fingia que não existia, se decepciona, se envergonha, se irrita fácil? Você percebe que só aquilo não segura alguma coisa e que sempre falta algo? A paixão sempre vai querer mais e mais; ela nunca se satisfaz e sempre te deixa com um sentimento vazio. Eu não sou uma especialista em nada, nem cientista, muito menos guru do amor, só encontrei a paz num assunto tão inexplicável e questionável para mim.

Inserida por caaamilici

28. Julho. 1914
Chegamos no acampamento. Os guardas correm para acomodar suas armas em algum canto da tenda, a Europa nunca me pareceu tão vaga. A meses atrás fui selecionando junto com outros combatentes para ser soldado do Império Russo, eu não sabia o que estava por vir. “Rurik Anton!”, o capitão gritou e por um momento me senti lisonjeado em prestar serviço para o meu país. Minha inocência se foi desde que entrei naquele caminhão. Já ouço sons de espingardas, canhões e urros de dor ao longe, me recosto no canto da lona preto-esverdeada e peço clemência a alguém soberano que esteja a escutar meus sussurros opacos e já sem vida. Eu não sei até quando vou agüentar.

Inserida por LisSou

29. Julho. 1924
“Soldado Anton, é hora de levantar!” Uma voz doce e trêmula me balançava cuidadosamente, ao abrir os olhos vejo aquela moça. Poderia ser um filme, se lá fora o caos não estivesse começado a tempos. Bombas inglesas entrecortavam nosso céu, o comandante ordenou movimento das tropas. Ainda que em grande quantidade, estávamos despreparados, desarmados e cobertos de temor. O exército alemão comandava toda a guerra, entre nós os chiados baixos se referiam ao líder deles. E nos pusemos em movimento, para onde? Não se sabia. Ao menos eu não sabia, apenas acompanhava o movimento de milhões de jovens perdidos assim como eu, que se jogaram de cabeça numa guerra achando ser uma briga de rua. Meus pés já dormentes deixavam pegadas pesadas naquele chão desconhecido, como se marcassem território. Fui designado a estar aqui e aqui eu estou a armar e desarmar rifles, perdido em expectativas de voltar para casa, ao mesmo tempo em que aniquilo as minhas esperanças.

Inserida por LisSou

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