Poesia Morena Flor de Morais
venha
me livrar
dessa vidinha à toa,
enquanto
eu fernando,
você outra pessoa:
rapte-me da cama,
leoa!
Fiz da solidão meu refugio,
Namorei meus desejos mais profundos
Cavalguei nos vales de minhas aflições,
Percebi que do veneno do mundo
Eu também sou oriundo
E o mal de minhas ações,
É o que me deixa imundo.
E se por ventura alguém corretamente me dosar,
Dizem que veneno vira remédio,
E eu, que hoje mato, talvez possa te curar.
LOUCURA
Te vejo na luz da escuridão que você me deixou, não consigo te alcançar e penso em desistir;
Você deve achar que gosto da dor, mas é que sinto falta do sentimento que existia em nós;
Quero voltar aos tempos de quando eu era completo, será que perdi o eu debaixo de nossos lençóis;
Você acha que quero ir de encontro a ti, mas só quero o pedaço que tirou de mim, quero existir;
Você me deixou vazio, será que vendi minha alma ou simplesmente deixei você fugir com ela?
Meus pulmões escuros desde que você se foi, a fumaça de lembranças está me sufocando;
Meus olhos vermelhos, estou embriagado com a solidão, minha lucidez está se acabando;
Dizem que não se vive enquanto não se vive o amor, mas se viver e perder dão nome a sequela?
Aonde estão todas as promessas, não quero culpar somente você, mas me diga onde eu errei;
Saiu sem me dirigir a palavra, me atirou uma flecha nas costas e não se importou com o sangue;
Se acabou o amor em nós, me explique então o que é a dor desse sentimento que não se extingue;
Me mostre minha falha e eu vou aceitar, a dor não será maior que o ódio que eu desenterrei;
A dor some ou simplesmente nos acostumamos com ela? Talvez o vazio um dia se regenere;
Meu corpo vai parar de te pedir e eu terei controle sobre meus impulsos de te ter em meus braços;
Espero sair dessa inteiro, mas quero preparar minha mente para cortar de vez os nossos laços;
Não ligue para mim te olhando, quando eu gritar seu nome é loucura, então por favor desconsidere.
Algo mexeu comigo esses dias
Começo a perceber que não tenho ninguém na vida
Ninguém para contar do meu dia
Ninguém para abraçar quando estou triste
Ninguém para amar
Tenho muitos amigos e pessoas que me amam e não me desamparam
Mas não tenho ninguém para mim
É fim de ano, fim de metas, fim de ciclos
Fim de questionamentos e argumentos
E algo/alguém mexeu comigo esses dias
A casa vazia e o silêncio das ruas só reforçam a solidão
O frio que entra e fica nas paredes que nunca se aquecem
A solidão que nunca me abandonou e a vontade de chorar
Mas chorar num peito de verdade pois estou cansada de almofadas
Pois algo mexeu comigo e eu não sei como lidar
Quero um abraço sincero, daqueles que duram uma eternidade
Quero ser entendida, compreendida e respeitada
Quero ter com quem chorar e também sorrir
Quero amar e também ser amada
Quero da vida todo o amor que ficou pelas estradas.
Demora um tempo até a gente se acostumar com o “tudo bem”
Demora mesmo aceitar que o céu não vai desabar
Demora um pouco acreditar que posso ser feliz
Demora mais ainda a acreditar que mereço ser feliz
Quem sempre esteve acostumada a lutar não sabe descansar
Demora a baixar a guarda e tirar os escudos
Passei tanto tempo cuidando que esqueci que quero e preciso ser cuidada
Há muito tempo tenho estado cansada
Há tempos que ando sem rumo pelas ruas do mundo
Há muito quero colo, consolo, carinho, abraços e mimos
Mas como se deixa cair os escudos?
Como se abrir sem medo de ataques?
Como posso pensar no sofrer em momentos tão bons?
Tenho medo de te querer e me perder de mim.
Tenho medo de sofrer quando você decidir não mais me ter.
Tenho medo mas gosto tanto de estar com você.
Decidi deixar arder, queimar, incendiar
Mergulhar no mar dos carinhos
Me perder nos vários caminhos
Me deixar ser cuidada e não me sabotar
Não fugir, apenas pegar ar e mergulhar
Qual o critério da confiança?
Da segurança?
Do lançar-se em águas desconhecidas?
Do acreditar sem hesitar? Sem pestanejar?
Sem nem por um segundo duvidar?
Qual o momento em que ficamos cegos, surdos e mudos
diante de alguém novo?
Diante de alguém que não conseguimos ler.
O que há em mim que sempre me perco em ti?
E por que tenho ainda receios em me envolver?
Tudo em mim grita que está tudo bem, que posso confiar
e que ninguém além de mim vai mudar isso.
Mas como posso crer se a todo momento me vejo esmorecer,
me render e novamente descrer.
Talvez seja porque há tanta verdade e amor guardados em mim
que, ao meu ver é quase impossível não repartir e dar a ti.
Obrigado por olhar pra mim.
Não tem jeito!
Tem dias que a gente acorda cedo
Com o coração apertado
Com os bolsos esburacados
Com a vida escapando pelos lados
Tem dias que a gente acorda alegre
Tem dias que os sorrisos se abrem como leques
Tem dias que ser feliz é leve
E tem dias que a saudade invade
Aperta, machuca e bate
E dias que a tristeza faz parte
E o vazio parece que nunca parte
Independentemente do dia ou do que se sente
Independente de ti, de mim ou da gente
Todos os dias precisamos ser valentes
Essa depressão não dura para sempre
Roma ao contrário é amoR
Como não percebi isso antes?
Porque sofri de forma tão constante?
Você foi, mas ainda assim você ficou.
No sorriso em meu rosto, nas mensagens que chegavam no bolso,
nas fotos da viagem, no ar da cidade.
Chorei é verdade.
Achei que me perderia na trivialidade.
Mas percebi um dia antes da sua volta que Roma muito me ensinou
sobre reciprocidade.
Me ensinou a ser paciente, a olhar pro que poderia ganhar mais a frente.
A perceber o que esqueci de perder antes de existir a gente.
Roma ao contrário é amoR e que tola eu sou.
Quando olhamos pra gente é que percebemos o quão somos ou não contentes.
Quando olhamos pra gente é que entendemos o que se sente.
A cada mensagem um novo aprendizado.
A cada foto uma nova particularidade.
A cada momento novas formas de encarar essa viagem.
Até que enfim a alegria chegou e parecia com você, tinha sua imagem.
Me abraçou de verdade, me deixou a vontade e eu percebi que Roma era mais que uma cidade era uma oportunidade para enxergar o meu eu de verdade.
Chorei novamente, mas dessa vez foi só saudade da gente.
Ainda hoje você me perguntou o que eu podia querer de presente
Eu tola, respondi que nada!
Que resposta errada!
Quero de ti tudo que não tem preço
Tudo que o dinheiro não pode comprar
Quero seus carinhos, seu toque, seus beijos
Quero seus abraços mais que tudo na vida
Quero seu sorriso ao me ver
Quero poder abrir os olhos e ver você
Quer te procurar a noite e te encontrar
Quero seu peito pra descansar
O que quero de ti é afeto
Sempre ouvi que boas pessoas só recebem em troca o afeto
Talvez por isso sempre quis ser uma boa pessoa
Porque sempre soube que não se pode comprar afeto
Não se compra carícias, beijos e abraços
Não dá para agregar valor aos sentimentos
Quero que continue a me abraçar a alma
Quero que continue a me ler os olhos
Quero que nunca deixe de mexer nos meus cabelos
Quero que nunca me deixe sem teus beijos
amor,dor, odio e rancor
todos querem brilhar
nas mais bonitas primaveras
muitos fogem do ódio
do inverno
todos querem ser felizes
poucos são os que aceitam suas dores
poucos não sente rancor
muitos fingem que não sentem
todos esses sentimentos
florescem nos jardins mais belos
todos eles morrem no inferno
ou no passar do inverno
quem diz que nunca os sentiu
assim como cristo disse
quem nuca sentiu
que atire a primeira pedra
Era você que rondava em meus sonhos,
tentando capturar um coração vazio
e ali ficar ouvindo seu ritmo descompassado
na melodia do viver por viver?
Era você, qual sombra silenciosa,
que seguia meus passos solitários nas veredas,
onde desviando de buracos mantive o rumo?
Era você a inspiração que surgia de repente,
levando-me a canção de todo dia,
onde além da existência, timbrei a alma,
fazendo acordes e coros inimagináveis?
Era você, sem dúvida, que com palavras doces,
sussurrava aos meus ouvidos com o vento,
trazendo mensagens sutis a desvendar
Você que do nada apareceu,
tornou - se cada vez mais presente,
cativando e se fazendo amar,
nesse tempo espaço,
onde um coração, o meu,
já se tornara peregrino
num deserto de si mesmo,
consolado, sem nada pedir
Mas, se sempre foi você,
um sonho perdido entre sombras,
revelando-se aos poucos
e apenas isso eu sei,
é por você que agora,
todos os dias renasço !
Neusa Marilda Mucci
Outono de um tempo qualquer
Há pessoas que nos faz confirmar que tudo nesta vida nos acontece por uma razão.
Nós aproximamos mais daquilo que somos e do que queremos para sermos mais felizes.
Percebemos que somos os resultados das nossas escolhas e o resto se torna apenas resto.
E quando achamos que estamos mais longe de tudo é que a vida nos mostra que precisamos estar cada vez mais perto de nós. Simples assim.
não perca a cabeça
tentando desesperadamente
achar um jeito de se salvar
quando você para de debater
é que começa a flutuar
era como um daqueles quadros que
te fazem querer chorar
minha mão na sua coxa esquerda
a sua mão sobra a minha
o carro subindo a rua
como se o destino fosse a lua
O coração ... a pulsar
O brilho... de um olhar
O encontro... e o despertar
O beijo... e o calar
O destino ... e a direção
A vida... e uma paixão
Pequenos Versos de Alice Raposo
era pra ser o que não foi.
e os sorrisos,
como meras maquiagens.
das quais estranhamente
mascaravam toda tristeza embutida.
"O mar me faz amar, amar o azul do mar
Azul que me faz lembrar, lembrar de teu olhar
É uma pena não te amar, mas continuo amando o mar."
tem dias que recuso a vida adulta,
mas tem dias que é inevitável não aceitá-la.
exagerado.
de dia em dia me refaço,
me reparto.
dor, mas glória.
QUADRAGÉSIMO QUINTO HEXÁSTICO
Toda imanência recrudesce
ao sentir a vida em potência
caos sagrado e profano nasce
no Sujeito-poema acontece
faz-se desejo de existência
no eterno retorno da mente
Disse-te que nasci um só
E que morri vários?
Ou nada te disse sobre
O desdobrar-se de mim,
Nesta teia de seres
Que cada dia cresce,
Sufocando o ser
Original que fui?
Que seres são esses
Que se agregaram a mim,
Imitando meus gestos
E minha voz, qual
Herdeiro de esquecidas
Memórias? Disse-te
Que hoje sou tantos
Que nem mais reconheço
Minha face envelhecida
Meu signo particular?
Quem sabe, nada te disse.
Não sei falar sobre o que
Desconheço. Mas posso sentir
Que alguns de mim
Estão morrendo. Outros
Tantos de mim se
Despregam dos contraditórios
Labirintos de mim mesmo.
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