Poesia do Carlos Drumond - Queijo com Goiabada
MEUS OLHOS
Com meus olhos,
eu sigo os pássaros
em passos...
E passo pelo caminho.
Por onde eu passo
eu acho...
O rumo d'aquilo,
que não me deixa taco...
Para que eu possa,
andar sozinho.
Com meus olhos...
Madorna me sonda
na sombra...
Onde meu rosto,
perde o vinco e o brilho.
E com meu sonho vago
eu vago, no tempo vasto
aonde a fé...
Me permeia sob os trilhos.
Antonio Montes
Existe em alguns...
Um poeta oculto dentro de si
A qualquer momento
Num pé de vento pode vir emergir
Escrever lindos versos do Sul ou do Norte
Soprar tão forte que nos fará sorrir...
Dar plena satisfação em ler sua canção interior
Cuja tradução chama-se AMOR!
Conversas em brasa...
Em tom bem acentuado
O parolar de dois pássaros alados
E entre um beijo e outro
Nos olhos um "eu te amo"
Bem apaixonado ♥
Conversas em brasa...
Em tom bem acentuado
O parolar de dois pássaros alados
E entre um beijo e outro
Nos olhos um "eu te amo"
Bem apaixonado ♥
Logo ali no gosto exposto...
Há um rosto escupido, ás vezes sonhos são banidos de nós com o tempo, leva o vento*
Logo ali no gosto exposto...
Há um rosto escupido, ás vezes sonhos são banidos de nós com o tempo, leva o vento.
Loira teus raios são sempre solares,
Claridade do teu alvorecer.
Fios de ouro escapando pelas mãos.
Irresistível convite ao toque,
E o vento te tira pra dançar.
Sabe luzir proeminente!
Teu giro é uma ciranda de Girassóis,
Que se assemelha as margaridas.
De sentimentos tão florida,
A excelência sorrida, em afluir a cor, e a singularidade.
O TROCO
O trocado...
que você me deu
... Como troco;
foi pouco,
foi muito pouco
o trocado seu...
Todo esse troco pouco
você me ofendeu...
E tornou-se ainda mais
pouco... Todo troco
que agora é meu.
Antonio Montes
Vislumbram-me olhos que confundem e desnorteiam os fracos;
Vislumbram-me olhos estranhos que eu conheço;
Vislumbram-me estranhos olhos que me assustam e fascinam;
Vislumbram-me olhos que deslumbram minh'alma e entorpecem minha cândida loucura;
Vislumbram-me olhos que cegam-me mente, logica e razão;
Vislumbram-me olhos que dizem num sussurrado e retumbante clamor:
"O pecado não seria proibido, se tao somente não fosse ele o pecado"
Vislumbram-me doces e ingênuos olhos que teriam tudo para aprender,
se tão somente já não lhes faltasse o rubor da inocência e do pudor.
Vislumbram-me, enfim, olhos de pecado.
- SÓ EU SEI -
Só eu sei
quantas horas da minha vida
gastei nos versos que escrevi!
As mágoas que senti
a Solidão a que me dei
o vazio de que bebi!
Só eu sei
a tristeza sem destino
que nos versos arrastei,
a amargura, a saudade,
e quanta saudade, Deus meu!
Tantas horas d'infortunio
e malfazeja que me encheram
de medo o coração!
Tudo tão meu. Tão colado
ao meu silêncio. Tão impresso
em meu destino!
Só eu sei ... Só eu sei ...
Qual a sua ruína?
Essa ruína que lhe rói.
Ruína que lhe rumina,
Que caos você guarda?
Essa ruína que silencia,
Qual [quem] é a sua ruína?
TELA DA JANELA
Da tela da minha janela...
eu vejo o tempo com suas ondas
como se fosse, cortejo de banda
tocando horas minutos e momentos,
ou... como se fosse um jogo de dama
com tabuleiro todo demarcado
onde nos somos as pedras prontas para
sermos manipuladas.
Todavia sendo roladas, p'ra lá e p'ra cá,
sem tomar tento da partida
nem o ponto onde chegar.
Da tela da minha janela...
Eu vejo o sol todo em pedacinhos
demarcado pelo arame do mundo
envolvido nas telhas dos sentimentos...
Eu vejo a tabuleiro sendo manipulado
pelas feras do poder, onde elas
é que fazem as cartas e as regras...
Elas é que coloca-as cartas sobre a mesa.
Vejo os pequenos tentando sobressair
das garras de um esquema posto
sobre eles mesmo no qual eles são
apenas a peça do tabuleiro e como tais...
são jogados para lá e para cá...
Feitos de bobos, por todo tempo,
pelo tempo todo.
Da tela da minha janela...
Eu vejo as ruas e as calçadas
os passos, passadas e passarinhos
eu vejo o tempo demarcado pela tela
e a minha saudade toda em pedacinho.
Antonio Montes
Seu sucesso
Seguido de sua queda
Vieram ambos repentinos
E lhe deixaram a mercê
De seus demônios
Com seus vícios famintos
A lhe corroer as entranhas
PERFAZER
Do vinho eu trago um cheio trago...
Uma taça e meia telha outra cheia
saudades me permeia... E nesse
cabo, eu me afago... E me acabo.
Do milho um sopro, gosto verde...
Quando assado, cozido cural
pamonha, paixão em meu varal...
Uma vontade, me enche a sede.
Uma sede na cede que me cerca
em seu emaranhado arredondado
nos seus lados e bicos, eu me acabo.
Dou- me, com essa dança de lado
bailarino em notas, passos errado
eu me acabo, no passado desse fado.
Antonio Montes
Poema da vovó.
O dia é para clarear o universo, que legal!
Eu estou apaixonada e isto não é normal,
Pergunto será excesso de reposição hormonal?
A RESTA
Tudo que me resta
desse amor amigo...
É amar contigo, no castigo
desse amar bandido
que inebria os nossos corpos
no integro do abrigo escondido...
Com volúpia, com castigo,
provocando estampido...
Ao ouvido, em frenesi contigo.
Antigo perigo... Em libido
embebido com, paixão,
sacudidos de chama
disparado, pulsando coração.
Digo o que digo desse amor
feitos bandidos, e o que me resta
... É amor e amar contigo.
As vezes pela fresta, presta
vontade desembesta,
fogo na testa,
n'aquelas vezes escondidos...
Paridos alívios.
Antonio montes
COBRANÇA
Eu passo...
Por esse pasto vasto do mundo
vejo o estreito e efeitos profundos
provocados pelos feitos imundos...
Penhasco em pedaços
desmoronamentos de cachos,
unhadas em sufoco, por poucos,
cordas nos pescoços.
Sentimentos estão se tornando
cacos, pouco a pouco...
O mundo cobra o troco.
Antonio Montes
No atual estágio, todo mundo é suspeito. Até eu, em substrato, desconfio de mim.
Nada contra quem conta. Mas a rota é sempre a mesma. Seguir na direção contrária ou bater de frente com o absurdo.
Eu decidi pular antes que a corda aperte o meu pescoço.
Acorda!
As pontas se encontram e se desfazem em nós... talvez ainda dê para escapar antes que o circo se feche!
OURO É TOLO
O ouro, já não reluz...
Como reluzia ah tempos atrás.
Nesses dias de hoje...
Até a luz, vai reluzir, e se desfaz.
Aquela alegria que escancarava
com a verdade de um sorriso
também, já não existe mais.
Tudo que era para ser preciso,
tornou-se indeciso, até para o céu,
para o infinito juízo, e planos,
a certeza da fé...
É uma flecha vagando ao tendeu.
Ouve um tempo...
Em que existia ouro
e o mal agouro, era de tolo
Hoje, todos os tolos, são bobos
e o ouro, é estouro de tolo.
Antonio Montes
ABELHAS
Abelhas e suas aldeias
zoam pernas de centopéia
centenas de milhares cheias
abelhas novas, abelhas velhas.
Lá no sopé do morro
pelo campos e pirilampos
voam, abóiam em estouros
ferroada em couro, retrancos.
Abelha, colméia e mel...
Tanto encanto com flores!
Polens na áurea do anel
juntando assim, os amores.
Quanto cuidado ao quartel!
Sua rainha... Um magistral,
procria no dia de aranzel
ainda faz, geléia real.
Abelhas, canto e encanto
relíquia, milagre e segredo...
Guardados a quatro cantos
um manto vivendo, o sedo.
Antonio Montes
✨ Às vezes, tudo que precisamos é de uma frase certa, no momento certo.
Receba no seu WhatsApp mensagens diárias para nutrir sua mente e fortalecer sua jornada de transformação.
Entrar no canal do Whatsapp- Relacionados
- Poesias de Carlos Drummond de Andrade
- Poesia de amigas para sempre
- Poesia Felicidade de Fernando Pessoa
- Poemas de amizade verdadeira que falam dessa união de almas
- Poemas de Carlos Drummond de Andrade
- Poesias para o Dia dos Pais repletas de amor e carinho
- Poesia de Namorados Apaixonados