Poesia Completa e Prosa
Sei que te bastam minhas mãos.
Nelas podes ler as linhas do destino
mover as estações do ano,
alinhavar em língua de espanto
a vertigem das manhãs.
Minhas mãos, poderosas mãos,
tão grandes que tocam as nuvens,
tão fortes que calam os lábios
tão ligeiras que podem tudo.
Tão delicadas, e tão rudes.
Minhas mãos, escravas mãos,
de tuas vontades e virtudes.
Alvorecer
Não menospreze a doçura do seu trilar
Faça florescer a ternura oculta
Regue noites perfumadas,
e enterneça dias nublados
Cuide das dores,
plante silêncios em florestas feridas
Que os velhos e surrados medos
não ofusquem a beleza do seu cuidar
Não deixe migalhas no caminho,
tampouco desatinos
Que transborde amor por toda sua alma deserta
Flutue por vales e sinta a "brisa gentil"
E eu?
Ah, eu estarei aos pés da poderosa montanha colhendo frutos proibidos...
Angústia
Pisando sobre palavras mortas
De cenas tortas dentro do peito
Respirando o ar rarefeito
Buscando um jeito de te esquecer
De minha mente convencer
Da sua inexistência
Sem ter ciência
Nem consciência
E sequer prever
Que lá no fundo
És meu mundo
E para sempre assim
Indiferente em mim
Irá viver.
Devoção
Este meu sentir tão distante
Que sequer atenção deseja
Te admira a cada instante
E teu amor já não almeja
É sentir de abnegado apreço
Que jamais se envaidece
Não se esgota ou esquece
Quanto mais te enalteço
É meu pecado e redenção
Minha dor e meu prazer
Meu castigo e remissão
Da poesia a inspiração
Um eterno amanhecer
Impetuosa devoção
Borboletas no estômago
Te construí com cada pedaço de emoção
Juntei as flores que jamais entreguei
As cartas que nunca enviei
As declarações que deixei de pronunciar
A prazerosa expectativa do encontro
As borboletas no estômago
A esperança do sentimento correspondido
Concepção de sua essência
Contemplei o seu alvor
Celebrei sua existência
Imanência, oh louvor
Encanto que sublima
Envolve e fascina
Obra prima do artista amor
Por teus olhos
Por teus olhos
Colorido de um verde esmeralda
Vejo um outro mundo
Com o qual fascina minh’alma
E como enlevo profundo
Este coração trôpego, entorpecido
Tantas vezes esquecido
Estremece
De fato sem perceber
Prevalece
E outra vez procuro
Encontrar
Em teu olhar
Um motivo, uma razão
Porque meu coração
Escolheu te amar
Sou Filho do Ceará
Minha terra, meu Ceará,
Aqui nasci, aqui é meu lar,
Cinco letras de amor no coração,
Paixão que arde como o sol no sertão.
Fortaleza, terra de luz e calor,
Onde o povo luta com fé e valor,
Gente aguerrida, que não esmorece,
Que cai, se levanta e sempre vence.
Terra de cabra macho, de força e raiz,
Onde a esperança floresce e o sonho diz:
"Vai em frente, Ceará, com garra e coragem,
Teu povo é gigante, tua história é viagem!"
Minhas praias, meu mar, minha brisa, meu chão,
Beleza que enche de orgulho o meu coração,
Terra abençoada, de fé e devoção,
Onde a luta é constante, mas também há canção.
Mais amor, mais calor, mais vida a pulsar,
Sou filho do Ceará, e daqui não vou largar!
Com sangue, com raça, com alma guerreira,
Minha terra é poema, é força brasileira!
(Fortaleza, 24 de Junho de 2025)
Furtado, Brunno
Cheguei para ficar,
Como a tua saliva,
A deslizar pela boca,
Sou o teu desejo
- intrépido-
O teu riso sem juízo,
A tua curiosidade louca.
Cheguei para enluarar,
- Repare!-
Já que tudo é poesia,
Estou até tirando a roupa,
Para te aceitar, e te amar,
E me entregar a delícia
Deixando-te me experimentar...
Cheguei maliciosa,
Perfumada e perigosa,
A perfumar o teu corpo,
Como a Lua sobre a praia,
Dando licença às estrelas,
Para que não se esqueça:
Do quanto sou capaz de ser
Completamente maliciosa...
Assim intrépida te excito,
Nesse prazer em verso,
Que ainda não foi cometido,
E está sendo planejado,
Descobri que sou a tua canção,
Quero a tua mão,
- o teu coração -
Ocupar objetivamente a tua emoção,
É o que eu planejo,
Ter em mim os teus olhos negros,
A tua boca santa,
O teu corpo místico
No profundo de minhas entranhas...
Calmamente seguindo a rota,
Adoçando docemente a rosa,
Colhendo simplesmente
- a semente -
Que um dia plantaste.
Psicodélica é a forma,
Que me desfolho e me revelo,
Corajosa de alma e coração,
- sou tua aquisição
A tua vaidade garbosa,
Honrada a cada delírio de paixão.
Sedutoramente revelando a rosa,
Desabrochando sensualmente a rota,
Embalando ritmicamente
- só o que sensibiliza -
Porque é o quê nos faz sentido.
Perca em mim o juízo,
Assim é como te quero,
- doce e carente -
Não menos contente,
E totalmente entregue...,
Para ser todo dos meus beijos quentes.
Leia-me com poética,
e não literalmente...
Porque sem poética,
não haverá compreensão.
Versa-me nas letras,
e não espiritualmente...
Porque sem profética
não haverá reconciliação.
Desnude-se para me ler,
porque só assim captará
Que o amor dos outros
foi distração poética,
Para um amor desesperado
e quase sem salvação.
Porque o porquê destes versos,
na verdade sempre foram teus;
Na esperança de vivê-los
para brindar a vida com paixão.
AMOR: os versos que escrevi para nós, só você saberá identificar.
De que adianta ter olhos
E não ter coração?
Ter olhos e não ter coração
De nada adianta,
Porque sem coração
Não se enxerga nada.
Os versos que escrevi
E não te contei estão
- aqui -
Os poucos que escrevi
Me distraí com amores
Dos outros esperando
Tu chegares de longe.
De que adianta não ter
Os teus olhos e coração?
Não tê-los me reduziram
Ao grau máximo do nada.
Escritos com lágrimas,
Talvez não mais belos,
Versos de sangue,
Rimas com bravura
Quero viver mil vidas,
Para dizer ao mundo
Que sem o teu amor
Atinjo a [loucura].
Meus versos são tentativas,
Que talvez jamais serão
- lidas-
O nosso reencontro
Não tem previsão,
Poderá ocorrer daqui
Algum tempo ou nunca,
E não sei [onde].
Só digo mais uma coisa:
- A literatura salva da morte,
E a poesia salva da vida,
Só me resta saber se serei
Para os teus braços devolvida.
O céu despencou,
O chão se abriu,
O peito sangrou
O ciúmes surgiu.
Cartas enviadas
Não esclarecidas,
Cartas malcriadas
Palavras engolidas.
O tempo passou,
O amor sobreviveu,
O tempo [surgiu,
O coração não esqueceu.
Cartas não respondidas,
Devolvidas e rasgadas;
Cartas persistentes
Palavras perdidas.
Sempre acreditei no amor,
E que se um dia houvesse
Salvação para o amor;
É porque nunca deixou
De ser e viver o [amor...
Por triste desventura
Não houve salvação
Para o [amor
É porque era [tudo]
Só não era [amor].
Sempre acreditei no amor,
E que se um dia viesse
Abandonar esse amor;
É porque tu desertou
De ser e viver de [amor.
Distraí-me com o 'amor'
E o tempo passou,
O 'amor' era dos outros,
Só não era o teu;
O destino comprometeu,
E o tempo passou,
É porque o teu amor
Nunca me pertenceu.
Guarde contigo:
rima de sonhar,
verso peregrino,
canção de mimar.
Além continentes:
trilhas poéticas,
poemas amáveis,
rotas contentes.
Doces vertentes
sabem velejar
poesias silentes
sabem mapear.
Alma envolvente:
feita de [mar],
verso continente,
quero te beijar.
Pelo amor que há de ser,
não é justo 'prometer'.
Porque há de se esgotar
um sentimento anterior.
Para que se fique em paz
com o amor primeiro.
Porque em nome do último,
que seja verdadeiro.
Pela missão de ser e receber
o amor derradeiro:
Não é exagero que ele
seja [inteiro].
Prometo escrever uma canção:
Feita de areias, mar e paixão.
Para ser cantada pela morena
Nascida para a tua rota acenar,
E tomar conta do teu coração.
O Farol em dias de Sol,
E em noites de luar e calma.
Ao som de uma boa prosa
E malemolentes sambas de roda,
O vigia será sempre o Farol.
Chamego os versos para você:
Versos que ainda não escrevi
Ainda na Bahia eu não vivi.
O cheiro, o cafuné e o beijo,
E o banzo para embalar a alma.
O Farol da Barra que vive brilhar,
Do Céu provém a inspiração,
Eu sinto a emoção marulhar
Na Bahia de Todos os Santos,
O encontro na beira do mar.
Esqueço e deixo tudo para trás,
Jogo firme a rede no mar,
Sou embarcação para navegar
Sou o vento a enfunar,
O Axé, a poesia e a paz...
Disseram muitas coisas...,
O Forte é de Santo Antônio.
Ainda vou até a Bahia,
Encontrar este meu sonho.
Dizem quem já foi à Bahia,
Não se esquece mais;
Se enamora para sempre,
E não volta atrás.
Você sabe muito bem,
que eu não quis admitir:
- Que nós somos iguais!
Você me conhece bem,
por isso não preciso falar
que você mora em mim.
Eu sei que moro em ti,
fingi não [perceber]:
para não me entregar...
Você sabe que vou além,
que escrevo com o gentil
- arrimo -
Destes teus olhos celestiais,
e eles não se apagarão jamais!
Eu vivo uma inevitável
primavera que não passa,
a minha alma te abraça.
Eis o solstício irremediável
eterna chama que não abrasa
a vontade na imensidade.
A inspiração particular,
em tons solares e florais,
só para te embriagar demais.
Você me conhece muito bem,
- ilustre cidadão do meu peito -
e devastador como ninguém.
Você venceu o próprio tempo,
viraste paixão em poemas inteiros!
Sou senhora da minha liberdade,
- proprietária do meu nariz -
e boêmia das palavras.
Além das matizes mais florais
e de todos os bons 'setembros',
Eu reconheço que estou assim
- vivendo -
A mais colossal das estações:
- A Primavera do amor demais...
Sou aquela que não quis ver:
o teu olhar como um oceano,
Louco para me [ter]
morando no teu castelo,
Cortejando o mais profano.
Ninguém pode me tirar o direito
de te amar em [silêncio],
Ninguém pode nos roubar de nós:
a jura, a ternura e o compromisso.
Entraste na minha vida como magia,
pleno com este doce [feitiço...
Sou a ilustre cidadã que vaga
[nua] no teu mundo:
- A aventura impensada,
o teu esquecer das horas,
e a tua Lua na madrugada.
Ninguém pode contra nós,
juntos somos imbatíveis!
Ninguém nos [conhece],
os nossos olhares se reconhecem,
Falamos de amor olhos nos olhos.
Sou a alma insubordinada,
que apeou no teu [forte],
E tocou no teu coração.
O teu querer virou atordoado,
o teu impulso será multiplicado!
Ninguém pode me tirar de você,
e nem mesmo o [tempo;
Ninguém pode me tirar você
de dentro de mim.
Brindamos com [convencimento]
a certeza do amor ter nos encontrado.
Gira o mundo ao nosso redor,
Dançam as horas o minueto,
Sina de quem vive esperando
Viver uma história de amor.
Lira segundo o soneto,
Frescor da madrugada,
Versos finos e madrigais,
De quem será a tua amada.
Brisa os teus segundos em prosas,
Brincam os versos amplexos,
Profetiza a vinda apaixonada
De uma alma feita de mel e rosas.
Divisa feita de oceano,
União de desejos,
Certezas e planos,
Hábeis como ciganos.
Brindam com doçuras!
Foram abertas as travessas,
E enfeitadas com açucenas;
Almas plenas de ternuras.
Vibram com a chegada da poesia,
Vinda travessa de alto mar,
Repleta de si e de arco-íris,
Nascida para te (amar).
Os meus olhos sobre ti são
as minhas silentes preces
De petição fervorosa à Irene,
para que perene tu retorne
Ao teu solo e [destino;
Inteiro, sólido e divino.
Estes versículos mundanos
são alaridos [discretos.
Que não te toquem os profanos!
Os meus reflexos poéticos são
os meus voos infinitos,
Eu te pertenço
com o espírito de [vinho,
Por tenho te deixado quietinho.
Estes versículos penetrantes
são versos de [paixão,
E batidas do meu coração!
Com fino gáudio eu te ofertei
à Atena para que te proteja
de todo o perigo
És o meu pecado atrevido;
Eu te quero [preservado
e de todo o Mal protegido.
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