Poemas Vazio
Nunca te pedi nada, e mesmo assim, sempre me deste tudo de que precisei.
Nos momentos em que me perdi de mim, foi em ti que me reencontrei.
E mesmo quando não vejo saída, és tu quem sempre me mostra o caminho para continuar.
Ultimamente tá engraçado, viver tá bagunçado. Todas as atitudes parecem erradas, e não consigo sair do lugar: sempre um passo pra frente e dez pra trás.
Ultimamente tô sem palavras,
minha mente grits tudo que queria dizer, mas da minha boca não sai nada.
E acho que, mesmo se saísse,
no outro dia eu ia pensar:
"Por que você é tão fraca?".
Ultimamente tô indignada:
mesmo fazendo o que acho certo,
parece que sempre tô errada.
E se eu não fizesse,
teria o mesmo sentimento
ou seria pior.
Minha vida virou de cabeça pra baixo, e não sei se tô suportando essa virada. Girou tanto que tô tonta,
bêbada de vazio e entorpecida de raiva.
Mas eu vou dar um jeito, sempre dou. Desde pequena sendo meu próprio apoio, não é hoje que mudou
Repetição: insuportável. Não aguento; é intragável, nojento, repulsivo.
Como sociedade, evoluímos: em tecnologia, em ciência, em sabedoria. Mas não nos livramos dessa maldição eterna, dessa praga indissociável do âmago do homem. Como a serpente Ouroboros, que se devora eternamente. Estamos perpetuamente num ciclo infernal: constante, infinito, desgastante.
Em prisões, estudamos. Nos mesmos domínios, trabalhamos para nossos senhores. Nas mesmas zonas, somos escravizados por nossos vícios. Sem dúvida, o verdadeiro mal da humanidade é o vínculo: imaterial, psicológico, inapagável. Vínculos são as correntes que nos prendem, nos aprisionam, nos suprimem.
Quando quebramos essas correntes, a verdadeira liberdade é encontrada. Porém, com essa liberdade irrestrita, surge uma corrupção que destrói a alma: a solidão.
Vazio insuportável. Um vácuo que nos força a preenchê-lo.
E nesse bizarro paradoxo, corremos para ocupar esse vazio com mais vínculos, nossa maior fraqueza. Por isso, forte não é o homem que acumula laços, mas aquele que aprende a viver no vazio, sem amarras, pois preenche a própria alma com nada além de sua vontade.
Talvez
Talvez eu seja mesmo chata,
um peso que ninguém aguenta carregar.
Talvez eu seja barulho demais
num mundo que só quer silêncio.
Talvez eu seja a pessoa errada
no lugar errado,
falando demais, sentindo demais,
chorando demais.
Talvez eu mereça as portas batendo na
minha cara,
os olhares atravessados,
as fofocas escondidas,
os risos quando eu viro as costas.
Talvez eu mereça ficar sozinha no recreio,
sozinha no quarto,
sozinha no escuro,
com meus pensamentos gritando.
Talvez eu mereça um pai assim,
frio, distante, duro,
com palavras que cortam como faca,
que nunca me enxergam de verdade.
Talvez eu mereça esse vazio,
essa sensação de não ser o suficiente,
essa vontade de sumir.
Mais ai eu penso...
e a minha mãe que me olha com cuidado?
e a minha amiga que me chama,
mesmo quando eu só sei falar de dor?
Será que elas estão mentindo?
Será que só falam bonito
porque a verdade doeria mais?
Será que sou outra pessoa com elas
e ninguém conhece a minha "versão real"?
Porque eu tento, juro que tanto,
mas sempre parece que erro.
Eu sou muito ou sou pouco.
Sou fraca ou sou dura.
Sou amor ou sou problema.
Nada nunca parece suficiente.
E eu fico aqui,
no meio dessa bagunça
tentando entender se o mundo me odeia
ou se sou eu que não sei viver nele.
Tentando descobrir
se um dia vou ser vista como algo bom
ou se eu já nasci pra ser o erro.
Talvez eu não seja castigo,
talvez eu não seja ruína,
talvez eu seja só uma menina
com um monte de ferida aberta.
Mas, no fundo,
quando a noite chega e o silêncio aperta,
quando ninguém me vê e eu desabo,
eu só consigo pensar:
...talvez eu mereça.
O coração não sente
Ele se corrói.
As lágrimas desaparecem
Trocadas por sangue
Cortes fervem
Em uma doce agonia.
A Trapezista que Voou
Havia em ti um ímpeto raro,
um desejo insaciável de subir mais alto,
de lançar o corpo e a alma aos ares,
como quem nasceu para cruzar o mundo
sem pedir licença ao chão.
Foste trapezista da própria vida:
voaste, saltaste,
atravessaste oceanos,
colecionaste cidades, diplomas, histórias —
cada passo teu foi um risco,
cada vitória, um voo certeiro.
Enquanto eu te olhava,
meus pés cravados na terra,
tu dançavas lá no alto,
livre, bela, intrépida,
desenhando no ar caminhos que nunca ousei seguir.
E um dia…
sim, um dia,
quando percebi,
tinhas ido tão longe,
tão além do meu alcance,
que só me restou a lembrança desse espetáculo teu,
desse número perfeito e irrepetível.
Ainda guardo o momento,
aquele instante silencioso em que percebi teu destino:
não eras feita para ficar,
eras feita para ir.
E assim, teu nome ficou suspenso,
oculto, mas vivo,
gravado na memória como num truque secreto:
Jamais esquecerei teu riso ao partir,
Unindo coragem e sonho numa mesma bagagem,
Cruzando fronteiras como quem cruza a linha tênue do trapézio,
Elevando-se, sempre mais,
Lançando-se ao mundo,
Intensa e invencível.
E eu, que te amei e ainda amo,
fiquei no picadeiro vazio,
aplaudindo tua liberdade,
mesmo que ela tenha me levado para longe de ti.
Que bom que soubeste voar,
que bom que soubeste viver —
mesmo que, nesse voo,
eu tenha ficado para trás.
Te celebro, trapezista,
com alegria e com saudade,
sabendo que amores como o nosso
não acabam:
eles apenas aprendem a aplaudir,
em silêncio,
o espetáculo da vida que segue.
Porque tem gente que a gente não supera — a gente aprende a conviver com a ausência. Como quem mora com um fantasma que já virou parte da mobília.
Saudade é isso: dançar sozinho com as lembranças.
Com o peito apertado e o coração bêbado de passado.
RELICÁRIO FILOSÓFICO.
"Amigo é a resposta aos teus desejos. Mas não o procures para matar o tempo! Procura-o sempre para as horas vivas. Porque ele deve preencher a tua necessidade, mas não o teu vazio".
(Khalil Gibran).
Saúde, Luz e Paz!!!
Poucas coisas me perturbam tanto quanto habitar uma sociedade onde impera a uniformidade — de rostos, de vozes, de pensamentos.
As opiniões deixaram de ser fruto da reflexão para se tornarem ecos de narrativas alheias.
Vivemos sob o peso de uma lógica perversa: “Se muitos dizem, então deve ser verdade.”
É angustiante cruzar com tantas pessoas e, em cada uma, encontrar o mesmo vazio — a mesma ausência de profundidade.
Seres humanos reduzidos à superfície do que poderiam ser.
Já não experimentamos a liberdade em sua essência; vivemos apenas a ilusão de estarmos livres, enquanto somos conduzidos, silenciosamente, por ideias que nem mesmo nos pertencem.
Hoje, não são grades que nos aprisionam, mas discursos repetidos, dogmas disfarçados de opinião.
Questionar se tornou ousadia. Pensar diferente, quase uma heresia.
Buscar a verdade — essa que exige coragem e solidão — parece um ato subversivo.
E nada me causa mais inquietação do que ser confundido com essa massa amorfa que abdica de pensar.
Te dei meu coração, rasgado e sincero,
você partiu sem olhar.
Hoje sou sombra do que eu era,
mas ainda olho a lua
e peço a Deus pra um dia
alguém ficar… e não trocar.
Ando infeliz.
Não que seja culpa de alguém.
São os pesos das escolhas.
Os pesos das ações.
Não de alguém — mas minhas.
Cada dia que passa, o peso chega e dói ainda mais nos meus ombros, já machucados nesses anos.
É como ser um fardo pra mim mesma.
É como ser um fardo que ninguém quer carregar.
Só existo eu por mim.
Me sinto presa a uma vida da qual nem lembro quando assinei esse contrato.
Deveria ter pensado mais...
Teria poupado tanta dor e sofrimento.
Não teria lágrimas nos olhos,
Nem sorrisos forçados,
Tentando mentir pra mim mesma que consigo dar mais um passo,
Se eu parar para respirar a cada movimento que dou.
Me vejo no espelho da vida
E, sinceramente, tenho vergonha de mim.
Minha família não me ama como eu precisava.
Meu marido é ignorante.
Só pensa em si e me deixa aos trapos.
O único amor que conheci de verdade é o da minha filha.
Sinto que nasci pra servir meus inimigos — e conviver com eles.
Jesus… até quando?
Até quando tenho que chorar calada?
Até quando vão me invalidar?
Estou a um ponto de acabar com minha vida com minhas próprias mãos…
Nem que seja em palavras, como estou fazendo agora:
Sozinha, na minha própria casa.
Só eu, uma xícara de café amargo
E gritos contidos, enquanto engulo amarguradamente cada gole.
Poço Invisível
Há um poço invisível dentro de mim,
feito de ecos, silêncios e memórias.
Nele caem as palavras que não digo,
as histórias que jamais terão glórias.
Ali moram os dias em que falhei,
as vontades que nunca encontrei forma,
as respostas que calei por medo,
e o amor que parti antes que se conforma.
Não tem fundo, mas tem espelho.
Não tem água, mas afoga.
É onde mergulho sem grito,
é onde a ausência me embriaga.
Mas também dali brota algo vivo,
um fio tênue de lucidez.
Do poço nasce o que escrevo,
da sombra, a minha altivez.
Desejo te enxergar com bons olhos,
Te perdoar e sentir nossos corpos,
Aconchegados e embalados pelo ritmo de nossas respirações.
Mas, como os passos de um trolho,
Restou apenas o vazio que distancia nossos corações.
08/07/2025
Mundo Vago
Caminho por ruas que não respiram,
muros mudos, olhos sem luz.
O tempo escorre entre dedos frios
como um lamento que não se traduz.
O mundo é uma casa desabitada,
com portas trancadas por dentro,
e eu sou o eco de alguém que partiu
antes de ter sequer um centro.
As vozes sumiram nas esquinas,
os toques morreram nos gestos.
O amor virou uma palavra vencida
perdida entre gritos discretos.
Nenhuma cor permanece na pele,
nenhum som me alcança inteiro.
Sou casca de sombra flutuando
num céu sem ar, derradeiro.
Há dias em que nem a dor responde,
em que o silêncio pesa demais.
E sorrir é apenas um espasmo,
nos cacos de tempos normais.
Não há horizonte, só névoa.
Não há futuro, só negação.
E tudo o que restou de mim
é o vulto de uma ausência em expansão.
Acreditei que me anestesiar seria cura, que o silêncio das emoções me salvaria.
Até entender que ninguém procura um médico pra esconder a dor.
Silêncio, às vezes, é só o grito maisbemdisfarçado.
Palavras
Senti na pele amargas dores,
E vi as minhas palavras
Como um refúgio…
Não sei se a minha
Vida será lembrada,
Ou se serei uma passagem
Na escrita. Sinto o tormento,
E em mim um vazio,
O chão que fino sinto.
Um falso chão, e palavras
Que não aprecem serem
Vistas. Quero gritar, e a minha
Voz se esgana, e sai sopro
De minhas dores… Sei que
Fui poeta, poeta perdido no
Nada, poeta sem destino,
Poeta que a vida jamais
Soube preservar, não sei
Se viverei a anos, e se serei
Aplaudido pelas minhas palavras.
Um poema não está no espaço
Por está, eles são muito mais
Que uma pessoa, mas
Que custa os sentimentos
Objetivos, e subjetivos
De uma poeta.
#PERSISTE
Em minhas histórias de loucuras...
Que há muito me gabei de possuir...
Tanto sonhei...
Como tanto vivi...
Escrevi silêncios em noites longas...
Pelas ruas solitárias que trilhei...
Atrás de vozes que me atraíram… Deu em nada...
Só um grande vazio encontrei...
Em meu mundo acendi...
Centenas de estrelas para me iluminar...
À lua tanto cantei...
Querendo me encontrar...
Não, jamais fecharei as portas dos meus sentidos...
Mesmo que minhas ilusões tenham ardido...
E os meus desejos...
Antes tão fortemente vividos...
Jamais serão esquecidos...
Mesmo que os frutos do amor que não deram...
Continuarei persistindo...
Sandro Paschoal Nogueira
facebook.com/conservatoria.poemas
Na marginal do rio,
De curvas salazes,
Margeio o cheiro de casa,
A vontade de descalçar o pé do chão,
E silenciar num vazio de asa,
Quem tem um amigo, um amigo de verdade, mesmo que seja só um, não importa a onde você esteja, jamais sofrerá de solidão;
Poderá morrer de saudades, ficar deprimido mas ao mesmo tempo feliz pensando no que fizeram no passado ou no que podiam ter feito.
Mas uma coisa é certa, vc não estará só.
Caso contrário, não há solidão mais triste do que a do homem sem amizades.
A falta de amigos faz com que o mundo pareça um vasto buraco negro, onde ninguém se importa com você.
