Poemas Sombrios
Era uma vez parte 2
Mais reza a lenda que essa sombra era luz e brilhava como luz e derrepende por um breve instante essa luz se tornou sombra.
A luz se apaixonou pela sombra, mas não podia toca-la pois quando se aproximava a luz acabava com a sombra, isso deixou a luz triste pois só podia contemplar a sombra a distância.
Na sombra da noite
A coruja decola em seu voo silente
Com uma visão singular e aguçada
Garras pontiagudas e mortais
Causando o terror em suas vitimas:
Ratos apavoram-se, morcegos voo,
Insetos sacodem seus exoesqueletos
Buscando abrigo em seus esgotos e esconderijos.
Na ânsia de sobreviverem as suas desgraças.
Notívago
À SOMBRA DUM SONETO
Penso no amor e fico, com receio
De ser uma lembrança rejeitada
Dessas que ao sentimento veio
E que na estória foi descartada
E nesta poética largado. Creio
Ser emoção na poesia pousada
E no haver o sentimento alheio
Passa, nas pegadas de ser nada
Choro, desejo, também há medo
De o meu versar tornar obsoleto
Ou me perceber vazio e quedo
Porém, não tenho algum amuleto
Confesso que nem algum segredo
Só espero, à sombra dum soneto!
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
26/10/2020, 05’46” – Triângulo Mineiro
A influência do capitalismo e a busca pela verdadeira identidade
Será que sou apenas uma sombra do que almejo?
O modo capitalista molda meu ser, me rodeia
Para um nicho que me convém, mas será isso o que desejo?
Será que estou genuinamente mostrando minha ideia?
Os desejos se multiplicam em formas e jeitos
E eu, perdido, não consigo ser eu mesmo
Com várias camadas de outros eus, tantos conceitos
Que nem sei mais qual é o meu verdadeiro extremo
Seguindo como uma boiada, sem rumo certo
Volto sem saber se sou verdadeiramente eu
Ou apenas os eus dos meus antepassados, incerto
Busco encontrar a minha voz, o meu eu
Em busca do verdadeiro motivo da criação
Para não ser escravizado e dar lucro aos milionários
Será que são minhas outras versões, essa questão?
Busco a verdadeira essência, em meio a tantos cenários
Criados pela minha imaginação, tantas visões
Mas quando menos espero, sou retirado da ilusão
Assim encontro a verdade do outro lado da vida
A humanidade destrói seu próprio mundo com ganância desmedida
Esquecendo que seu ganho não ajudará o mundo, perdida
Espero que este poema possa trazer reflexão sobre nossas ações e o impacto que causamos no mundo ao nosso redor.
Abantesma da sombra
Ó meu prazer um quarto escuro quiçá
Pois seu deleite e seu apetecer pela luz me ofusca o viver
Queres sair pro mundo, olhar pra tudo, se conhecer
Eu quero escapar, largar de tudo e me perder
Você quer ousar, zombar do absurdo e se atirar
Há eu quero me poupar, me volver e me entranhar
Quem sabe arrefecer o calor do fogo sem me queimar
São tantas mascaras que aspiro ao cair
Subo num palco de vidro onde o teto é espelho de mim
Vozes gritando a minha volta, me recuando a terra de puerícia...
Ali habita o medo; que aborda, entrega e me fustiga tão cedo que me entrego por fim!
Ecos
O que eu sentia por você?
Um eco vazio, um amor dilacerado,
Troca constante, como sombra em dia nublado
A confiança se esvaiu, um sonho desfeito.
Anos passaram sem um gesto sincero
Palavras que brotavam de meu ser como flores,
Você só repetia, ecoando meus temores
Nada partia de você, apenas um silêncio severo.
Competíamos em uma dança cruel
Eu não queria vencer, só queria amar.
Vi seus erros se acumulando em um painel
Mas a cegueira do amor me fez hesitar.
Preferi desistir da vida a sentir a dor profunda,
Machucando-me fisicamente para calar a mente.
Você nunca viu as lágrimas que o peito afunda,
Desconhecendo o abismo em que eu me fazia ausente.
Sentimental por dentro, chorava em segredo,
Temia aborrecer-te com minha fragilidade.
Transformava sua vida em risos e enredo,
Amendoim e vinho — nossa falsa felicidade.
Acreditava que ter você perto era melhor,
Sofrendo na companhia da sua indiferença.
Esperava que você fosse meu alvorecer,
Mas no fim percebi que era só uma crença.
Na última volta que nos encontramos,
Me tornei sua sombra — briga e grito.
Um espelho da dor que juntos formamos,
Entregando-me inteira a um amor tão aflito.
Agora carrego as marcas desse amor sombrio,
Um fardo pesado que não sei como soltar.
E mesmo perdida em meio ao vazio,
Espero um dia encontrar o caminho para amar.
"O coração só cicatriza quando sangra consciente.
Esquecer seria trair minha própria sombra.
Então eu fico.
Fico com a dor, com o eco da perda, com o gosto do fim.
Aprendi a respirar no escuro.
Porque a morte que não mata… transforma."
— Fram Lima —
O silêncio rodeia o tempo, como quem se apropria de sua sombra. O silêncio tem fome do tempo, e o transpassa como quem implora por um minuto a mais.
O relâmpago para um estado de consciência é como um insight, uma ideia nova e original, que tem o poder de mudar o norte para o sul, o leste para o oeste.
Caminhar sobre a ausência é atravessar um deserto de silêncio e ouvir o eco das miragens. Caminhar sobre a ausência é atravessar a dor do vazio e ouvir o eco das palavras não ditas.
Ele me olhava e eu olhava para ele, como se fossemos espelhos um do outro. Um silêncio profundo refletia nossa conexão.
Cada cor tem um som. O amarelo tem o som de um girassol, o azul tem o som do céu e o verde tem o som das florestas.
Uma metáfora não existe no mundo físico.Mas é poesia latente.
A alma é uma grande rocha, densa, palpável, forte. De dentro da rocha nasce a linguagem.
Nos instantes não lembrados, mora uma lembrança, delicada.
A culpa transforma a sombra mais inocente
em ameaça.
A mente que não encontra paz,
vive em alerta
como se a verdade a perseguisse
em cada esquina.
Não viva na sombra dos outros;
acenda sua luz e deixe-a brilhar com intensidade.
O mundo se transforma sem parar,e nós também precisamos evoluir,pois o tempo não espera.
Cada um deve encontrar seu propósito,dar sentido à sua passagem por aqui.
Enquanto houver fôlego,
há oportunidade deressignificar.
Acredite: é possível.
Abraçar a sua sombra é parar de fugir do espelho. É olhar pra dentro e dizer “eu sei o que você fez" “e mesmo assim, ainda te amo” “porque você é tudo o que me sobrou e tudo o que me trouxe até aqui.”
Ninguém é inteiro sem seus pedaços escuros.
Ninguém é forte sem suas quedas.
Ninguém é livre sem primeiro encarar o cárcere da própria mente.
Teus olhos buscam resposta em meu olhar,
Mas sinto uma sombra entre nós a pairar.
É como se um muro invisível nos separasse,
E a dúvida no ar, como um peso, permanecesse.
Meu coração é sincero, transborda amor puro,
Mas percebo em ti um receio obscuro.
Teu silêncio grita coisas que não consigo entender,
E isso me machuca, me faz sofrer.
Quero construir um caminho onde possamos andar,
Onde a confiança floresça e possa nos guiar.
Não quero ser um mistério ou fonte de dor,
Desejo ser o porto seguro do teu amor.
Vamos juntos desbravar essa insegurança,
Deixar para trás o medo e abraçar a esperança.
Porque ao seu lado, quero apenas ser o melhor,
E mostrar que em meu peito só há espaço para amor.
FIEL
Ser fiel não é seguir a sombra alheia,
nem calar para manter aparências.
É dizer "sim" ao que a alma anseia
e "não" ao que trai suas consciências.
“A sombra da lua reflete o mar nos teus olhos”
Explicação:
A sombra não reflete.
Mas aqui, nem o mar é real — ele é um reflexo no vazio, um eco na ausência.
O olhar está escuro, distante, sem vida própria, como se o único brilho que nele houvesse viesse de uma ilusão — da lua encoberta, do mar não tocado.
Um reflexo no escuro... de algo que nunca foi seu.
Do infinito surgiu o princípio. A luz e a sombra dançavam sem forma, enquanto o tempo começava a traçar seu caminho. O homem e a mulher nasceram sem saber de onde vieram, sem compreender o propósito da existência. Tudo era passagem, transformação, mas ninguém se dava conta.
As estrelas brilhavam no céu, cumprindo silenciosamente seu papel. A lua observava, testemunha dos ciclos que nunca se interrompem. O vento sussurrava verdades esquecidas, enquanto o mar, imenso e profundo, guardava mistérios que ninguém ousava decifrar.
Pensaram que sabiam. Construíram certezas onde só havia dúvidas, repetiram ensinamentos que nunca foram completos. O que terminava, na verdade, não acabava, e o fim era apenas uma ilusão. Tudo se movia em uma dança que poucos percebiam. Mas agora, algo muda.
A fase racional chega, como um novo horizonte que se abre para aqueles que desejam enxergar. O que antes era vazio se torna compreensão. O universo, antes desencantado, começa a revelar seu brilho real. As portas se abrem para quem busca, para quem entende que nada está perdido, apenas oculto, esperando ser revelado.
Agora é o momento. O chamado ecoa no tempo. É para já, é para agora. Aqueles que despertam sabem que não existem verdades absolutas, apenas caminhos, apenas pistas. E quem as segue, finalmente, começa a ver.
Velha Amiga
Não corro da morte,
não tremo ao seu nome.
Ela não é sombra,
é apenas silêncio que chega sem alarde.
A vejo como uma velha amiga,
de passos lentos,
que caminha à margem da estrada,
esperando o dia em que nos sentaremos
para conversar,
como quem reencontra alguém
depois de uma longa jornada.
Ela não me assusta.
Me ensina.
Me lembra que cada nascer do sol é raro,
que o riso de hoje não volta,
e que amar vale mais do que temer.
E quando chegar o momento,
não haverá luta.
Apenas um aceno leve,
como quem parte de casa,
mas sabe que foi inteiro
enquanto esteve.
A exclusão segue na sombra da indiferença e os velhos pioneiros do descaso construtores dos muros e escaladores de trincheiras das guerras sociais não assumem suas culpas e crimes às lançando as futuras gerações que arcam com as consequências de um passado escravista e preconceituoso a luz das suas prisões e sombras que assombram o futuro comprometido com os prejuízos de um passado horrendo
E o futuro jovem e também aquele que limpará o lixo acumulado pelo antigo velho e "concervador" passado que passou deixou somente seu pior...
O passado e sua futura culpa
CONSEQUÊNCIAS
Te dei meu coração, rasgado e sincero,
você partiu sem olhar.
Hoje sou sombra do que eu era,
mas ainda olho a lua
e peço a Deus pra um dia
alguém ficar… e não trocar.
Ainda Há Sombra
(O Bipolar Contra o Mundo)
Há uma sombra nefasta em torno de mim,
que habita o que ignoro,
permeia o que finjo não sentir.
Carrego uma certeza que me apavora:
não há nada, nem ninguém,
capaz de me entender.
Sigo na redoma, preso,
rodando em ciclos intermináveis,
como quem gira no próprio abismo.
Mesmo quando encontro a sombra,
a resposta é clara,
e pesa —
pesa como a taça de um vinho caro,
como a fumaça lenta do charuto de luxo —
luxos inúteis.
E, ainda assim, não me contento.
Por horas vago, me perco, me desfaço,
e nas horas mais lúcidas, paradoxalmente,
é quando mais me encontro —
como uma perdiz fugindo do tiro,
assustada, perdida, viva,
mas só até o próximodisparo.
