Poemas Nordestinos

Cerca de 1625 poemas Nordestinos

ÁGUAS DO MEU SERTÃO

As doces águas do meu sertão
Tocadas qual boi na invernada
Lentamente se fazendo represada
Tornando em mar o ribeirão.

As águas doces do meu sertão
Revolvidas manipuladas pelo homem
Mata vida gera vida mata a fome
Produz luz pondo fim à escuridão.

Quantas vidas duramente massacradas
Fauna e flora simplesmente desgraçadas
Por um justo vil conforto social?

Desbravamos céus, terra e mar
Manipulamos águas, vales, serras e ar
Sustentando nosso sonho capital!

Inserida por KikodiFaria

CANTAROLANDO O SERTÃO

E essa minha canção
tem cheiro de terra molhada
atravessando a estrada
no meio do mato verde.

É uma cantiga faceira
que traz lembrança estradeira
e na fonte de água docinha
eu vou matar a minha sede.

Cantando eu sigo os caminhos
canta o galo e os passarinhos
a chuva que molha essa terra
e a semente que vou plantar.

A vida aqui no sertão
que alegra o meu coração
e a lua da cor de prata
me convida a enamorar.

E quando é de tardezinha
com aquela beleza todinha
as cores lá no poente
presente no mesmo prazer.

Mas quando chega o dia
o sol é quem irradia
seu brilho e a sua luz
que a natureza quer viver.

Inserida por MartaNepomucena

No sertão urbano
mais uma criança chora
de fome,
que já perdura
por uma semana.

A sociedade
segue indiferente.
Silêncio das
horas mais
agudas da noite.
A desigualdade
faz vítimas inocentes.

A periferia
alimenta
rostos sem formas,
gentes sem nome.
Mas outras crianças,
gulosas e
inconscientes
se empanturram
descontraidamente.

A alegria
burguesa
contrasta
com a tristeza
dos olhos cinzentos
e das bocas sem vozes
da vizinhança.

O choro desperta
o condomínio.
Nasceu mais um João
que ninguém esperava.
Mais um no meio
dessa multidão,
que calada,
ordinariamente
vive.
Mais um
sem esperança.

Inserida por dohrds

Morena do sertão

Morena charmosa
Morena teimosa
Morena linda e maravilhosa
Morena amorosa
Morena cheirosa
Morena que mora no sertão
Morena que vive no meu coração.

Inserida por Tell2100

Saí para conhecer esse mundão
quando me dei conta caí no sertão
o sertão é muito bom
tem diversão para todo lado
quando saí de lá estava andando de lado.

Inserida por maria0106

Saudade de dormir com aquela chuvinha no telhado,
Sertão, meu sertão, como você está machucado!!
Em dias de hoje não há mais oportunidade...
Meus tempos de criança eram bons, isso sim dá saudade!!

Inserida por AtaideDeLima

Meu sertão em seca

Em meados de outubro rosa
A seca "agunia" o sertão
A paisagem cinzenta domina
Os pássaros cantam, mas é um canto triste
O coaxar dos sapos não existe
Falta água, falta vida, falta alegria

Inserida por DanielRicarte

Fogo de sertaneja,
o sol que arde no sertão ecoa no intimo dela!
só a água do bem querer para acalmar a labareda,
arde em brasa rubra feito sol do entardecer no sertão,
arde sem queimar, ferve sem vapor,
mas se encontra uma gota de bem querer,
que escorre feito orvalho na relva,
mantem sempre o calor da chama,
até mesmo quando o sereno entibiar-se e amorna,
se acalma, mas nunca se apaga!

Inserida por RobsonSantana82

A chuva no meu sertão é remédio que cura fome
e faz brota a esperança em dias melhores
e transforma o feio em maravilhoso e belo
de cores opacas em verde folhas azul anil
não existe lugar mais lindo que meu Brasil.

Inserida por andresales2014

O pacato cidadão que mora lá no Sertão.
Os calos nas mãos de tanto puxar a enxada.
Da vida moderna não sabe nada.

Levanta o chapéu e da testa pinga o suor.
Pega o lençol e dá nó.
E com a habilidade de uma das mãos apanha feijão.
Olha pro Céu e diz:
“Vixe Maria!” O Sol está no meio do céu! Já é meio-dia.

Em casa o feijão está cozinhado.
De lá do roçado ele sente o cheiro do cuscuz.
Pensando consigo diz:
Ah Jesus! Vou cuidar, ainda tem a carne pera assar.

Almoça o feijão com carne e cuscuz.
Agradece a Deus com muita ternura.
Adoça a vida com um “pedaço de rapadura".

Poeta Adailton

Inserida por adailton_ferreira_1

SAGA DE LUZIA-HOMEM

A seca castigava o Ceará
Luzia era a retirante,
Cabocla formosa do sertão.
Numa região quente elegante
Emprega-se numa obra
P'ra contrução d'um presídio
fino e elegante.

Inserida por WILAMYCARNEIRO

⁠SIMPLES ASSIM.

Muita gente da cidade
que nunca foi no sertão
acha que a felicidade
é pra quem tem aquisição
pra se feliz de verdade
basta ter simplicidade
e muito amor no coração.

Inserida por GVM

⁠CHÃO FÉRTIL.

Morar no sertão é ter
ar puro e tranquilidade
olhar pra terra e dizer
meu chão de fertilidade
orar quando anoitecer
e a Deus agradecer
por tanta prosperidade.

Inserida por GVM

⁠É pássaro na minha janela
É flor no meu colchão
É letra e melodia
É festa no meu sertão
É do mar
Da areia
Da lua
Lua cheia
Em cantos te jogo rosas
Em músicas
Fantasias
É meu sol
É meu guia
Nos meus sonhos faz morada
Nos meus versos, poesia...
Tua boca tem mel
Tua voz é sinfonia
Meu sonho
Meu pecado,
Mora em mim...
Noite e dia !

16/06/2020

Inserida por LeoniaTeixeira

Seus olhos reluzem
Como brilha o sol no sertão
O calor que neles habita
Invadiu meu coração
Seu sorriso é uma foqueira
Como aquelas de João
Seu beijo é como as cantigas
Que manda embora a solidão
Sua beleza me fascina
Deixa o cabra todo bobão
Seu amor me contagia
Grito isso em todo sertão
Mas a saudade que me habita
Faz tudinho corroer
Ai, quem me dera voltar
Tô morrendo de saudades
Docê.

Inserida por Jean_Quintino

neuroma

caminho no cerrado entre o aroma do sertão
e os sonhos...
do planalto central, neuroma.

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Cerrado goiano

copyright © Todos os direitos reservados.
Se copiar citar a autoria – Luciano Spagnol

Inserida por LucianoSpagnol

a diarista

já o lusco fusco chegando
com sua casca ressequida
o céu do sertão apagando
e as maritacas de partida

pela janela vai adentrando
silenciosa, está tal rapariga
espanando num desmando
sombreando, cheio de giga

tece a noite, vai-se o dia
finca estaca na imensidão
o canto da cigarra anuncia
o tardar, tolda a escuridão

o cerrado a noite cria
a melancolia recordação

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
segunda, outubro, 2019
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

Enquanto o choro é contido
E o sertão galopeia
Me escondo dentro do escombro
Me molho na lua cheia
Em cada verso que entorto
Desvendo a sua teia

Não tem remorso
Ou pecado
O fogo não titubeia
Sorriso já voa largo
Onde a pupila clareia
Não dá pra pedir socorro
Pra quem no amor se margeia

Inserida por pensador

BRASIL CENTRAL (cerrado)

Ó cerrado! ó sertão místico e mestiço
Ó visão, dum pôr do sol que vermelha
- chão, que a secura está sobre a grelha
E o encanto ao dissonante é submisso

Pois o airoso, onde ao torto parelha
Abre a admiração à surpresa do viço
Da tosca vista de ambiente maciço
O gérmen vivo da variada terra velha

Sempre o constante! azul do céu anil
Sobre o planalto... flores exuberantes
De renovo e de um invariante desafio

Anda a poesia aos olhos sussurrantes
Desse seio onde nasce o feitiço luzidio
Do território central do nosso Brasil!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
14/03/2020, 10’26” - Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

SINO DOS PASSOS (soneto)

No sertão do cerrado um sino canta
15 horas, um sino num dobre triste
Canta... evocando os Passos aluíste
Do Senhor. Reclinai-vos é hora santa

Um sino canta... A alma no crer levanta
E ao vento soando em um dobre insiste
O canto solitário, que no tempo resiste
Em prece e o testemunho que encanta

Ao longe, num ar sombrio, arde o sino
Chora, e agradece com seus compassos
E o céu se cobre com o repicar em hino

E nesta hora de fé, ao chão os fracassos
Nossos, e o perdão ao nosso Pai Divino
No campanário, soa o sino dos Passos!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
23/03/2020, 15’20” - Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol