Poemas Nordestinos
Chuva é vida!
Quando chove no sertão
a fartura é garantida
tem verde na plantação
melhora o meio de vida
brota a semente no chão
e na mesa do cidadão
vai ter muito mais comida.
No sertão.
No meu sertão tem de tudo
que alguém possa imaginar
tem cabra forte e parrudo
sem medo de trabalhar
se a chuva pinga em miúdo
eu já me sinto um sortudo
de ter um chão pra plantar.
Vida no sertão!
Viver no sertão não tem
estresse nem ansiedade
aqui todos vivem bem
com vida de qualidade
e a chuva quando vem
a terra vira um harém
que não se vê na cidade.
O teu "amor"
Foi como a "chuva" no solo do meu sertão
Chegou de mansinho
Molhou a terra do meu coração
Perfumou tudo com seu aroma
E se foi...
Deixando saudades do teu amar...
Em mim!
A chuva e o verde.
Quando chove no sertão
o verde é quem predomina
cada semente no chão
uma por uma germina
pra colher na plantação
o melhor de cada grão
da culinária nordestina.
Oração de fé
.Fiz aqui minha oração
pra Jesus Nosso Senhor
pra que a seca no sertão
não tire o verde da cor
e que a planta deste chão
brote a flor em cada grão
para o bem do produtor.
Fonte.
Que a seca não amedronte
os viventes do sertão
que a chuva não aponte
para outra direção
a esperança é a ponte
que abastece toda fonte
que alimenta o coração.
Destino sertão!
A seca quando arrocha
não nasce nada no chão
o vento parece tocha
devastando a plantação
a terra vira uma rocha
e a tristeza desabrocha
nas entranhas do sertão!
Saudade do sertão!
Que saudade dessas vias
da terra batida no chão
das melhores companhias
cada amigo era um irmão
ai meu Deus como eu queria
quem sabe voltar um dia
com a família pro sertão.
NO SERTÃO.
Fui morar lá na cidade
onde tem outra cultura
um apelido sem maldade
dizem que é palavra dura
do sertão tenho saudade
por lá tem dificuldade
mas não tem essa frescura.
O SERTANEJO.
Salve o povo do sertão
gente de simplicidade
onde um aperto de mão
representa uma amizade
cada amigo é um irmão
e pode até faltar o pão
mas não falta honestidade.
NORDESTE.
Aqui na nossa região
de azul o céu se veste
passe as férias no sertão
no litoral ou no agreste
e descubra a razão
de não ter nessa nação
lugar melhor que o nordeste.
A VOLTA.
Sem chuva e a coisa feia
no sertão tudo arrasado
fui viver em terra alheia
passei fome fui negado
por aqui ninguém proseia
mas eu fiz um pé de meia
pra voltar pro meu roçado.
SERTÃO.
Meu sertão tão castigado
pela chuva que não vem
sem alimento pro gado
e a colheita que não tem
vem presente, sai passado
que desde o plano cruzado
aqui não chega um vintém.
FALTA O QUÊ?
Viajei nos tapetes de Aladim
fui califa do castelo em Bagdá
vi seu Lunga no sertão do Ceará
e vi Abel no dia que matou Caim
botei a baixo todo muro de Berlim
e pelo mundo visitei as capitais
já criei um milhão de animais
e a paz eu levei pra Palestina
conheci cada cidadão da China
e o que é que me falta fazer mais.
Segurei as pilastras com Sansão
a na ceia estava ao lado de Jesus
chorei ajoelhado ao pé da cruz
e naveguei com Saul pelo Jordão
fiz campana com Curisco e Lampião
e pintei todas pedras dos corais
escapei de furacões e vendavais
e desci as cataratas numa boia
fui recruta pelo cavalo Tróia
e o que é que me falta fazer mais
Levei o mar pro deserto do Saara
e plantei uva em pleno sertão
escrevi cada frase do alcorão
no oriente eu aconselhava Sara
no garimpo encontrei a joia rara
protegida por mais de mil serviçais
me livrei de todas tentações carnais
e me casei com a rainha da Inglaterra
se já dei sete voltas nessa terra
o que é que me falta fazer mais.
Já entrei na cova dos leões
e enfrentei toda máfia italiana
chutei colmeia de abelha africana
e nos dentes arranquei os seus ferrões
conquistei mais de trezentos corações
e pendurei minha roupa em mil varais
conheci cada um dos ancestrais
da família do senhor Matusalém
se atrasei as horas lá no Big bem
o que é que me falta fazer mais.
Esse orgulho eu carrego
porque me faz muito bem
pelo sertão que trafego
um pouco de tudo tem
sou nordestino e não nego
a minha origem a ninguém
Fome no sertão.
Tem coisas que eu me zango
dói na espinha do pescoço
tem gente dançando tango
e a gente roendo o osso
não tem carne não tem frango
muitas vezes um calango
é servido em nosso almoço.
No Sertão Plantamos, Colhemos
E Exportamos.
Ficamos com o que resta.
Mais o que nos resta,
E o
Que Plantamos para nos mesmos.
Temos mais Resistencia ,
conhecemos a Natureza,
Temos Ar Puro,
Vemos o Sol Nasce,
Temos a Sinfonia dos Pardais,
A Frieza da Manhã
O Sereno da Noite,
Somos Avo, Bisavo, Tataravo .....
Morremos mais Velhos.
SOZINHU I SEM CARINHU
Ficu aqui nu meu sertâo
Sozinhu i sem carinhu
I guanu a noiti veim
Eu chóru baxim
Soluçanu cum as solidão
A lua quânu si achêga
Derramânu sua luiz
Si dismancha tudinha
Ao vê minhas tristeza
Qui nas noite inté reluiz
To aqui sozinhu
Nessi mundão
Oianu ao longi essa imensidão
Ah! Solidão qui martrata
Tantu esse solitáru coração
Intão, sinhá Mariquinha
Óie pra essi seu Caipirinha
Que fica ancim tão sozinhu
Esperanu por essa doci minina
Vô ti mandá meu retrato
Pra se vê se tudo dá certo
I ocê intão se arresórve
Casá mais ieu di uma vêiz
Inté, intão!
E fique logo boazinha!
Mariquinha du coração!
REZA PRA SINHÁ MARIQUINHA
Nossa Sinhora du Sertão
Atendi minhas oração, Santinha!
Nois tudo tá cum sodade dela
Cure logo a sinhá Mariquinha
Santu Antônho
Padruêro das muié sortêra e incalhada
Trati di cunsertá logo a sinhá
Que só farta ela sará
Pra nois dois si casá
São Pedru e São Juão
Padruêro das festa junina e dus quentão
Vê se arruma logo a bichinha
Pra nois dançá quadrilha
E sortá balão
Nossa Sinhora dus Bom Zóios
Cuidi das vista da Mariquinha
Ela tem di ficá bão de logo
Pra modi as borbulêta pudê oiá
E pros iscrito do praneta cumentá
Ocês tudo, Santu e Santa!
Trati di iscurta meus pidido!
Oiá bem o que ocês faiz!
Quero se casá cum a Mariquinha
Tê duas minina
E treis rapaiz
Ocês tome tento! Vice!
Inté, intão!