Poemas Melancólicos
*A sua ida dói em mim*
Não dá para esconder
O caminho que tive que percorrer
Para poder te amar
Amar como nunca amei
Sinto a sua presença todo dia ao acordar
Acordo com saudade do teu consolo
O consolo que me deixava sem palavras
Palavras que podiam ser sentidas
Sentidas como eu senti
Senti o amor
Mas também a dor
A dor que corroeu meu pensamento
O pensamento que servia apenas para você
Você que não faz mais parte do meu hoje
Hoje que eu percebo que fiz uma escolha difícil
Difícil como amar
Amar como sofrer
Sofrer para chorar
Chorar para limpar
Limpar aquela alma que um dia foi tua
A minha solidão é autoinfligida
A minha solidão, como uma sombra persistente,
Infligida por escolhas e silêncios,
É um vazio que se estende,
Um abismo onde os pensamentos dançam.
Nas noites solitárias, alta e imponente,
Ela se ergue como uma torre de pedra,
Cercada por memórias e arrependimentos,
Um labirinto de emoções sem saída.
Solidão, companheira silenciosa,
Teço versos com fios de melancolia,
Escrevo cartas para o vento,
Na esperança de que alguém as leia.
Mas a solidão é minha fiel confidente,
Ela conhece meus segredos mais profundos,
As cicatrizes que escondo sob a pele,
E os sonhos que se perderam no tempo.
Alto na madrugada, olho para as estrelas,
Buscando respostas no céu escuro,
Mas a solidão sussurra: “A resposta está dentro de ti”,
E eu me perco nas sombras do meu próprio ser.
Talvez um dia a solidão se transforme
Em algo mais suave, menos cortante,
Até lá, continuo a escrever,
Na esperança de que minhas palavras alcancem alguém lá fora.
O ódio mata, mas e o amor?
Sempre me falaram:
"O ódio dá câncer no peito."
Mas e o amor? Onde ele dorme?
Onde ele dá câncer?
Por que nunca se fala
da maior dor de amar,
mas se fala do ódio?
Eu não amo pessoas o suficiente
para deixar que toquem minhas cicatrizes,
pois sei que vão tocar
com mãos cheias de sal.
Todas as minhas feridas
foram por amar demais.
Ninguém fala como o amor mata
mais do que o ódio.
Pois o ódio nunca vem sozinho.
Antes de odiar, havia amor.
Antes de odiar alguém, você a amava.
Mesmo sem conhecer, você amava
por não conhecer.
Agora que conhece, odeia.
Então, quem mata não é o ódio.
Quem mata é o amor.
Ele é uma doença invisível para os intensos
e, para os superficiais, uma brincadeira.
Escrever!!
— É ter a façanha de tirar das entranhas, palavras genuínas de emoção, que encantam o coração!
— É rascunhar o que vivência, muitas vezes até com nostalgia, e desse modo apaziguar o pavor da melancolia!
Rosely Meirelles
*Lembranças*
Eu te vejo completamente.
Me vejo entregando-me inteiramente a ti.
Sinto o cheiro dos seus cabelos molhados
em minhas mais profundas lembranças.
Notas marcantes de seu perfume,
e os traços do seu rosto.
Te toco em minha imaginação
e te ouço sussurrar tantas coisas
das quais jamais desejaria esquecer.
Caminho no ritmo de seu coração.
De acordo com as notas que despertam de seus lábios.
Escrevo sobre nós.
Escrevo nossa história sobre o papel em branco.
Iremos começar do zero,
E recomeçar
com meus braços intercalados aos seus.
Não consigo ver outra coisa,
quando imagino meu futuro
a não ser minha mera existência,
em sua companhia.
Mirando o mar,
sentindo o sereno em nossos rostos,
desejo nunca me esquecer dessa cena.
Eu te olho através da tempestade do meu coração,
Com minhas mãos geladas,
tocando seu corpo.
Por uma fração de segundos,
quero desvendar-te, quero conhecer cada parte do seu ser,
cada pedaço dos seus lábios,
cada uma de suas entrelinhas,
e cada canto do seu coração.
Quero poder tocar seu rosto
enquanto congelo meu olhar ao seu.
Sentir o arrepio do toque de nossos corpos.
Te trazer em cada suspiro.
E enfim, quero amar-te.
Dualidade da Vida
Vida em dualidade, bela e dor,
Máscaras sussurram verdades ocultas,
Rio de luz, sombras que me envolvem,
Melancolia revela a alma sepulta.
No cerne das máscaras, segredos guardados,
Lágrimas sussurram silêncios antigos,
A vida é pintura em tons desbotados,
Reflexões mergulhadas em vales sombrios.
Desvendar a vida, desvendar a dor,
A poesia revela segredos esquecidos,
Palavras como fios de melancolia,
Teço a trama dos sentimentos perdidos.
Em cada verso, um eco de saudade,
Em cada pausa, a melodia da solidão,
Vida bela e dolorosa, contradição,
Onde a tristeza se mescla à eternidade.
REDES SOCIAIS - REDES ESPIRITUAIS
Na verdade, amamos e odiamos a rede simultaneamente, mas acima de tudo somos viciados nela, assim como somos viciados em todo grande drama.
Dentro do seu mundo dos sonhos e sob a rede, seu maior desejo é expresso.
Sob a rede, você pode viver o seu sonho - você pode voar, dançar, chorar, sofrer e, acima de tudo, amar.
E, no entanto, seu amor dentro da rede é um amor profundamente limitado, um amor que nunca escapa dos limites de suas próprias ilusões. Sob a rede, você se apaixona ou se desapaixona - de qualquer forma, você permanece vítima de suas projeções, expectativas e, inevitavelmente, de suas decepções.
Às vezes, você afunda na melancolia e toda a sua força vital parece parar - sua própria respiração fica mais fraca.
Em outras ocasiões, você voa em uma mudança repentina de humor e seu coração bate mais rápido e sua respiração enche seu peito a ponto de estourar.
Isso é o que acreditamos ser a liberdade.
Entre os extremos, as melodias dão lugar às cadências; mudanças de tempo dão lugar a frases, notas, trinados, pausas e todo tipo de sentimento concebível.
CANSADO DE POESIA
Não rimo, não sou de combinar o fim das palavras, meu lance está no comover através delas, expressar por meio da mistura de palavras difíceis, os sentimentos de angústia e aflição que escondo. A poesia é entediante, é infantil, não há como criar uma poesia sem que ela se pareça com uma cantiga ou uma música brega dos anos 90.
Não, isso com certeza não é pra mim ! Eu prefiro dizer: "Mil estrelas caberiam em teus olhos, se você os enxergasse com a profundidade que eu os admiro", do que dizer: "Em seus olhinhos, mil estrelas caberão, se com carinho, olhares com a profundidade que olho usando meu coração". É muito meloso, muito melódico, nada melancólico, me dá uns nervos.
Afinal o que é uma poesia ? Qual a diferença entre poema e poesia ? É mais fácil citar suas semelhanças. Em ambos temos sentimento, em ambos nos identificamos, em ambos aplicamos nossa raiva, dor, amor, tristeza. Acho que a diferença está na demonstração, não me vejo expressando com verdade o sentimento que sinto através de rimas, talvez eu só seja chato demais.
Escrever o que se sente,
sentir o que se escreve.
Palavras...são apenas palavras;
jogadas ao vento... sem direção.
Talvez lidas, talvez não lidas...
Que importância tem nisso?
Se me entendesse, saberia.
Sentimentos dispersos,
nas palavras que escrevo.
Chuva de pensamentos;
escorrendo pelas terras da indiferença;
acumulando-se no lago da insegurança;
atrofiadas na existência deste ser.
Uma doce ilusão sonhadora.
Este é o mundo que enxergo;
que pertenço, sem pertencer.
Minhas palavras...
nunca serão compreendidas.
Meus sentimentos...
jamais serão correspondidos.
Que beleza existe na melancolia?
Sinfonia da tristeza;
solidão exacerbada;
o descrever sentimental.
CHUVA (soneto)
Chove lá fora. O meu peito também chora
São suspiros de velhos e eternos pesares
Da alma que desapegando quer ir embora
Uma tristura que diviso, repleta de azares
Chove... Que agonia se percebe de outrora
Ah! Quem falou pro agrado voar pelos ares
Em preces de ira, com o chicote e a espora
Deixando as venturas laçadas pelos alares...
Chove lá fora. Minh’alma também aflora
E eu sinto o que o cerrado também sente
O pingo quente, e abafada a aflição afora
E esta tal melancolia que no temporal uiva
Tão impiedoso e ruidosa, que vorazmente
Tem a sensação: - choro! E chove chuva!
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Outubro de 2018
Cerrado goiano
Essência do ser
Cada segundo que se passa
Me aproximo do inevitável
O que antes me assustava
Hoje nem me estressa mais
Quero ter a sensação
De finalizar minha vida
Me aproximar do fim
Relaxar no seio da morte
A cada segundo que se passa
Eu ganho mais coragem
Para me esfaquear
Tudo em prol do fim
Mas eu penso naqueles ao meu redor
Me fazendo questionar
Morrer ou não morrer
Sinto o carmesim do meu corpo
Querer extrapolar de dentro
E honestamente nem ligo mais
Só quero o fim desse inferno pessoal
Meus sentimentos habitam a catedral da minha alma, das quais os fantasmas cantam uma canção de dor,
a melodia dos meus gritos silenciosos.
Um por um eles levam minha alma,
eles consomem cada pedaço de mim.
Eu acho que é uma vingança apropriada,
ser consumido pela sua própria mente e coração, e no final, a minha ganância me consumirá também...
Nessa catedral não é por fé que eles rezam,
é pelo sofrimento eterno,
uma canção melódica de dor e morte.
Meu próprio inferno escondido no disfarce do meu lindo paraíso.
Não há antídoto para a alma atormentada, não há substância ou filosofia que preencha o vazio do peito – o vazio de sentir demais num mundo que valoriza o desapego, o vazio de amar e não ser amado, o vazio de sentir saudades de momentos e sensações que se perderam para sempre.
Trecho do eBook 'Pílulas de Esquecimento'
Coloque uma blusa de mangas longas
De tom azul escuro
Para esconder seus cortes
Sorria quando os outros rirem
Diga está tudo bem
Quando perguntarem como está
Chore sempre
Que estiver sozinho
E se exploda de vez em quando
Para amenizar o sofrimento
garota transparente
sem cor, sem ente
criada pela aparência
de uma vida sem crença
bela és tu
criatura livre
que poder solta
sem medo de ser envolta
Surdina
No cerrado, lá no alto um sino canta
Da capelinha, num badalar soturno
Canta um sino e a melancolia pranta
Finda o turno!
Canta, pranta o sino no campanário
Como se assim se quisesse
Benesse, no chuvoso dia solitário
Resplandece...
Na messe! Canta e pranta silente
Na torre da igrejinha sem estresse
E o dia adormece, docemente
18 horas: - tal uma prece!
O coração abafado e vazio
Num acalanto o sino canta
Nebuloso dia... Que frio!
Triste melodia, triste mantra...
Sina!
Bate o sino... surdina!
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
25/01/2020, 19’47” - Cerrado goiano
Olavobilaquiando
"Se soubesse que viria
E a farpa apertaria
Do meu peito expelia
Na madrugada não faria
Outra vez sua alegria
Se eu tentasse e não culpasse
Não diria essas palavras, cantaria
Mas se soubesse
Que a tal ponto
Esse encontro colidia
Na estribeira de suas dores
Com as minhas
Jamais te acordaria
Na madrugada, dormiria
Não te faria sofrer
Nem ao vento sopraria
Meu amor, minha alegria
Meu pesar e melancolia"
Desfecho vago |
Presenciaram os primórdios
Enalteceram vossos ódios
Compactuaram com a veemência
Efetuaram tamanha conivência;
Perante os esforços inalterados
Pedaços foram desordenados
E caminhos certos tornam-se indeterminados.
Desfecho vago ||
Seus dogmas tornam-se cinzas
Como toda esperança extinta;
Desmoronando sob um papel elegido branco
Negando à subordinada usar o manto
Por ser a tinta que promove sua insatisfação
Seu pranto.
Foi você
Quem me deu inspiração
Para montar
Palavras em versos
Era você
Em todos
Os pontos de vistas
E vai continuar sendo
O motivo
Da minha melancolia.
Como explicar o que está a acontecer? Tudo está tão confuso...
Não sei o que posso fazer
Estou cansada de fingir
É tão... Chato
Mas... por mais que eu não goste
Por mais que eu não queira
Por mais que isso me mate
Se é necessário...
Droga...
Odeio as pessoas.
