Poemas Líricos
LÍRICO
A golpes lentos, divago:
antiga a paz que me guia.
À sombra o rosto e o lago
onde Narciso, o mirado,
me desvia.
De onde venho, me mato.
E onde me acham, há dor.
Alguém apaga meus passos
(um mago?) com uma flor.
E os golpes, cadenciados,
fundem o lago e o rosto
à voz de um outro, sem lábios.
Cerne Lírico
Surgiram esses versos
De um coração perverso
Em mar de amor imerso
Isso é tudo que me descreve
Um “tudo” que na verdade é pouco
Só um a mais que escreve
Mas para quem dedico
Ela que me dedica amor do qual não abdico
Essas palavras vindas de meu cerne lírico
Compõe uma poesia que para ela serve
Escreveria livros que não iriam me expressar
Como Machado “tinha orgias de latim”
Mas não sabia o que falar
Não saberei como começar, muito menos como terminar
Esses que serão os momentos mais felizes de minha vida... Mas só se você me abraçar
Abraça-me forte e beija-me devagar
Não sei de rima mais manjada, pois tudo que sei é te amar
Atenas
O sopro lírico de Éolo
avança o propileu da Acrópole
e encontra eco entre as colunas dóricas
do grandioso Pártenon
Ode em honra de Dionísio!
Exclamou o guardião dos ventos
Ao pé da colina rochosa
sustentáculo do Templo de Atena
abanquei-me para ouvir os poetas
do Odeão de Herodes Ático
Ode em honra de Dionísio!
Entoou alto e bom som o Corifeu
E ao som suave da Lira
o coro grego, em uníssono
compôs a récita poética
em louvor a Dionísio
Minh’alma, embriagada
encheu-se de júbilo
Sou irmão da poesia,
não me peçam que sorria
muito e abundante.
O que tenho de lírico,
tenho de delírio.
Eu choro ao ver uma flor embriagada de luz
O poeta lírico
Busca nos sonhos,
As verdades,
Ou mentiras críveis.
Na ânsia de libertar-se
Põe os suspiros na boca da alma
Os olhos perdem-se no tempo
E o coração bate compassando
Rimando versos melódicos.
Nessa vida!
Ah um mundo singelo,
mundo lírico e aquelero,
onde tudo é perfeito sonhar.
Onde tudo se conduz,
onde sempre existe uma luz
e te ensina brilhar
e te faz realizar!
Um mundo doce em volta do salgada
onde vemos que nem tudo está acabado,
onde a flor brota no calor do sertão,
onde a chuva lava a alma e molha o chão,
onde o possível é perfeito
o impossível imperfeito
mas lutamos para acreditar
que nem tudo está perdido,
estenda a mão levante seu irmão
e abrace seu amigo!
Nesse mundo onde crê se acredita,
onde a fé te deixa de pé,
ande e não desista,
nesse mundo onde a guerra
acaba com pão, acredite no amanhã
e sonhe com a paz no coração.
Até mesmo ser depender
da questão acredita em uma criança
o futuro está nas mãos.
Nas mãos de quem quer lutar,
seguir, se ariscar e insistir
porque tudo se realizará se você sonhar...
As aflições do eu lírico são muitas, em meio a vida cotidiana.
As tribulações que atordoam com afinco coração e mente, parece não ter fim.
Separados por dia-a-dia, 24 horas, um pesar de minutos é um desperdício do que poderia ser só risos de segundos, já é hora de dormir acordar para mais um dia outra vez.
Sonhos, metas e planos, vão ficando pra depois, porque isso leva tempo e tempo é o que mais leiloei é o que mais vendi.
Para outras pessoas sem tempo que olharam o currículo que deixei, em suas mesas, mesas empilhadas de vidas que assinaram contratos.
Marcas, marcados, carimbos, troca do meu tempo minha vida, pelo pão de cada dia.
Num mundo farto que troco meu suor por viver a vida que já é minha.
eu só tenho algumas horas, alguns minutos, me falta tempo, quanto preciso pagar para expor o que penso, mas dou de graça pra quem quiser ler.
Estávamos assim, frente a frente,
Eu e o meu eu lírico,
foi um intrigante discussão...
Há tempos que ele me cobra,
me intimida, incomoda.
Sua primeira pergunta...
Que tal transformar a dor em flor?
Eu cego, no meu ego, franzi a testa e respondi...
Não consigo falar, sem a mim observar.
Só sei falar de mim,
da minha própria dor, do meu desamor...
Meu eu lírico, triste, decepcionado,
Colocou-me contra a parede e propôs-me um desafio...
Tente, ao menos tente, seja o que vier na mente.
Aprenda a flutuar, ao escrever sejas tudo. Permita-se.
Antes que eu lhe perguntasse, nem mesmo deixou que eu falasse,
Transportou-me de mim mesma, a ser outras coisas,
a ter outros olhares. Olhe em volta! Veja os versos!
Dos poetas que admiras. Eu, o eu lírico, sempre estou.
Num poema sejas flor, no outro, um gato
ou qualquer outro bicho…
Seja uma dama recatada…
Em outro uma amante debochada…
Fale como se fosses um nobre Cavalheiro,
ou quem sabe sejas, um bêbado na estrada…
Criança, adulto ou idade avançada,
liberte-se e escreva sobre tudo!
Seja o que desejares, o que na escrita te inspirares!
Na natureza sejas tudo!
Fogo, água, ar, tempestade!
Sinta e seja todos os sentimentos,
para uma escrita intensa, fundamentada.
Fale de fé, com cuidado e respeito,
fale do bem e fale do mal.
Eu já sem fôlego, entusiasmada e o eu lírico?
Não parava, pois, era infinito o seu ser,
e queria a minha escrita ampliada!
Enquanto ele falava, eu fechava os olhos
e tudo imaginava.
Desejando que ele nunca mais se calasse.
E segui caminhado na imaginação da minha estrada,
passando por eles, todos os personagens,
que na caminho me esperavam.
À medida que eu andava, percebi,
eu e o eu lírico éramos um,
ele era tudoo que eu internamente desejava.
E todos os meus futuros poemas,
há tempos moravam em mim.
Eu gosto tanto de comer que eu tô comendo a sua mente
Canibal lírico, o verso é consciente
Eu faço por onde, a fome sem fundo me consome
Nostálgico tempo lírico e poético dos românticos.
(Paulo Sales)
Olhando para o infinito,
Introverso aos sons das mais belas expressões,
Afetuosas promessas de amor,
Entusiasta o coração,
Por projetos e aspirações.
Nenhuma ilusão é possível reter,
O triunfo da imortalidade,
Laurel do sentimento puro,
Sedutora afabilidade.
Raios mútuos,
De juras eternas,
Lunar que romantiza a paisagem,
Beijos tantos,
Calorosos,
E quantos,
Carinhosos abrigos.
Acorrentados a sonhos de felicidades,
Onde a razão precisa de auxilio,
Amantes que inspira e não comparte.
Corpos nunca vistos,
Desejos insofismáveis,
Sútil obra de arte,
Mas maleável e filtrado.
Ontem assim foi,
Românticos restaram,
Obsoletos ou ultrapassados,
Inafastável lembrança,
Atroz saudade.
Por um instante estou tão longe,
Que saio rompendo contraste,
Levanto lírico, imaginativo,
Eis o belíssimo cantábile,
Torno a deitar-me,
Com a sinfonia N°2 de Rachmaninoff,
EPOPEIA.
Com gêneros narrativo, lírico, a epopeia traz em modelo de versos, e fatos históricos combinados com a mitologia. No caso de Os Lusíadas, de Luís Vaz de Camões, por exemplo: o autor narra, em 8.816 versos das Grandes Navegações portuguesas, acontecimento marcante da história, em meio a recorrentes menções mitológicas. Fundamentou-se em gênero literário na Grécia Antiga, e da composição de Camões; Chamada Epopeia de Gilgamesh, considerada a obra literária mais antiga da humanidade.
Não chegou nem começar
A história de amor que eu queria que
Existisse entre nós dois...
Líricos poemas escrevi,
Imaginando a nossa história de
Amor que não se iniciou.
Renascimento lírico
Vivendo no completo torno de mim
Fazendo o lírico associar-se ao lado mais louco
Dentro da bolha do MPB que explode todo anoitecer
E então me fazendo egocêntrica
Pois estou para mim, e ninguém mais
Nos meus renascimentos diários
Busco a essência inicial de tudo que sinto
Pensando na minha base
Questionando e buscando respostas
Para aquilo que subconsciente faço sem saber
O por que ?
Texto 2
Renascimento lírico
Dos meus avessos a “tiração” de pó
Das muitas versões em uma só
Dos elementos que me complementam
Dos espaços vagos e despretensiosos
Do que há em mim, do meu plural astral
Do resto de sal no meu corpo
Da marca do sol na minha pele
Das minhas marcas/cicatrizes
Do meu eu
Que nem eu encontro
Que no eu se perde
E renasce no lirismo
Pois até posso ser vaga
Mas vaga em poesia!
E na alegria de conseguir pensar além da caixa, além das sombras na caverna, levando comigo Eraclito e o seu Rio mensionado, pois entendo que era uma no início desse texto, agora não mais!
Texto 1
Cântico pra Ela
Lírico som... em livre leve vento voou
Seu cântico em prece, que tanto entoou
E em sutil acorde, de paixão ele tocou
E nos ouvidos dela, repouso encontrou.
Sem desistir... a cruel batalha lutou
Vencendo todo o medo... que o castigou
E eis que no caminho com a fé bailou
E seguindo seu destino, alto cantou.
Se fez sublime tal melodia para aquela
Que a muito esperava em sua pureza
O dia de voltar... a encontrar o amor.
Que fugitivo deixou apenas a fria tristeza
Mas hoje se fez chama, que emana calor
Eternizando as notas da serenata pra ela.
Claudio Broliani
Sincronia
O eu
Lírico
O eu
Do poema
O eu
Que
Não sou
Eu
Intrigante
Instigante
O eu
Do tempo
Singular
Lírico
Eu
O eu
Do poema
Que
Não sou
Eu
Eu
Que não sei
O que sou
Ser lírico
No teu conto de fadas sei que tentas resistir ao absurdo, mas no enredo da vida os teus ouvidos clamam pela minha voz.
Na condição de um ser lírico e sem fazer cerimônias sigo minhas intuições no repleto dever do erro.
Jogue seu charme mais uma vez e eu escalarei essa muralha para roubá-la e nunca mais devolvê-la.
O Último Grito do Velho Mundo
(ensaio lírico-profético)
O mundo não acabou de súbito.
Ele se gastou.
Como um círio queimando por dentro.
Como a esperança que vira cinza
sem ninguém perceber.
Não foi a bomba,
não foi o vírus.
Foi o ego.
Foi a pressa.
Foi a mentira repetida até virar fé.
As nações marcharam para o abismo
de olhos bem abertos.
Brindaram com vinho podre
à vitória de um rei sem rosto,
de um deus sem alma,
de um futuro sem ternura.
O homem construiu muralhas,
mas esqueceu a casa.
Construiu máquinas,
mas esqueceu os filhos.
Construiu impérios,
mas esqueceu a si mesmo.
O céu chorou.
Mas ninguém levantou os olhos.
Estavam ocupados demais
com as telas.
Com as senhas.
Com os ídolos de carne e marketing.
Veio o colapso.
Mas não foi tragédia —
foi revelação.
A Terra cuspiu os venenos.
O mar devolveu os corpos.
As árvores negaram seus frutos.
E mesmo assim,
houve quem risse.
Houve quem vendesse ingresso
para assistir ao fim.
O último grito não foi de dor.
Foi de desespero.
Foi de quem percebeu tarde demais
que já não sabia amar.
Que já não sabia parar.
Mas —
no ventre da escuridão,
um resto de luz ainda tremia.
Era uma criança.
Era uma canção.
Era uma palavra esquecida
na boca dos justos.
Aqueles que não negaram o coração,
aqueles que enterraram os seus mortos com lágrimas,
aqueles que ouviram a dor do outro
como quem ouve a própria mãe.
Esses não morreram.
Dormiram.
E o paraíso,
em segredo,
começou a sonhar com eles.
Enigma lírico
Em seu sorriso melancólico,
vi um fatalismo tácito
seguido de um silêncio morno
incompreensível
Subitamente
revelo-se o crepúsculo de um mito,
o fim da ilusão dolorosa...
A resseca dionísica do um festejo
carnal, onde quase virou apoteose
de um carnaval em Veneza...
Encenamos um ato da tragédia goethiana
a morte do sonho mascarado
que fez do mendico de Fausto
um Rei Lear, em seu apogeu
glorioso de terna insanidade e lucidez
antes da traição lírica da musa
ao poeta da divina comédia
do amor platônico.
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