Poemas de quem Deu um Fora
POEMAS (soneto)
Navego os poemas, linha a linha
Ergo mastros, porta e tal janela
Por ela, os devaneios donzela
Em nudez, trespassam, asinha
Nesse instante imaculado, vela
O verbo e, que no senso avinha
Onde velejo com a alma sozinha
Que esmoe olhar e dor em tutela
Nesta maré anino, e gavinha
A solidão na ilusão que fivela
Cada estória na história minha
Então, faço versos tal caravela
Navegante e, tal qual grainha
Na vinha, germino em aquarela
Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Março, 2017, 05'02"
Cerrado goiano
Cada azulejo do azul do céu do cerrado
Colorem em poemas de Athus Bulcão
As paredes da Igrejinha, num agrado
Encantando e musicando a emoção...
© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
poemas
certos poemas
entram pela imaginação
e são como as emas
no cerrado. ciscam... ciscam
espalhando alguns temas...
e tão cheios de ilusão!
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2019, setembro
Araguari, Triângulo Mineiro
Os poemas
Os poemas são cantigas que soam
As sinapses da inspiração
Que vem como pássaros que voam
Em busca de alimentação.
Eles são filhos do espírito
Que quando no livro grifados
Pousam a alma no infinito
E as mãos nos estros alados.
Saibas que ao leres um...
No encantado mundo da poesia
Dar-se-a nele tudo, real e fantasia.
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Cerrado goiano
requinte
as rosas, com certeza...
são poemas lindos da natureza
sua poética, elegância e beleza
poetam o olhar com odor da pureza
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Cerrado goiano
poemas são ofertamentos
poemas são como relacionamentos
não acontece sem ter sensação
pois são misturas de sentimentos
união e estro na sua composição...
Poemas são feitiços em ofertamentos
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
Abril, 2016 – Rio de Janeiro, RJ
Flores
Flores me são poesias
Onde há tão bela flor
Os poemas são magias,
Bálsamo do poético amor...
© Luciano Spagnol -poeta do cerrado
Julho de 2020, Triângulo Mineiro
INDAGAÇÃO
Pus-me a recordar os amores venturosos
Que eu, poeta, em alguns poemas cantava
E em cada trova, à poética, acrescentava
O nome, a emoção, os agrados generosos
E no fado aqueles momentos portentosos
Anos de minha vida, assim, os comparava
Com doce sabor, a cortesia, que lembrava
Dando aquele amargor de dias saudosos
Sorrindo, eu percebi que o versar sentia
A mesma sensação do coração, a alegria
E, a poesia em tons de espanto e clamor
questionava: então adivinha quem sou?
Uma paixão, argumentei. E a voz tornou
numa prosa clara: Paixão, não. O Amor!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
Maio, 11, 2021, 18’43” – Araguari, MG
SONETO INDIGENTE
Na entranha dos poemas tenebrosos
O silêncio parece ter palpitante vida
E a solidão, sobre a poética refletida
Traz ocos e sentimentos impetuosos
Pela sofrência, em salmos lamuriosos
Sussurra a prosa em uma rima sentida
E a versificação senti tão enternecida
Os cânticos rumorejantes e vultuosos
Em odes sombrias, a privação, o pesar
Ah! soneto indigente, deixai-me livrar
Da situação importuna que tempestua
Priva-me do verso esfolado, crucificado
A aflição, as matinadas, de um passado
Que suspiram na poesia sibilante e nua!
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
Maio, 16/2022, 18’16” – Araguari, MG
Entre versos, poemas e poesias escuto o silêncio da madrugada.
A cidade dorme, você dorme. Em pensamentos toco teu rosto,
beijo tua face, acariciou teu corpo e sussurro em teu ouvido:
dorme doce anjo, sonha com os anjos e desperta pra mim !
Todo poeta se cria
Recria,
Se inventa.
Todo poeta vive de músicas
Sonha em poemas,
Se veste de fantasias.
Todo poeta tem a cara do mar
Os olhos das flores,
Cheiro do vento
Todo poeta dança nas nuvens
Viaja nas ondas
Todo poeta canta em versos,
Prosas,
Todo poeta tem um amor abstrato
Uma paixão intocável,
Tem rosas como companhia,
Jardim de amores
Pássaros perdidos
Todo poeta vive em outro mundo
Respira liberdade,
Se apaixona pela chuva
Se encanta pelos rios,
Todo poeta rodopia nas matas,
Corre nos verdes,
Se entrega a poesia.
Todo poeta é um louco,
Que ama,
Apaixonado,
Mais, que qualquer um.
E eu visualizei as estrela, atravessei o mar
Senti poemas em beijos, arrepiei
Fui ao rio em ondas quando tua boca toquei
Dancei nas águas, corri no ar.
Tudo aconteceu em segundos
Momentos eternizei.
Me entreguei de ponta, me joguei de cabeça
Me dei em versos, me abri em flores
Reguei plantas e poesias
Fiz versos em canto, esqueci dores.
Já me entreguei em poesias, já me dei em versos
Fiz prosa, cantei poemas...dancei !
Na lua viajei pra te encontrar
Mar atravessei
Para te tocar me fiz música
Corri estradas
Mandei rosas e cheiros
Escancarei pra te ter
Escandalizar,
Abracei rios
Flutuei
De pedras fiz flores
Do mato cama
Virei donzela, me fiz criança
Mulher sacana
Pura, sem pecados.
Penetrei no teu mundo
Sem convites
Bati a tua porta
Visitei tua sala
Conheci teu quarto
Tuas fotos roubei
Sem vergonha,
Sem pudor, sem medo
Tirei a roupa
Me deitei nos teus braços
Cavalguei nos teus olhos
Me ofereci
Escandalizei,
Me fiz,
Dama e dona.
Bendito sejam os poemas
Benditas as lembranças
Passadas,
Bendita as cores, amores...
Versos, madrugadas !
Daqui a pouco a noite adormece
Daqui a pouco, nascem os sonhos.
Lá vem o trem da vida
Vem trazendo fantasias
Pulando em versos
Melodias
Sambando em poemas
Poesias
Lá vem o trem da vida
Apitando
Cantando as flores
O vento
Dançando com os pássaros
Com o mar
Lá vem o trem da vida
Conjugando
Declamando o verbo amar
Amo tu
Você
E eu
Amo vós
Vocês
Lá vem o trem da vida
Na passarela do tempo
Escrevendo a história
Em rimas
Prosas
Vem fazendo festa
Zoeira
Pra nós a cantar !
Porque meu amor se veste de poesias,
Tem sabor de poemas
Tem tempero e magia
Porque meu amor é escândalo
Põe medo
Porque meu amor é encanto
Mesmo triste
Dor que dói sem jeito,
Saudade que aperta em todo canto
Porque meu amor é amor doente
Destrambelhado
Porque meu amor é sacana
É danado
É livre como gaivota
Preso no dia-a-dia
Porque meu amor viaja livre
Amarrado,
Porque meu amor é loucura
Viciado
Porque meu amor canta a noite
Canta o dia
De noite sou poeta
De dia Maria.
Meus versos tem jeito estranho
Tem silêncio nos lábios
Flores no canto
Traz poemas na alma
Tem poesias e encanto
É pássaro que voa...
Música
Dança, canta...
Tem doçura nos olhos
Candura
É mágico, divino...
Tem corpo de homem
Olhar de menino !
Teu nome !
Amante
Perigo
Desejo
Loucos
Letras
Poesia
Querer
Poemas
Música
Sonhos
canção
Menino
Garoto
Pecado
Paixão
22/03/2017
Darei flores
Em versos, em vinhos !
Cantarei poemas
Jogarei poesias e cantos
Rosas e sonhos.
Sozinha
Na rua ...
Parada,
Voltas e idas
Caminhos...
Em sonhos e cores
No mar
Nas ondas.
Tardes de outrora
Risos
Lembranças vividas
No tempo,
Músicas trocadas
Faladas
Ao vento !
09/07/2017